O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Receita Federal: um orgao fascista, isto sim; mas precisaria ter funcionarios nazistas?

11/01/2014
 às 18:19 \ Política FiscalProtecionismo

Bandidos legais: a alfândega que achaca os brasileiros

Fonte: Estadão
Deu na coluna da Sonia Racy, no Estadão, 10/01/2014:
Roberta Whately desabafou, ontem no Facebook, depois de deixar R$ 7 mil na alfândega do aeroporto de Guarulhos. A empresária contou à coluna que, ao chegar de viagem na última quarta, foi declarar bens eletrônicos comprados nos EUA (um projetor e uma caixa de som). Após pagar o imposto, foi indagada por uma fiscal sobre todos os itens de sua mala, incluindo roupas íntimas e produtos de higiene pessoal. A funcionária fez perguntas como “em que hotel eu havia me hospedado no exterior” e “como estava o tempo por lá”, conta Roberta. Perguntou também se as roupas íntimas (calcinhas) haviam sido compradas na viagem e pediu pelas notas fiscais.
Depois de vasculhar a bagagem por uma hora e meia, a fiscal afirmou à empresária que ela “não teria dito a verdade” e cobrou R$ 7 mil por 4 itens (que, segundo Roberta, eram antigos e comprados no Brasil): dois pares de sapatilhas Burberry e duas bolsas – uma Chanel, cuja nota fiscal ela pediu à loja e que já está em suas mãos; e uma Gucci, datada de… 10 anos atrás.
O governo brasileiro está preocupado com os crescentes gastos de brasileiros no exterior. Também, pudera! Os produtos chegam a custar o triplo no Brasil, devido ao “Custo Brasil”, ao protecionismo comercial, impostos abusivos. Nada mais natural do que o brasileiro viajar para comprar; rico é que pode comprar no Brasil mesmo.
Como o cobertor é curto e o governo não faz o dever de casa, resta apelar. A alfândega tem dificultado a entrada de produtos importados trazidos de viagem, como muitos já notaram. Há claros casos de abuso de autoridade, a coisa mais comum na cultura nacional: “sabe com quem está falando?”. Os responsáveis pela alfândega, que são nossos funcionários pagos com nossos impostos, agem como se fossem nossos senhores.
Além disso, há o ridículo limite de US$ 500, o mesmo desde que me entendo por gente (como se não houvesse inflação no mundo). É um valor irrisório, feito para os agentes terem margem para achacar os viajantes. Já soube de casos em que o funcionário da alfândega começou a falar que poderia sobretaxar as roupas todas na mala, porque seriam novas. Decisão assim, arbitrária, tomada para extrair suborno ou intimidar a pessoa.
É tudo muito tosco, muito tupiniquim. Não somos tratados como cidadãos livres, mas como súditos dessa cambada de parasitas. O ônus da prova é sempre nosso, na sociedade da desconfiança, onde somos culpados até prova em contrário. Nesse ambiente, claro que muitos trazem seus eletrônicos muitas vezes escondidos, sem passar pela declaração de bens, justamente para evitar esse caso da empresária. Assumem o risco devido ao absurdo das leis e da arbitrariedade e falta de respeito dos agentes alfandegários.
A esquerda caviar, que adora defender mais estado, intervenção e impostos (para os outros), também gosta de ir para Miami e voltar cheia de compras, sem declarar na alfândega. Sabemos disso. Afinal, quem paga R$ 4 mil pelo novo playstation podendo gastar apenas US$ 400 nos Estados Unidos? Quem torra R$ 4 mil no iPhone 5s podendo gastar apenas US$ 700 nos Estados Unidos?
Brasileiro se acha esperto, mas acabou dando uma de otário ao criar esse modelo que concentra tanto poder no estado. Poder usado e abusado pelos parasitas, que ferram todos nós, consumidores e pagadores de impostos, os hospedeiros. Até quando?

Um Global Bond companheiro a 13,4%: o maior da história economica

Eles merecem ficar com mais este recorde os companheiros: um título brasileiro sendo lançado a 13,4% significa a perda completa de credibilidade da política econômica companheira.
Eles merecem ficam com mais esse recorde, esse Guiness da incompetência e da irresponsabilidade.
Paulo Roberto de Almeida

