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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

A diplomacia dos descobrimentos: Tordesilhas e o desenho do Brasil - Paulo Roberto de Almeida (1998)

Este capítulo,

A diplomacia dos descobrimentos: Tordesilhas e o desenho do Brasil

da primeira edição do meu livro: 


Relações internacionais e política externa do Brasil: dos descobrimentos à globalização 
(Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1998, 360 p.; ISBN: 85-7025-455-5)

não foi retomado nas duas edições posteriores (2004 e 2012), e por isso resolvi disponibilizá-lo por inteiro na plataforma Academia.edu, no seguinte link: 

https://www.academia.edu/42694780/A_diplomacia_dos_descobrimentos_Tordesilhas_e_o_desenho_do_Brasil_1998_



A diplomacia dos descobrimentos: Tordesilhas e o desenho do Brasil

Paulo Roberto de Almeida
Capítulo III do livro: Relações internacionais e política externa do Brasil: dos descobrimentos à globalização (Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1998, 360 p.; ISBN: 85-7025-455-5); não retomado nas edições posteriores.


Ao nos aproximarmos da praia, fico em pé na proa para desfraldar as cores de Castela e León, o castelo dourado e o leão púrpura, e as listras vermelhas e amarelas de Aragón. Atrás de nós, Santa Maria, Niña e Pinta estão ancoradas em uma baía protegida por recifes de um coral poroso e róseo jamais visto por um europeu. (…) À medida que nos acercamos da fascinante praia, experimento uma sensação intensa… O vento agita levemente o estandarte real (…). Levanto um pé descalço sobre a amurada.
Mas espere, este é um momento histórico.
Estarei preparado para ele? Ao dar aquele primeiro passo em terra, por acaso eu pronuncio alguma coisa imortal e profundamente apropriada, escolhendo minhas palavras como um desafio nos desvãos da História para os intrépidos exploradores que estão por nascer? Por acaso eu digo, ao plantar o estandarte real na praia, “Um pequeno passo para um cristão, um grande passo para o cristianismo”, passando a perna em Neil Armstrong em quase quinhentos anos?
Não, eu não tenho meio bilhão de espectadores no mundo inteiro assistindo ao meu feito, nenhum jornal adquiriu os direitos de publicar minhas aventuras em troca de uma enorme soma em dinheiro, nenhum editor me fez qualquer adiantamento milionário para o chamado Diário de Colombo, não existe nenhum centro de controle para monitorar todos os meus movimentos. (… )
Assim, não pronuncio nenhuma frase de efeito para a posteridade. O que eu digo, inquieto e com razão, … é apenas:
— Tem alguém lá no mato.
Stephen Marlowe, The Memoirs of Cristopher Columbus (1987)
  
1. O ato fundador da história moderna
Colombo, ao desembarcar naquela praia das Antilhas em 1492, não deve realmente ter antecipado nenhuma variante “religiosa” da famosa frase “laica” (provavelmente pré-fabricada e publicitada depois por um eficiente serviço de public relations) pronunciada por um astronauta norte-americano ao dar, em 1969, seu primeiro “passo lunar”.
(...)

Leiam a íntegra neste link: 
https://www.academia.edu/42694780/A_diplomacia_dos_descobrimentos_Tordesilhas_e_o_desenho_do_Brasil_1998_


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