O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Doze trapalhadas econômicas históricas - John S. Chamberlain (Mises Brasil)

Doze trapalhadas econômicas históricas
Um museu de grandes novidades
Sempre que você ouvir um político falando sobre questões econômicas, esconda-se e proteja-se. Pode apostar que vem por aí alguma trapalhada.  
A sorte desses iluminados é que suas interferências erosivas geralmente são de efeito lento sobre a economia. Contudo, de vez em quando, os grandes sábios conseguem produzir um verdadeiro colosso, que, além de derrubá-los, destrói também todo o seu país. A seguir, doze exemplos históricos dessas trapalhadas.
1. Cobre muito caro e morra
No ano 301, o imperador romano Diocleciano publicou o seu Edictum De Pretiis Rerum Venalium, isto é, Édito Sobre os Preços dos Alimentos, o qual visava à reestruturação do sistema de cunhagem de moedas e determinava um congelamento de salários e preços de vários tipos de bens, especialmente alimentos. 
A penalidade para quem vendesse acima dos preços estipulados era a morte. Cópias desse édito foram insculpidas em pedras e em monumentos de todas as partes do império. 
Eis uma dica para futuros ditadores: jamais entalhem nas pedras suas trapalhadas, a menos que queiram que as pessoas riam de sua estupidez pelo resto da eternidade. 
O édito foi um desastre. Comerciantes estocaram seus bens, recusando-se a vendê-los pelo preço imposto pelo governo. Outros estocaram simplesmente para não correr o risco de serem erroneamente acusados de estarem vendendo a preços acima do determinado, ficando assim sujeitos a execuções. Os trabalhadores reagiram ao congelamento de salários desaparecendo do expediente ou simplesmente ficando sentados, sem fazer nada. Com o tempo, o édito passou a ser ignorado e se tornou objeto de escárnio e gozação, algo que diminuiu permanentemente o prestígio e a autoridade do império.
2. Tosando o Lobo Inglês
Você sabe que está fazendo algo de errado quando seus inimigos se tornam heróis populares como Robin Hood. 
O bom senso diz que é mais fácil tributar os fracos e repassar o dinheiro para os fortes; porém, após o fracasso de sua política de administração florestal, o Rei João I de Inglaterra decidiu tentar o inverso. Ele liberou os nobres da obrigatoriedade de fornecer soldados e material militar à coroa, mas, em troca, ordenou que eles pagassem uma pesada "scutage" — taxa paga em substituição ao serviço militar.  Rapidamente, surgiram 10.000 Robin Hoods querendo matá-lo, perseguindo-o de forma bem organizada. 
Ao ser humilhantemente obrigado a assinar a Magna Carta em 1215, que deu início à monarquia constitucional e limitou os poderes do rei, João I conseguiu ganhar algum tempo. Porém, já no ano seguinte, ele voltou a viver em fuga. Após perder todas as suas posses (ele havia confiscado algumas jóias da coroa) em uma intempestiva tentativa de atravessar um rio, ele enlouqueceu, teve disenteria e morreu pouco tempo depois.
3. Dinheiro de papel é incrível
O quinto Khan da Pérsia se chamava "Gaykhatu", o que significa "Incrível" em mongol. 
Em 1294, após esbanjar afobadamente todo o dinheiro deixado por seus predecessores, ele não tinha como enfrentar uma forte epidemia de peste bovina que começava a devastar o gado de seus cidadãos. Incrível propôs uma solução incrível para seus problemas financeiros: dinheiro de papel.  
Inventada por seu chefe Kublai Khan, na China, a ideia de um dinheiro de papel foi uma dádiva dos céus. Ele poderia imprimir notas de papel idênticas às chinesas, decretar pena de morte para qualquer um que se recusasse a aceitá-las, e todos os seus problemas estariam resolvidos. Incrível! 
Mas, para a infelicidade de Incrível, ele não se preocupou muito com detalhes técnicos como conversibilidade e controle de capitais, coisas com que Kublai Khan havia se preocupado em demasia; e o resultado foi o total fracasso do projeto. O caos econômico foi inevitável. Incrível foi deposto e executado no ano seguinte.
