Trajetórias quase Toynbeeanas
Paulo Roberto de Almeida
Poucas vezes na história um grande Império bate contra um muro e se esboroa sozinho. Geralmente os fatores de declínio são de pequeno impacto, mas cumulativos, reduzindo no longo prazo a capacidade de adaptação a novas circunstâncias e condicionantes que vão se acumulando inevitavelmente como resultado de pequenas e grandes inovações próprias ou trazidas do exterior. Mas, o excesso de poder de algum dirigente mais poderoso, e autoritário, pode acelerar o processo, de adaptação e sobrevivência, ou de declínio e estagnação.
É isso que vimos ao longo da história, com grandes e médios impérios.
Alguns duraram centenas de anos, como o império romano, o chinês, o otomano. Outros não ultrapassaram uma dúzia de anos, como o Reich nazista, destruído pela própria ambição de um imperador demencial.
Seria o caso do Império americano sob Trump? Poderia ser. Mas o sistema desenhado pelos “pais fundadores” impõe limites à condução do país pelo mesmo dirigente: é isso que salvará os Estados Unidos do declínio agora em curso por causa de um candidato a imperador especialmente imbecil.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 6 dezembro 2025