O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quarta-feira, 15 de junho de 2022

“O Futuro do Grupo BRICS”; Webinar IRICE, 30/06/2022, 17hs - Embaixador Rubens Barbosa

 Webinar30 de junho (sexta feira) às 17 hs

 

O Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior-IRICE

e a Revista Interesse Nacional convidam para encontro sobre  política externa, dia 30 de junho às 17 hs,  com foco no tema central:

 “O Futuro do Grupo BRICS 

Expositores:                                               


   
Embaixador Sarquis José Buainain SarquisSecretário de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos  -  Ministério das Relações Exteriores

 


 

Marcos Prado Troyjo, Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB)- Banco do BRICS 


 


  Embaixador Paulo Roberto de Almeida,  D
iplomata e Professor.  Atualmente é Diretor de Publicações do Instituto Histórico e Geográfico do DF

 





  Moderador:  Rubens Barbosa, Presidente do IRICE e Editor da Revista Interesse Nacional  



terça-feira, 14 de junho de 2022

O Labirinto Visto de Cima: Saídas para o Desenvolvimento do Brasil, por Fabio Giambiagi, Ricardo Barboza

 Fabio Giambiagi vem nos premiando, há  40 anos, com os melhores livros, obras, estudos, pesquisas, sobre os problemas do Brasil e, sobretudo, sobre como resolvê-los.

Paulo Roberto de Almeida

O Labirinto Visto de Cima: Saídas para o Desenvolvimento do Brasil 

Fabio Giambiagi, Ricardo Barboza 

Editora LUX (6/2022).

“Somos soldados do desenvolvimento”. Foi com essa afirmativa – praticamente, uma conclamação – que fui recebido ao ingressar no BNDES em 1984. Também se afirmava o papel do BNDES como “agente de mudanças”. E, desde então, o Brasil mudou. Em muitos aspectos, o país de fato se desenvolveu. Temos uma democracia consolidada. O processo inflacionário crônico deu lugar ao Real. Os instrumentos de política macroeconômica convergiram para padrões internacionais. A onipresença estatal no setor produtivo e na infraestrutura cedeu espaço ao setor privado, que adquiriu resiliência ao longo das crises. A economia extremamente fechada transformou-se numa economia mais integrada ao mundo. Houve mudanças positivas nos indicadores sociais. É grande a lista dos temas em que o país avançou. Porém, é consenso que o baixo crescimento ao longo dessas décadas foi frustrante. E a precária condição de vida de milhões de brasileiros é inaceitável. O Brasil esteve longe de aproveitar todo o seu potencial de desenvolvimento. Oportunidades foram perdidas. É disso que trata este livro: identificar caminhos para o país sair desta espécie de “labirinto” em que se encontra. Quais são os desafios para destravar o desenvolvimento brasileiro? Qual arcabouço macroeconômico parece melhor? Como melhorar a infraestrutura? Quais são as mudanças necessárias para galvanizar energias para o crescimento sustentável? Quais políticas o país deve adotar na saúde, na educação ou na segurança pública? São as respostas a essas questões que motivaram os autores – todos eles profissionais voltados ao desenvolvimento – a se engajar no projeto cujo resultado o leitor tem em mãos. Este livro expressa a voz de uma nova geração do BNDES, iluminando alternativas para o Brasil. Em momentos em que o país discute que rumos deve seguir, é uma contribuição muito bem-vinda. Guilherme Dias (ex-ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão).

https://bit.ly/3tw3z5t

https://amzn.to/3MM0MMp


Renda é a menor em 10 anos - Marcelo Reis Garcia

Em 2015-16, quando da Grande Destruição lulopetista da economia, sob a inepta da Dilma, eu já dizia a meus alunos que a recessão provocada era maior do que a da crise de 1929 e da Grande Depressão dos anos 1930, para o Brasil, e que a renda recuaria dez anos. Acho que acertei, mas com muito pesar.

Também previ que a recuperação fiscal, a partir de Temer, se estenderia até 2022-23, mas não contava com a pandemia, nem com a guerra, nem com a grande destruição bolsonarista (e do Paulo Guedes e do Centrão) da economia. Agora prevejo a extensão da recuperação até o final da década, e o grau de investimento só voltando na década de 2030 em diante.

Desculpem ser pessimista.

Paulo Roberto de Almeida

 

 

RENDA É A MENOR EM 10 ANOS!

Marcelo Reis Garcia
(via Cesar Maia) 

Entre os 5% mais pobres a queda foi de 48% desde 2012. Entre o 1% mais rico, de 6,9%.

A desigualdade no Brasil explodiu e nenhum governo (federal, estadual ou municipal) está sabendo enfrentar essa questão.

O 1% mais rico do Brasil ganha o equivalente a 38,4% do rendimento de 50% dos mais pobres.

Todas as famílias perderam desde 2012, mas entre os 5% mais pobres o rendimento despencou 48%, passando de RS 75 per capita em 2012 para RS 39 per capita.

Já o 1% mais rico saiu de RS 17 mil per capita para RS 15,9 mil per capita.

Em 2022 o Cenário é bem difícil.

O Nordeste segue com menor rendimento médio familiar, RS 843,00 enquanto a média nacional é de RS 1.353,00

Importante destacar que é a renda da família e não renda per capita.

A Desigualdade aumentou em todas as regiões, sobretudo nas norte e nordeste.

Analistas indicam escalada da desigualdade.

Constatações da PNAD a partir de minha avaliação.

1- Pressão sobre os Serviços Públicos;

2- Urgência de uma Reorganização Social para segurar a reconstrução de bases de Desenvolvimento Familiar;

3- Incapacidade total dos governos atuarem sobre desigualdade;

4- Entre 2023 e 2025 será necessário fortalecer Transferência de Renda. O esforço deveria ser por um cartão único e não pela dispersão atual;

5- Garantir condições mínimas para as equipes sociais nos municípios. Sem essas condições o trabalho não gera nenhum resultado.