4. Comprarei todas as espadas que você fizer
No período Muromachi (1336 a 1573), os mandarins da dinastia Ming, na China, adotaram a política de comprar e importar espadas dos japoneses com o objetivo de impedir que os incômodos "bárbaros" que ocupavam aquelas ilhas tivessem acesso a essas armas. A reação dos japoneses foi um regozijo só, e se deu dentro do espírito daquele antigo comercial de Doritos, feito por Jay Leno: compre o quanto você quiser; vamos fazer mais.
5. Nenhum contrabando será permitido
Controle de preços sempre será algo estúpido, independente da época, mas é necessário um enorme grau de imbecilidade para se praticá-lo quando sua região está sitiada.  
Em 1584, as forças controladas por Alessandro Farnese, Duque de Parma e Piacenza, estavam cercando a maior cidade da Holanda, Antuérpia, durante a Revolta Holandesa (Guerra dos oitenta anos). De início, o cerco foi em vão, pois as formações em linha do exército do duque eram porosas, e a Antuérpia conseguia receber suprimentos por via marítima. 
Mas o duque era sortudo, pois a cidade decidiu voluntariamente se bloquear a si própria. Os magistrados da cidade decretaram um limite de preços para os cereais. Como consequência, os contrabandistas, que até então vinham furando o bloqueio, se tornaram consideravelmente menos entusiasmados para fazer entregas de alimentos. Em meio à fome geral que se seguiu, a cidade teve de se render no ano seguinte.
6. A fábrica de ouro de Veneza
Em 1590, a República de Veneza estava em declínio. Dezenove anos antes, ela havia gloriosamente se defendido dos turcos otomanos, vencendo a Batalha de Lepanto, porém tendo perdido o Chipre, a maior possessão da república.  
Em 1585, o recém-eleito doge (magistrado supremo), em vez de jogar para o público moedas de ouro — como era tradicional na cerimônia de ascensão —, havia jogado moedas de prata.  Sobrecarregada de impostos, tarifas, taxas, obrigações, dízimos, multas e comissões, a economia já havia vivido dias melhores.
Inesperadamente, de toda essa treva surgia uma nova esperança. Um veneziano chamado Marco Bragadini, há muito desaparecido, mas que estava morando na Lombardia, havia descoberto uma maneira de criar ouro. 
Porém a república tinha de agir rápido, alertou Bragadini, pois o duque de Mantua estava louco para pôr as mãos nesse invento valioso. Uma tropa de soldados foi enviada imediatamente, e Bragadini entrou seguro e triunfante na cidade, com mais três galés. Testes científicos rigorosos foram ordenados pelo senado para verificar o poder do "anima d'oro", o qual apenas Bragadini possuía. O alquimista despejou mercúrio em um cadinho, acrescentou uma pitada de seu pó secreto e colocou fogo na mistura. Rapidamente, o mercúrio se transformou em ouro. Era tudo verdade, afinal.  
Os preços das capas e dos frascos do alquimista dispararam. Signor Bragadini calmamente informou ao senado que ele poderia produzir seis milhões de ducados ou qualquer quantia que eles quisessem. Em troca, ele assegurou que não queria nada, mas apenas ser um humilde servo de seu país.
Naturalmente, o senado colocou todos os recursos de Veneza à disposição de Bragadini. Os nobres corriam em manada até o alquimista, implorando para que ele os incluísse em seu negócio. Porém, os meses se passaram e a produção de ouro revelou-se desapontadoramente escassa. 
Aparentemente, havia limites para a velocidade na qual o ouro poderia ser criado.  Sentindo uma crescente impaciência com os pífios resultados de seu trabalho, Bragadini fugiu sorrateiramente para Munique, onde o Duque Guilherme V da Baviera (também conhecido como Guilherme, o devoto) suplicava seus serviços. 
Infelizmente para o maestro Bragadini, nesse meio tempo o Papa Sisto V havia morrido e sido substituído pelo farisaico Papa Gregório XIV, que considerava o alquimista e seus dois cachorros crias do diabo. Gregório XIV imediatamente deu ordens para que os três — Bragadini e seus dois cães — fossem executados, ordem essa que Guilherme, o devoto, imediatamente cumpriu.  
