Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 15 de junho de 2016
Dois gigantes do brasilianismo na historia e na economia: Thomas Skidmore e Werner Baer - Paulo Roberto de Almeida
PT: das teses politicas 'as narrativas mistificadoras - Cristovam Buarque
Paulo Roberto de Almeida
Teses e narrativas
Cristovam Buarque
14/06/2016
O Partido dos Trabalhadores adotou, durante anos, a prática democrática de debater teses apresentadas por seus grupos organizados, chamados de “tendências”.
Ao chegar ao poder, esta prática foi reduzida pela centralização criada para fazer o governo funcionar. As “tendências” foram perdendo força e suas teses, aos poucos, abandonadas.
Nos últimos meses, o partido passou a adotar “narrativas”, criadas conforme a interpretação de alguns dirigentes ou seus marqueteiros, para serem transformadas em lendas acreditadas sem contestações, o contrário do debate de teses. À exceção de alguns poucos líderes, a exemplo de Tarso Genro, que se mantêm fiéis a teses.
Foi propalada a lenda de que os programas de transferência de renda foram inventados e criados, em 2004, pelo governo Lula. A narrativa ignora o programa Bolsa Escola, criado pelo governo do PT no Distrito Federal, em 1995, espalhado para diversas cidades, inclusive São Paulo, no governo da Marta Suplicy, e depois adotado pelo governo Fernando Henrique, em 2001.
O programa foi ampliado com o nome de Bolsa Família, mas, ao relegar o aspecto educacional, transformou-se em instrumento de assistência social.
Em 2009, foi criada a narrativa de que o pré-sal era um produto do governo Lula e que suas receitas salvariam o Brasil, especialmente educação e saúde. Anos depois, estes setores não viram os resultados prometidos, e a Petrobras luta para sobreviver após a rapinagem do petrolão.
Vendeu-se a narrativa de que o Brasil havia superado o quadro de pobreza e que 35 milhões ingressaram na classe média, como a família que recebesse em 2012 renda per capita mensal entre R$ 291 e R$ 1.091. Este baixo valor e a elevada e persistente inflação desmoralizaram a narrativa.
Apresentaram a lenda de que as generosas desonerações fiscais seriam capazes de transformar a crise mundial em uma marolinha brasileira.
Graças às cotas, positivas, mas localizadas e restritas a raras pessoas, houve a narrativa de que os filhos de todos os pobres tinham vagas nas universidades, mesmo sem a melhoria da educação básica, porque raríssimos pobres terminam o ensino médio com qualidade.
Agora, passa-se a narrativa de que o impeachment é golpe, mesmo se for comprovado crime de responsabilidade previsto na Constituição. Individualmente, cada um pode ter razões para duvidar se as gravidades dos fatos apresentados na petição do impeachment justificam a destituição de uma presidente eleita por mais de 53 milhões de votos.
Mas não há razão para acreditar na narrativa de golpe, se o procedimento estiver seguindo as normas, leis e ritos constitucionais, conforme seguiu no caso do ex-presidente Fernando Collor. Esta narrativa é, porém, um direito do partido na estratégia eleitoral para 2018.
É lamentável, porém, que o partido das “teses” tenha se transformado no partido das “narrativas”.
terça-feira, 14 de junho de 2016
Grandes Desafios POLITICOS ao Brasil - minhas propostas - Paulo Roberto de Almeida
No dia 12 de maio foi sobre política, com a participação minha e do professor Paulo Kramer, na mesa dirigida pelo Rafael Pavão, tal como registrado neste vídeo agora disponibilizado no cana YouTube do Uniceub:
https://www.youtube.com/watch?v=3A3PJxsHLIU&feature=youtu.be
Nesse vídeo, que se refere ao dia 12, foi palestrado os principais problemas do Brasil no âmbito político, e sobre os ajustes e reformas necessárias para a construção de um futuro melhor para o país.
Mais interessante ainda foram as perguntas e o debate posterior, mas para isso vocês precisam assistir ao video até o final.