 


Cúpula das Américas - Rubens Barbosa (OESP)

 CÚPULA DAS AMÉRICAS

 Rubens Barbosa

O Estado de S. Paulo, 14/06/2022


A 9ª. Cúpula das Américas, reunindo Chefes de Estado dos países da região, ocorreu na semana passada em Los Angeles, nos EUA, em circunstâncias muito diferentes da primeira reunião, organizada em Miami em 1994, quando os EUA apresentaram a proposta de uma área de livre comércio nas Américas (ALCA). O encontro foi realizado em um momento difícil para o anfitrião, `as voltas com o apoio `a Ucrânia na guerra contra a Rússia e a disputa pela hegemonia global com a China. A divisão interna nos EUA impediu que propostas dos dois partidos pudessem ser formuladas e apresentadas por Biden. A América Latina está bem abaixo nas prioridades da política externa dos EUA. Em pronunciamento recente sobre as prioridades da política externa, o Secretário de Estado, Anthony Blinken, nem mencionou a América Latina. O diálogo entre os EUA e a América Latina e Caribe encontra-se hoje em um dos piores momentos desde o fim da guerra fria.

Os EUA formularam sugestões consistentes e coerentes com seus próprios interesses na defesa da democracia e do meio ambiente, na imigração e na expansão do comércio e investimento, mas ignoraram questões sociais relacionadas com a desigualdade social e as dificuldades econômicas em praticamente todos os países da região. Mal preparada pelo atraso na organização dos documentos e na escolha dos temas para discussão, os EUA não convidaram Cuba, Venezuela, Nicarágua. Essa decisão equivocada de Washington acarretou o esvaziamento parcial da reunião pelo boicote dos presidentes do Mexico, Guatemala, Honduras, El Salvador e Bolívia, que junto com outros países, reconhecem que as sanções e o isolamento impostos por Washington não trouxeram de volta a democracia. O Brasil, apesar de o Itamaraty recomendar a presença presidencial, só decidiu participar depois do oferecimento de encontro com Biden, a margem da reunião, cujo único intuito foi atender `a prioridade de política eleitoral interna de Bolsonaro, ou seja, a chance de uma foto. 

Nesse contexto, os EUA perderam uma oportunidade para tentar recuperar a liderança junto aos países hemisféricos, quando estão enfrentando crescente desafio econômico e comercial na região em virtude da cada vez maior presença da China, da Rússia e do Irã, além da ameaça do envio de tropas da Rússia para a Venezuela e Cuba a depender da evolução da guerra na Ucrânia. A Cúpula, que poderia ser uma oportunidade para Washington mostrar a força de sua liderança ameaçada, expos a queda da influência dos EUA no hemisfério. O diálogo com os EUA tornou-se mais difícil também pela fragmentação econômica e ideológica dos países e pelo populismo de esquerda e de direita emergente, o que impede o aparecimento de uma liderança regional efetiva. A liderança tem um preço. O Brasil, nos últimos anos, renunciou à liderança sul-americana. Será que os EUA seguirão os passos do Brasil na América Latina e Caribe?

A ideia central dos EUA foi a proposta de uma “Parceria para a Prosperidade Econômica” no hemisfério para se contrapor `a crescente influência da China na região, com investimentos, o fortalecimento das cadeias de suprimento e uma evolução dos acordos comerciais existentes. Ainda vaga e sem detalhes, a proposta focará “parceiros com posições políticas parecidas que já tenham acordos comerciais com os EUA.” O pacote inclui ainda uma declaração sobre imigração e a promessa de US$ 300 milhões em ajuda. Foi anunciada também a criação de um Corpo de Saúde das Américas, talvez para se contrapor aos “médicos cubanos” e a doação de US$ 12 milhões ao Brasil e Colômbia para a preservação da Amazonia. Foi também assinado, por apenas 14 países, documento sobre boas práticas regulatórias no comércio. 

Além da retorica (“a América Latina não é o nosso quintal, mas nosso jardim”), os documentos divulgados ao final da Cúpula focalizaram, entre outros temas, o fortalecimento da democracia, direitos humanos, novas tecnologia, desenvolvimento sustentável e futuro verde, não significam uma mudança de política e pouco acrescentaram. Não por acaso, o documento com maior divulgação foi a Declaração sobre imigração, assinada por 20 chefes de Estado, entre os quais o presidente Bolsonaro. Esse foi o tema de maior interesse do governo americano, mas 11 países não assinaram e os quatro países de maior imigração para os EUA, México, Guatemala, Honduras e El Salvador não compareceram com seus chefes do Estado. A Declaração, que não é obrigatória, propõe a busca de financiamento de bancos internacionais para as questões migratórias, o reforço de modelos de migração temporária para trabalho e a retomada de programas de reagrupamento familiar de imigrantes. Os objetivos declarados são melhorar o acesso aos serviços públicos, como saúde, e promover a inclusão social e econômica desse grupo.

Como expressão clara da reduzida importância da Cúpula das Américas para os EUA, nem o New York Times, nem o Washington Post, nas edições de sábado, publicaram qualquer informação sobre os resultados do encontro, limitando-se a noticiar que o presidente Biden, em campanha para aumentar o isolamento da Rússia, está encontrando resistência dos países latino-americanos que mantem relações econômicas e comerciais com Moscou.

 

 

Rubens Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE)

 

Programa do PT para a política externa: déjà vu, all over again - Comentários Paulo Roberto de Almeida

 Programa do PT para a política externa: 


“Recuperar a política externa ativa e altiva; defender a integração da América do Sul, da América Latina e do Caribe; fortalecer novamente o Mercosul, a UNASUL, a CELAC e os BRICS”. 


Ou seja, um repeteco do déjà vu, all over again: que falta de imaginação!

Se for assim, não precisa nem escrever novos discursos: está tudo pronto, é só recuperar dos maços, perfumar um pouco para eliminar o cheiro de naftalina, esquecer que a Ucrânia existe, e seguir tocando a partir da velha pauta.

Ah, sim, esqueceram o Ibas, o Conselho de Defesa Sul-Americano, o Fome Zero Universal e as reuniões com dirigentes africanos e árabes.

Mais importante: faltou uma referência ao tal de Sul Global: alguém já encontrou com ele por aí? Deve estar se sentindo órfão sem o Guia Genial dos Povos para animá-lo.

Vai ser um sucesso: retomar o que o vento da direita levou. 