O senado de Veneza decidiu fingir que a coisa toda jamais havia acontecido.
7. Como lidar com entesouradores
À medida que a fome gerada pela Revolução Francesa foi ficando fora de controle, em 1793, um grupo radical chamado "Comitê da Segurança Pública", liderada por Maximilien Robespierre, assumiu o controle. O comitê decidiu solucionar o problema da fome decretando a "Lei de Maximum", um conjunto de políticas decretando um limite de preços para o pão e outros bens comuns. 
Quando essas medidas se revelaram incapazes de aumentar a oferta de alimentos, o comitê enviou soldados para o interior do país com o intuito de confiscar violentamente os cereais dos perversos agricultores, que estavam "entesourando" tudo. Robespierre e seu comitê foram mandados para a guilhotina no ano seguinte.
8. O sonho de um desocupado, o fim de um império
Em 1880, a tecnologia ferroviária estava avançando rapidamente, e os russos receberam do Extremo Oriente inúmeros pedidos de autorização para a construção de ferrovias privadas.  Porém, para os paranóicos aristocratas de Moscou, não bastava apenas negar o pedido desses estrangeiros inconfiáveis; era necessário também que os russos construíssem sua própria ferrovia para o oriente, de modo a manter os orientais fora da Rússia. 
Sob a liderança de sua Paranóia Real, o Czar Alexandre III, o estado russo começou a pedir uma enormidade de empréstimos estrangeiros para construir a ferrovia Transiberiana, de 8.000 quilômetros, o maior projeto de obra pública desde as grandes pirâmides de Gizé.
Alexandre (e seu império) mais tarde morreria em decorrência de lesões sofridas em um acidente ferroviário. Quando esse projeto dominado pela corrupção foi finalizado em 1904, o filho de Alexandre, Nicolau II — o último czar russo —, estava tecnicamente falido. Guerras e revoltas começaram a assolar o império. Em vez de transportar artigos de comércio, a nova ferrovia estava transportando prisioneiros políticos e suprimentos para soldados. 
Quando a Rússia rolou suas dívidas em 1907, já era óbvio para os grandes bancos que o império estava financeiramente condenado. Apenas pequenos investidores se arriscavam a conceder novos empréstimos. Mesmo com a suspensão do pagamento da dívida, a economia da Rússia já estava tão debilitada, que ela não sobreviveria à Primeira Guerra Mundial.  
Nicolau II foi executado em 16 de julho de 1918.
9. É preciso uma vila para produzir a fome
Em 1984, o fracasso da colheita na Etiópia apresentou um novo conjunto de problemas para a junta marxista, chamada "Derga", que controlava o governo. Os programas de estatização e de controle de preços, que eles haviam implementado há anos, pareciam menos eficazes que nunca. 
Obviamente, o problema todo estava nos vestígios de capitalismo que ainda infectavam a economia. 
Portanto, a junta resolveu adotar medidas ainda mais vigorosas, como a proibição do comércio de cereais. Por mais estranho que pareça, tal medida não acabou com a fome. 
O ditador Mengistu Haile Mariam, inspirado pelo brilhante sucesso agrícola do camarada Stálin na década de 1930, imediatamente promulgou um novo conjunto de ideias batizado de "vilagização". Sob esse plano, os dispersos habitantes rurais da Etiópia seriam aglomerados em vilas modernizadas com infraestrutura de ponta. 
Como era de se esperar, nem todos os beneficiários desse plano compreendiam o charme utópico dessas vilas, o que fazia com que eles tivessem de ser levados à força para o local — para o bem deles próprios. Infelizmente, o esperado aumento na produção agrícola nunca se materializou, e milhões morreram de fome. O país sucumbiu a um permanente estado de guerra civil, que só acabou em 1990, após a União Soviética ter parado de subsidiar a Derga. 
Mengistu fugiu para o Zimbábue, onde se tornou um proeminente conselheiro dos governantes daquela nação, gerando humanitários resultados.
10. Reeditando Diocleciano[*]
