O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Estrangulamento economico?: a lenta deterioracao das transacoes externas - Editorial Estadao

Um editorial do Estadão, de uma semana atrás, mas que traduz muito bem os problemas atuais da frente externa.
Independentemente dos números, os problemas são derivados de três fatores:
1) baixa competitividade das empresas industriais brasileiras por excesso de tributação;
2) baixa competitividade do Brasil, como um todo, pela logística e infraestrutura deficientes;
3) diplomacia caolha, que não soube fazer avançar a política comercial para acordos significativos.
O resto é incompetência, mesmo...
Paulo Roberto de Almeida

O rombo oculto do comércio

03 de julho de 2013 | 2h 05
EditoriO Estado de S.Paulo
O buraco de US$ 3 bilhões no comércio exterior, o pior resultado no primeiro semestre em 18 anos, foi menos feio que o resultado real mascarado nas contas oficiais. De janeiro a junho, as exportações de manufaturados, no valor de US$ 42,77 bilhões segundo o governo, foram infladas com vendas fictícias, no valor de US$ 2,43 bilhões, de plataformas para extração de petróleo. Só em junho esse tipo de operação proporcionou uma receita meramente contábil de US$ 1,63 bilhão. Esse valor corresponde a dois terços do superávit comercial de US$ 2,39 bilhões registrado no mês pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A melhora efetiva na conta comercial, depois de um semestre de resultados muito ruins, foi bem mais modesta do que poderia parecer à primeira vista e combina muito com o desempenho ainda fraco da indústria.
Mesmo inflada pela exportação fictícia de plataformas, a receita das vendas externas, de US$ 114,52 bilhões de janeiro a junho, ainda foi 0,7% menor que a dos primeiros seis meses de 2012. Ao mesmo tempo, o gasto com importações, de US$ 117,52 bilhões, foi 8,4% maior que o de um ano antes. Houve alguma reação em junho, mas bem menos notável que a indicada pelos números oficiais.
Descontado o valor da plataforma (US$ 1,63 bilhão), a receita do mês ficaria reduzida a US$ 19,6 bilhões e seria apenas 1,29% maior que a de um ano antes. A variação teria sido menor 1,5% que a das compras externas. As importações começaram a crescer mais que as exportações em 2007. Essa tendência foi interrompida na recessão, mas logo ressurgiu.
A erosão do superávit comercial, mais acentuada a partir de 2011, resultou de vários fatores com pesos diferentes em diferentes momentos. A valorização do real encareceu as exportações e barateou as importações. Isso resultou em parte da grande oferta de dólares, mas a inflação acentuou o desajuste cambial. Custos importantes, como o da mão de obra, reduziram o poder de competição dos produtores nacionais.
Mesmo sem o aumento real dos salários, no entanto, os exportadores já estariam em desvantagem, por causa da tributação e dos problemas de logística, para citar apenas dois fatores de grande relevância. Além disso, erros diplomáticos dificultaram o acesso dos produtores a mercados do mundo rico e tornaram o comércio brasileiro muito dependente do Mercosul, de alguns compradores da vizinhança e da China.
Uma das consequências dos vários erros cometidos pelo governo - na diplomacia e na política interna - foi a dependência crescente das exportações de commodities, isto é, de produtos básicos e semimanufaturados. Neste ano, as vendas desses dois tipos de produtos, embora menores que as de um ano antes, ainda proporcionaram, em conjunto, 60,4% da receita de exportações. As exportações de manufaturados (37,3% do valor total) aumentaram 0,4%, mas graças, em grande parte, à receita contábil das operações com as plataformas.
A piora da conta comercial é evidente, apesar da confusão introduzida nos números pelas estranhas práticas do governo. Parte das importações de combustíveis e de lubrificantes de 2012 só apareceu nos registros neste ano. Nesse caso, a distorção foi limitada, porque as compras ocorreram e acabariam entrando nas contas. A distorção mais grave é a das exportações fictícias permitidas pelo Repetro, regime especial criado nos anos 90 e reformulado várias vezes na década seguinte.
Por esse regime, uma empresa do setor de equipamentos para petróleo pode realizar uma exportação meramente contábil para uma subsidiária da Petrobrás. Esse mesmo equipamento é em seguida usado no Brasil mediante aluguel. O sistema foi criado para reduzir a tributação paga pela Petrobrás e por outras companhias dedicadas à pesquisa e extração de petróleo e gás.
No mercado financeiro, a projeção mais recente é de um superávit comercial de US$ 6 bilhões, menos de um terço do obtido em 2012, de US$ 19,41 bilhões. No começo do ano, projetava-se um saldo de US$ 15 bilhões.

Agendas confusas para um governo mais que confuso, atarantado - Celso Ming

Em defesa do governo

11 de julho de 2013 | 2h 07
CELSO MING - O Estado de S.Paulo
A ideia do PT para as manifestações de hoje, no "Dia Nacional de Lutas" convocado pelas centrais sindicais, seria aproveitar a oportunidade para fazer a defesa do governo. Seria dar uma resposta aos protestos populares de rua que tomaram o País desde o início de junho. Mas, afinal, quais seriam as bandeiras que poderiam ser defendidas hoje, como quer o PT?
A primeira reação da presidente Dilma às manifestações, que ficou sem defesa, foi o lançamento de um conjunto de cinco pactos nacionais, que ninguém mais lembra quais são, até porque o governo não os vem retomando. Ah, sim, o primeiro da lista é o Pacto Fiscal. Mas, como brandir palavra de ordem pelo pacto fiscal, se esta é uma das políticas mais questionadas do governo, especialmente a partir de dezembro, quando inventou e aplicou sobre as contas públicas a tal contabilidade criativa?
A segunda resposta da presidente Dilma à crise nasceu morta. Foi a ideia da criação de uma Constituinte com plenos poderes para definir uma reforma política. Não haverá nenhum cartaz com essa proposta.
A que veio quase junto com essa foi a convocação de um plebiscito, com o objetivo de colocar em vigor uma reforma política ainda antes das eleições do ano que vem. Embora viesse sendo sustentada como "ponto de honra do PT", a ideia foi enterrada pelo Congresso.
Vai ser difícil também incluir na agenda das lutas sindicais a contratação de milhares de médicos estrangeiros e a imposição de trabalhos forçados por dois anos aos formandos em Medicina, como acaba de anunciar o governo.
Bandeira popular poderosa é o "diga não à inflação". A escalada dos preços foi um dos principais fatores que mobilizaram tanta gente. A reivindicação pelo fim do reajuste dos transportes coletivos está intimamente relacionada aos estragos no poder aquisitivo provocado pela forte alta de preços. No entanto, como dizer não à inflação sem exigir enormes mudanças na política econômica? Ninguém mais é capaz de sustentar que a inflação brasileira seja causada por fontes externas. A crise global colocou a inflação no chão. A inflação brasileira é coisa nossa e tem a ver com mazelas nossas, especialmente com a política fiscal expansionista do governo, como vem repetindo o Banco Central do Brasil.
E aí chegamos à última hipótese: a de que o Dia Nacional de Lutas saia em defesa da atual política econômica, ou seja, da "Nova Matriz de Política Econômica" colocada em prática pelo governo Dilma. Ocorre que, pela qualidade dos seus frutos, já sabemos que esta é uma árvore má, difícil de defender. Produziu a conhecida sucessão de pibinhos, atirou a inflação no teto da meta, provocou rombos enormes nas contas externas e deixou a indústria de cócoras. Estragos demais para contrapor aos propalados gols a favor: consumo robusto, pleno emprego e desempenho estupendo do agronegócio, que os companheiros do PT não apreciam.
Quer dizer, ou o Dia Nacional de Lutas retomará temas sindicais, como a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário, ou repetirá as bandeiras das manifestações populares e, então, a política econômica será criticada. Ficará complicado apoiar a agenda da presidente Dilma.