Minhas análises sobre o lulopetismo diplomático também já estão prontas: basta atualizar algumas coisa aqui e ali.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 14/06/2022

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Lançamento-debate em torno de dois livros sobre a diplomacia brasileira - Paulo Roberto de Almeida



 Nesta terça-feira 14/06/2022, 17hs, lançamento-debate de dois livros meus, Apogeu e Demolição da Política Externa: itinerários da diplomacia brasileira (Appris) e O Itamaraty Sequestrado: a destruição da diplomacia pelo bolsolavismo, 2018-2021 (Kindle), pelo canal do IAB (https://www.youtube.com/tviab), na companhia do embaixador Sergio Florêncio, do acadêmico Arnaldo Godoy e do jurista e colega diplomata Paulo Fernando Pinheiro Machado, e ainda o presidente Sydney Sanches e a diretora Marcia Dinis, do IAB.


China, capitalismo y geopolítica: ¿revisionismo o pacifismo chino? Ferran Pérez Mena

 

China, capitalismo y geopolítica: ¿revisionismo o pacifismo chino? Ferran Pérez Mena es Doctorando en Relaciones Internacionales por la Universidad de Sussex (UK)

In AnálisisPolítica exterior by Xulio Ríos

Durante los últimos años, la disciplina de las Relaciones Internacionales y los grandes medios de comunicación han debatido el papel que jugará China en la nueva transición geopolítica que estamos viviendo. Se podría decir que el debate está dividido entre aquellos que razonan que China es una potencia revisionista que liquidará el orden internacional liberal liderado por Estados Unidos para construir un nuevo orden mundial sinocéntrico y aquellos que piensan que China se comportará como una potencia benigna que buscará el establecimiento de un mundo multipolar más justo y pacífico. Los primeros basan sus argumentos en una visión realista de las relaciones internacionales que considera que las transiciones hegemónicas siempre desembocan en un conflicto militar entre una potencia hegemónica y una potencia en ascenso -a esta situación se le ha llamado “la Trampa de Tucídides”-. La historia está repleta de ejemplos que dan la razón a esta visión realista. Los segundos consideran que China se comportará como una potencia benigna debido a su supuesto ethos pacífico. Lo cierto es que la China imperial apenas experimentó conflictos “internacionales” con sus vecinos. La estructura del sistema tributario en Asia Oriental, construida en mayor medida por la China imperial, actuaba de difusor contra la posibilidad de conflictos militares entre los distintos reinos de la región. Esta estructura regional de acumulación de riqueza e intercambios culturales fue liquidada por el imperialismo occidental y la emergencia del militarismo japonés a finales del siglo XIX. Históricamente, hasta la mitad del siglo XIX, las elites imperiales chinas tuvieron que lidiar principalmente con conflictos internos como revueltas populares, guerras civiles y escaramuzas con los pueblos nómadas que habitaban en lindes del imperio.

Sin embargo, más allá de las visiones antagónicas que ofrecen estos análisis, estas dos perspectivas comparten un enfoque idealista y ahistórico de la historia china y de sus relaciones internacionales. Los primeros piensan que las cuestiones del poder se ventilan en los despachos de los dirigentes políticos y de sus estrategas militares que entienden las relaciones internacionales como un simple juego de billar transhistórico. Los segundos consideran que el comportamiento internacional benigno de la China imperial ha sido heredado por el Partido Comunista de China (PCCh). En definitiva, ambas perspectivas ignoran el papel crucial de la economía política en determinar y configurar las relaciones internacionales. Los realistas suelen ignoran los procesos económicos que van más allá del Estado-nación y los últimos concluyen que el comportamiento “pacífico” de la China imperial pre-moderna insertada en una economía política no capitalista se puede reproducir en el contexto actual donde la China de Xi Jinping está incrustada en un capitalismo global con dinámicas distintas.

No obstante, el capitalismo global es una estructura compleja con unas dinámicas internas que empujan a los Estados a maximizar la obtención de recursos y en última instancia a combatir por estos cuando son escasos. En el contexto histórico actual, esto tiene aún más relevancia debido a que los actores internacionales no sólo están sometidos a los límites estructurales del capitalismo global sino también a los impuestos por la naturaleza, o a lo que algunos han descrito como el “Antropoceno”. Esto quiere decir que la acumulación de riqueza de los Estados está constreñida por los límites estructurales marcados por el sistema económico y la naturaleza. Por lo tanto, los actores internacionales no pueden escapar fácilmente de la estructura del capitalismo global y de sus dinámicas internas que generan conflictos internacionales.

Así pues, la pregunta que debemos hacernos no puede ser si la China moderna posee una naturaleza revisionista o pacifista. Esta pregunta estéril solo nos conduce a un callejón sin salida que solo aviva el fuego de la propaganda militar y análisis poco informados sobre la realidad china y su particular relación con el capitalismo global. Además, esta pregunta implícitamente nos lleva a concluir que la China moderna está por encima de las estructuras históricas. Por suerte, parece ser que los actuales líderes del PCCh se han curado del histórico voluntarismo que generó tragedias colectivas durante el siglo XX. En cambio, lo que tenemos que cuestionar es si China puede activar mecanismos – estatales e internacionales- para no sucumbir a las dinámicas del capitalismo global que inevitablemente conducen a las grandes potencias a conflictos por recursos para poder apuntalar sus regímenes de acumulación. En definitiva, ¿China tiene la capacidad para comportarse como una potencia pacifista teniendo en cuenta las dinámicas internas de las estructuras globales en las que está integrada? Para responder esta pregunta tenemos que analizar la realidad material concreta que afecta a la China moderna e historizar su desarrollo socioeconómico en la presente coyuntura histórica y geopolítica.

En la actualidad, el PCCh busca la construcción de un mundo multipolar más justo que pueda acomodar distintos polos de poder, intereses nacionales y tradiciones culturales. Sin embargo, este proyecto multipolar no es una garantía para la paz mundial. Ese mundo multipolar podría desembocar en un “momento Kautskyiano” en el que diferentes elites nacionales y transnacionales cooperen para gestionar los recursos naturales, tecnológicos e industriales dentro del marco capitalista. En una economía capitalista global como la nuestra, a pesar de estar en proceso de transformación, este tipo de acuerdos solo pueden ser temporales y solo contribuyen a retrasar los conflictos militares anunciados por los intelectuales de la tradición realista. Por otro lado, si la política exterior china basada en la “no interferencia” ha sido vital para el crecimiento del país y ha contribuido a no causar más desastres internacionales, en un futuro escenario de crisis global capitalista podría causar que China acábase como la Unión Soviética.