Na ânsia de inovar, o presidente brasileiro José Sarney achou-se capaz de dar uma lição em Diocleciano. Em 1986, após anos de crescente inflação, Sua Excelência baixou um decreto congelando os preços de todos os bens e serviços da economia brasileira. Já que era impossível atacar as causas da febre — isto é, reduzir a expansão monetária praticada pelo Banco Central —, então que se quebrasse o termômetro: o simples congelamento de preços bastaria para acabar com os efeitos dessa inflação monetária. 
O resultado foi maravilhoso. Carros usados tornaram-se mais caros que carros novos, as carnes desapareceram dos açougues (mas prontamente reapareciam tão logo o comprador ofertasse uma quantia extra por baixo do balcão) e o governo acabou tendo de literalmente prender bois no pasto para impedir suas exportações, que eram bem mais vantajosas. 
Após noves meses de desabastecimento e escassez, o governo abandonou seu decreto. Como a expansão monetária jamais fora interrompida, os preços dispararam imediatamente e o presidente chegou a ser apedrejado dentro de um ônibus. 
Saiu do governo com 6% de aprovação.
11. Rublos: você os via, agora não os vê mais
Em 22 de janeiro de 1991, Mikhail Gorbachev, o presidente da União Soviética, decretou que todas as cédulas de 50 e 100 rublos não mais poderiam ser aceitas, e deveriam ser trocadas por novas cédulas durante os três dias seguintes apenas, e somente em pequenas quantias.  
O efeito de tal medida foi o de instantaneamente aniquilar uma grande parte da poupança e do capital acumulado dos cidadãos soviéticos. 
Em 26 de janeiro, ele deu sequência a essa medida genial, ordenando agora que a polícia fizesse buscas em todas as lojas e pontos de comércio, e exigisse os históricos de qualquer negócio a qualquer momento.  
Os problemas econômicos do regime se aceleraram e entraram em uma espiral de morte. Gorbachev renunciou a 25 de dezembro e, no dia seguinte, o Soviete Supremo se dissolveu, acabando com os quase 75 anos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
12. Um museu de grandes novidades[*]
Após quase uma década de crescimento econômico impulsionado por políticas macroeconômicas razoavelmente sensatas, a presidente do Brasil Dilma Rousseff decidiu inovar. No caso, "inovar" significava "regressar" a políticas econômicas que já haviam sido amplamente desacreditadas nas décadas de 1970 e 1980.
Adotando políticas econômicas que se resumiam a estimular o consumo sem estimular a oferta, aumentar os gastos públicos, maquiar as contas do governo, aumentar as tarifas de importação, aumentar o crédito concedido por bancos estatais, tabelar o lucro de empresas, congelar o preço da gasolina e baixar os preços da energia elétrica na caneta, a mandatária fez com que um país que até então apresentava bons indicadores econômicos passasse a apresentar dois anos seguidos contração econômica, taxa de inflação de preços próxima a dois dígitos, desemprego crescente e sem perspectiva de melhora, taxa de câmbio em forte desvalorização, custo de vida em forte ascensão, gasolina e tarifas de utilidade pública em disparada, endividamento recorde da população, e investimentos em prolongada contração.
Sua taxa de aprovação despencou a níveis próximos aos do Diocleciano brasileiro da década de 1980. Os apoiadores do seu partido, outrora os mais fanáticos do país, bateram em retirada, envergonhados. Apenas os militantes pagos ainda se arriscavam a fazer defesas pontuais da presidente e do partido, mas sempre enfatizando que se opunham vigorosamente à política econômica. Gerou-se o movimento dos "contrários a favor". 
Após implantar o seu museu de grandes novidades, a mandatária não concluiu o mandato. E estraçalhou a imagem do seu partido.
___________________________________________
[*] Acréscimo do editor
John S. Chamberlain
mora em Natick, Massachusetts, e trabalha como engenheiro de software especializado em ciências da terra e inteligência artificial.  Possui bacharelado em política pela Universidade de Princeton e mestrado em ciência da computação pela Universidade Northeastern.