Um nariz de Pinóquio no índice de inflação

11 de janeiro de 2014 | 2h 03
 Rolf KROLF KUNTZ - O Estado de S.Paulo
Como um nariz de Pinóquio, o número final da inflação, 5,91%, desmentiu as promessas de um resultado melhor que o do ano anterior, desmoralizou mais um pouco a intervenção nos preços e comprovou, mais uma vez, a inépcia de uma política populista, voluntarista e irresponsável. A letra V, de verdade, mostra graficamente, com a graça de um desenho animado, a evolução do índice oficial de preços ao consumidor. Na primeira fase, de janeiro a julho, os números decrescem de 0,86% até 0,03%, muito perto de zero. Na segunda, há uma subida quase contínua, a partir do vértice, até 0,92%, uma taxa surpreendente. No mercado financeiro, a mediana das projeções para dezembro indicava uma variação de 0,75%. Seria uma elevação muito grande pelo padrão de qualquer país bem administrado, mas ainda insuficiente para levar a alta acumulada no ano aos 5,84% de 2012. Na primeira parte do V aparecem o efeitos da manipulação dos preços da eletricidade, da gasolina e do transporte público e dos cortes de impostos. Na segunda, os truques se esgotam, as pressões inflacionárias se manifestam mais abertamente e o nariz pinoquiano se expande com rapidez.
Se a estatística, como dizem os incréus, é a arte de mentir com números, faltou arte a quem tentou administrar, pelo voluntarismo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O governo errou, dirá talvez algum companheiro, ao fazer só uma parte do serviço. Interveio na fixação de alguns preços, mas deixou livre a elaboração dos índices. Na Argentina da família Kirchner o trabalho foi mais ambicioso: a intervenção nos preços, além de muito mais ampla e quase rotineira, foi complementada pela manipulação das estatísticas oficiais e pela censura aos índices privados. A inflação medida por especialistas independentes anda perto de 30%. É o triplo da apresentada pelas fontes oficiais.
A situação no Brasil ainda é outra, apesar do culto, oficiado no Palácio do Planalto, aos modelos cubano, bolivariano e kirchneriano. O pessoal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) continua trabalhando sem restrições políticas e produz números e relatórios sem censura. Até o Banco Central (BC) tem divulgado avaliações e projeções constrangedoras para o Executivo, como as estimativas de inflação acima da meta ainda por longo tempo. Bom para o governo: embora prejudicada, sua credibilidade é maior, por enquanto, que a da administração Kirchner.
A presidente Dilma Rousseff e seus auxiliares - pelo menos alguns deles - passaram a cuidar com mais atenção, nos últimos tempos, da credibilidade. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeu fechar o balanço fiscal de 2013 sem recorrer à contabilidade criativa. A promessa foi recebida com sinais de otimismo no mercado financeiro. Mas é difícil consertar em pouco tempo, e apenas com base numa declaração de bons propósitos, uma reputação comprometida por uma longa série de trapalhadas e de truques malsucedidos.
Para acalmar os nervosinhos, como ele mesmo afirmou, o ministro anunciou com antecipação de umas três semanas o resultado das contas do governo central. Foi alcançado, segundo ele, um superávit primário de R$ 75 bilhões. Ficou R$ 2 bilhões acima da meta, mas só obtido com a ajuda de pelo menos R$ 15 bilhões de receitas atípicas. O anúncio pode ter impressionado a velhinha de Taubaté. Para os menos generosos, o governo continua devendo demonstrações mais convincentes. Mas até a fixação da meta fiscal para 2014 foi deixada para mais tarde, como se a presidente e o ministro da Fazenda tivessem medo, na virada do ano, de prometer um resultado muito difícil.
O problema da credibilidade continua sem solução. A agência Moody's anunciou nesta semana a manutenção da nota de crédito do Brasil, já levando em conta as hipóteses de um crescimento econômico medíocre em 2014 (cerca de 2%) e de um superávit primário pouco melhor que o do ano passado (aumento de 1,8% para 2,1%). Mas o anúncio foi acompanhado de uma advertência: a decisão poderá ser revista, nos próximos meses, se o quadro for pior que o previsto e a deterioração econômica se acentuar. A Standard & Poor's, na mesma semana, reafirmou a possibilidade de um corte da nota antes das eleições. Essa possibilidade havia sido indicada no trimestre final de 2013.
Um bom complemento do cenário foi o leilão de títulos federais na quinta-feira. Para vender seu novo papel de longo prazo, a NTN-F-2025, o Tesouro teve de oferecer a taxa de 13,3899%, a mais alta já registrada no lançamento de um título desse tipo. O mercado absorveu todas as notas e o responsável pela operação classificou a venda como um sucesso: o custo foi até um pouco menor que o esperado pelo governo. Do outro lado do balcão as opiniões foram diferentes: as condições do mercado mudaram e o financiamento da dívida pública tende a ser mais caro. Isso se explica tanto por fatores externos - um mercado internacional menos folgado - quanto por problemas internos, a qualidade da política econômica e a baixa credibilidade do governo.
O histórico do governo inclui a tolerância à inflação, a tendência à gastança, a incapacidade de promover um crescimento econômico mais veloz e a má administração das contas externas, em visível deterioração. O aperto financeiro externo, consequência previsível de uma política monetária menos frouxa nos Estados Unidos, nem de longe pode servir como desculpa. Quem tinha juízo e alguma competência tratou de se prevenir e de se manter atraente para o capital estrangeiro. Isso é mais complicado que fazer discursos eleitorais em palanques arrumados pelos companheiros e diante de plateias amigas. A presidente e sua equipe só parecem ter descoberto essa diferença há pouco tempo. Ainda estão, tudo indica, assimilando a novidade.
ROLF KUNTZ É JORNALISTA


Ariel Sharon: militares podem ser construtores da paz - Rua Judaica

EM MEMORIA DE ARIEL SHARON Z’L
Editado do artigo de Linda Gradstein no The Line Media
Rua Judaica, 11/01/2014

Qual será o legado de Sharon?
Depois de sobreviver por oito anos em coma, o ex-primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, um líder político e herói militar, acaba de falecer após sua única batalha perdida: a última.
O ex-primeiro-ministro sofreu um derrame em 4 de janeiro de 2006, e nunca recuperou a consciência, embora exames, de um ano atrás, mostraram uma atividade cerebral em resposta a certos estímulos.
Sharon, conhecido por seu encorajamento para "tomar as colinas" nas áreas que Israel conquistou na Guerra dos Seis Dias, em 1967, foi o responsável pela construção de milhares de casas na área que os palestinos dizem que deve tornar-se parte do Estado palestino.

Ao mesmo tempo, Sharon foi o primeiro-ministro que promoveu a retirada de Israel da Faixa de Gaza, em 2005, apesar da oposição veemente da direita política de Israel. Ele liderou a campanha para desmantelar 7 comunidades em Gaza, assim como 4 na Cisjordânia, e retirar todos os soldados israelenses de Gaza.
No rescaldo da retirada unilateral israelense, o movimento terrorista islâmico Hamas tomou Gaza e disparou milhares de foguetes contra o sul de Israel. Muitos israelenses que se opõem atualmente a uma retirada de grande parte da Cisjordânia, citam como embasamento a infeliz experiência da saída de Gaza, como prova de que Israel não pode retirar-se de lá.

Embora seja impossível saber o que Sharon faria se fosse primeiro-ministro atualmente, muitos israelenses e palestinos sugerem imaginar qual seria sua atitude.
Alguns palestinos, por exemplo, dizem que Sharon acreditava que Israel deveria manter a Cisjordânia para sempre.
"Eu não acho que ele iria sair, um dia, da Cisjordânia", disse Ghassan Khatib, professor da Universidade Bir Zeit e ex-porta-voz do governo palestino. "Ele foi claro em dizer que ele estava saindo de Gaza a fim de consolidar o controle israelense, e a presença de assentamentos na Cisjordânia."
Khatib não acredita que Sharon, se ele não tivesse tido o acidente vascular cerebral, teria continuado em direção a um acordo de paz com os palestinos. "Suas ideias e comportamentos políticos nunca foram compatíveis com as exigências do processo de paz, segundo o projeto palestino”.
Mas outros analistas da região dizem acreditar que Sharon era um pragmático, e não um ideólogo, e que ele sofreu uma transformação em seus últimos anos na política.
Logo após a retirada de Gaza, Sharon fundou o partido centrista Kadima, que ganhou as eleições de 2006. Hoje, o Kadima tem apenas dois assentos no Parlamento israelense, o Knesset.
"Eu vi com meus próprios olhos que ele estava pronto para um acordo (com os palestinos)", disse Efraim Inbar, diretor do Centro Begin-Sadat de Estudos Estratégicos (BESA) na Universidade Bar Ilan. "Logo depois que ele foi eleito, em 2001, ele enviou seu filho Omri para fazer um acordo com o (ex-líder palestino Yasser) Arafat, mas Arafat não estava pronto. Estou certo de que Sharon queria fazer um acordo.”
"No entanto, ao mesmo tempo, em setembro de 2000, Sharon tinha feito uma visita controversa, ao Monte do Templo em Jerusalém, o que muitos palestinos dizem ter desencadeado a Segunda Intifada, que trouxe os homens-bomba aos ônibus, em todo Israel. Outros, em Israel, afirmam que Arafat já tinha planejado a Intifada, e estava apenas procurando uma desculpa para iniciá-la.
  