El sistema chino de “socialismo con características chinas” en un solo país tiene sus límites y contradicciones que se acentuarán cada vez más en el futuro. No es lo mismo ser un Estado en “desarrollo tardío” con el tiempo a favor, que una gran potencia con responsabilidades globales donde el tiempo político es extremadamente precario y limitado. Durante los últimos cuarenta años, el “atraso histórico” al que se refería Leon Trotsky en su obra sobre la Revolución Rusa ha sido la garantía de que China pudiese adoptar un perfil bajo para no verse involucrada en conflictos internacionales. Además, estos últimos cuarenta años han coincidido con un tipo de económica política global de carácter neoliberal y una configuración de poder entre las elites chinas y estadounidenses que ha amortiguado posibles tendencias conflictivas entre estas dos grandes potencias. A esta estructura de poder y económica se le llamó de una cierta manera caricaturesca “Chimérica”.

Por un lado, las elites estadounidenses consideraban que esta fórmula de cooperación transnacional podría “socializar” a las elites del PCCh y contribuir así a la profunda liberalización del Estado chino. Por el otro lado, el PCCh entendió que era crucial aprovecharse de la apertura generada por la economía global neoliberal para favorecer el crecimiento económico del Estado. Así pues, este periodo de “paz” no solo ha sido posible gracias a la “mentalidad” de los líderes chinos y de su presunto ethos pacifista sino también a la existencia de una base material y configuración de poder que lo facilitó.

Sin embargo, la administración Obama con su “pivote asiático” y la administración Trump con la guerra comercial dejaron claro que los tiempos de “Chimerica” se han agotado. La “fortuna” de China, como diría Maquiavelo, ha quedado otra vez en el aire. A pesar de este cambio de fortuna, los líderes chinos se han mostrado a favor de la globalización capitalista. El presidente Xi Jinping confirmó esta postura en el Foro Económico Mundial de Davos en 2017. Esta política del PCCh no sólo muestra cómo el Estado chino aún necesita la apertura global para seguir creciendo sino también que China dista de ser una potencia hegemónica. En definitiva, el apoyo del PCCh a la globalización implícitamente revela una posición de debilidad estructural y no tanto una voluntad de dominación global. No obstante, si China no contribuye a la transformación de las estructuras económicas que sostienen lo que queda de la globalización, China se arriesga a alargar la vida de una bomba de relojería que ya ha sido activada.

Sobre este trasfondo, el futuro pacifista de la China moderna no dependerá de los atributos psicológicos y valores de los miembros del Politburó del PCCh, ni tampoco de la habilidad de los líderes chinos para encontrar un “equilibrio de poder” con otros Estados como Rusia, Estados Unidos o India. Desafortunadamente, los ethos y voluntades pacifistas pueden disolverse rápidamente por las fuerzas el capitalismo global, mientras que los “equilibrios de poder” son configuraciones transitorias de poder expuestas a las crisis de la economía global. El futuro pacifista de China será posible si el gran gigante asiático contribuye a la construcción de un sistema internacional que pueda abordar las tendencias de una economía política global que es proclive a generar conflictos internacionales. La actual fe del PCCh en el desarrollo tecnológico no es suficiente para abordar estos retos.

Paradójicamente, el PCCh tiene que repensar la política nacional e internacional que ha contribuido al éxito económico de China durante los últimos cuarenta años. Esto significa que el PCCh tiene que salir de su zona de confort. Además, el PCCh tiene que reflexionar sobre los horizontes normativos que lleva promoviendo desde los años ochenta. Los marxistas chinos de principios del siglo XX como Li Dazhao o Chen Duxiu tenían claro que la armonía internacional y la paz mundial dependían de factores materiales y de una estructura global que unía a todos los actores internacionales. En definitiva, la pregunta no es si China será revisionista o pacifista. Estos debates estériles simplemente sirven para llenar portadas en el New York Times y el Global Times. La cuestión principal es si China podrá contribuir a la transformación estructural de la actual economía global para que este siglo XXI no sea una nueva traumática era de Estados combatientes 2.0.

Patentes de vacinas anti-Covid na ministerial da OMC - Doug Palmer and Sarah Anne Aarup (Politico)

 Politico EU, Bruxelas – 11.6.2022

Globalization's gut check: 

World Trade Organization gathering offers a test of free trade system

If the global organization can’t reach a consensus on some of the low-hanging fruit on its agenda, there is little hope it can help tackle the world's biggest challenges.

Doug Palmer and Sarah Anne Aarup

 

The future of globalization faces a major test as the World Trade Organization kicks off its first big decision-making meeting in five years in Geneva on Sunday.

The immediate issues on the table involve Covid-19 vaccine patents, environmentally harmful fishing subsidies and global food security concerns heightened by Russia’s war in Ukraine.

But the bigger question looming over the gathering is whether the WTO can still forge international cooperation at a time when multiple crises and increasing frictions between the United States and China are upending the world order. Those crises have spurred a widespread re-think of globalization: Countries are increasingly turning their economic focus inward, looking to protect and promote their own industries — often at the expense of the open trade system that the WTO was designed to promote.

The WTO’s ministerial meeting, slated to run June 12 to June 15, will try to tackle some of those trends — albeit at the margins. If the organization can’t reach a consensus on even low-hanging fruit like easing fishing subsidies and maintaining a ban on e-commerce tariffs, there is little hope it can accomplish more challenging objectives such as contributing to the fight against global climate change or shoring up food systems as global hunger skyrockets.

“That’s why this is such a critical period for the system,” said Rufus Yerxa, a former WTO deputy director general who now works for McLarty Associates, an international trade consultancy. “Because if we really sort of disembowel the WTO now, it’s going to be harder to use it in the future to achieve those kinds of objectives.”

