Apresentação, pela própria Biblioteca do Itamaraty, de meu perfil biográfico-diplomático (ou seja, sem a parte acadêmica, igualmente importante), e uma relação sumária de meus próprios livros, embora ainda incompleta. Transcrevo:
“Publicado em 01/03/2023 12h20
Paulo Roberto de Almeida nasceu a 19/11/1949 em São Paulo, filho de João de Almeida e Laura Augusta de Almeida. Entre 1969 e 1970, cursou Ciências Sociais (2 anos), na Faculdade de Letras, Ciências Humanas e Filosofia da Universidade de São Paulo. Em 1975, licencia-se em Ciências Sociais pela Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Bruxelas, tendo apresentado dissertação intitulada Idéologie et Politique dans le Développement Brésilien, 1945-1964 (inédita). Em 1976, obtém o título de Mestre em Planejamento Econômico pelo Colégio dos Países em Desenvolvimento da Universidade de Estado de Antuérpia, com a tese Problèmes Actuels du Commerce Extérieur Brésilien: une évaluation de la période 1968-1975 (inédita).
Em 1977, ingressa na carreira diplomática. Entre 1977 e 1979 atua como Terceiro Secretário na Divisão da Europa Oriental. Em seguida, de 1979 a 1982, na qualidade de Terceiro e Segundo Secretário, exerce a chefia dos setores Econômico e de Promoção Comercial na Embaixada em Berna. De 1982 e 1984, na Embaixada em Belgrado, atua também como chefe do Setor de Promoção Comercial. Em 1985, removido para Brasília, atua como Primeiro Secretário, lotado na Secretaria de Relações com o Congresso. A seguir, de 1986 a 1987 é nomeado Assessor do Sub-Secretário-Geral para Assuntos Políticos Multilaterais. Promovido a Conselheiro em 1987, atua como Encarregado de Negócios a.i. na Delegação do Brasil para o Desarmamento e os Direitos Humanos em Genebra.
Ainda em Genebra, atua como Chefe do Setor de Ciência e Tecnologia na Delegação Permanente do Brasil junto ao Escritório das Nações Unidas e das Organizações Internacionais entre 1987 e 1990. De 1990 a 1992, é o Representante Alterno na Delegação Permanente do Brasil junto à ALADI, em Montevidéu. Entre 1993 e 1995, foi nomeado Chefe dos Setores Econômico e da OCDE, na Embaixada do Brasil em Paris. De volta a Brasília, entre 1996 e 1999, é indicado Chefe da Divisão de Política Financeira e de Desenvolvimento, Ministério das Relações Exteriores. De 1999 a 2003, atua como Ministro-Conselheiro na Embaixada do Brasil em Washington, encarregado dos setores financeiro, científico-tecnológico, cultural, acadêmico e educacional. Entre 2003 e 2006 é nomeado Assessor Especial do Chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. De 2013 a 2015, foi o Cônsul Geral Adjunto no Consulado Geral em Hartford. De 2019 até sua aposentadoria em 2021, foi lotado na Divisão de Arquivos e Comunicações.
Uma seleção de seus livros publicados segue abaixo:
- Apogeu e demolição da política externa brasileira: reflexões de um diplomata não convencional (Brasília: Diplomatizzando, 2020) NC: 327(81)"2021" A447a
- Uma certa ideia do Itamaraty: a reconstrução da política externa e a restauração da diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2020, 169 p.);
- Um contrarianista na academia: ensaios céticos em torno da cultura universitária (Brasília: Diplomatizzando, 2020; 363 p.);
- A ordem econômica mundial e a América Latina: ensaios sobre dois séculos de história econômica (Brasília: Diplomatizzando, 2020, 308 p.);
- O Mercosul e o regionalismo latino-americano: ensaios selecionados, 1989-2020 (Edição Kindle, 453 p.)
- Marxismo e socialismo: trajetória de duas parábolas da era contemporânea (Brasília: Edição de Autor, 2019);
- Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (Boa Vista: Editora da UFRR, 2019); NC: 321.02(81) A447
- Contra a Corrente: ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil, 2014-2018 (Curitiba: Appris, 2019);
- A Constituição Contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 (São Paulo: LVM, 2018); NC: 929:330(81) A447c
- O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Appris, 2017); NC: 929(Campos, R.) A447
- Révolutions bourgeoises et modernisation capitaliste: démocratie et autoritarismo au Brésil (Sarrebruck: Éditions Universitaires Européennes, 2015); NC: 321.7(81) A447
- Die brasilianische Diplomatie aus historischer Sicht: Essays über die Auslandsbeziehungen und Außenpolitik Brasiliens (Saarbrücken: Akademiker Verlag, 2015); NC: 327(81) A447
- Nunca Antes na Diplomacia…: a política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Appris, 2014); NC: 327(81) A447n
- Integração Regional: uma introdução (São Paulo: Saraiva, 2013);
- O Príncipe, revisitado: Maquiavel para os contemporâneos (Kindle edition: 2013);
- Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização (Rio de Janeiro: GEN, 2012);
- Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização (Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011);
- O Moderno Príncipe (Maquiavel revisitado) (Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2010);
- O estudo das relações internacionais do Brasil: um diálogo entre a diplomacia e a academia (Brasília: LGE, 2006);
- Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (São Paulo: Senac, 2001; 2005);
- Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (São Paulo: Paz e Terra, 2002);
- Mercosul: Fundamentos e Perspectivas (São Paulo: LTr, 1998).”
(Fim de transcrição; relação de livros incompleta.)
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O final da biografia termina sumariamente por esta singela informação: “De 2019 até sua aposentadoria em 2021, foi lotado na Divisão de Arquivos e Comunicações.”
Essa foi a distinção que recebi, ser lotado numa obscura Divisão dos Arquivos (um ambiente que sempre apreciei), sob a direção de um primeiro secretário, depois de ter sido Diretor do IPRI (de agosto de 2016 a març de 2019, o que não consta da Nota), lotação por vingativa iniciativa do então chanceler acidental, um patético personagem do mais do que patético desgoverno, o mais bizarro de toda a história republicana, que terminou criminosamente com uma aventura golpista, felizmente frustrada. (PRA)