Antes, e agora... Bons tempos?

Sem palavras, ou melhor, antes poucas, agora muitas...


O Brasil a caminho do fascismo corporativo?: mafia sindical e pelegos tentam enquadrar o Brasil...

Blog do Augusto Nunes, 11/07/2013

Em vez dos cartazes de cartolina com dizeres manuscritos – NÃO SÃO SÓ 20 CENTAVOS, QUEREMOS HOSPITAIS PADRÃO FIFA, TOLERÂNCIA ZERO PARA A CORRUPÇÃO e várias reivindicações bem humoradas –, banners, a grande maioria vermelhos, com slogans como “O petróleo é nosso”, “Não à terceirização”, e “Pela taxação das grandes fortunas”. Em vez das bandeiras do Brasil e das caras pintadas de verde e amarelo, estandartes da CUT, da Força Sindical, do Sindicato dos Comerciários, do PSOL, da UNE, do PSTU, do MST e de dezenas de partidos e movimentos sociais. Em vez de palavras de ordem cantadas em coro, berros individuais vindos do carro de som.

Nesta quinta-feira, todas as bandeiras que haviam desaparecido – ou sido expulsas – das ruas nas manifestações que tomaram conta do país desde 6 de junho reapareceram na Avenida Paulista atendendo à convocação das centrais sindicais engajadas no Dia Nacional de Luta com Greves e Mobilizações. Em compensação, a população apartidária sumiu – e o 11 de julho foi marcado por mais do mesmo: os mesmos discursos inflamados contra o capitalismo, a direita golpista, a Rede Globo e outros inimigos de sempre.
Ao contrário do que se via nas manifestações anteriores a pretendida greve geral desta quinta-feira teve mais bandeiras de centrais sindicais e partidos do que manifestantes. Os discursos no carro de som não provocavam nem aplausos nem vaias. E gritos de guerra como “eu, sou brasileiro, com muito orgulho”, que os dirigentes tentaram puxar mais de uma vez, morriam antes da segunda frase – nada a ver com os hinos entoados durante os protestos do Movimento Passe Livre, que contagiavam multidões.
O acordo intersindical que excluiu o “Fora Dilma” da pauta de reivindicações parece ter dado certo. Ainda assim, as bandeiras do PT eram as mais envergonhadas – e tanto Dilma quanto Lula não escaparam de críticas no asfalto e no palanque. Enquanto Ana Luiza, que disputou a prefeitura de São Paulo pelo PSTU clamava “contra a política econômica do governo Dilma, contra Alckmin e contra Haddad”, um representante do recém nascido Partido Pátria Livre (PPL) fez questão de “saudar o PT e saudar o Lula” nos três minutos a que teve direito no serviço de som. Algumas faixas chamavam José Eduardo Cardozo de Ministro da Injustiça e exigiam o mesmo reajuste salarial concedido aos ministros.

Se o objetivo das centrais era pegar carona na revolta da rua, elas podem considerar-se derrotadas. O contraste entre as duas manifestações foi tão gritante que apenas escancarou o abismo entre o que quer a população e o que lhes oferece quem está no poder (seja nos governos, nos partidos ou nos sindicatos), entre uma forma nova de expressar-se e outra completamente ultrapassada, entre o autêntico e o artificial. Embora se apresentem como representantes do povo, povo era o que menos se via entre as pouco mais de cinco mil pessoas que ocuparam duas quadras da avenida mais emblemática de São Paulo.
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Coluna do Ricardo Setti, 11/07/2013
 às 10:09 \ Política & Cia

GREVE: oportunistas e descarados, aliados do lulopetismo se misturam à greve geral para não ficar atrás dos movimentos populares de protesto — e fingem que os protestos populares não vêm sendo contra o governo que apoiam

Grevistas interrompem tráfego na Rodovia Raposo Tavares, que liga São Paulo ao oeste do Estado e ao norte do Paraná: fator previdenciário foi incluído para fingir que os protestos populares não têm se voltado contra o governo (Foto: Leo Pinheiro / Futura Press)
Amigas e amigos, está no site do Estadão de hoje:
“Temendo que o “Dia Nacional de Lutas”, que pretende paralisar São Paulo nesta quinta-feira, 11, centrais sindicais acertaram ontem que apresidente Dilma Rousseff deverá ser poupada de críticas ácidas em palanque unificado na Avenida Paulista”.
É claro que Dilma NÃO será poupada em inúmeras das manifestações que já se espalham por todo o país hoje. E também é certo que o dirigente da central sindical hoje opositora do governo — mas que, até há pouco tempo, adorava governos em geral –, deputado Paulinho da Força (PDT-SP), anunciou cartazes de “Fora, Dilma” dizendo que “o trabalho” da Força Sindical é ”empurrá-la para o buraco”.
Mas o fato é que essa greve de hoje, o “Dia Nacional de Luta”, está sendo espertamente convocada por centrais sindicais, como a CUT, e outras forças vassalas do lulopetismo para, de forma oportunista e descarada, FINGIR que há outras questões na mesa que não as que caem, obrigatoriamente, no colo do governo que apoiam.
Uma delas seria o fim do fator previdenciário, aquela providência que procura esticar o tempo de permanência dos trabalhadores na ativa de forma a aliviar as contas da Previdência, compensando-o, porém, com uma aposentadoria melhor na hora de parar. O Congresso pode mudar isso, se quiser. Ou seja, não é algo que possa ser atribuído ao governo Dilma.
Enfiaram também no movimento protestos contra a Rede Globo e outros itens, tudo para disfarçar que protagonizam, a CUT e outras forças pró-lulopetismo, como os malandros e picaretas da UNE biônica e sem-voto, uma estranhíssima greve a favor!
Estão fazendo greve para não ficar atrás dos movimentos populares de protesto que, inevitavelmente, caminharam para uma gritaria geral contra a corrupção (começando pela exigência de cadeia para os condenados pelo mensalão lulopetista), contra os desmandos, contra a inflação, contra os péssimos serviços médicos prestados à população, contra a má qualidade do ensino público — tudo coisa do governo!
Claro que há clamores generalizados contra os políticos, de todos os partidos, mas o grosso da conta está sendo espetada, nas manifestações que mobilizaram milhões, na conta de quem efetivamente: a turma que se encastelou no poder há dez anos e meio, deixou a corrupção grassar, realizou alianças espúrias no Congresso, largou mão da inflação, fez o país perder uma gigantesca oportunidade de dar um salto na economia – que exibe índices chinfrins de crescimento –, descuidou-se vergonhosamente da infraestrutura, fez explodir os custos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014, não sabe negociar eficazmente no comércio exterior e isola o Brasil dos grandes acordos de livre comércio em curso no mundo e realiza uma política externa dissociada dos nossos verdadeiros interesses e verdadeiros e tradicionais aliados.