“I think it is important that the WTO be seen as part of the solution to the simultaneous crises we’re facing in the world now,” WTO Director-General Ngozi Okonjo-Iweala told POLITICO in an interview. “All of these crises at the same time that no one country in the world can solve. You need multilateralism. You need international cooperation.”

Recent crises like the Covid-19 pandemic and the Russian invasion of Ukraine have only served to further divide the globe, however — between rich countries able to rapidly produce their own Covid vaccines and low-income nations who couldn’t; and between Western democracies, who’ve rallied to isolate Russia, and much of the rest of the world, which is taking a far more ambivalent stance on the conflict. The crises have also heightened the rivalry between the U.S. and China, the world’s two leading economies, which are pushing very different models of trade and governance.

President Joe Biden has repeatedly described that rivalry as a battle to prove democracy still works better than autocracy in the 21st century. And his administration, including Treasury Secretary Janet Yellen, have been advocating a new model of economic engagement that focuses on collaboration with friendly countries, or “friend-shoring.”

Okonjo-Iweala, however, warned this week that splitting up the world’s economies and supply chains into political blocs would have damaging consequences — noting that WTO economists have made a preliminary estimate that dividing the world into two economic spheres would lead to a 5 percent decrease in real global GDP over the longer term.

“That is quite a stunning number,” the WTO chief said. “I’d like us to be careful. This multilateral trading system was built up over 75 years. It’s helped to lift over a billion people out of poverty. It’s delivered peace, which is one of the things it was intended to do, through interdependence.”

Still, Russia’s war in Ukraine has further fractured the international community and propelled the world toward an unprecedented hunger crisis as inflation and conflict push up the price of food for the world’s lowest-income people.

Okonjo-Iweala said she did not expect Russia’s participation next week to prevent deals from being reached, even though many delegations refuse to meet with them. Negotiators have devised ways to work around that obstacle over the past few months, she said.

“Undoubtedly, there will be some tensions as there have been in every meeting. We hope this will not stop us doing our work,” Okonjo-Iweala said.

But the war adds to the array of problems distracting attention from the rules-based trading system embodied in the WTO.

“I can hardly think of a more difficult backdrop for a WTO ministerial than this one,” Yerxa said. “I think the biggest challenge, obviously, is to try to make governments recognize that the risk of even further destabilizing multilateralism is that it won’t make their domestic politics better in the long run, it’ll make them worse.”

Okonjo-Iweala, who took the helm of the global trade body a little more than a year ago, is trying to notch up two big wins in the form of agreements that could potentially expand production of Covid vaccines and curtail environmentally harmful fishing subsidies.

She also is pushing the WTO to fashion a broader response to the pandemic — even though many see any agreement at this point as too little too late — and to issue a statement aimed at keeping food flowing across borders by discouraging export restrictions.

To accomplish that, she’ll have to bring every country on board — or at least persuade them not to voice their objections — because of the consensus-based nature of WTO rulemaking. Failure to do so could reinforce the idea that the WTO is incapable of reaching big deals involving all 164 members or addressing tough issues like climate change.

U.S.-China tensions are playing out in the Covid-19 vaccine talks, where the United States wants Beijing specifically excluded from using the proposed agreement to make generic versions of foreign vaccines, such as those produced by Moderna and Pfizer.

They’re also on display in the fishing subsidy talks, where Washington is pushing for countries to agree on a provision that would require WTO members to report annually on what they know about the use of forced labor in the seafood sector.

India, meanwhile, has issues that it is pursuing in a number of the negotiations that could frustrate efforts to reach agreement. One of its demands could lead to the end of a 24-year-old moratorium on the collection of duties on digital goods such as movies, software and video games, as well as an array of digitally-enabled services.

Members have also been fighting over the wording of a paragraph to set the stage for discussion for modernizing the WTO’s underlying rules.

Most countries favor a “streamlined” WTO reform statement containing three elements: a recognition of the broad consensus on the need for reform, the need for the process to be transparent and inclusive, and the need for it to address the interests of all members.

But India and a few other members favor a more prescriptive, strictly multilateral reform process that would open up the opportunity to revise the Marrakesh Agreement establishing the WTO. “It’s an agenda going backwards and reopening what we negotiated 30 years ago,” a Geneva-based trade official said.

That disagreement just further illuminates how hard it is to make progress in an institution that requires complete unanimity to operate, and why members like the United States and the EU are increasingly attracted to plurilateral pacts among smaller groups of WTO members rather than the entire organization.

Adding to the nervousness: The WTO has a history of producing big flops at its ministerial meetings, including spectacular meltdowns in Seattle in 1999 and Cancún in 2003. The group’s last ministerial conference in Buenos Aires in 2017 ended without any tangible outcome.

“I view it as a moment of truth for the WTO,” said Wendy Cutler, a former senior U.S. trade negotiator who now is vice president of the Asia Society Policy Institute.

If trade ministers leave Geneva next week with nothing to show for their efforts, that would accelerate “a trend we’re already beginning to see where countries want to work with other like-minded countries to set the rules,” Cutler said. “The WTO rules have kept everyone in the same room, and as the WTO becomes less and less productive and efficient, its ability to be relevant in this complex, complicated world diminishes.”

Kelly Ann Shaw, a former Trump administration trade official now at Hogan Lovells law firm, agreed: “If they can’t even agree on language just directing countries to think about WTO reform, it’s really hard to think about how they’re actually going to reform it.”

Just days ahead of the meeting, U.S. Trade Representative Katherine Tai was cautious about the chances for big breakthroughs at MC12.

“There are a lot of conversations, important ones, that we need to advance. Whether or not we can get them across the finish line, I don’t know,” Tai said on Monday at an event hosted by the Washington International Trade Association. “But it is really important for us to have MC12. And then it is really important for us to wake up the day after MC12 and feel like we have a vision for what we would like MC13 to be.”

Critics complain that the Biden administration has done little to shape that vision, aside from a speech Tai gave last year, where she repeated U.S. complaints about the WTO’s dispute settlement system and urged members “to start actually listening to each other” instead of spouting their favorite talking points.

“Historically, officials from the U.S. Trade Representative Office have worked diligently, often behind the scenes, to bring the members to positive outcomes,” Bill Reinsch, a trade policy specialist at the Center for Strategic and International Studies, recently wrote. “That does not seem to be the case this time around.”