Sharon também foi conhecido por suas façanhas militares - como cruzar o Canal de Suez, em 1973 , e também por seu papel controverso como ministro da Defesa durante a Guerra do Líbano, em 1982 . Uma comissão israelense de inquérito recomendou que ele deixasse o cargo por não ter feito mais para deter o massacre de palestinos por tropas falangistas cristãs, então sob controle israelense, nos campos de refugiados em Sabra e Shatila, no Líbano.
Antes de se tornar primeiro-ministro, Sharon foi Ministro da Infra-estrutura Nacional no primeiro governo de Benjamin Netanyahu, em 1996. Seu porta-voz, da época, e nos 5 anos seguintes, Ra’anan Gissin, disse que Sharon ajudou a desenvolver o relacionamento de Israel com a China e a Rússia, bem como desenvolver a indústria de gás natural de Israel, que está prestes a começar a trazer bilhões de dólares para a economia israelense.
"Eu acho que ele vai entrar para a história como a pessoa que moldou a natureza de Israel, e da sociedade israelense, para os próximos anos", disse Gissin. "Ele estava sempre à procura de uma abordagem não convencional. Quando ele decidia fazer algo, ele tomava a decisão e a responsabilidade por isto. Ele estava sempre olhando para o futuro.”

A nossa inflacao e a deles - Editorial O Globo

O perigo de uma inflação estabilizada nas alturas

Editorial O Globo, 11/01/2014
Variações de preços alucinantes ficaram no passado depois do Plano Real, mas, mesmo assim, o país continuou a conviver com uma inflação média superior não só às de economias mais avançadas como às de muitas em estágios de desenvolvimento semelhantes aos seus.
Na América do Sul, por exemplo a inflação brasileira só fica abaixo dos índices registrados na Argentina (25%) e na Venezuela (55%), nações cujas economias padecem das decisões de governantes populistas.
Há de fato razões estruturais para a inflação no Brasil não ter se nivelado à média internacional. O reconhecimento dessa realidade acabou levando a equipe econômica no segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso a adotar um regime de metas factíveis.


Em torno de um ponto central (4,5%), admitiu-se uma faixa de tolerância bem folgada, de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, a fim de absorver o impacto de choques de oferta e demanda até que o país conseguisse superar os desequilíbrios estruturais.
O regime de metas se tornou uma importante peça da política econômica, pois contribuiu para o Brasil conquistar a confiança dos mercados.
No entanto, não só pelas razões estruturais, mas também por fatores conjunturais (a maioria dos quais oriunda do próprio governo), a trajetória da inflação tem se mantido, durante a gestão Dilma, acima do ponto central, oscilando próxima do teto da faixa superior de tolerância (6,5%).
Cumpre-se a meta, formalmente, mas a percepção é que as autoridades se tornaram mais lenientes com a inflação, passando a fixar como alvo não mais o ponto central, como deve ser, mas algo acima.
(...)

Governo companheiro ajuda a ditadura castrista de Cuba: milhoes de dolares para manter um sistema moribundo

Não é a única forma pela qual os companheiros no poder, não se sabe por quais motivos exatamente -- ou melhor, se sabe, mas se prefere ignorar, e a imprensa não investiga -- estão ajudando, literalmente com centenas de milhões de reais -- no caso do porto de Mariel, com mais de um bilhão de dólares -- um dos sistemas mais desprezíveis existentes atualmente no planeta, talvez só um pouquinho menos pior do que a ditadura stalinista ainda existente na Coreia do Norte (da qual ela não se distingue que pela latitude).
Nunca se fez o levantamento de todo o financiamento, e de todas as conivências políticas e apoios dados no plano internacional, que os companheiros deram, continuam dando e ainda pretendem dar a essa ditadura moribunda, que provocou a infelicidade de milhões de cubanos e que levou quase um quinto da população a emigrar da ilha.
O descalabro moral dessa gente não tem limites.
E os brasileiros não têm consciência de todo o mal praticado por eles contra o país.
Paulo Roberto de Almeida

Programa 'mais cubanos'