Chefe da quadrilha quer silenciar companheiro moderado: totalitarios inconformados...

O jornal Correio do Brazil é um instrumento pessoal do chefe da quadrilha para tentar reverter sua situação desesperada, e colocar todo o partido, que já tem tendências totalitárias a serviço de sua causa perdida, que é a de transformar o Brasil, como país, em instrumento servil dos companheiros totalitários, como ele.
A matéria abaixo é um reflexo dessa tentativa de isolar um ministro companheiro que pecou por não partilhar da mesma vocação ditatorial dos seus companheiros de partido.
Paulo Roberto de Almeida

Centrais sindicais consideram Paulo Bernardo ‘desastroso’

Correio do Brasil, 11/7/2013 10:55
Por Felipe Bianchi - de São Paulo

ABr
O ministro das Telecomunicações, Paulo Bernardo, sofreu duras críticas das centrais sindicais
Em entrevista realizada nesta capital, a respeito das preparações para as manifestações realizadas ao longo deste 11 de julho, as centrais sindicais criticaram a atuação do ministro Paulo Bernardo à frente da pasta das Comunicações. Para os representantes dos trabalhadores, o ministro tem dado declarações que representam apenas suas posições individuais, nitidamente contrárias à democratização da mídia.
A roda de perguntas, mediada por Rita Casaro, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, contou com a presença do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas; do vice-presidente, Nivaldo Santana (vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); do diretor-executivo da Força Sindical, Claudio Prado; do presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas; e do presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto.
Apesar da mobilização para as paralisações, greves e manifestações nacionais programadas para o 11 de Julho ser a pauta principal da atividade, transmitida pela TVT, os representantes das centrais foram tachativos ao serem questionados sobre a atuação de Paulo Bernardo e do Ministério das Comunicações. O papel partidarizado da grande imprensa brasileira e a importância da mídia alternativa para a agenda sindical também foram abordados.
De acordo com Wagner Freitas (CUT), Bernardo bate de frente com as deliberações feitas pelo partido e, inclusive, pela própria CUT, entidade da qual o ministro é oriundo.
– Suas posições não refletem nada do que discutimos sobre o tema, afinal, somos favoráveis à criação do marco regulatório do setor – diz, salientando que “suas declarações mais recentes são patéticas”. Recentemente, Bernardo concedeu entrevista às páginas amarelas da revista semanal de ultradireita Veja, declarando ser contrário à regulação e ganhando o apelido de “bom petista” por parte da revista.
Para Ubiraci Dantas (CGTB), Bernardo é um cidadão “que jogou a toalha”. Em sua avaliação, o ministro faz um “desserviço” à comunicação: “Ele está no caminho contrário da democratização, ao entregar o setor para os grandes empresários, atrasando e boicotando a luta pela regulação.”
O papel da mídia na cobertura do 11 de julho também foi debatido pelos representantes das sindicais. Houve consenso de que os grandes veículos tentarão distorcer o sentido das manifestações.
– É comum reunirmos dezenas de milhares de pessoas e não sair uma linha na mídia, mas quando diz respeito aos seus interesses, uma dezena de pessoas basta para deem destaque – opina Nivaldo Santana (CTB), que prevê uma “desqualificação gritante” quanto aos atos nacionais.
Os sindicalistas celebraram a importância da mídia alternativa, que faz contraponto à visão única sustentada pelos grandes conglomerados de comunicação. A imprensa sindical, como a TVT e a Agência Sindical, por exemplo, já está preparada para a cobertura em tempo real das manifestações do 11 de julho.
Pauta trabalhista
A unidade das centrais sindicais para as manifestações nacionais foram a tônica da entrevista coletiva. Todos os representantes destacaram a importância da pauta unitária para destravar a pauta trabalhista no governo, que não avança e, pior, vê grandes possibilidades de retrocesso. De acordo com Wagner Freitas, a intenção é “forçar o governo a atender às demandas”, destacando “o fim do fator previdenciário, fim da terceirização e redução da jornada de trabalho sem redução do salário, além de outras pautas periféricas”.
– Não é um ato das centrais sindicais, mas sim dos trabalhadores e trabalhadoras, chamados pelas centrais para se manifestarem, em um único rumo, a defenderem seus direitos – avalia.
Claudio Prado, da Força Sindical, destaca o Projeto de Lei 4330 como um dos principais alvos da manifestação.
– O PL 4330 foi feito por um dos maiores empresários do país. O que será que ele defende? – questiona.
A situação, na avaliação dos sindicalistas, é um golpe aos direitos dos trabalhadores, pois terceiriza o trabalhador, reduzindo seu salário e minando seus direitos.
Antonio Neto (CSB) e Nivaldo Santana (CTB) argumentam que, diferentemente das recentes manifestações de rua do país, o 11 de Julho tem pauta definida – “a defesa dos interesses dos trabalhadores” – e direção.
– Creio que será a maior mobilização sindical do Brasil nos últimos 10 anos – aposta Santana.
Segundo Ubiraci Dantas (CGTB), existe uma situação emergencial, que está na pauta unificada das centrais.
– Não se trata de um Fora Dilma, pelo contrário: estamos propondo guinada de direção dentro do próprio governo, com propostas ao invés de pedras na mão – opina.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Cenario preocupante: uma ministra que nao entende de economia no Brasil

Essa ministra é aquela que disse, uma vez, que a revisão do Tratado de Itaipu, feita pelo governo do PR e que triplicou os pagamentos ao Paraguai, "não iria custar nada ao povo brasileiro, pois os aumentos seriam cobertos pelo Tesouro". Por aí vocês podem constatar seus "conhecimentos" de economia...
Paulo Roberto de Almeida

Cenário

Gleisi rebate revisão do PIB e diz que Brasil  'dispensa receituário' do FMI

No documento, o FMI considera "um equívoco" a adoção de novos estímulos à economia