Despite that, even modest progress would provide a shot in the arm for a world that is becoming less and less stable.

“If we invest in it now and reaffirm its centrality to more multilateral trade cooperation, then it becomes possible in the future to expand the agenda,” Yerxa said.

 

Putin vai para a escalada atômica? Cosi è, si vi pare… - Natasha Niebieskikwiat (Clarin)

 *

 

Clarín, Buenos Aires – 13.6.2022

Cumbre de las Américas

Biden alertó que el conflicto en Ucrania podría terminar en una Tercera Guerra Mundial

Sostuvo que, según información clasificada, Putin estaría dispuesto a utilizar misiles atómicos, lo que obligaría a Estados Unidos a entrar en acción militar directa.

Natasha Niebieskikwiat

 

Los presidentes que asistieron a la Cumbre de las Américas en Los Ángeles tenían muchos reproches que hacerle evidentemente a Joe Biden que, en tren de que no fracasara la cumbre, escuchó como pocas veces ocurre, las críticas de la región en su propia casa. Pero Biden está también como todos los mandatarios enfocado en sus urgencias.

Este viernes, la delegación argentina escuchó del Presidente de los Estados Unidos algo con mucha preocupación. Que de información clasificada que no podía compartir surgía evidencia de que la guerra en Ucrania podría terminar en una Tercera Guerra Mundial.

Se le escuchó decir en ese tren que Putin estaría dispuesto a utilizar armas tácticas, misiles atómicos, lo que obligaría a Estados Unidos a entrar en acción militar más de lo que ya lo hace por Ucrania.

En el plano interno, la inflación, las desigualdades en su país, la violencia inusitadas por la tenencia libre de armas, y las próximas legislativas donde los demócratas pueden perder en manos de los republicanos tanto la Cámara de Representantes como el Senado.

En el plano externo la guerra con Ucrania, que Alberto Fernández ahora define ampliamente como "invasión" al tiempo que se declara "macronista" en eso de que "no hay que humillar a Rusia" y que hay que ir al dialogo con Moscú.

Otro hecho importante de este viaje para Fernández es su primer diálogo con Jair Bolsonaro. Fue de pie a un lado del salón y los argentinos alardeaban de que fue un movimiento que buscó el presidente brasileño para "molestar" a Lula en medio de la campaña electoral que se definirá en octubre. Aun así hablaron de cuestiones importantes.

Una de ellas es la cuestión del futuro y la producción de alimentos y el potencial energético de los países del sur. También se habló de una idea de los mexicanos de crear una organización de países productores de minerales (la "OPEP del litio" la bautizaron emulando a la organización de paises productores de petróleo) que incluya a la Argentina, a Brasil, a Bolivia, Mexico y Paraguay.

La vicepresidenta lo había escuchado, pero por partes. Ahora quería leerlo completo. Después, hay distintas versiones. Una que le gustó mucho. Otra que quería a examinarlo de “pe a pa”.

Ese jueves ante los jefes de Estado presentes, Alberto Fernández había interpelado a Biden por no haber invitado a Cuba, Venezuela y Nicaragua, condenó los bloqueos a cubanos y venezolanos que fueron impuestos por Washington desde hace décadas. Embistió contra las autoridades del BID y las de la OEA, a las que siempre consideró “instrumentos” de Donald Trump. Reclamó que las destituyeran y como si fuera música para los oídos de Cristina y La Cámpora acusó a Trump de ayudara a Mauricio Macri a obtener un millonario crédito del FMI.

En la nutrida comitiva argentina (Sergio Massa, Jorge Argüello, Santiago Cafiero, Gustavo Béliz, Carla Vizzotti, Juan Manuel Olmos, Vilma Ibarra, Eduardo Valdés, Julio Vitobello, Cecilia Nicolini, entre otros) evaluaban una viaje "muy positivo".

Ya de regreso a Buenos Aires este último sábado, Fernández encara un país igual al que dejó el martes a la noche cuando voló a Estados Unidos. 

Y a su vez encara otros problemas que resonaron en su oídos en Los Angeles. Uno de ellos es la tormenta financiera que vivió el mercado esta semana con una muy pronunciada baja de los bonos argentinos. Massa, el otro protagonista de este viaje a Washington, le marcó al Presidente que se trata de un tema preocupante.

Massa viajó como invitado especial tras su enojo por el nombramiento de Daniel Scioli en reemplazo de Matias Kulfas en Desarrollo Productivo. El Presidente lo llevó de viaje. No se separó de él y lo consultó a toda hora. Aunque no da señales de querer un recambio en el Gobierno como le viene sugiriendo el presidente de la Cámara de Diputados, allí hay que leer un doble mensaje de Fernandez.  

 

Fernández está convencido de que le fue “muy bien” en la Cumbre de las Américas porque recibió el apoyo de la mayoría de mandatarios de la CELAC y que sus palabras, que no apuntaron a Biden sino al "sistema" fueron comprendidas en Washington. "Fue muy generoso conmigo" dijo el viernes en reportaje con Clarin y otros medios. 

Para el caso, cuentan en su entorno que en el privadísimo almuerzo del viernes, al que solo lo acompañó Massa porque era un formato de Presidente + 1, Biden habría dado una suerte de explicación ante una Latinoamérica y el Caribe que sigue pidiendo lo mismo de siempre a Estados Unidos: más atención. El estadounidense habría dicho que en tren de ir al socorro de los países asiáticos por el factor de China y de los europeos por Rusia, terminaban descuidando a su propia región.

En ese sentido Fernandez se autopercibe como un presidente con una mirada “global”, que reclama más atención “del norte al sur” con una propuesta de desarrollo e igualitarista, que le ofrece al mundo el potencial argentino en alimentos, minero y energético. Con lo cual el sábado se lo escuchaba decir que eso era lo "verdaderamente importante y no cuántas veces hablo con Cristina”.

Tan satisfecho estaba el Presidente con su propio desempeño que en su reunión con el gobernador de California, Gavin Newsom, lo invitó a integrar el Grupo de Pueblo, esa alianza de dirigentes y ex presidentes de la izquierda latinoamericana. Newsom es conocido por sus apoyo a los inmigrantes y a la legalización del cannabis en su Estado. Y por su oposición a las leyes de otros estados restrictivas para el aborto. 