11 de janeiro de 2014 | 2h 09
Editorial O Estado de S.Paulo
Os números são claros como as águas do Mar do Caribe: dos 13 mil profissionais que o programa Mais Médicos pretende mobilizar até março, mais de 10 mil serão cubanos. Com isso, não resta mais nenhuma dúvida de que a anunciada intenção de atrair médicos de outras nacionalidades ou mesmo brasileiros não passou de fachada para um projeto há muito tempo acalentado pelo governo petista: importar médicos cubanos em grande escala, ajudando a financiar a ditadura cubana.
A terceira fase do Mais Médicos, recém-encerrada, ofertou 6,3 mil vagas, mas teve apenas 466 médicos estrangeiros e 422 brasileiros inscritos. Haverá uma nova etapa de inscrições, mas é improvável que a tendência de baixo interesse seja alterada até lá. Assim, para cumprir a meta, o governo terá de trazer outros 5 mil médicos de Cuba. Esse novo contingente vai se juntar aos 6,6 mil médicos que já atuam no programa - dos quais 5,4 mil são cubanos.
Como se nota, o programa Mais Médicos deveria se chamar "Mais Cubanos", pois é disso que se trata. As condições estabelecidas pela iniciativa foram desenhadas de tal modo que o resultado seria o desinteresse de brasileiros e estrangeiros, gerando a oportunidade para trazer os médicos de Cuba - os únicos que, soldados de uma ditadura, aceitariam trabalhar em meio à precariedade do sistema de saúde no interior do País e na periferia das capitais.
Que as regiões mais pobres do Brasil necessitam de mais médicos não resta dúvida. Mas esses profissionais não resolverão o problema, nem mesmo o mitigarão, se não tiverem à sua disposição equipamentos e infraestrutura ao menos razoáveis. É por esse motivo - e pelo fato de que não teriam direito a FGTS, 13.º salário e hora extra - que os médicos brasileiros não se interessaram em aderir. O Mais Médicos é apenas um remendo - que, no entanto, nada tem de improviso, pois a intenção sempre foi trazer os médicos cubanos.
A primeira vez que o assunto veio à tona foi em maio do ano passado, quando o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a intenção de importar 6 mil cubanos. Diante da reação negativa, Padilha disse que tentaria atrair médicos de Portugal e Espanha e que daria preferência a brasileiros, mas não conseguiu aplacar os críticos, pois estava claro que as normas da boa medicina estavam sendo atropeladas pelo populismo. Vieram então as manifestações de junho, e a presidente Dilma Rousseff viu nelas a oportunidade de lançar o Mais Médicos.
Seis meses antes, porém, professores brasileiros com material didático do que viria a se tornar o Mais Médicos foram a Cuba e lá transmitiram aos médicos locais noções básicas sobre o sistema público de saúde no Brasil e também rudimentos de língua portuguesa. Profissionais do primeiro lote de cubanos que chegou ao País confirmaram que haviam passado por esse treinamento.
É provável, porém, que a vinda dos cubanos estivesse sendo preparada há mais tempo ainda. Humberto Costa, ex-ministro da Saúde do governo Lula, chegou a dizer, em agosto, que "esse programa já vem sendo trabalhado há um ano e meio" e que "boa parte desses cubanos já trabalhou em países de língua portuguesa, não tem dificuldade com a língua".
Assim, o Mais Médicos é apenas a formalização de um projeto antigo e com objetivo claro. Os profissionais de Cuba recebem pelo seu trabalho apenas uma fração do valor pago pelo governo brasileiro - o resto fica retido, junto com os passaportes desses médicos, pela ditadura cubana. A exportação de médicos rende US$ 6 bilhões anuais para o governo dos irmãos Castro. O Brasil vai contribuir com R$ 511 milhões graças ao Mais Médicos.
O governo petista está apresentando essa iniciativa - principal ativo da campanha de Alexandre Padilha ao governo paulista - como a prova de que é sensível às necessidades dos mais pobres. No entanto, além de ser uma forma de consolidar os laços ideológicos com Cuba, o Mais Médicos é a confissão do retumbante fracasso do governo na área de saúde, cujo descalabro nos iguala a países pobres, principais clientes da indústria médica cubana.

Caro leitor: veja como rouba nossa velha oligarquia, com a conivencia dos companheiros

Por Chico de Goios
 Globo Online, 10/01/2014

A Secretaria de Administração Penitenciária do Maranhão contratou a Atlântica Segurança para atuar nos presídios. A empresa pertence a Luiz Carlos Cantanhede Fernandes, ex-sócio de Jorge Murad, marido da governadora Roseana Sarney, numa pousada em Barreirinhas, nos Lençóis Maranhenses. Em 2002, quando a Polícia Federal apreendeu mais de R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo na empresa Lunus, que pertencia a Murad, o marido de Roseana alegou que metade desse montante era de empresa de Cantanhede, que confirmou a versão.
A Atlântica recebeu no ano passado, somente da Secretaria de Administração Penitenciária, R$ 7,642 milhões, o dobro do ano anterior. Como presta serviço para outros órgãos do governo do estado, no total ela ganhou R$ 12,942 milhões da gestão de Roseana Sarney em 2013 — em 2012, foram R$ 7,428 milhões.
A terceirização do sistema carcerário é apontado pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Maranhão como um dos grandes problemas nos presídios. Em 2009, quando Roseana voltou ao poder após a cassação do então governador Jackson Lago (PDT), o estado contratou a VTI Serviços, Comércio e Projetos para administrar o sistema. Sem nunca ter atuado no setor — pois tem como principal atividade locação de equipamentos de informática e desenvolvimento de softwares —, a VTI recebeu, desde então, R$ 153,9 milhões. Em 2012, foram R$ 48,9 milhões e, em 2013, R$ 66,3 milhões, sem que o governo tenha construído qualquer novo presídio.
O governo maranhense informou, em nota, que a terceirização dos presídios não tem qualquer relação com a atual onda de violência. Para o governo, a manutenção do sistema requer investimentos em infraestrutura, mão de obra e qualificação.

Pagamento antecipado
Uma empresa contratada para reformar o presídio de Pedrinhas, onde detentos foram mortos, recebeu adiantado pelo serviço, que ainda não foi concluído. A Nissi Construções foi contratada pela Secretaria de Administração Penitenciária em 4 de novembro do ano passado, com dispensa de licitação, por R$ 1,167 milhão.

Menos de um mês após a assinatura do contrato, em 28 de novembro, a empresa recebeu o primeiro pagamento, no valor de R$ 491,3 mil. Na véspera do Natal, foram mais R$ 526,3 mil, totalizando R$ 1,017 milhão. Os serviços ainda estão sendo executados. Operários disseram que ainda serão necessários mais cerca de 20 dias para a conclusão dos serviços.
===========