Análise crítica dos documentos da Defesa (PND, END e LIBDN), 2020 - Eduardo Brick


Análise crítica dos documentos de alto nível da defesa do Brasil (PND, END e LBDN, versão 2020)

por Eduardo Siqueira Brick
publicado por UFFDefesa (2020)
(PRA: destaco um trecho crítico mais abaixo)
Este Sumário Executivo tem como propósito apresentar os principais resultados, conclusões e recomendações extraídos da análise crítica dos documentos de alto nível da defesa, submetidos à aprovação do Congresso Nacional pelo Ministério da Defesa, no dia 22/07/2020: Política Nacional de Defesa (PDN), Estratégia Nacional de Defesa (END) e Livro Branco da Defesa Nacional (LBDN). 
O assunto é muito complexo e sua análise exigiu ampla fundamentação teórica e empírica, resultando em um texto muito extenso, contido em um outro documento. Por este motivo, no intuito de facilitar o acesso aos seus resultados, foi preparado este Sumário Executivo, contendo apenas conclusões, recomendações e algumas informações fundamentais para o seu entendimento. 
Esses dois textos são complementares e devem trabalhar juntos. 
Quem desejar conhecer com mais profundidade a fundamentação e o detalhamento da análise deverá consultar o Documento Completo:
http://www.defesa.uff.br/images/Textos/Analises/Anlise%20PND_END_LBDN_Sumrio%20Executivo.pdf Trecho: "Três aspectos muito negativos chamam imediatamente a atenção de quem analisa os documentos sob a perspectiva da gestão estratégica da defesa: a) Não apresentam orçamentos para os projetos propostos pelas FFAA e, muito menos, sua distribuição ao longo do tempo. O Livro Branco da Defesa Nacional (LBDN) olha apenas para o passado e, não para o futuro, como são os livros brancos de todos os países. A única alternativa considerada é pedir mais recursos (2% do PIB), sem definir bem para quê. b) Não existe qualquer indicação de prioridades. (Tudo é prioritário? E se o orçamento não for suficiente para tudo?) c) Não existe um Plano B, que considere a hipótese (altamente provável) de não ser possível aumentar o orçamento. Nessas condições, é razoável esperar que se procure eliminar coisas que agreguem pouco valor à defesa (efetivos e meios e instalações obsoletas, por exemplo) e implementar reformas para aumentar a eficácia e a eficiência do sistema, liberando recursos. A maioria dos países vêm recorrendo a esta medida nos últimos anos, premidos, que são, assim como o Brasil, por restrições orçamentárias (este foi o principal problema detectado na análise dos documentos)."

A morte silenciosa do acordo Mercosul- UE (Deutsche Welle)

A morte silenciosa do acordo UE-Mercosul



Merkel pôs em xeque o pacto comercial devido às queimadas na Amazônia. Ao ignorarem o alerta, governos sul-americanos deixam claro seu desinteresse na implementação do tratado. Também na Europa o silêncio predominou.

Faz exatamente um ano desde que o presidente francês, Emmanuel Macron, atacou o Brasil pela primeira vez por causa dos incêndios na Amazônia, durante a cúpula do G7 na França. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, disse agora que tem dúvidassobre se o acordo comercial da União Europeia (UE) com o Mercosul ainda pode ser implementado. O motivo são as queimadas na região amazônica.
As "sérias dúvidas" de Merkel se encaixam na corrente de muitos outros críticos que há um ano vêm exigindo cada vez mais veementemente que o governo brasileiro tome medidas contra o desmatamento. Primeiro foram as organizações ambientais, depois os embaixadores da Noruega e da Alemanha e, finalmente, agora fundos, bancos e empresas que pediram ao governo de Jair Bolsonaro que tome uma atitude.
Mas as reações do governo até hoje são as mesmas: afirma que faz o suficiente para proteger a Amazônia; responde que a Europa e os Estados Unidos já desmataram tudo o que tinham; quer oferecer parques nacionais a empresas privadas estrangeiras, para que elas possam proteger o meio ambiente. Afinal, o que o mundo estaria disposto a pagar pela proteção da floresta tropical?
Os militares, segundo o governo, protegerão a floresta de maneira mais eficaz do que as autoridades responsáveis. É preciso poder garantir aos pobres, como os indígenas da Amazônia, uma vida digna, algo que só seria possível com empresas e através de atividades econômicas. Assim soam os argumentos dos ministros quando comentam o tema.