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, anuncia o novo salário mínimo
A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, rebate críticas do FMI à política fiscal (Alan Marques/Folhapress)
Em resposta à revisão para baixo da projeção de crescimento econômico para o país, feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse nesta quarta-feira, que o governo brasileiro "dispensa o receituário" da entidade. No documento, o FMI considera "um equívoco" a adoção de novos estímulos à economia. "O FMI tem todo direito de fazer previsão sobre as economias dos países. Mas dispensamos as sugestões e receituário para medidas adotadas pelo Brasil", assinalou Gleisi.
A ministra apontou pelo menos três motivos para dispensar as sugestões do Fundo. O primeiro é básico: "não há relação do Brasil com o FMI". "Aliás, ao contrário. Somos credores do Fundo, nada mais devemos a eles", acrescentou Gleisi. Todas as vezes que o Brasil aplicou medidas indicadas pelo FMI, o país, segundo ela, enfrentou "recessão, desemprego e dor do povo brasileiro".
Ela reafirmou que o governo da presidente Dilma Rousseff "tem compromisso com a estabilidade fiscal" e assegurou: "Não trabalhamos com política fiscal frouxa. Trabalhamos com política anticíclica. Foi o que fizermos na crise de 2008 e é o que estamos fazendo agora."
A ministra também reagiu à argumentação do FMI de que o governo, com a inflação acima do teto da meta, deveria abandonar qualquer estímulo monetário adicional. O IPCA acumulado nos 12 meses encerrados em junho está em 6,7%, enquanto a meta inflacionária prevê 4,5%, com tolerância de 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo.
"O que se esgotou foi a política que eles apregoam. Uma política que já está e se provou ultrapassada", reagiu Gleisi. "Aonde estava o FMI na crise de 2008? As agências de rating ameaçaram o Brasil, sendo que um mês antes da crise de 2008 tinham dado uma nota alta para uma instituição financeira que quebrou (Lehman Brothers).
(Com Estadão Conteúdo)

Uma unica certeza: vai piorar - Carlos Alberto Sardenberg

ECONOMIA

Vai piorar

Carlos Alberto Sardenberg
O Globo, 11.07.2013
Deu na coluna de ontem do Ilimar Franco (Panorama Político): prefeitos relataram que estão com dificuldade de contratar empresas de ônibus; as concessionárias não têm se habilitado às licitações. Alegam que vão perder dinheiro, pois se tornou inviável aumentar o preço das tarifas.
Ou seja: o transporte urbano vai piorar nessas cidades, mesmo que as prefeituras assumam o serviço. Nesse negócio, o setor público gasta mais e entrega menos.
Deu no “Valor” de terça: o Ministério dos Transportes vai dispensar as concessionárias de rodovias federais de novos investimentos. É uma forma de compensar a suspensão do reajuste de pedágios, única fonte de receita das empresas.
Ou seja, uma violação de contrato (a suspensão dos reajustes) compensada por outra (investimentos cancelados). As estradas vão piorar e os programas de privatização de infraestrutura estarão prejudicados por mais uma insegurança jurídica.
Imagino que terá gente dizendo: estão vendo? Os manifestantes fazem aquela baderna e dá nisso, tudo piora.
É um erro de julgamento, claro. Muita coisa, de fato, pode piorar, mas a culpa não será dos manifestantes. Será dos políticos que estão no poder — federal, estaduais e municipais — que não sabem como responder à demanda das pessoas. Esses manifestantes, na verdade, serão vítimas duas vezes: na primeira, pelo uso dos serviços ruins; na segunda, pela piora dos serviços em consequência da inépcia dos governantes.
Nenhuma pessoa normal é obrigada a saber a planilha de custos de um serviço público, seja de uma viagem de ônibus ou de um atendimento no posto de saúde. Mas qualquer pessoa sabe se o serviço é bom ou ruim. Os manifestantes reclamaram do que percebem como ruim. Também reclamaram do preço que pagam, quer diretamente, via tarifas, quer indiretamente, via impostos.
(Aqui, aliás, tem um fato curioso: nos últimos anos, aumentou o número de trabalhadores com carteira assinada, ou seja, o número de pessoas que podem ver no contracheque o quanto pagam para os governos.)
Cabe aos políticos/governantes saber exatamente quanto custa o serviço e, mais importante, quem vai pagar a conta.
Parece óbvio, mas tem muito governante que não sabe. Muitos prefeitos, governadores e ministros que cancelaram reajustes disseram que iam passar um pente-fino nas tarifas para procurar (e cortar) gorduras ou, tese preferida, excesso de lucros dos concessionários. Mas só desconfiaram disso agora? Esta não é uma questão política, mas técnica.
Política é a decisão sobre o que fazer depois que se sabe o custo: para quem mandar a conta? Só há duas possibilidades: paga o usuário direto do serviço (pelo bilhete do ônibus, pela consulta ou pela mensalidade) ou paga o contribuinte que recolhe impostos, seja ou não usuário.
Numa estrada com pedágio, quem paga é o motorista que trafega por lá. Se não há pedágio, se a estrada é mantida pelo poder público, então um cidadão que compra uma garrafa de cerveja e morre com ICMS, IPI e tudo o mais está ajudando a financiar a rodovia, mesmo que nunca passe por ela.
Em tese, parece mais justo, sempre, que o usuário pague. E pensando longe, se todos os serviços públicos fossem remunerados pela pessoa que os utiliza, a carga tributária geral poderia ser reduzida expressivamente.
Mas não é simples assim. No caso dos pedágios, a situação, de fato, é mais fácil de elaborar. Por que uma pessoa pobre financiaria, com os impostos que paga sobre alimentos e roupas, por exemplo, a estrada pela qual os mais ricos viajam para o fim de semana?
Já não é tão simples dizer que o paciente do SUS deveria pagar pelas consultas e tratamentos. Aqui entra outra tese: os ricos devem recolher mais impostos para financiar os serviços essenciais para os pobres. Mas para que isso funcione, é preciso que o sistema tributário seja progressivo, cobrando efetivamente mais de quem pode mais.
Para isso, o grosso dos impostos deveria incidir diretamente sobre renda e patrimônio das pessoas e não indiretamente sobre o consumo, como é o caso do Brasil. Pobres e ricos pagam o mesmo imposto num livro escolar ou numa conta de celular, por exemplo. O sistema é regressivo.
Resumindo: se quisermos aliviar a conta para os usuários dos diversos serviços, será preciso aumentar os impostos, decidindo-se, então, quem vai recolher mais.
Eu perdi alguma coisa ou não há mesmo nem sombra desse debate?
Resumindo, se a resposta é só cancelar reajustes, vai piorar.

Carlos Alberto Sardenberg é jornalista.

