Faço minhas, integralmente, as palavras e os argumentos de João Luiz Mauad, sobre a importância e a necessidade de críticas acerbas, intelectualmente honestas, sobre quaisquer aspectos de medidas governamentais e sobre quaisquer políticas públicas de escopo macro ou setorial, pois essas críticas representam um componente indispensável ao processo de participação cidadã na formulação e implementação dessas políticas, no caso específico do Mauad a reforma da Previdência.
Mais ainda: aplico o mesmo critério, de forma responsável, mas de forma contundente, ao descalabro atualmente existente na área que constitui minha especialização profissional, as relações internacionais do Brasil, sua política externa e sua diplomacia, onde detecto sinais preocupantes de políticas equivocadas e até mesmo ignorância, quando não prepotência no tratamento de temas sensíveis de nossas relações exteriores, como o comércio internacional, por exemplo, no qual preconceitos ideológicos nais canhestros tentam prevalecer sobre o uso da racionalidade nesse terreno.
Transcrevo a seguir a nota de João Luís Mauad:
“João Luiz Mauad:
"Tenho grande admiração pelo Paulo Guedes e muitos integrantes da equipe econômica, alguns dos quais tenho a honra de conhecer pessoalmente. Considero a proposta da reforma previdenciária excelente e gostaria muito de vê-la aprovada, para o bem de todos nós e das futuras gerações.
O problema é que o presidente e alguns de seus auxiliares e consultores mais próximos, que são os personagens mais importantes da cena atual, continuam a nos brindar com um verdadeiro festival de improviso, amadorismo, idas e vindas, trocas de acusações públicas, truculência verbal e demonstrações explícitas de vaidade.
Minha maneira de tentar ajudar no esforço pelas reformas é através da crítica, e não passando paninho nas inúmeras traquinagens de um governo tão arrogante quanto inepto, que muitas vezes parece agir para boicotar a reforma da previdência, não para aprová-la.
Ao contrário dos entusiastas e tietes de políticos, acho que o dever de todo cidadão é muito menos aplaudir as boas ações do que criticar o que considera errado.
Embora bastante cético, torço para que o governo dê certo, até porque moro aqui e só teria a perder em caso de novo fracasso. Mas com elogios e aplausos, apenas, você ajuda muito pouco ou quase nada. Aliás, minto: ajuda a criar monstros. Ainda me lembro, como se fosse hoje, dos anos de 2003 e 2004, quando a imensa maioria dos eleitores e da mídia transformou Lula num semideus, praticamente imune a críticas. Deu no que deu…
Nada contra quem gosta de ficar levantando a bola de políticos e burocratas. Respeito a liberdade de cada um. Este escriba, no entanto, acredita que a crítica é muito mais necessária do que o aplauso. “Ah, mas algumas críticas são injustas”. Sim, e isso é da vida. Muito pior do que críticas injustas é crítica nenhuma."
Fim de citação
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 6 de março de 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.