A SOBREVIVÊNCIA da democracia no Brasil: um alerta - Paulo Roberto de Almeida

A sobrevivência da democracia no Brasil 

Paulo Roberto de Almeida
[Objetivoalertafinalidadeinsistir sobre a necessidade de união dos democratas]


Sobre o cenário político brasileiro de aqui até 2022 e mais além

Algumas pessoas ainda não perceberam o que está em jogo no presente e no futuro da DEMOCRACIA brasileira, atualmente patinando no pântano bolsonarista, e arriscando afundar de aqui até 2022, ou, quem sabe, soçobrar completamente até 2026.
No dia da Operação Barbarossa, a invasão da União Soviética pelas tropas nazistas, em 22 de junho de 1941, Churchill declarou imediatamente que se deveria ir em socorro a Stalin e à União Soviética, até então (e os bolcheviques em geral desde 1917) os grandes inimigos das democracias "capitalistas". 
Churchill tinha perfeita consciência de que se não o fizesse, a Europa e boa parte do mundo poderiam cair sob o domínio tirânico de Hitler, por 30 anos ou mais. Esse era o futuro...
Foi realmente o momento decisivo para a possibilidade de sobrevivência, já não digo da democracia, mas da simples civilização, tal como a concebemos. 
E que se registre: isto ocorreu ANTES da entrada oficial dos EUA na guerra, junto da Grã-Bretanha, o que só ocorreu no final do ano, com o ataque japonês a Pearl Harbor, em dezembro de 1941. Daí a sobrevivência e a vitória estavam asseguradas, com as forças aliadas das três grandes potências. Mas foram preciso quatro longos anos de lutas árduas, de combates terríveis, mas esse foi o preço a pagar para a sobrevivência da vida civilizada sobre boa parte do planeta.
Churchill tinha a exata percepção de que precisava se unir ao Diabo, para evitar o mal maior, a derrota da democracia e da civilização. Existe um preço, que depois foi resgatado na longa Guerra Fria, a partir da declaração do próprio Churchill sobre a "cortina de ferro" que se abateu sobre a metade da Europa. 
Churchill não viu o final, ocorrido 30 anos depois de sua morte, mas em 1941, ele já sabia o que era preciso fazer para garantir a preservação da democracia e da civilização.
Acredito que os democratas brasileiros, de quaisquer tendências, precisam pensar em como evitar o mal maior...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 3740, 26 de agosto de 2020

Politique etrangère du Brésil - Paulo R. de Almeida

Uma entrevista que dei a um jornalista francês de um canal de negócios, e que me enviou por e-mail:



"Veuillez trouver ci-dessous un lien vers la vidéo de ma chronique diffusée (plusieurs fois) le 29 juillet.
Cordialement.
Benaouda Abdeddaïm

BFM Business (Paris)"

Benaouda Abdeddaïm : Le gouvernement brésilien, grand allié de Donald Trump, se déclare prêt à travailler avec Joe Biden - 29/07


Ce mercredi 29 juillet, dans sa chronique, Benaouda Abdeddaïm est revenu sur le lynchage diplomatique qui semble le plus retentissant de la campagne de Donald Trump. Cette chronique est à voir ou écouter du lundi au vendredi dans Good Morning Business présentée par Stéphane Pedrazzi sur BFM Business.