Paulo Roberto de Almeida
notas para a parte de Política:
Brasília, 11 de maio de 2016
Grandes Desafios ao Brasil: video da sessao sobre politica - Paulo Kramer e Paulo Roberto de Almeida
"Desafios ao Brasil: Política e Economia"
sendo que este primeiro foi dedicado à Política, com a participação do cientista político, professor da UnB, assessor legislativo no Senado Federal e consultor político, Paulo Kramer, e minha própria, em substituição ao palestrante original, professor Carlos Pio, retido em São Paulo por razões familiares.
Foi uma excelente noite de exposições e debates, com o Auditório 1 do Uniceub completamente cheio, todas as cadeiras ocupadas, e espectadores infelizmente impedidos de assistir de maneira confortável.
Agora, com a disponibilidade do vídeo pelo Núcleo de Marketing Digital do Uniceub -- e aproveito para agradecer ao professor Roberto Lemos pela prestimosa ajuda -- podemos contemplar todos os que não puderam estar em Brasília ou, estando em Brasília, não conseguiram aceder ao auditório, ao disponibilizar este vídeo, que pode ser acessado neste link:
https://youtu.be/3A3PJxsHLIU
Aproveito para transcrever novamente a parte inicial de meu pronunciamento, lido de maneira imperfeita na minha exposição inicial, elaborado previamente ao evento, uma vez que ele expressa o estado de espírito sob o qual eu e Rafael Pavão concebemos e dirigimos estes dois eventos que deveriam marcar a passagem do Brasil a uma nova etapa de seu itinerário político e seu processo de desenvolvimento (ainda não é exatamente o caso) econômico.
Paulo Roberto de Almeida
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 5 maio 2016, 5 p.
A economia brasileira, por quem entende (sobretudo de gente competente) - Fabio Giambiagi
Paulo Roberto de Almeida
Os pingos nos is
FABIO GIAMBIAGI
O GLOBO, segunda-feira, 13 de junho de 2016
Incomoda-me a postura falsamente neutra que tende a colocar no mesmo nível a gestão de governo 1995-2002 com o que aconteceu depois
Volto aqui a lidar com as questões nacionais. Não tenho procuração para defender a gestão FHC. Embora tenha exercido uma função subalterna no governo dele em 1995, seria despropositado me considerar parte da sua equipe. Feito o esclarecimento inicial, o leitor que porventura tiver acompanhado meus artigos nos últimos 20 anos sabe da minha identificação com as políticas implementadas por FHC, cujo governo defendi, sem ter me furtado na época, entretanto, a criticar a política fiscal implementada até 1998. Além disso, estou ligado, por comunhão de ideias e vínculos de amizade, a boa parte das pessoas que ocuparam posições de destaque na equipe econômica naqueles anos.
Por isso, incomoda-me a postura falsamente neutra que tende a colocar no mesmo nível a gestão de governo 1995-2002 com o que aconteceu depois. Ao dizer isto, quero ressaltar o papel que uma boa equipe, competente e honesta representa para o desempenho de um governo. Só para citar os casos mais conhecidos, vou lembrar nomes cujo espírito público, dedicação ao trabalho e qualidade técnica seriam reconhecidos em qualquer burocracia pública das mais avançadas do mundo: Malan, Gustavo Franco, Arminio Fraga, Amaury Bier, Bacha, Lara Resende, Mendonça de Barros, Pérsio Arida, Gustavo Loyola, Murilo Portugal, E. Amadeo, Eduardo Guimarães, Fabio Barbosa, Eduardo Guardia, Martus Tavares, Pedro Parente, Guilherme Dias, Reichstul, Francisco Gros, Elena Landau e os diretores do Banco Central naqueles anos fariam bonito em qualquer país. Todos se destacaram no governo FHC; todos tinham um nome profissional prévio; todos saíram da função pública sem maiores problemas quando as circunstâncias assim o requereram, dando mostras de que não tinham interesse no cargo em si — e todos voltaram à planície e continuaram se destacando nas suas respectivas áreas. Ainda que com todos os problemas de um país difícil de governar e com as tensões inerentes a qualquer grupo — administradas com maestria por FHC —, eles deram uma colaboração decisiva para vencer a hiperinflação, revezaram-se para “tocar o barco” durante oito anos, legaram um país com a economia essencialmente estabilizada — noves fora a bagunça de 2002, associada às estripulias da campanha eleitoral — e depois foram cuidar da vida, com pleno sucesso. Eles tinham o sentimento de ajudar o país, senso de pertencimento a uma equipe e cumpriram com zelo a sua missão. Eram anos em que havia liderança, equipe, projeto e rumo.