Mercosul: depois da visao otimista, a versao realista - Editorial Estadao

Uma cúpula pouco promissora


Editorial O Estado de S.Paulo, 11/07/2013
Quando terminar a reunião de cúpula prevista para hoje e amanhã em Montevidéu, o Mercosul poderá estar tão emperrado, em termos comerciais, quanto estava há uma semana ou há um ano, mas algumas figuras terão pelo menos lavado a alma em protestos contra governos da Europa e dos EUA. Até ontem, pelo menos, os grandes temas da agenda ainda eram as denúncias de espionagem americana e o constrangimento sofrido pelo presidente Evo Morales em sua viagem de volta da Rússia para a Bolívia. A presidente argentina, Cristina Kirchner, disse ter sentido "um frio na espinha" ao saber das denúncias de espionagem "do Norte" e pediu um "forte pronunciamento" sobre o assunto durante o encontro no Uruguai. Ninguém pediu, no entanto, pelo menos em público, um forte empenho das autoridades do bloco para eliminar o protecionismo no comércio entre seus países, nem para aprofundar a integração produtiva, e muito menos para avançar em negociações com parceiros relevantes, como os europeus.
O governo americano foi acusado também de haver espionado os europeus. Autoridades da União Europeia protestaram e até puseram em dúvida, retoricamente, o avanço da negociação do acordo de comércio e investimentos com os Estados Unidos, o Pacto Transatlântico. Mas puseram de lado a ameaça rapidamente e as negociações começaram nesta semana. Nenhum governo apontado como vítima de espionagem pode menosprezar o assunto e olhar para outro lado. No mínimo tem de cuidar das aparências. No máximo, dificilmente poderá ir muito além disso.
Reclamar pode ser indispensável, mas isso já foi feito em relação ao caso de Evo Morales e à bisbilhotice americana. Qualquer desdobramento útil só poderá ocorrer em foros multilaterais competentes para criação e imposição de regras. Uma reunião de cúpula do Mercosul deve, ou deveria, servir para uma séria tentativa de puxar o bloco para fora do atoleiro.
Há, no entanto, expectativa de mais lances protecionistas do lado argentino, por causa da redução de suas reservas cambiais. Em um ano, caíram de US$ 48 bilhões para US$ 37,2 bilhões, valor suficiente para cobrir apenas 5 meses de importação. Em 2013 houve algum relaxamento das barreiras comerciais, diante da boa perspectiva das vendas de soja. Mas o valor importado até maio foi 12,5% maior que o de um ano antes, enquanto o exportado aumentou 4%. O Brasil tem sido o parceiro mais prejudicado pelo protecionismo argentino, mas Brasília continua reagindo com brandura - tolerância, de fato - à ampliação das barreiras.
Para desemperrar o Mercosul seria também preciso buscar acordos com parceiros relevantes. Até agora o bloco tem negociado pactos comerciais com parceiros pouco significativos. Dirigentes da Confederação Nacional da Indústria e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil cobraram do governo, recentemente, um empenho maior para levar adiante a negociação com a União Europeia. Uma solução poderia ser um acordo guarda-chuva entre o Mercosul e os europeus, ficando livre cada país do bloco sul-americano para se adaptar separadamente às condições do acordo. Do lado do Mercosul, o governo argentino tem criado os principais obstáculos ao entendimento entre os blocos.
A ideia de uma negociação isolada entre União Europeia e Brasil é impraticável, no momento, porque o mandato dos negociadores europeus é para um entendimento entre blocos. O obstáculo pode ser contornável, se as partes concordarem com a fórmula de um acordo guarda-chuva. Mas, para uma solução desse tipo, o Brasil dependeria da boa vontade e do consentimento dos parceiros. Não há como negar: o Mercosul continua sendo um entrave. Mais que isso, um peso carregado em troca de muito pouco. O comércio entre os quatro parceiros originais teria provavelmente crescido tanto quanto cresceu, se o bloco tivesse continuado como zona de livre-comércio, sem as amarras de uma união aduaneira.

Passou bem o seu 11 de Julho, caro leitor? O Brasil e os brasileiros passaram mal...

O Brasil já era um país sem lei, sem ordem, sem moral e sem ética, bem antes da atual onda de protestos.
Agora apenas foi oficializada a quebra da ordem institucionalizada, ou seja, sindicatos e outras máfias organizadas podem, se desejarem, paralisar o país e atrapalhar a vida de milhões de outros brasileiros honestos e trabalhadores, e isso com a colaboração ativa do próprio governo...
Um dia isso teria de ocorrer. Já está ocorrendo...
Mas não se preocupe, pois ainda não estamos na reta final dos protestos. Por enquanto tudo isso é esporádico, quase ameno. Vai ficar pior, tenha certeza...
Paulo Roberto de Almeida





Le 11 Juillet 2013 à 20h par Lucas Roxo



L'appel à la grève générale des syndicats a été entendu un peu partout au Brésil, ce jeudi après-midi. La mobilisation varie énormément d'une ville à l'autre, mais 18 Etats et plus de 80 autoroutes ont été paralysés. Le rassemblement recense toutefois, pour l'instant, moins de monde que les manifestations de juin.



Ce jeudi au Brésil, près de 18 Etats se sont réveillés avec leurs transports paralysés et leurs rues pleines de manifestants. La "Journée nationale de la lutte", organisée par les syndicats, a réussi son pari.
18 villes bloquées, 80 autoroutes paralysées
Les manifestations sont encore en cours, mais un premier bilan peut être dressé. Si le nombre de manifestants est moins important qu'au mois de juin, la mobilisation touche l'ensemble du pays et les moyens d'actions mis en oeuvre sont originaux. 
Sao Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Brasilia... Toutes les grandes villes ont été touchées. Les préfectures ont essayé de limiter les dégâts : à Sao Paulo, où les embouteillages sont un véritable fléau, les syndicats avaient promis de ne pas bloquer aux heures de pointe. 
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— OEM (@OEMenlinea) July 11, 2013