O despreparo da governadora

Editorial O Estado de S.Paulo, 11 de janeiro de 2014
É perda de tempo, a esta altura, discutir se o Maranhão é um caso extremo do conhecido pesadelo prisional do País ou se o terror que se abateu sobre São Luís na semana passada - quando, cumprindo ordens vindas do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, na periferia da capital, bandidos incendiaram um ônibus, matando uma menina de 6 anos - poderia ter atingido, ou poderá atingir a qualquer momento, outras cidades que concentram grandes contingentes do meio milhão de presos no Brasil, quase sempre em condições igualmente desumanas.
Basta registrar que o roteiro da tragédia maranhense foi o já visto: sangrentos conflitos entre gangues pelo controle de cadeias, com mortes a granel, mobilizam forças policiais para "pacificar", com a costumeira brutalidade, os cárceres convulsionados; em represália e para fazer cessar a intervenção, os chefes das facções em confronto mandam destruir patrimônio e atacar civis, indiscriminadamente; as autoridades aparentam de tomar medidas reparadoras, anunciando planos que não passam de variações dos que os precederam e decerto serão tão ineficazes como aqueles.
Ocioso também é discutir os prós e contras da intervenção federal em Pedrinhas, que a Procuradoria-Geral da República estaria inclinada a solicitar. Ela simplesmente não ocorrerá. De um lado, pelas conhecidas resistências do Judiciário à iniciativa - um pedido do gênero, para o presídio Urso Branco, em Rondônia, lembra o noticiário, aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2008. De outro lado, porque não há a menor hipótese de que a presidente Dilma Rousseff, responsável última pelo ato, intervirá em algum Estado, por que motivo for, neste ano eleitoral - e ainda por cima no feudo do oligarca José Sarney, com quem o antecessor de Dilma se amancebou politicamente para carrear ao Planalto o apoio do PMDB.
O que não se pode deixar de ressaltar, isso sim, é o despreparo absoluto da governadora maranhense, Roseana Sarney, para entender e lidar com a crise cujo combate é sua responsabilidade objetiva. Por sinal, ela só invocou essa condição no único momento em que se exaltou na entrevista que só na quinta-feira ela se dignou conceder, ao lado do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele havia sido despachado a São Luís para que não se dissesse que a chefe, a presidente da República, se omitia diante da tragédia e deixava a aliada à mercê de sua incompetência.
Quando uma repórter perguntou ao ministro se o silêncio de Dilma se devia à sua preocupação em não arranhar as relações do governo com o PMDB e a família Sarney, Roseana o livrou da enrascada para livrar o seu clã. "Isso não existe como família", se pôs a desmentir o óbvio, de cara fechada e indicadores erguidos. "Eu sou a governadora. Se tiverem de penalizar alguém, eu sou a responsável." Note-se, então, com que mentalidade ela responde pela situação. Declarou-se "chocada" com o "inexplicável" número de mortos - 62 - no interior do presídio desde 2013. No ano anterior foram 4. Até setembro passado, eram já 39 - o que, pasme-se, "estava dentro do limite que se esperava".
Trinta e nove homicídios em nove meses não seriam, pois, uma aberração. Os criminosos como que cumpriram a cota com que a governadora já contava. Até aí, em suma, tudo normal. Se a essa macabra contabilidade não se tivessem acrescentados desde então outros 23 corpos - vários decapitados -, a vida seguiria tranquila no Palácio dos Leões, a sede do governo, em meio a finas iguarias como aquelas descritas em dois recentes editais de licitação (um, cancelado) para abastecer as despensas e a adega palacianas - lagostas, caviar, champanhe, vinhos "de primeira qualidade" e scotch 12 anos.
É, o Maranhão vai bem - "um Estado que está se desenvolvendo, que está crescendo", comemorou Roseana na coletiva, antes de emendar: "E um dos problemas que está (sic) piorando a segurança é que nosso Estado está mais rico, mais populoso também". Em breve, de toda maneira, os crimes e castigos no Estado deixarão de ser de sua alçada. Em abril, ela renunciará para disputar uma vaga no Senado e garantir o lugar da família no Congresso. Foi uma decisão do pai.

Capitalismo e Livre-Mercado: diferencas essenciais - Cracking the Egg

Vc pensava que já sabia de tudo sobre esse sistema perverso que se chama capitalismo?
Pois ainda não sabe nem a metade. 
Quebre a casca do ovo para saber...
Paulo Roberto de Almeida 





Friday, January 10, 2014


Free Market Vs. Capitalism: Clearing up Some Confusion

It seems there's a lot of confusion about the relationship between the "free market" and "capitalism", so I'd like to clear things up:

technically the "free market" is a form of capitalism. The definition of capitalism is rather broad:

"an economic and political system in which a country's trade and industry are controlled by private owners for profit, rather than by the state."

According to this definition, most economic systems that are not state-controlled are capitalistic.

The free market, in its most pure and idealistic form, is what we refer to today as "the black market", or alternatively, "the underground economy". This is the most decentralized form of capitalism.

Corporatism is most centralized form of capitalism. It is essentially the same thing as socialism, only the states are substituted for corporations, government agencies for subsidiaries, bureaucrats for CEOs, and voters for shareholders.

In an ideal, free society, the free market would be the de facto form of capitalism, but such free trade has been so suppressed that it can only thrive underground. And incidentally, it has thrived greatly, at least on a global level, despite (or rather, because of) government oppression and intervention in the economy).

So when I say capitalism is completely different from the free market, this is what I mean: The capitalism in place today, around the world, is completely different from free market capitalism- it is in fact its polar opposite. And additionally, the polar opposite of Socialism is Anarchism, which goes to show that the advantages of capitalism may not be advantages at all. What brings us prosperity isn't capitalism, it's freedom!


No comments:

Venezuela: a caminho do desastre final - Editorial O Globo

Pó sobre pó

Desastre da administração de Maduro na Venezuela em relação à economia só é proporcional aos tropeços linguísticos do folclórico presidente