O que veio depois? Aqui é preciso fazer uma distinção. Na equipe de Lula em 2003 e nos primeiros anos, havia nomes com algumas daquelas características: Henrique Meirelles, Joaquim Levy, Marcos Lisboa, Roberto Rodrigues e a ótima equipe de diretores do Banco Central. Eles tinham dois denominadores em comum: 1) a competência; e 2) a ausência de identificação com o PT ou com as ideias por este defendidas ao longo dos 20 anos anteriores. Ou seja, não havia um vínculo com o projeto de governo. Enquanto Lula manteve esse time, as coisas funcionaram. O problema é que a política adotada naqueles anos não tinha nada a ver com o partido. Quando o PT começou a dar as cartas, em meados da década, o barco do país começou a desandar — e, quando assumiu de vez o controle, o barco naufragou. Treze anos depois, o que tínhamos no começo de 2016? Falta de liderança, de equipe, de projeto e de rumo. A ideia de que as experiências de FHC e de Lula/Dilma se igualam é um completo equívoco.
Insisto para que o leitor faça os devidos paralelos. De um lado, o que temos? Ex-autoridades que podem ir a qualquer lugar, têm seu papel reconhecido e formaram um elenco estelar de craques que honrariam qualquer equipe. E do outro? Um ex-ministro da Fazenda que teve que sair do governo duas vezes por fatos que não conseguia explicar; outro que não consegue sair para a rua sem passar por constrangimentos por ter levado o país à maior crise da sua história; uma penca de membros do “alto generalato” partidário espalhados pelas prisões do país; e o vazio mais absoluto.
Liderança, equipe, projeto, rumo. Havia no passado; deixou de haver depois. Em momentos em que o país precisa reencontrar o caminho do progresso, é bom estabelecer as diferenças. A formação da equipe de Temer, nesse sentido, dá espaço para recuperar certo otimismo.
Fabio Giambiagi é economista.
China: reformas liberais que favorecem seu desenvolvimento politico - Jorge Malena
An Appraisal of Three Liberal Contributions to Political Reform in China
Senior lecturer, Chinese domestic politics and foreign policy (USal).
Senior lecturer, Argentine Foreign Service Institute.
Counselor member, Argentine Council for International Relations
Efeitos dos acordos de livre comercio: Swarnali Ahmed Hannan (FMI)
The Impact of Trade Agreements : New Approach, New Insights
Author/Editor:
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Publication Date: | June 10, 2016 | |
Electronic Access: | Free Full text (PDF file size is 849KB). |
Summary: The Trans-Pacific Partnership (TPP) has reinvigorated research on the ex-ante impact of trade agreements. The results from these ex-ante models are subject to considerable uncertainties, and needs to be complimented by ex-post studies. The paper fills this gap in recent literature by employing synthetic control methods (SCM) – currently extremely popular in micro and macro studies – to understand the impact of trade agreements in the period 1983–1995 for 104 country pairs. The key advantage of using SCM to address selection bias – one of the persisting issues in trade literature – is that it allows the effect of unobserved confounder to vary with time, as opposed to traditional econometric methods that can deal with time-invariant unobserved country characteristics. Using SCM approach, the paper finds that trade agreements can generate substantial gains, on average an increase of exports by 80 percentage points over ten years. The export gains are higher when emerging markets have trade agreements with advanced markets. The paper shows that all the countries in NAFTA have substantially gained due to NAFTA. Finally, there is some evidence that trade agreements can potentially lead to slight import diversion, but not export diversion.
Text: http://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2016/wp16117.pdf
Disclaimer: This Working Paper should not be reported as representing the views of the IMF. The views expressed in this Working Paper are those of the author(s) and do not necessarily represent those of the IMF or IMF policy. Working Papers describe research in progress by the author(s) and are published to elicit comments and to further debate
China: endividamento das empresas preocupa FMI, 145pc do PIB, e metade pelas estatais
Endividamento é de 145% do PIB e estatais têm grande participação
SHENZHEN (China) - Em missão na China, o vice-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), David Lipton, alertou para o elevado endividamento corporativo no país asiático, disse que este é um problema sério e defendeu que a questão precisa ser tratada de forma rápida e efetiva, ou corre o risco de se deteriorar.