Aus Brasilien: os protestos brasileiros no Der Spiegel

Corruption and Graft: Brazil Rushes Headlong into Popular Revolt

By Matthias Matussek in Rio de Janeiro
Photo Gallery: Marching towards Democracy in BrazilPhotos
Felipe Dana / AP / DPA
Brazil has experienced an economic awakening in recent years, but democracy has had to race to catch up. With political corruption widespread, protests have spread across the country, exposing an enraged middle class.
The Brazilian democracy was born in the days when Brazilian football was dying. It makes for a tempting lead, but it's only half true. The Seleção, Brazil's national team, actually played better than expected in the Confederation Cup, a dress rehearsal for the World Cup. But Brazilian football also has an easier time of it than democracy. It has rules it has to comply with, and the results are clear. Democracy, on the other hand, is an endless series of trial-and-error, and the rules are constantly changing.
One rule stands out above all others at the moment in Leblon-Ipanema, the most expensive piece of real estate in Rio de Janeiro if not in all of Brazil. Protesters have set up their tents in front of the governor's mansion and they are being asked to stick to the allotted speaking time, a Brazilian version of the Occupy movement. Three minutes, says Bruno, who runs the stopwatch. But then he promptly ignores it.
Over the cliffs, at the end of the bay, the lights of Favela Vidigal are scattered like stardust and a soft breeze is blowing in from the sea. The pungent smell of churrasco wafts over from a food stand. But in front of the tents, people are deeply engaged in heated debates -- just as they are across the country. Brazil has awakened, and the people are demanding to be heard.
In this particular case, the people consist of a few art students, a handful of housewives and some retirees. Luiza, for example, is a jazz singer who lives in the nouveau-riche Barra neighborhood, Bárbara writes poetry and her parents are professors, and Jair, a Rasta from Bahia, swears he will "die for the cause." Everyone applauds enthusiastically, and yet no one knows yet what exactly they are demanding. Formulating those demands is the objective of this group, which they call "Aquárius."
Everyone is given a chance. Young fireman Álvaro, for example, was confined for a few days during the protests, which began in earnest in mid-June, to the Bangu 1 maximum-security prison along with 13 other firefighters. He is demanding to be rehired. He also wants better pay and training for the military police.
'You Can't Educate All of Humanity'
What? The others are astonished. Álvaro explains his remark, saying that better education makes for better people.
"But you can't educate all of humanity. That would take years," Sylvia, a housewife, interjects.
There is a heated argument before the group continues to the next item. Rodrigo says that something ought to be done about the recurring floods in the interior. Lúcio wants the homeless to be allowed to return to the empty buildings from which they were expelled. Retiree Rentao is mainly interested in eating bananas and takes a third while old Lourdes from Vidigal wants her house to be repaired, because the neighbor damaged an exterior wall during a renovation project.
Most of all, though, they want the governor to finally explain why the government is spending so much money to renovate Maracanã Stadium. Officials had initially promised that not a single real of taxpayer money would be spent. By now, though, the government has pumped hundreds of millions into the project.
As the grievances add up, one thing becomes exceedingly clear: Democracy is difficult. But the people gathered do agree on one thing: Football is the opium of the people, a sign of immaturity. "If the Seleção stops by in their bus, don't allow yourselves to be distracted," says Bruno sarcastically.
It is not without irony that the popular uprising is taking advantage of a Brazilian football festival. Certainly it also has something to do with the arrogance of FIFA officials, who enjoy themselves around the shimmering pool at the Copacabana Palace. It is enough to remind one of everything that is bad about football: corruption, waste and cynicism.
Vast and Angry
But spending billions for stadiums that no one needs, just to make Brazil look good? Equally questionable is the construction of a stadium in Manaus, deep in the Amazon rain forest, a city without a first-division football club and a place where it is so hot that asphalt melts. The administration of former President Luiz Inácio Lula da Silva decided that almost every Brazilian state should have its own stadium, and the government provided generous funding for the effort -- instead of spending the money on schools, roads and hospitals.
The protests this summer, vast and angry, is the Brazilian parallel to the 2011 Arab spring. It is a leaderless movement organized through social networks, which is its strength. It may not be able to shape politics, but it can certainly exert pressure. It can mobilize the street.
It began in São Paulo on June 6 with a march of only 500 people protesting against an increase in bus fares. Since then, however, it has grown into a conflagration of discontent. On June 17, 200,000 people protested in Rio de Janeiro, Belém and about 20 other cities, and by June 20 some 1.4 million protesters had taken to the streets in more than 120 cities. Protesters danced on the roof of the congress building in the capital Brasília, creating images that have since been broadcast around the world. They are the tour dates of a popular uprising that newspapers are presenting as proudly as they do the victories of the Seleção. The people are agitated, and the political world is afraid.
President Dilma Rousseff has felt that ire directly; she was booed during the opening of the Confed Cup in mid-June and her approval rating has plunged by 27 percentage points. In a hastily arranged televised address, she promised reforms and held out the prospect of a referendum. The bus fare increases were reversed, as was a scandalous draft law that would have given corrupt lawmakers immunity from prosecution. Some €19 billion ($26 billion) in new funding for public transportation was suddenly approved. And now the first corrupt lawmaker, who had managed to delay his trial by three years, has been arrested. The government has been literally tripping over itself recently in its hurry to answer to the people.
Out of Touch
On the other hand, almost 200 members of the National Congress are under investigation. One lawmaker, who is accused of murder, allegedly dismembered his political rival with a chainsaw. Another moved $10 million earmarked for a road construction project to an overseas bank account. A third politician is thought to have ordered the abduction of three priests who had campaigned on behalf of the landless.
Today the Congress is probably the most despised institution in Brazil. The magazine Veja depicts it perched on the edge of a cliff, with lawmakers who look like rats falling into the abyss while demonstrators force their way into the building from the other side. "Brazil has perhaps never before been under the command of people who were quite as arrogant as Lula, Dilma Rousseff and the barons of the PT," writes Veja, in reference to Rousseff's party, the Partido dos Trabalhadores, or "Workers' Party."
In fact, the PT seems to be completely out of touch with reality. The bloated government bureaucracy, with its 39 ministries, consumes €100 billion a year. Rousseff spends €214 each time she visits the hairdresser. Why, people want to know? Has her hair turned to gold since she became president?
At a posh dinner party in the hills of the Jardim Botânico, constitutional law expert Carlos Bolonha bends over his crystal glass and explains how unfeasible the referendum announced by Rousseff is -- and how it would be tantamount to a top-down coup d'état. Venezuela's former left-wing populist president, Hugo Chavez, often used referendums to solidify his power.
These are hard times for the PT. It is in a glass house and cannot be throwing stones. Although the left, the traditional voice of the people, is in power, this traditional alliance has been shattered and trust gambled away since the Lula administration was involved in a bribery scandal. And trust was always its greatest asset.
Part 2: Returning to Real Life
Now people in the streets are saying that everyone in government is a thief, regardless of his or her party affiliation. Brazilians today are faced with a fundamental breach of trust. A new civil society is defending itself against the very principle of politics, against representation by political parties. They are trying to protect themselves against institutional corruption.
The country's traditional amusements -- football, Samba and Carneval -- are too frivolous for this summer's mood. The dinner-party hostess, a professor, is calling for a modern-day storming of the Bastille. A young businessman is talking about high taxes and the few services that the government provides in return. They all agree that Brazil, a giant and powerful economic engine, has gained momentum in recent years, but that the tracks are rotten, the signal towers are outdated and the personnel is from the era of feudalism.
And it is true. In the gridlocked downtown areas of Rio or São Paulo, cars travel at the speed of horse-drawn carriages, about 18 kilometers per hour (11 mph). Perhaps the country is not going through a revolution, but rather a crisis of modernization.
A doctor with a white beard quotes a saying he saw at a demonstration: "A truly developed country is not one in which the poor have cars, but one in which everyone can use public transportation." As it happens, the overcrowded buses on the torn-up streets of Rio feel like prisoner transports.
The view of the sea from the heights of the coastal road Avenida Niemeyer is achingly beautiful. Volleyball teams are playing on Ipanema Beach below, in front of the Occupy camp. Marcus at the kiosk up here on the avenue is playing the classic song "País Tropical," while an old woman sings along. Is this Brazil disappearing? Is this Brazil suddenly wrong?
Sick to Death of Their Clichés
No. It's just that the patronizing grins that accompanied this aspect of Brazilian folklore in the past have disappeared. Nowadays Brazilians are sick to death of their own clichés.
In Favela Vidigal, a few curves down the road, just across from the Sheraton Hotel where the Seleção is staying, visitors are greeted by an adage, in black on turquoise-colored tiles: "All people are naturally inclined to seek the path to goodness. Everyone is naturally endowed with the same rights." The author is identified as Aristotle.
Pathos and idealism are as much a part of Brazil's sentimental propaganda as its cynical politicians. Such rhetoric is supposed to provide encouragement to those in the slums. There may not be a decent wastewater system, but pure morals -- so goes the message -- are more important.
For several years, however, there has been a different antidote to the misery. The UPP, or neighborhood police. They are responsible for security on what was once one of the most violent hills in Rio. Since the elite troops of the BOPE ended the reign of "Comando Vermelho" and drove out the drug bosses, the hill has become appealing to the middle class. Speculators are buying up property in an area where the views are simply irresistible.
Some graffiti from the old days can still be seen on a wall, depicting one of the drug bosses as a capitalist with a cigar. Now the boss is in prison -- and the boys playing with a couple of fighting dog puppies on the walled football pitch have a low opinion of the police officers who patrol the area with their assault rifles.
The Culture of Jeitinho
"Maybe it's become safer for the tourists and the speculators, but nothing has changed for us," says Felipe, who is dabbing at a bloody nose one of the dogs just gave him. The bosses are gone, says Felipe, but it's still easier to get drugs than bread. Okay, he says, it has become quieter. In the past, snitches were burned to death using car tires. But aside from that?
UPP police officers are frequently rotated so as to avoid corruption. But Felipe doesn't believe the strategy works. Everything will go back to the way it was after the World Cup, he says. Theft isn't just a fact of life at the Congress in Brasília. Everyone takes part in "jeitinho," or the culture of official corruption, and everyone takes his cut.
Marco Túlio Zanini, a young man with a business degree, took a closer look at the BOPE units. In a highly regarded study, he concluded that the special forces troops, -- heavily armed soldiers with a crest consisting of pistols crossed in front of a skull -- are inspired by ideals. "They don't do their jobs for money, they see themselves as missionaries," he says. Devotion, self-sacrifice, esprit de corps. Perhaps it's the only government institution of which that can be said -- yet another indication as to just how far the situation in Brazil has deteriorated.
Still, BOPE has cleaned up in the city under the leadership of Rio's security chief José Mariano Beltrame, an outsider who owed nothing to nobody. Beltrame is clean, and so are his men, says Zanini.
Zanini focuses on the subject of trust, in both business and politics. The last article he published was called "Leadership through Values." But he believes that values have been compromised in recent years as everybody has tried to benefit from the country's economic upturn. And he believes that Lula's leftist party of economic miracles, PT, is to blame.
Exercises in Democratic Awareness
"One can only hope that the protests will continue, because they are an expression of civil society," says Zanini -- important exercises in democratic awareness.
The demonstrations are continuing. Some 6,000 military police gathered to provide security for the Confed Cup final in front of the Maracanã Stadium in early July. There was concern that a few militants would be among the protesters. But the middle class, in particular, has been showing, with its largely peaceful protests, that it wants more than refrigerators and cars. Instead, it wants the rights of a civil society, which include public services in return for taxes paid: a decent healthcare system, roads, public transportation and schools.
Ironically, it was the governing Workers' Party that believed stimulating consumption would be enough. But now the economic miracle is waning. According to the daily newspaper O Globo, government debt is higher than it's been in 18 years, Petrobas, the largely state-owned oil company, is practically bankrupt, and inflation is rising. The people are afraid.
But nothing has moved the public in recent years as much as the "Mensalão" scandal, a criminal operation that, together with the governing PT and government-owned businesses, had bribed several lawmakers to push large, lucrative projects through the Congress.
In a fiery speech, Joaquim Barbosa, appointed to the country's highest court by Lula, demanded that it was time to clean out the pigsty. Barbosa has been celebrated as a hero since then, as someone who stands for the values of democracy. People are saying that he would be elected immediately if he ran for office. By now, 74 percent of Brazilians want those behind the bribery scandal go to prison immediately.
Who Wins?
No one from the Occupy tents in Ipanema watched as the Seleção ran onto the pitch in Maracanã Stadium for the finale. Only Jair, the Rasta who wanted to die for his cause, suddenly defected.
There are only two kiosks with TV sets on the Copacabana. At the "Sindicato," on the other hand, a churrascaria on the esplanade, a few dozen fans have gathered. They have hardly had a chance to sit down when Fred, the country's newest football hero, pushes his way into the Spanish team's penalty area and scores an unlikely goal while lying on the grass. Neymar's second goal is spectacular, and the cheering gets louder. The Brazilians are playing well, a lean, imaginative and fast game. They have put the football world on notice that they are back. Once the 3:0 win is complete, the audience is on its feet, cheering frenetically. Football still works in Brazil.
But real life returned as soon as the game has ended.
This is especially true of the endless process of Brazilian democracy. The country's labor unions, which include most PT members, organized yet another day of strikes and marches on Thursday. Brazil's Workers' Party is mobilizing against itself at the moment, so as to resume its position of leadership.
All that remains is to see who wins.
Translated from the German by Christopher Sultan