Ese sensación de triunfo -mucho de lo que se debe tambien a que trabajó de verdad su discurso y obedeció al asesoramiento de los propios sin improvisar- lo blinda en su interna, habrá que ver por cuánto tiempo. Por empezar, dio la orden de que se cree un area especial que siga la obra licitación para la obra del gasoducto Néstor Kirchner, bajo la órbita del ministro de Economía, Martín Guzmán. Se trata del proyecto que cuestionó Kulfas, y que está bajo dominio de Cristina y La Cámpora.

Este viernes,en un reportaje con la agencia EFE el principal asesor para Latinoamérica de la Casa Blanca, Juan González, le concedió otro triunfo a Fernandez. Dijo que “definitivamente” asistirla a una Cumbre de las Americas futura en la que estén invitados Cuba, Venezuela y Nicaragua. Por pedido de Andrés Manuel Lopez Obrador y Nicolas Maduro, Fernández encarnó la voz de los excluidos. Y como le pidió el venezolano, invitó a Biden a la CELAC. Es dificil igual proyectar que los demócratas sigan en la Casa Blanca dentro de tres o cuatro años cuando tenga lugar la próxima cumbre.  

Pero al mismo tiempo Gonzalez marcó la cancha en un terreno en que a veces difieren y a veces no republicanos y demócratas. “Estados Unidos siempre está dispuesto a dialogar", empezó diciendo a EFE. "La comunidad de democracias de la región estamos reunidos aquí, cubiertos por la prensa de una forma transparente, debatiendo estos temas, como debería ser; y es algo que la comunidad cubana, venezolana y de Nicaragua, son derechos que ellos no disfrutan" dijo. Y señaló "en las conversaciones, incluso en el retiro de líderes, sí se habló un poco de Cuba. Nadie habló de Nicaragua. Pero muy rápidamente el enfoque se centraba en qué podemos hacer juntos para responder a los retos".

Entre tanto, sobre el final del viaje Alberto F. se quiso dar un gusto. Retrasó más de dos horas la partida del charter de Aerolíneas Argentinas en el que viajaba la delegación nacional de regreso a Buenos Aires para ir a comer con el músico Gustavo Santaolalla, su amigo. Fueron a comer con sus parejas a un restaurante llamado Capitol Grille, a la vuelta del hotel.

Quanto tempo de reinado terá o Imperador Xi Jinping? - Francis Pike (The Spectator)

 


, June 12, 2022
Francis Pike 

https://www.spectator.co.uk/article/how-long-will-xi-jinping-rule-china

For some time now it has been assumed that in November the National Congress will rubber stamp Xi Jinping’s continued role as China’s supreme leader for a third five-year term, which would make Xi the first Chinese leader for a generation to serve more than two terms. 

Just a year ago his position as one of China‘s three pre-eminent leaders was confirmed when the 400 members of the Central Committee passed the third ‘Historical Resolution’ in the Chinese Communist Party’s 100-year history. The previous two were organised by Mao in 1945 and Deng Xiaoping in 1981. The resolution highlighted the concept of ‘Xi Jinping Thought’ as a historical equivalent to that of his two legendary predecessors. But a number of crises, international and domestic, have put a question mark against Xi’s continued omnipotence. 

When Xi met Putin before the Beijing Winter Olympics, the allies, who had moved ever closer over the last decade, declared that there were ‘no limits’ to the Russia-China relationship. What followed Putin’s invasion of Ukraine, about which Xi was forewarned, is therefore a puzzle. Although China voted against the UN resolution to denounce Russia’s invasion of Ukraine, China’s active support for Russia has been notable by its absence. 

There has been no public expression of support for Putin’s ‘special military operation’. Xi himself has subsequently stated that China is ‘committed to respecting the sovereignty and territorial integrity of all countries’. Russia has asked for military aid from China but no answer, at least publicly, has been forthcoming. If, as one suspects, China is helping Russia, it is being done in secret. 

Neither does it seem that China wants to risk being involved in trade wars with the West. It is notable that Union Pay, China largest credit card company, has, like Visa and Mastercard, stopped working with Russian banks. Chinese companies, particularly those established in the US, appear to be equally circumspect about breaking US sanctions. 

The Russia-China allegiance may now be superglued but to what strategic benefit to China? It is difficult to see how China’s geopolitical ambitions can be burnished by its support for an ally, albeit half-hearted, whose actions are causing global inflation and, in some countries, starvation. This is not how you win friends among the ‘non-aligned’ nations – just look at the borrowing default, food riots and political crisis in China’s ally Sri Lanka over the last month. 

If China’s friendship with Putin is toxic internationally, it also seems likely that this toxicity applies in some measure at home. The leadership of China is opaque when it comes to identifying opposition to Xi. However, it is highly unlikely that factions who supported the cautious internationalism of Deng Xiaoping and his successors can be happy with the consequences of Xi’s overtly aggressive foreign policy which appears to have united the West in a Russia-China containment strategy. It has to be asked whether it was Xi or other government members who decided that there should be limits to Xi’s ‘no limits’ relationship with Russia. 

The domestic economic costs of Xi’s campaign against western values are also becoming apparent. Under the influence of the Wang Huning, the communist party’s chief ideological theorist, a member of the Politburo’s seven man Standing Committee, Xi has pursued increasingly authoritarian attacks on the stars of China’s new economy. 

Last year technology entrepreneur Jack Ma, the charismatic founder of Alibaba, was ‘disappeared’ and his company Alibaba forcibly restructured. A swathe of new regulations has hit China’s tech sector. The US$100bn online digital education industry, deemed inegalitarian, has been devastated by new regulation. Cryptocurrency has been banned. Even China’s social media stars such as Zhao Wei, a billionaire actress, pop singer and influencer whose online presence was erased in August last year, have been reined in. 

Wang, a social puritan, believes that a ‘nihilist individualism’ has undermined the moral fabric of the US. He and Xi are determined that China will not be infected by such Western-style moral corruption, which they believe is fostered by social media. 