— Aprendemos nos últimos 20 anos como rupturas na economia e no mercado de um país podem reverberar mundialmente, como vimos na repentina instabilidade do mercado chinês no ano passado. A questão é que qualquer discussão de desenvolvimento sustentável deve levar em consideração as vulnerabilidades de uma economia sistemicamente importante — apontou Lipton.
Hoje, o endividamento corporativo na China corresponde a 145% do Produto Interno Bruto (PIB), nível que ele considera elevado, seja qual for a medida usada. Estimativas do FMI apontam que as empresas estatais respondem por cerca de 55% desse endividamento, bem mais que os 22% que representam da economia chinesa.
Ele afirmou que, embora reconheça que a China é única em muitos aspectos, não é o primeiro país a enfrentar dívidas. E é possível aprender com experiências do passado.
Entre as lições mais importantes, destacou ele, estão o fato de que o problema da dívida corporativa deve ser tratado de forma rápida e efetiva. As dívidas de empresas de hoje podem se tornar um problema sistêmico de dívida amanhã, que levaria a um crescimento econômico mais lento ou a uma crise bancária, ou ambos.
‘PROBLEMA SÉRIO E CRESCENTE’
Além disso, Lipton defendeu que tanto credores quanto endividados devem fazer parte da solução do problema, ou seja, tanto bancos quanto as companhias. E que é preciso agir também para acabar com os problemas de governança nos setores bancário e corporativo.
— A China enfrenta um conjunto extraordinário de desafios. O crescimento está desacelerando, mas para uma velocidade que seria invejada por qualquer economia avançada. No entanto, dívida corporativa permanece um problema sério e crescente que precisa ser tratado imediatamente e com compromisso com reformas — disse.
Lipton ponderou, no entanto, que a China demonstrou uma enorme capacidade de adaptação e evolução na última geração. Assim, afirmou, “há toda razão para acreditar que pode fazer esta transição e assegurar que o novo normal da economia chinesa é um desenvolvimento sustentável que beneficie tanto a China quanto o mundo”.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/fmi-alerta-para-risco-de-elevada-divida-corporativa-na-china-19491750#ixzz4BUE2Q5gT
segunda-feira, 13 de junho de 2016
Research Gate: minhas estatísticas de acessos - most read autor - Paulo Roberto de Almeida
Indico aqui os dados relativos a esses dois artigos mais acessados nos últimos dias.
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Reads by country
Brazil | 63 | |
China | 15 | |
United States | 11 | |
Portugal | 2 | |
Mexico | 2 | |
Japan | 2 | |
Germany | 1 |
Thomas Skidmore sempre presente no debate historiografico e sobre racas no Brasil
Thomas Skidmore no Roda Viva
O historiador norte-americano Thomas Skidmore deu uma importante entrevista ao programa Roda Viva:
https://www.youtube.com/watch?v=M16Xz-l6E0c&feature=youtu.be
Livro Preto no Branco de Thomas Skidmore disponível parcialmente
Parte do capítulo 1 está disponível no site da Companhia das Letras:
http://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13014.pdf
Venezuela: socialistas franceses (finalmente) resolvem reconhecer a realidade da repressao
Georges Couffignal
13 juin 2016
Depuis maintenant bientôt deux décennies, le Venezuela ne laisse personne indifférent. Chavistes et antichavistes s’opposent avec passion, dans et hors du pays. Au Venezuela, la figure de Chavez continue à être aujourd’hui objet de culte quasi religieux par une partie de la population, qui pourtant ne supporte plus la pénurie de tous les produits de première nécessité. En France, Jean-Luc Mélenchon ou Le Monde diplomatique n’ont cessé de porter aux nues la « révolution bolivarienne » de l’ancien colonel putschiste, quand d’autres n’hésitaient pas à qualifier le régime de dictatorial. En Espagne, le flirt de Podemos avec Hugo Chavez lorsque celui-ci était au pouvoir lui est régulièrement reproché par ses adversaires de droite ou du centre. Mais depuis plus de deux ans, la situation venezuélienne préoccupe soutiens et opposants au régime. On parle d’échec du « modèle bolivarien », de dictature rampante, de risque de guerre civile, le Secrétaire général de l’Organisation des États Américains (OEA) en appelle à la charte démocratique adoptée en 1991 pour demander la suspension du Venezuela. Les médiations récentes entre le pouvoir et l’opposition, conduites par d’anciens chefs d’État d’Amérique latine ou par l’Espagnol José Luis Zapatero et le Panaméen Martín Torrijos, se sont pour l’heure soldées par un échec. Celle qui se tient présentement en République Dominicaine bute sur les conditions posées par les deux camps. Les opposants de toujours voient grossir leurs rangs à mesure qu’augmente le nombre de Vénézuéliens vivant la fin d’un rêve en perdant beaucoup d’illusions.