Editorial O Globo, 11/01/2014

É da Venezuela o novo recorde mundial de inflação: os preços ao consumidor subiram 56,2% no ano passado, informa o Banco Central local. Ou seja, avançaram em ritmo nove vezes superior aos brasileiros no mesmo período.
Significa forte corrosão da economia, com o consequente empobrecimento da maioria dos 30 milhões de venezuelanos, que habitam um emirado petrolífero e vivem numa época de petróleo vendido a US$ 90 o barril (valia US$ 30 em 2002).
A inflação venezuelana disparou, e em velocidade maior do que se observa em países cujos ditadores optaram pela guerra civil, na tentativa de preservar seu poder, como acontece na Síria de Bashar al-Assad (49,5%) e no Sudão de Omar al-Bashir (37,1%).
O cenário piora. Esse aumento (56,2%) nos preços ao consumidor de 2013 representa quase o triplo da taxa registrada na Venezuela no ano anterior (20,1%). É a média geral. Em alimentos e bebidas a alta de preços foi muito maior: 79,3%, na média do setor, conforme dados do Banco Central.
É obra da administração Nicolás Maduro. Desde dezembro de 2012, quando o caudilho Hugo Chávez se submeteu a uma cirurgia da qual não se recuperou, Maduro conduz o condomínio ditatorial chavista, em sociedade com Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional.
O desastre só é proporcional aos tropeços linguísticos do folclórico presidente. Segundo ele, os empresários “roubam como nós” e o governo tem de enfrentar a escassez de alimentos agindo como Cristo “que multiplicó los penes”.
A história ensina que a intolerância social com altas taxas de inflação costuma ser mortal aos governos politicamente falidos. Ensina, também, que a única alternativa é a negociação. No caso da Venezuela, tal possibilidade parece cada dia mais remota porque seus governantes, como disse Cabello dias atrás, julgam que a palavra negociação funciona na política como sinônimo de capitulação: “Nós não vamos cair na chantagem do diálogo”.
Na ausência de Chávez, o mestre da ilusão do “socialismo do século XXI”, Maduro e Cabello tentam moldar a dura realidade com exercícios de contorcionismo linguístico sobre a arte da incompetência. Nele, a escassez de alimentos em todo o país é resultado da “sabotagem intencional e internacional”; os apagões diários nas cidades, prometem, serão derrotados com um plano militar “de ordenamento e uso”, e a nova e iminente desvalorização da moeda (o bolívar) nada mais será do que um “mecanismo cambial alternativo”.
O delírio chavista se transformou em pura nitroglicerina política. É daquelas situações em cujo epílogo, como costuma dizer Maduro, pode não restar “pó sobre pó”.

Companheiros medicos, algumas definicoes - Milton Simon Pires

DEFINIÇÃO DE MÉDICO

Milton Pires

1. “Médico é o que eu queria ter sido” (enfermeira petista)

2. “Médico é o que eu já fui” (Alexandre Padilha)

3. “Médico é o que eu nunca serei” (Médico cubano)

4. “Médico é quem pode me livrar da prisão” (José Genoíno)

5. “Médico é quem me dá voto” (Prefeito Brasileiro)

6. “Médico é quem pede exame” (Paciente do SUS)

7. “Médico vai ser o meu filho” (Mãe em programa de auditório)

8. “Médico é quem me mantém vivo” (Fidel Castro)

9. “Médico é quem mais come mulher na faculdade, meu” (dois skatistas em São Paulo)

10. “Não! Não! Não! Não bate mais antes da gente levar ele no Médico” (Polícia do Rio de Janeiro)

11. “Médico faz xixi, cocô e fica com tesão pelo seu cachorro como eu “ (Paulo Ghiraldelli)

12. “Médicos são de classe média e eu ODEIO A CLASSE MÉDIA”..(Marilena Chauí)

13. “O Médico disse que eu estou bem” (Marta Suplicy depois de ter alta do Hospício)

14. “São as entidades médicas que dizem o que é ser médico” (Médium numa Sessão Espírita)

15. “Aí, mano..sê médico é a maior viagem, tá ligado??” (Estudante de medicina num ônibus entre Porto Alegre e Fortaleza)

Ser médico é um sonho que eu tive um dia ..e que hoje se tornou um pesadelo.. (Milton Pires)


Porto Alegre, 10 de janeiro de 2013

Companheiros diplomatas aceitam aspones companheiros? Uma pergunta pertinente...

Comentário recebido a propósito de algum material que postei sobre a carreira diplomática, neste blog.
Transcrevo tal qual: 

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "1777) FAQs sobre a carreira diplomatica": 


Companheiros, alguns de vocês sabe se existe a nomeação para posições de confiança dos diplomatas? algo como assessor, secretário, etc? 

Algum companheiro diplomata, mais sabido do que eu, poderia saciar a curiosidade do companheiro anônimo, talvez interessado em alguma boquinha no Itamaraty, e responder a ele?
(Prometo anonimato...)
Eu, sinceramente, não sei. Só sei que tudo é possível nesta nossa república dos companheiros...

Paulo Roberto de Almeida 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Por que os chineses conseguem fazer os que os brasileiros ja deveriam ter feito?

A indústria brasileira, no decorrer dos anos 1970, com os avanços do stalinismo industrial dos militares, adquiriu, digamos assim, status -- pelo menos técnico e tecnológico -- para começar a avançar nos mercados mundiais.
Por que ela não o fez, a despeito de alguns avanços em têxteis, sapatos e outros mercados baseados na mão-de-obra intensiva? Ou seja, ela poderia ter conseguido, desde os anos 1980, uma penetração nos mercados mundiais que os chineses nessa época sequer sonhavam em ter algum dia, a despeito dos passos iniciais da fórmula Deng Xiao-ping de modernização econômica.
Ela não o fez por dois motivos simples: os nossos capitalistas se acomodaram com o apetitoso mercado interno -- realmente grande e dinâmico, garantido por leis protetoras -- e pela visão introvertida dos próprios militares, no seu mercantilismo canhestro. Depois foi aquilo que se viu: voragem inflacionária, planos econômicos esquizofrênicos de estabilização, e sempre mais proteção do mercado interno, com manipulações cambiais e toda sorte de expedientes bizarros para nos isolar dos mercados internacionais.
Agora não tem mais jeito: nos tornamos introvertidos demais, e anti-competitivos, pelo fato de o Brasil ter se tornado um país caro demais, e não apenas devido a problemas cambiais.
Não; basta citar um exemplo: nossa carga fiscal é de 38% do PIB, comparado a 21% do PIB na China.
A China, do ponto de vista econômico, é um país mais capitalista do que o Brasil, que parece socialista, perto dele.
Ou melhor, corrijo: nós somos um país fascista, com o Estado mandando no setor privado...
Leiam a reportagem abaixo, do Der Spiegel.
Paulo Roberto de Almeida
Brand Expansion: China's Race to Conquer World Markets
By Wieland Wagner
Der Spiegel, January 10, 2014
Photo Gallery: Chinese Firms Expanding in World MarketsPhotos
Chinese firms have embarked on a quest to conquer the world market. Several have already done so, with the help of Western know-how. Established rivals are making the mistake of underestimating them -- until it's too late.

The name Haier, a leading Chinese brand for household goods, originates from Liebherr, the German company that set up a joint venture with a Chinese company almost three decades ago. Liebherr taught its partner to build modern fridges. It needed to, because 20 percent of the Chinese manufacturer's output at the time was faulty.