Os surdos e os cegos, mas nao mudos, apenas incoerentes - Luciano Trigo, Reynaldo Rocha, Antonio Machado de Carvalho

LUCIANO TRIGO
Globo, 11/07/2013

A crise que o país atravessa desde a eclosão dos primeiros protestos contra o aumento das passagens de ônibus tem três componentes articulados: 1 ─ A sociedade quer transporte, saúde e educação de qualidade, pois ela paga caro por isso, por meio dos impostos, e não recebe em troca serviços públicos à altura. Simples assim. A sociedade não pediu nas ruas reforma política, nem plebiscito para eliminar suplente de senador.

2 ─ A sociedade quer o fim da impunidade, pois está cansada de ver corruptos soltos debochando de quem é honesto, mesmo depois de condenados.
Acrescentar o adjetivo hediondo à corrupção de pouco adianta se deputados e ministros continuam usando aviões da FAB para passear e se criminosos estão soltos, alguns até ocupando cargos de liderança ou participando de comissões no Congresso.
3 ─ A sociedade quer estabilidade econômica: para a percepção do cidadão comum, os 20 centavos pesaram como mais um sinal de que a economia está saindo do controle. A percepção do aumento da inflação é crescente em todas as classes sociais; em última análise, este será o fator determinante dos rumos da crise a médio prazo, já que não há discurso ou propaganda que camufle a corrosão do poder de compra das pessoas, sobretudo daquelas recentemente incorporadas à economia formal.
Esses problemas não são de agora, nem responsabilidade exclusiva dos últimos governos. Mas o que se espera de quem está no poder é que compreenda que a melhor maneira de reconquistar o apoio perdido é dar respostas concretas e rápidas às demandas feitas nas ruas (e não a demandas que ninguém fez). Não é isso que vem acontecendo: todas as ações da classe política parecem movidas pela tentativa de tirar proveito da situação e desenhadas para que tudo continue como está.
É bom que se diga que não são somente os políticos que espantam pela surdez diante dos gritos coletivos de irritação e impaciência, dos protestos que não têm dono nem liderança. A julgar pelo que se viu em algumas mesas da Flip, muitos intelectuais também se entregam com facilidade à tentação leviana e arrogante de transformar a crise não em oportunidade para um debate consequente, mas em pretexto para oportunistas e demagógicas tentativas de embutir suas próprias agendas secretas e pautas obscuras nas bandeiras das manifestações populares: a tal “crise de representação”, por exemplo, se transformou em escudo para as propostas mais escalafobéticas, envolvendo extinção dos partidos e uma suposta “democracia direta”.
Essa crise não será resolvida por palavras mágicas como “plebiscito” ou “reforma”, nem por manobras da velha política que fazem pouco caso da inteligência das pessoas, nem pela demonização da mídia, nem por espertezas toscas de bastidores, nem por tentativas de cooptação e de controle do movimento social, nem por frases de efeito.
As verdadeiras bandeiras da população que foi às ruas não têm nada a ver com guinadas à esquerda ou à direita, nem com palavras de ordem radicais ou fascistas, nem com a paranoia do golpismo. As verdadeiras bandeiras do grosso da população que foi às ruas têm a ver, isto sim, com um anseio urgente e definitivo por eficiência e ética na atuação de todos os políticos, de todos os partidos, de todos os poderes, de todas as esferas do poder. Aliás, todos são pagos para isso, com o nosso dinheiro.