La première illusion perdue est celle de la toute-puissance du politique et de son bras armé l’État. Dans une économie depuis plus d’un demi-siècle rentière et totalement dépendante des exportations de brut (premières réserves mondiales), Hugo Chavez – grand admirateur de Fidel Castro et qui, comme son successeur N. Maduro, se rendait très régulièrement à La Havane – a voulu construire un « socialisme du XXIe siècle » fondé sur le primat de l’État : nationalisations, contrôle des prix, contrôle des investissements, contrôle des importations, création de quantité de services publics, d’universités « bolivariennes », encadrement de la population… le tout financé exclusivement par les royalties d’un pétrole à près de 100 dollars le baril. Telle la cigale de La Fontaine, Nicolas Maduro, élu en avril 2013 après le décès de Chavez, s’est trouvé fort dépourvu lorsque le baril de pétrole à 30 dollars est venu. Les Vénézuéliens manquent de tout. En 2015 l’inflation a été, selon les chiffres officiels, de 180,9% et le PIB s’est contracté de 5,7%. 2016 s’annonce pire : le FMI prévoit une inflation de l’ordre de 700% et un PIB en baisse de 8%… Quels que soient le charisme et la légitimité politique d’un dirigeant, quelle que soit l’importance des leviers de pouvoir étatique à sa main, dans les économies ouvertes d’aujourd’hui les règles de base du marché sont incontournables. L’économie vénézuélienne dépendait pour 80% des exportations pétrolières en 1998, au moment de l’arrivée au pouvoir de H. Chavez, elle en dépend de près de 95% aujourd’hui. La « malédiction de l’or noir »…
La seconde illusion perdue est celle de la nature profondément démocratique du régime instauré par Chavez. La constitution adoptée en 1999 n’était-elle pas sur le papier l’une des plus avancées du monde, avec la création de deux nouveaux pouvoirs, électoral et citoyen, indépendants des trois pouvoirs traditionnels exécutif, législatif et judiciaire ? Le « pouvoir électoral » réside entre autres dans la possibilité d’enclencher une procédure de révocation des élus à tous les échelons, du maire au président de la République. Il s’exerce via un Conseil National Électoral (CNE) indépendant, seul responsable de l’organisation et du contrôle du bon déroulement des élections. Quant au « pouvoir citoyen », chargé de contrôler le travail et la moralité des serviteurs publics, il est exercé par un Conseil Moral Républicain (CMR) composé du Défenseur du peuple, du Contrôleur général de la République et du Contrôleur des comptes. Ces beaux organes sont de fait des coquilles vides. Le CNE, composé de cinq magistrats désignés par la Chambre (quatre l’ont été par la majorité chaviste à la veille des élections de 2013), a fait durer la vérification des 1,8 million de signatures demandant l’organisation d’un référendum révocatoire de Nicolas Maduro. Celles-ci viennent en grande partie (1,3 million) d’être validées, mais il n’est pas certain que le référendum soit organisé. Le CNE soulève divers artifices de procédure pour retarder la décision. Si le référendum est organisé après le 15 janvier 2017, il sera sans effet juridique. Nicolas Maduro sera alors assuré d’aller jusqu’au terme de son mandat en décembre 2018. Ce dernier a d’ailleurs récemment déclaré dans une allocution télévisée que la révocation était un droit constitutionnel, mais pas une obligation. Or, a-t-il ajouté, « le Venezuela n’a pas besoin d’un référendum révocatoire, il a besoin de récupérer son économie. Ce pays ne peut être gouverné que par un président révolutionnaire : Nicolas Maduro Moro » !