"If a country has no global brand, it can't be on top," says Haier boss Zhang, inspiring other Chinese CEOs to follow his example.Haier boss Zhang Ruimin started out by handing his surprised workers sledgehammers to destroy all the malfunctioning fridges they had made. The shock therapy worked. The state-owned business started to expand its market share in China, where it acquired many smaller competitors. Then it went international, and now it has an 8 percent share of the world market for household appliances.The Chinese brand (its advertising slogan is "Haier and Higher") is well established in Germany as well. The group has a research center in Nuremberg that develops dishwashers for the European market. It bought a fridge factory from Meneghetti in Italy and is building a plant in Poland -- due to go into operation in June -- in cooperation with a partner. Haier has achieved what many companies from emerging economies aim to do: The company from the eastern Chinese city of Qingdao has established itself as a global consumer brand. It has become a serious competitor for Western companies, even in their home markets.
The Far-Eastern firms have a major advantage: established competitors in the West usually don't take them seriously, in some cases until it's too late. Indian market expert Nirmalya Kumar warns that German firms must take care or they might find themselves as overwhelmed as they were by the assault by Japanese camera manufacturers decades ago.
"Chinese companies are growing more self-confident and are intensively pursuing the goal of establishing their brands in other countries," said the Munich Technical University in a recent study of "Chinese Champions." Chinese firms already produce high tech products that meet the highest standards, the study says.
China Wants to Shed Low-Tech Image
There are many such firms on the world market now, the best known being computer maker Lenovo, which acquired the PC division of US group IBM in 2005. Lenovo is rapidly expanding its product range and aims to be perceived not as a Chinese, but as a global brand.
The Chinese government is encouraging the expansion of its companies because it wants to shed the country's image as a cheap, low-tech manufacturing location and to turn it into a center of innovation. "Zou chu qu," loosely translated as "go out," is the message the country's Communist planners are sending to the Chinese business community.
Unlike many Chinese firms, Haier didn't start its international offensive in other emerging economies, but in the US and Europe. It first targeted niche markets neglected by Western manufaturers, like mini fridges and wine coolers.
Haier has quadrupled its worldwide sales to $26 billion since 2000, and its net profit has risen six-fold to $1.4 billion.
The firms need Western know-how to expand. Haier had Liebherr, while Pearl River Piano, now the world's biggest piano maker, had Yamaha. Half a century ago the company from the southern Chinese city of Guangzhou made just four pianos a month. Now it's 100,000. The company has a 15 percent market share in Europe. That was thanks to Yamaha. The Chinese entered a joint venture with the Japanese brand 20 years ago, and once they had accumulated enough knowhow, they dissolved the partnership. In 2000 they pushed their way onto the US market with low-cost pianos. Their instruments were around a third cheaper than Yamaha models.
But Pearl River Piano has been shedding its budget image. In 2005, it entered a cooperation with Steinway & Sons and now builds Essex brand pianos in Guangzhou for the premium American manufacturer.

In Germany, it bought the marketing rights of competitor Rittmüller and poached local piano builders.Germany is an important focus of the Chinese offensive because it has scores of medium-sized businesses with valuable knowhow. Sany Group, the world's biggest construction machinery maker, bought German concrete pump builder Putzmeister for €525 million in 2012.
The next aim is to build world-class cars. But the Chinese first need to work on the quality of their vehicles. They have already selected a German teacher: Daimler recently took a stake in BAIC, the car division of Beijing Automotive Group. There is much speculation in China about BAIC returning the favor by purchasing a stake in the German luxury automaker.

O Partido Milionario da Classe Operaria e as multas ridiculas contra os quadrilheiros: os militantes pagam...

Militantes de chinelo de dedo, como existem centenas de milhares, são como esses crentes de igrejas "tele-evangélicas" da teologia da prosperidade: eles doam, compulsoriamente quero dizer, dez por cento do que ganham para o partido, mês a mês.
Já os militantes de alto coturno, os apparatchiks que detêm cargos no governo maravilhoso que nos governa precisam doar, compulsoriamente, sempre, de 20 a 30 por cento (segundo o DAS, ou seja, cargo de confiança, já que a maioria não tem competência para ocupá-los) desses altos salários ao partido milionário da classe trabalhadora, que ainda organiza a extorsão dos capitalistas segundo métodos já conhecidos em Chicago quase 100 anos atrás...
Agora vão precisar reforçar a colheita, de todos os lados, de todos os contribuintes, compulsórios e "voluntários".
Tem algumas centenas de milhares de reais a pagar pelos quadrilheiros condenados.
É pouco, pelas dezenas, talvez centenas de milhões que foram colocados à disposição de obras mais elevadas...
Paulo Roberto de Almeida

Reinaldo Azevedo, 10/01/2014

José Genoino e sua buliçosa família começaram a me dar uma preguiiiça!!! Cheguei a me comover um pouquinho com Miruna, sua filha. Vislumbrei o amor de uma filha preocupada com seu pai. Bonito. Isso nada tem a ver com política. Agora não mais. Vejo na moça uma pré-candidata a alguma coisa. Parece ser a pessoa vocacionada para levar adiante o nome da família.
Ela é a principal porta-voz de um site criado para arrecadar dinheiro para pagar a multa a que o pai foi condenado pelo STF: R$ 667,5 mil. Genoino é o tal “homem pobre”, que “mora numa casa modesta há 30 anos”, que nunca fez política para “enriquecimento pessoal”.
Até parece que a única forma de cometer crimes é investir no… enriquecimento pessoal.
Não vou doar dinheiro, não. Genoino pode até ser pobre, mas seu partido é o mais rico do Brasil. Ele fez o que fez para o PT, certo? Que a legenda pague. Não é tanto dinheiro assim para uma estrutura multimilionária, né?
E por que essa presepada toda? Para continuar a alimentar a imagem do mártir e, intuo, conservar na política o DNA da família Genoino.

Está tentado a dar um dinheirinho para o petista, leitor amigo? Doe para uma criança pobre.