Du lundi au vendredi, de 6h à 9h sur le canal 23 de la TNT dans "Good morning business", Stéphane Pedrazzi, Faïza Garel-Younsi et les journalistes de BFM Business (Nicolas Doze, Hedwige Chevrillon, Jean-Marc Daniel, Anthony Morel...) décryptent et analysent l'actualité économique, financière et internationale. Entrepreneurs, grands patrons, économistes et autres acteurs du monde du business... Ne ratez pas les interviews de la seule matinale économique de France, en télé et en radio.
BFM Business est la 1ère chaîne française d'information économique et financière en continu, avec des interviews exclusives de patrons, d'entrepreneurs, de politiques, d'experts et d'économistes afin de couvrir l'ensemble de l'actualité française et internationale. BFM Business vous propose aussi des conseils pour vos finances par des personnalités de référence dans les domaines du patrimoine, de l'immobilier ou des marchés financiers. Retrouvez tous les jours : Christophe Jakubyszyn, Faïza Garel-Younsi, Nicolas Doze, Hedwige Chevrillon, Jean-Marc Daniel, Anthony Morel, Guillaume Sommerer, Cédric Decoeur, Karine Vergniol, Grégoire Favet, Sébastien Couasnon, Emmanuel Lechypre, Benaouda Abdeddaïm, Stéphanie Coleau... BFM Business est disponible sur votre box (SFR : canal 46 / Orange : canal 228 / Bouygues : canal 242 / Canal : canal 108) ainsi qu'en direct et replay sur l'application BFM Business et le site : www.bfmbusiness.fr.

Mise en ligne le 29/07/2020

O cronista misterioso quebra todos os recordes de acesso - Academia.edu e Diplomatizzando

Se ele ganhasse royalties por acessos, já estaria rico (e poderia me dar pelo menos 5% da renda). Nunca vi isso: em três dias as crônicas do Batman do Itamaraty saltaram na frente de todos os demais textos disponíveis nestas duas plataformas: 

Academia.edu:


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Diplomatizzando: recorde absoluto em apenas três dias, de 21 a 25/08: 

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terça-feira, 25 de agosto de 2020

Seminário de Economia Política e História Econômica - EESP - FGV-SP

Escola de Economia de São Paulo - FGV-SP

SEMINÁRIO DE ECONOMIA POLÍTICA E HISTÓRIA ECONÔMICA


O Seminário de Economia Política e História Econômica é um espaço de interação entre pesquisadores que trabalham com estudos interdisciplinares em economia, ciências sociais e humanidades. O seminário é organizado por professores da Escola de Economia de São Paulo, FGV, a maior parte dos quais são ligados ao Centro de Política e Economia do Setor Público e ao Centro de Estudos do Atlântico Sul. O seminário ocorrerá toda última quinta-feira de cada mês, às 16:00, com alguns encontros adicionais na segunda semana do mês. Durante o segundo semestre de 2020, o seminário ocorrerá online via Zoom. Cada apresentação será de até 40 minutos, sem interrupções, seguidos por mais 40 minutos de discussão.
The Political Economy and Economic History Seminar fosters the interaction among researchers who work with interdisciplinary studies on economics, social science and humanities. The Seminar is organised by professors at the São Paulo School of Economics, FGV, most of whom are connected with the Centre of Politics and Economics of the Public Sector and the Centre of South Atlantic Studies. The Seminar will be held on every last Thursday of the month at 4 pm, São Paulo time, with some possible extra dates on the second week of the month. During the second half of 2020, the Seminar will happen on Zoom. Each presentation will last up to 40 minutes, followed by an extra 40 minutes session for questions and answers.
Organizadores: 
Fernanda Estevan, Fernando Limongi, George Avelino, Luiz Felipe de Alencastro, Leonardo Weller, Marcos Nakaguma, Thales Pereira

Cronograma 2020.2

30 de julho

Nuno Palma (Manchester)
“The Vagaries of the Sea: Evidence on the Real Effect of Money from Maritime Disasters in the Spanish Empire” 
Scott Desposato (San Diego)
"Campaign Tone and Content in Latin America"
Guilherme Lanbais (UNB)
“Judicial Subversion: The Effects of Political Power on Court Outcomes”
Natalia Bueno (Emory)
“There is No Place Like Home: A Study of Slum Housing Improvement in Brazil” 
Leticia Abad (CUNY)
“The Fruits of El Dorado: The Global Impact of American Precious Metals”
Andrea Papadia (Bonn)
tbc
Fonte: 
FGV EESP
Data da publicação: 
17/07/2020