Le CMR garant de la moralité des serviteurs de l’État ? Selon Transparency International, le Venezuela est le pays le plus corrompu d’Amérique latine et occupe en la matière le 158e rang mondial (sur 168). Chavez était-il corrompu ? Ce reproche ne lui a jamais été fait. Bien qu’ancien putschiste, était-il un démocrate ? Il est incontestable qu’il a voulu et réussi à incorporer à la société toute une série de couches qui étaient marginalisées. De nombreuses « misiones » ont été mises en place dans le domaine du logement, de l’éducation, de la santé, des biens alimentaires de base, etc. Il s’agissait – et c’était leur grande faiblesse – de politiques sociales ambitieuses de type assistanciel (et non pas conditionnelles (conditional cash transfer), comme au Brésil ou dans la plupart des pays d’Amérique latine). Le résultat est indéniable, mais très fragile puisque non fondé sur un développement économique productif. Entre 2000 et 2012, le taux de pauvreté est passé de 46% de la population à 28%, et le coefficient de Gini (qui mesure les inégalités) est passé de 0,50 à 0,39.
De même, l’élargissement du corps électoral a été considérable. En 1998, Chavez fut élu par 3,6 millions d’électeurs, en 2008 par 7,5 millions. Il s’est soumis sans rechigner à un référendum révocatoire en 2004 et l’a gagné. Mais convaincu de son pouvoir charismatique et de la justesse de ses décisions, il n’a cessé d’affaiblir et de réduire les compétences des institutions existantes (gouverneurs des états de la fédération, municipalités, université, syndicats) dès que certaines d’entre elles étaient dirigées par des opposants, faisant directement dépendre tout pouvoir financier de la présidence de la république. Il n’allait donc pas donner substance à ces institutions nouvelles créées par la constitution. Quant à celles sur lesquelles il s’appuyait, armée et justice, il a placé à leur tête des hommes de confiance. Les chefs d’état major sont des fidèles comme la majorité des membres du Tribunal Suprême de Justice. Alors même qu’il disposait d’une confortable majorité parlementaire, il a constamment gouverné par décrets-lois et en instaurant l’état d’urgence. Il n’a cessé d’accroître le pouvoir présidentiel, vidant de leur substance tous les corps intermédiaires et tous les contrepouvoirs, n’acceptant que sa relation directe au peuple. Son corps d’origine, l’armée, seule institution en laquelle il avait confiance, a été l’objet de toutes ses attentions : salaires des militaires très supérieurs à ceux des autres fonctionnaires, purges dans la hiérarchie, nomination de gradés soutiens du régime dans tous les rouages de l’économie étatisée… tout ceci sans se préoccuper de la corruption qui a pénétré en profondeur ce corps censé être exemplaire, mais qui est aujourd’hui compromis dans d’innombrables trafics (notamment d’armes et de drogue).
Chavez avait choisi Nicolas Maduro, formé à La Havane, pour lui succéder et en avait fait son Vice Président. Il est le parfait héritier de ce mode de gouverner. Mais s’il a la même incompétence en matière économique que son mentor, il n’en a ni le charisme ni le sens politique. Il a décrété l’ « état d’urgence économique » en janvier dernier et accumule depuis les erreurs de gouvernance. Il a décrété en mai l’ « état d’exception », qui lui donne tous pouvoirs. Il dénie toute légitimité à une opposition qui s’est provisoirement unie (sous le sigle MUD, Mesa de Unidad Democratica) et a conquis 112 sièges sur 167 aux législatives de décembre 2015. Il muselle la presse et mobilise l’armée contre de supposées menaces d’intervention américaine, mais avant tout pour réprimer les débuts de jacqueries (notamment des pillages de supermarchés) qui se manifestent un peu partout. La population est excédée de manquer de lait, de sucre, de riz, de coca, de savon, de papier hygiénique, elle voit tous les acquis sociaux de la période précédente s’effondrer : la pauvreté est de retour, le chômage (14% en 2015) augmente, les dispensaires et hôpitaux n’ont plus de médicaments, l’insécurité devient le quotidien (Caracas est la ville la plus violente du monde, avec un taux de 119 homicides pour 100 000 habitants). Et la situation ne fait qu’empirer. Le Venezuela, qui tire (selon un récent rapport du FMI) 96% de ses devises du brut, a vu ses revenus pétroliers passer de 80 milliards de dollars en 2013 à 25 milliards en 2015. Il a pu éviter le défaut de paiement de sa dette (près de 60% du PIB) en 2015 et en février 2016 grâce à des prêts de la Chine. En sera-t-il de même à l’automne prochain, avec des échéances de 4,8 milliards de dollars ?