A Russia produz petroleo, exporta petroleo, e ainda vai importar petroleo do Iran: amigos...

article image
Putin e o atual presidente iraniano Hassan Rouhani durante um encontro no Kremlin, em fevereiro de 2005. Países mantém até hoje uma forte aliança (Reprodução/Reuters)
ACORDO NUCLEAR SOB AMEAÇA

Rússia desafia Ocidente e negocia importação de petróleo iraniano

Governo de Vladimir Putin pode se tornar, em breve, o maior importador de petróleo iraniano do mundo, elevando em 50% as exportações iranianas; negócio ameaça acordo sobre programa nuclear do Irã

fonte | A A A
Irã e Rússia estão negociando um acordo através do qual o governo russo importará uma grande quantidade de petróleo iraniano em troca de equipamentos e bens de consumo no valor de US$ 1,5 bilhão por mês. O acordo elevaria em 50%  as exportações de petróleo iraniano e transformaria a Rússia no seu  maior comprador, superando a China, que ficaria em segundo lugar. A negociação contraria sanções impostas ao Irã por países do Ocidente e ameaça minar os esforços ocidentais para pressionar Teerã a desistir de seu programa nuclear.
Fontes russas e iranianas familiarizadas com as negociações afirmaram que os detalhes finais ainda estão em discussão, mas que a ideia é que Moscou passe a comprar até 500 mil barris por dia de petróleo iraniano em troca de “equipamentos e bens” russos não especificados.“Estamos avançando rápido com fortes chances de sucesso”, disse uma fonte russa à Reuters. “Estamos discutindo os detalhes e a data da assinatura”.
“Nosso desejo é assinar o acordo o mais rápido possível”, acrescentou uma autoridade iraniana , que não quis se identificar.
Alívio econômico em momento inoportuno
Não está claro como Moscou pretende justificar às potências ocidentais um acordo que ameaça minar as negociações nucleares com o Irã, aliviando a pressão econômica sobre o país.
A Rússia é um dos países envolvidos nas negociações nucleares, mas assim como a China — e ao contrário dos Estados Unidos e da União Europeia –, não aceitou impôr sanções ao Irã.
Nos últimos 18 meses, sanções americanas e europeias reduziram as exportações de petróleo iraniano a mais da metade, para cerca de um milhão de barris por dia. O acordo russo promete elevar as exportações russas em 50% e proporcionar um grande impulso para a abatida economia iraniana.

O descalabro moral e material das prisoes no Brasil - Reinaldo Azevedo (FSP)

Mortos sem pedigree

Reinaldo Azevedo
Folha de S.Paulo, 10/01/2014

Ouvir o texto
Se ninguém dá bola quando bandidos matam pais de família, por que haveria indignação quando presos resolvem decapitar seus pares no Maranhão, onde José Sarney é a fé, a lei e o rei? Que se virem! As trevas maranhenses são apenas um sintoma de um desastre humanitário silencioso.
Em novembro, veio a público o Anuário Brasileiro de Segurança Pública com os dados referentes a 2012. Os "crimes violentos letais intencionais" (CVLI) somaram 50.108, contra 46.177 em 2011. A taxa saltou de 24 para 25,8 mortos por 100 mil habitantes. Na Alemanha, é de 0,8. No Chile, 3,2. Os "CVLI" incluem homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Nota: esses são números oficiais. A verdade deve ser mais sangrenta.
Segundo a ONU, na América Latina e Caribe, com população estimada em 600 milhões, são assassinadas 100 mil pessoas por ano. Com pouco menos de um terço dos habitantes, o Brasil responde por mais da metade dos cadáveres. O governo federal, o PT, o PMDB, o PSDB e o PSB silenciaram. Esse é um país real demais para produtivistas, administrativistas e nefelibatas. A campanha eleitoral já está aí. Situação e oposição engrolarão irrelevâncias sobre o tema. Prometerão mais escolas e mais esmolas. Presídios não!
Algumas dezenas de black blocs mobilizaram o ministro da Justiça, os respectivos secretários de Segurança de São Paulo e Rio e representantes da OAB, do CNJ e do Ministério Público. Rodrigo Janot, procurador-geral da República, quer até um fórum de conciliação para juntar policiais e manifestantes. Sobre a carnificina de todos os dias, nada! Quem liga para cadáveres "pobres de tão pretos e pretos de tão pobres", como cantavam aqueles? No país em que os aristocratas são, assim, "meio de esquerda", segurança pública é assunto da "direita que rosna", certo? Os 400 e poucos mortos da ditadura mobilizam a máquina do Estado e a imprensa. É justo. Os 50 mil a cada ano só produzem silêncio. Dentro e fora dos presídios, são cadáveres sem pedigree.
E por que esse silêncio? É que os fatos sepultaram as teses "progressistas" sobre a violência. A falácia de que a pobreza induz o crime é preconceito de classe fantasiado de generosidade humanista. A "intelligentsia" acha que pobre é incapaz de fazer escolhas morais sem o concurso de sua mística redentora. Diminuiu a desigualdade nos últimos anos, e a criminalidade explodiu. O crescimento econômico do Nordeste foi superior ao do Brasil, e a violência assumiu dimensões estupefacientes.
Os Estados da região estão entre os que mais matam por 100 mil habitantes: Alagoas: 61,8; Ceará: 42,5; Bahia: 40,7, para citar alguns. Comparem: a taxa de "CVLI" de São Paulo, a segunda menor do país, é de 12,4 (descarta-se a primeira porque inconfiável). Se a nacional correspondesse à paulista, salvar-se-iam por ano 26.027 vidas.
Com 22% da população, São Paulo concentra 36% (195.695) dos presos do país (549.786), ou 633,1 por 100 mil. A taxa de "CVLI" do Rio é quase o dobro (24,5) da paulista, mas a de presos é inferior à metade (281,5). A Bahia tem a maior desproporção entre mortos por 100 mil e (40,7) e encarcerados: 134. Estudo quantitativo do Ipea (bit.ly/1gll0rL) evidencia que "prender mais bandidos e colocar mais policiais na rua são políticas públicas que funcionam na redução da taxa de homicídios".
Isso afronta a estupidez politicamente correta e cruel. Em 2013, o governo federal investiu em presídios 34,2% menos do que no ano anterior -caiu de R$ 361,9 milhões para R$ 238 milhões. Para mais mortos, menos investimento. Os progressistas meio de esquerda são eles. Este colunista é só um reacionário da aritmética. Eles fazem Pedrinhas. Alguém tem de dar as pedradas.
twitter.com/reinaldoazevedo
reinaldo azevedo
Reinaldo Azevedo, jornalista, é colunista da Folha e autor de um blog na revista "Veja". Escreveu, entre outros livros, "Contra o Consenso" (ed. Barracuda), "O País dos Petralhas" (ed. Record) e "Máximas de um País Mínimo" (ed. Record). Escreve às sextas-feiras.