3699. “Política externa e diplomacia brasileira no desenvolvimento nacional: perspectiva global e comparada”, Brasília, 19 junho 2020, 26 p. Síntese histórica sobre o processo brasileiro de desenvolvimento econômico desde o final do Império, com referências à política externa em três fases desse longo período, para servir como texto de apoio a palestra, com base no trabalho n. 3662 (“Desenvolvimento brasileiro, do século XIX à atualidade: economia, pobreza, trabalho e educação em perspectiva histórica”). Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/43388249/Politica_externa_e_diplomacia_brasileira_no_desenvolvimento_nacional_perspectiva_global_e_comparada_2020_).
Política externa e diplomacia brasileira no desenvolvimento nacional: perspectiva global e comparada
Paulo Roberto de Almeida
Sumário:
1. Introdução: a natureza do exercício
2. Do Império à velha República: o lento desenvolvimento social
3. A modernização conservadora sob tutela militar: 1930-1985
4. As insuficiências sociais da democracia política: 1985-2020
5. Dúvidas e questionamentos sobre o futuro: o que falta ao Brasil?
5.1. Estabilidade macroeconômica (políticas macro e setoriais);
5.2. Competição microeconômica (fim de monopólios e carteis);
5.3. Boa governança (reforma das instituições nos três poderes);
5.4. Alta qualidade do capital humano (revolução educacional);
5.5. Abertura ampla a comércio e investimentos internacionais.
6. Conclusões: o que falta ao Brasil?
1. Introdução: a natureza profunda de uma transição nunca acabada
Não sou historiador, nem sou economista, apenas sociólogo, mas sempre gostei de refletir historicamente sobre as frustrações de nosso desenvolvimento econômico e social. Estas são muitas e evidentes, pois do contrário já seríamos uma nação materialmente mais avançada, com menor grau de iniquidades sociais do que o cenário que pode ser constatado por uma análise perfunctória de nossos indicadores sociais e econômicos per capita. Como modesto aprendiz de sociologia histórica, sempre fui propenso a analisar essas insuficiências no contexto mais vasto do processo mundial de desenvolvimento econômico dos povos e nações desde o final do século XIX, ou seja, desde quando se confirmou aquela tendência que os historiadores econômicos chamam de Grande Divergência, no bojo da primeira revolução industrial. Este é o contexto básico, historicamente enquadrado, no qual se situa a emergência do Brasil, enquanto Estado independente, na conjuntura global do sistema internacional, ou seja, aquele da primeira revolução industrial iniciada na Grã-Bretanha de meados do século XVIII e já plenamente configurada como a nação mais avançada do planeta por ocasião das guerras napoleônicas.
Ora, o mundo já se encontra na quarta ou na quinta revolução industrial e caminha para um período de relativa convergência entre os diferentes grupos de países, mesmo algumas antigas colônias dos impérios europeus da era moderna. A convergência é mais evidente no caso da Ásia Pacífico do que em outros países da periferia... (...)
(...)
Os elementos sistêmicos, ou estruturais, alinhados nesta última seção são os que faltam ao Brasil para que ele se converta em país desenvolvido, com uma diminuição sensível dos elevados níveis, altamente iníquos, de desigualdade social e de pobreza não justificadas por falta de recursos ou de um Estado funcional. Ou seja, como já disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil não é um país pobre, mas sim um país com muitos pobres. Isto é evidente tendo em conta seu nível relativamente satisfatório de industrialização, o avanço de sua agricultura, que se tornou altamente competitiva no plano mundial, e igualmente no plano de sua organização estatal, bastante moderna no contexto dos países emergentes, o que justificaria, uma etapa de prosperidade social e patamares de renda e de desenvolvimento humano relativamente satisfatórios, o que, no entanto, não se confirma na prática. Não se poderá lograr as reformas apontadas simultaneamente, sobretudo em meio à pandemia que afeta o mundo inteiro atualmente. Mas não cabe perder de vista o que é relevante para o futuro do país. Meu foco continua dando ênfase a esses objetivos estratégicos para o futuro da nação.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 19/06/2020
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