Face à cette situation économique et sociale qui s’aggrave, quelles hypothèses pour sortir de la crise politique ? Une évidence : il faut changer d’équipe gouvernante. Mais Maduro n’est pas prêt à démissionner. Un durcissement du régime et une dérive autoritaire sont donc tout à fait plausibles, mais risquent fort d’entraîner le pays dans le chaos. Le succès des médiations en cours, tentées par l’environnement latino-américain, est peu probable : Maduro les a jusqu’à présent refusées et l’opposition – unie pour réclamer le referendum révocatoire – est de fait tiraillée entre deux leaders : Leopoldo Lopez, opposant farouche à Chavez et condamné en 2014 à 13 ans de prison pour « incitation à la violence » et Henrique Capriles, qui s’était présenté contre Maduro et avait obtenu 49,1% des voix aux élections présidentielles de 2013. Pour l’heure, cette opposition a tout fait pour respecter la légalité et a soigneusement évité de jeter de l’huile sur un feu qui couve. Mais des affrontements violents, avec les milices chavistes armées dans les quartiers, ne sont pas impensables. Une division interne à l’armée, avec un pronunciamiento déposant le président et exerçant temporairement le pouvoir pour procéder ensuite à des élections et le restituer aux civils, comme ce fut le cas au Honduras en 2009, est une hypothèse crédible mais difficile à réaliser, compte tenu des rentes de situation des hauts gradés. Il semblerait pourtant que des tensions internes à l’armée se fassent actuellement jour. Quoi qu’il en soit, quelle que soit la solution, négociée ou violente, le Venezuela échappera difficilement à une cure d’austérité « à la grecque », avec toutes les incertitudes que cela entraîne dans un pays qui n’est pas connu historiquement pour la force de sa cohésion sociale…
A FRAUDE do Ciencia Sem Fronteiras: aproveitamento NULO, ou quase nulo - O Antagonista
Desde o início do CsF, considerei o programa demagógico, absolutamente ineficaz para os fins proclamados e totalmente fraudador das contas públicas, especialmente para os fins de C&T. Acompanhei o início, quase todos em direção de países de língua portuguesa (vale dizer unicamente Portugual) e espanhol, e marginalmente em universidades de língua inglesa ou outras.
Depois tive contato, direto e indireto, com vários estudantes desse programa no exterior, e de praticamente todos recolhi testemunhos sinceros, voluntários, esclarecedores, quanto à pouca utilidade desses estágios em universidades de segunda ou terceira linha do exterior, servindo se tanto para "turismo acadêmico", algum aprofundamento "linguístico" e não muito mais do que isso.
Visitei, pessoalmente, vários desses estudantes em universidades da costa leste dos EUA, e praticamente todos eles NÃO estavam cumprindo NENHUMA matéria substantiva, mas apenas fazendo cursos de inglês, por seis meses ou mais.
Ou seja, o programa é, sempre foi, uma FRAUDE, e representou milhões gastos indevidamente, irresponsavelmente, criminosamente, com intenções claramente eleitoreiras. Nada que seja muito diferente de muitas outras políticas dos companheiros, sempre torrando dinheiro de todos os políticos brasileiros a fim de manter, preservar, ampliar um CURRAL ELEITORAL que lhes mantivesse no poder.
Lamento que outras áreas de C&T do Brasil tenham perdido recursos para que o governo fraudulento dos companheiros pudesse fazer demagogia eleitoral.
Paulo Roberto de Almeida
Sem-vergonhice sem fronteiras
Por Mario Sabino
O Antagonista, 13/06/2016
Eu não entendo nada de ciência e tecnologia, mas sei que as universidades, os laboratórios e centros de pesquisa do Brasil estão a anos-luz de distância daqueles dos países avançados.
Eu não entendo nada de ciência e tecnologia, mas sei que são fatores determinantes para o desenvolvimento de uma nação.