Por que isso é tão difícil de entender?
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REYNALDO ROCHA, 11/07/2013

O Brasil é uma peça de Ionesco. Estamos vendo uma encenação política de A Cantora Careca. É o teatro do absurdo. Os personagens pouco dizem de lógico. O absurdo é o centro da trama. Assim é o Brasil lulopetista.

Não ouvem. Quando acreditam ter ouvido, confundem o português com o búlgaro clássico. E respondem em mandarim.
A plateia  fica abismada com o que ouve e não entende. Seria o teatro do absurdo elevado à enésima potência, se os autores ao menos soubessem escrever.
Queremos o fim da corrupção? Eles respondem com uma proposta de constituinte chavista.
Exigimos melhor educação? Eles propõem um plebiscito para financiarmos as campanhas de Collor e Renan. Nada mais didático.
Exigimos saúde? Eles criam o serviço civil obrigatório para que ministérios petistas aparelhados possam negociar para qual cidade mandar o médico em formação, a partir de módicas contribuições partidárias derivadas dos melhores locais. Se houver recusa, não há diploma! Assim como pilotos da FAB são obrigados a transportar renans a casamentos e esperar até de madrugada pelo fim da festa, agora serão os médicos que deverão ─ por dois anos ─ atender onde os petistocratas definirem o local.
A inconstância partidária dos políticos de aluguel nos agride? Eles propõem que deixemos com eles ─ pela lista fechada ─ a escolha de quem deve nos representar.
É ou não um absurdo? Teatro, sabemos que é.
Ionesco não era surdo. Era iconoclasta e revolucionário.
Os petistas também não são surdos. São hipócritas e desonestos.
O absurdo não os une. Um era arte, outro é somente delírio ditatorial.
Dilma sequer é personagem cômica. É algo indefinível. Tenta ser amável humilhando a todos. Acredita ser simpática portando-se como guarda de presídio nazista. Tem a simpatia das hienas. O carisma da personagem que entra muda em cena e sai calada. A subserviência ao dono que nem mesmo os romanos tinham com os imperadores.
Lula é um personagem à procura de um autor. Só tem a fixação de ser menor ─ sempre ─ em relação a quem mais admira. E tem a certeza que tudo o que fizer será perdoado, como um ébrio em peça de Nelson Rodrigues.
O teatro tem palco e plateia fiel. Um tipo de espectador diferente: o que não paga para ver a peça. Recebe para bater palmas.
Nesse aspecto, mais parece plateia de desfile na Alemanha hitlerista. Só que movida a tubaína, sanduíche e algum dinheiro vivo.
Os mais importantes não recebem o ajutório dentro do ônibus contratado para levar o coro dos felizes para a plateia do show. Já receberam na boca do caixa oficial.
É ou não é um absurdo? Sem nada de teatral.
Nesta quinta-feira, dia 11 de julho, veremos esta plateia pronta para aplaudir qualquer absurdo que venha a ser encenado.
E não será teatro.
É a distância do Brasil real do picadeiro barato que o lulopetismo imaginou ter transformado o Brasil. Onde além do palco, existem palhaços na plateia.
De novo, estão errados.
Ionesco era um gênio.
Lula e Dilma testam até onde vai a ignorância humana.

É mesmo um absurdo!
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ANTÔNIO MACHADO DE CARVALHO
O Tempo, 10/07/2013

Dona Dilma entrou em delírio. Incapaz de perceber que seu governo acabou, quer nos fazer crer que ainda mantém a iniciativa na condução política da nação. Ao se ler o teor de suas manifestações tem-se a impressão que ela acabou de ser eleita, que está assumindo agora a presidência da república. Teses as mais mirabolantes até são aceitáveis quando se está no início de mandato. Não agora, faltando pouco mais de 15 meses para as próximas eleições. Dizendo uma coisa hoje para abandoná-la amanhã; propondo encaminhamentos inconstitucionais rebatidos, de pronto, pelos Tribunais, pelo Congresso e pelos especialistas no assunto; correndo dentro do seu palácio igual barata tonta, para dar ares de comprometimento com as múltiplas e variadas demandas brotadas nas ruas, Dilma, enfim, está mais perdida que cachorro que caiu da mudança.

Se a história pretérita é interpretada a partir dos fatos presentes, tornam-se claras as razões que explicam a falência da lojinha de produtos de R$1,99 que ela abriu e gerenciou alguns anos atrás. O discernimento precário e a truculência no trato com as pessoas estão, certamente, na raiz dos resultados que ela colheu àquela época, e que se repetem nos dias de hoje.
Mas se não fez prosperar a lojinha de quinquilharias, dona Dilma se mostra muito sagaz no manejo de dinheiro público. Tanto é que pretende superar a invenção feita por seu criador, o co-presidente Lula, impondo ao Congresso Nacional mais que o mensalão: o super-mensalão! A tanto se resume sua ideia de jerico a respeito da reforma política, num suposto financiamento público das eleições.
Super-mensalão é querer que o dinheiro dos impostos seja repassado aos políticos para que banquem suas campanhas. Isso, na realidade, já ocorre há muito tempo. Basta ver os horários eleitorais gratuitos no período que antecede as eleições, bem como os repasses do Fundo Partidário. Sem falar, é claro, dos vultosos recursos que os sindicatos recebem e que são aplicados nas campanhas políticas, notadamente do PT, pela sua central sindical ─ a CUT; sem esquecer a contribuição cobrada pelos cargos ocupados da vibrante companheirada e, igualmente, do pedágio arrancado pelo MST de camponeses miseráveis, clientes da vasta cornucópia governamental, via Pronaf.
Dilma, no entanto, não está satisfeita. Dilma quer mais. Ela pensa em centenas de milhões de reais transferidos para figuras como Genoino, Delúbio, Dirceu, Maluf, Sarney, Calheiros e outros da mesma estirpe fazerem seu carnaval particular. Essa gente nem precisará mais se dar ao trabalho de desviar recursos públicos para financiar suas campanhas. Tudo já virá de maneira legal e organizada sob os olhos perplexos da nação. O super-mensalão vai se destinar, sobretudo, à gatunagem petista, dona da maior bancada na Câmara dos Deputados.

Não foi para isso que o povo brasileiro foi às ruas neste inesquecível mês de junho de 2013.”