O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

A pergunta da semana (talvez do mes, quem sabe do ano?)

Is Lula Trying to Meet Every Despot in the World?

Matéria de Joshua Keating na Foreign Policy online (Wednesday, July 7, 2010)

Lula's latest dodgy friend

As part of what seems like a quest to get in a good photo-op with every one of the world's most despotic leaders before the end of his presidency, Brazilian President Luiz Inacio Lula Da Silva stopped in Equatorial Guinea yesterady for a meeting with President Teodor Obiang Nguema Mbasogo:

"Both presidents expressed their agreement to safeguard democratic principles, cooperate against organized crime and to combat other challenges facing both nations. President Obiang was pleased with the support of the Government of Brazil concerning the candidacy of Equatorial Guinea as a full member of the Community of Portuguese Language Countries (CPLP). President Obiang hoped that Equatorial Guinea would become a member of the Community in time for the next CPLP Summit to be held July 2011 in Luanda, Angola."

The two countries issued a Joint Communique, highlighting the good relations that exist between the two and called upon developed countries to "ensure that measures taken to remedy the worldwide economic crisis not affect the economies of developing countries."

As George Ayittey wrote in our most recent print issue, Obiang has been a kind of one-man economic crisis for Equatorial Guinea, having reportedly amassed a personal fortune of over $600 million off his country's massive oil reserves while his country remains one of the poorest in the world.

Responding to questions about the trip in the Brazilian press, Foreign Minister Celso Amorim replied, "business is business." But al Jazeera's Gabiel Elizondo seems broader aspirations in Lula's recent trips to Africa, which have taken him to an astounding 25 of the continent's 53 countries:

As the clock ticks down on Lula's term as president, it is becoming increasingly clear that he wants to play a large role on the international stage and his frequent trips to Africa as president will probably help shape his post-presidency life

He recently acknowledged this, saying that he will be looking for opportunities to work against poverty and hunger, particularly in Latin America and Africa.....

There has been some talk about Lula being a perfect fit to lead the UN's Food and Agricultural Organization (FAO), or to take on a special envoy role with Africa. He most certainly will start a foundation, possibly run by Amorim, his foreign minister.

But, whatever the future might hold for Lula after his presidency expires, it is a good bet it will involve work directly with the African continent - after all, he has an authentic knowledge of the continent like few other non-African leaders.

On the other hand, doing business with leaders like Obiang is not necessarily the best place to start combating African poverty.

domingo, 20 de junho de 2010

Contra Saramago

Todos os políticos oportunistas, todos os líderes demagogos, todos os pretensos "intelequituais" de pacotilha se reunem atualmente em Lisboa, para prestar as últimas homenagens ao escritor português José Saramago, prêmio Nobel de Literatura e autor de vasta obra de sucesso editorial.
Não consigo prestar homenagem a um idiota como ele, aliás um cúmplice de ditaduras e de sistemas anacrônicos, que foram diretamente responsáveis pela morte de milhões de pessoas.
A hipocrisia de todos esses políticos oportunistas e literatos de araque não me convence nem um pouco, nem sobre as pretensas qualidades de sua obra - que sempre achei rebarbativa e inutilmente complicada, apenas para épater os ingênuos -- nem sobre suas qualidades -- aliás, falta de -- como homem e cidadão.
Uma pessoa como ele, supostamente bem informado -- e se não era, deveria ser, pois que meios nunca lhe faltaram -- e que escolhe, deliberadamente, apoiar as piores ditaduras do planeta apenas porque estas eram, supostamente, anticapitalistas e anti-imperialistas -- uma farsa total -- deve ser uma pessoa ou muito mal informada, ou supremamente idiota, ou então, um canalha total, dotado de má-fé suficiente para continuar aderindo a velhas crenças -- que nós todos tivemos ao redor dos anos 1950 e 1960 -- até que os crimes terríveis dos regimes totalitários foram revelados.
Quem escolhe, a despeito de todos esses crimes, continuar apoiando regimes celerados e liberticidas é porque não tem nenhum princípio e nenhum valor humanista, é porque continua a ser um idiota total, ou um criminoso como os líderes que ele apoia, entre eles Fidel Castro.
Uma pessoa assim não pode receber sequer um gesto de cortesia de minha parte.
Apenas posso dizer: foi um bom escritor?, talvez, muito bem, passe bem, até logo.
Foi um bom cidadão: NÃO, jamais, pois foi um cúmplice deliberado e voluntário das ditaduras, um idiota assumido, passe bem, adeus.
O mundo das letras pode até sentir falta de seu estilo rebarbativo. Eu não.
O mundo dos direitos humanos está livre de um idiota aliado das ditaduras. Menos um...
Paulo Roberto de Almeida

Addendum: Parece que este post incomodou alguns, que se sentiram pessoalmente ofendidos, e preocupou outros, que me escreveram para dizer que eu poderia ser processado por dano moral.
Aos primeiros eu diria que, em lugar de me ofender, eles são inteiramente livres de escrever algum texto em homenagem ao autor em questão. A internet está cheia de bobagens publicadas, algumas até mesmo divulgadas aqui.
Aos segundos, eu diria que nada do que escrevi é uma mentira: Saramago continuava se apresentando, até o final da vida, como um comunista, e se equivocando de lado nas grandes questões morais dos direitos humanos e das liberdades políticas.