Eu não entendo nada de ciência e tecnologia, mas sei que é um inferno encontrar um bom instalador de ar-condicionado por aqui.
Foi com certa curiosidade, portanto, que li a notícia da Folha segundo a qual apenas 3,7% dos participantes do programa federal Ciência Sem Fronteiras foram estudar nas melhores universidades do mundo -- aquelas que realmente fariam diferença para a formação dos beneficiados e, portanto, para o avanço científico e tecnológico nacional. A massacrante maioria aproveitou o intercâmbio com dinheiro público apenas para “ter uma experiência lá fora”. E o “lá fora”, não raro, foi Portugal -- essa ilha de excelência na Europa Ocidental.
É claro que o programa inventado pelo PT era demagógico, um trem da alegria destinado principalmente a uma porção de gente sem requisitos acadêmicos para estudar seriamente no exterior. O meu ponto não é esse. O meu ponto é justamente a quantidade de gente disposta a pegar qualquer trem da alegria no Brasil, desde que pago com dinheiro público, sem a preocupação de dar retorno ao país.
Não há diferença moral entre o estudante que pegou bolsa do governo para fazer curso de nanotecnologia na Universidade de Coimbra e o político que vai ao estrangeiro às nossas expensas, a pretexto de discutir alianças estratégicas, e passa o dia circulando em lojas de grife de Nova York, Londres, Paris ou Roma.
Somos um país de salafrários, essa é a verdade, e os trens da alegria nos espelham, não importa o nome que se dê a eles. A taxa de honestidade brasileira talvez seja mesmo de míseros 3,7%.
Vou ter de continuar procurando um bom instalador de ar-condicionado.
A Editora Abril pratica assedio a eventuais clientes: pratica uma politica - Paulo Roberto de Almeida
Não sou e não pretendo ser, neste momento, cliente da Editora Abril, e não pretendo receber mais mensagens não solicitada dessa Editora que pratica assédio a eventuais clientes.
A Editora Abril merece um alerta do Procon, e talvez um processo por assédio.
O que pretendo fazer se continuarem os assédios.
Paulo Roberto de Almeida
Em politica, ganha a versao, nao o fato, ja diziam politicos experientes...
Pois bem, abaixo transcrevo o que acabo de receber sob a rubrica "política externa", uma das minhas palavras-chave, para receber todo e qualquer material que apareça sobre essa temática e que me vem por e-mail.
Como poderão perceber os leitores, mesmo sem entrar em qualquer uma das matérias em questão, os mais presentes, a disseminar as "versões" que lhes interessam politicamente são os opositores do atual governo interino, os companheiros dos companheiros, que não hesitam em divulgar falsidades, mentiras, falcatruas, meias verdades, deformações e todos os tipos de publicidade estapafúrdia em apoio a suas teses enviesadas.
Conclusão: como os alunos e a audiência pública de modo geral é mal informada, e se deixa levar pelas grandes frases grandiloquentes desses falsificadores da verdade -- soberania, diplomacia ativa e altiva, submissão ao imperialismo, e outras bobagens do gênero -- o que ocorre é que essa versão acaba passando por verdade aos olhos dos mal informados.
Tento fazer o que posso, escrevendo e divulgando o que me parece ser a verdade objetiva nesta minha área de especialização profissional e de pesquisas acadêmicas, e não escondo que sempre fui um inimigo declarado da política externa companheira, em todas as épocas e circunstâncias, assim como de suas políticas econômicas, que eu sabia, por instinto, estudo e experiência vivida, que dariam errado em algum momento. Demorou, pois o chefe da quadrilha, dotado de inteligência instintiva para saber que as políticas econômicas aloprados dos seus "economistas", keynesianos do botequim, não dariam certo, e também porque ele foi ajudado durante muitos anos pela bonança chinesa. Bastou entrar uma energúmena no comando da economia para a coisa toda degringolar.
Abaixo a propaganda majoritária dos companheiros, inclusive por instrumentos que até há pouco (ou quem sabe até agora) estavam na folha de pagamentos do governo companheiro (mas que ainda podem continuar com a publicidade de estatais).
Paulo Roberto de Almeida
politica externa do Brasil (Google Alert)
Atualização semanal ⋅ 13 de junho de 2016
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