Xi’s regulatory crackdown on technology companies has crashed stock prices. According to TechNode, a Chinese technology media company, there is an ongoing bloodbath in tech sector employment. Xiaohongshu, sometimes described as China’s Instagram, has recently laid off 10 per cent of its staff. According to Reuters, even the major tech companies such as Alibaba and Tencent are planning large-scale redundancy programmes. 

Investment in start-ups, already in decline before Covid, has plummeted. Many technology entrepreneurs are quitting mainland China and heading to safer regulatory locations such as Singapore or the US. 

Furthermore, China’s main technology and financial hub, Shanghai, has been particularly badly affected by Xi’s doubling down on his zero-Covid stance. Shanghai’s officials and its business elite are reportedly furious. Unlike other zero-Covid zealots, such as New Zealand Prime Minister Jacinda Ardern, who have given up on draconian lockdowns, Xi appears determined to stay the course. As long as Xi remains committed to the policy of zero Covid, how is China ever going to open up its borders? It is a question that must have occurred to many within China. 

As a result of Xi, a perfect storm of problems is now bearing down on the Chinese economy. His foreign policies, particularly in relation to his threats to Taiwan and his support for Russia, are scaring off foreign investors. Revelations about Xi’s brutal suppression of China’s Uighurs are a further negative for investment in China. Foreign Direct Investment has fallen to just 2 per cent of GDP compared to 6.5 per cent in the mid-1990s. Meanwhile Chinese companies are offshoring manufacturing capacity to countries such as Vietnam. 

At the same time the Chinese property sector is in a cyclical downturn. Xi’s clampdown on property leverage following the collapse of residential property behemoth China Evergrande Group is crashing the property market and construction sectors. This is a disaster for China’s regional governments whose finances are highly dependent on property sales. 

No wonder then that, after a first quarter of negative GDP, global investment banks are busy slashing their growth estimates for China in 2022. Real GDP growth is now forecast to halve from 8.1 per cent in 2021 to around 4 per cent in the current year. Even that may prove optimistic. 

This is not the economic background that Xi would want in the run up to the Politiburo Standing Committee elections in November. Confusingly, Xi’s lockdown orders to Covid-hit cities, the Chinese Premier Li Keqiang, not a Xi acolyte, has emerged from the shadows to exhort Chinese companies to get back to work. In some quarters there is clearly alarm at the economic downturn. Does Li’s sudden appearance centre stage indicate a power struggle at the heart of government? 

Xi’s government remains broadly popular. The Edelman Trust Index shows that the Chinese government enjoys a 91 per cent trust rating compared with just 39 per cent for the US government. But Xi’s future will not be decided by the Chinese people; power struggles are fought within the Communist Party behind closed doors. 

Though there is no sense that things are so bad that Xi might fail in his bid to win a third term as China’s leader, there can be little doubt that his reputation is tarnished within some political factions – particularly the ‘Shanghai gang’ who dominated Chinese politics for a generation until Xi’s emergence. While we should not expect a political earthquake at the National Congress in November neither should we rule one out, particularly if the economic outlook in China continues to deteriorate.

Written byFrancis Pike

Francis Pike is a historian and author of Hirohito’s War, The Pacific War 1941-1945 and Empires at War: A Short History of Modern Asia Since World War II.


The Long Game: China’s Grand Strategy to Displace American Order, by Rush Doshi – Book review by Divyanshu Singh (Modern Diplomacy)

 Em vez da Longa Marcha, ou do Great Game, Long Game: é o caminho da China para superar os EUA, cem anos depois do início do regime comunista no país, ou seja, em 2049. 

Acompanharemos, se ouso dizer...

The Long Game: China’s Grand Strategy to Displace American Order, by Rush Doshi – Book review

Modern Diplomacy, June 12, 2022


This book is quite helpful for comprehending China’s foreign policy throughout the past four decades. China’s strategy and progress as a global force, according to the author, may be divided into three periods:

  1. The period from 1989-2008 as “Blunting”
  2. The period from 2009-2016 as “Building”
  3. The period from 2017- till date as “Expansion”

This is a lengthy and comprehensive analysis of China’s economic and military development over the past many decades. The narrative opens with an explanation of the CCP and what strategy implies. The genuine first section of the text commences from 1989 with the Tiananmen Square movement, the Gulf War, and the collapse of The Soviet Union. The author refers to these three factors as the “trifecta” that produced a new feeling of urgency in China to devise a strategy to confront the development of American dominance. Due to the recent economic openness with the United States, the procedure was intended to be slow yet thorough. At this point, China started to perceive the United States as a danger that ought to be “blunted.” The book then goes on to describe in great depth the institutions and military strategy the Chinese have established in order to establish a military force capable of countering the growing US challenge to their rule.

The second section of the book is much more contemporary, commencing with the 2008 global financial crisis and circling the Obama presidency. In this era concluding in 2017, the military, political, and economic entanglements are discussed individually (each in its own chapter). During the Trump presidency, the competition involving China and the United States began to become an integral aspect of the actual regional pivot. This third section begins there and is a much more informed conversation of the current situation between China and the United States. This new assertiveness is highlighted by Xi Jinping’s elevation to permanent leader of the CCP, having his tenure commencing in 2013 with the confirmation happening in 2018. China has becoming increasingly forceful, and the last chapter explains the story underneath the news items. The AIIB as well as BRI are discussed alongside Taiwan and certain other contentious issues. China had already risen, or the sluggish progress has become a pressing matter for China and the United States, the two remaining significant participants. China is assuming leadership of an increasing number of multilateral institutions, as the final section demonstrates in detail.

Although the concepts in the book are really intriguing, some portions might get tedious and monotonous. Every chapter and part start with a brief explanation of a concept. The author thereafter attempts to elaborate upon it with several facts and quotations from Chinese officials. It is not an easy read, but the material in the few chapters makes it worthwhile, especially the chapters involving China’s accession to WTO and their naval power projection after the global financial crisis of 2008. For example, with respect to WTO accession, it has been explicitly mentioned by author in one of his explanations that “China willing to make significant economic concessions for permanent MFN status—in effect trading away some of the benefits of protectionism for the security and strategic benefits that a deal would bring by reducing the risk of US economic coercion.”[1]

While the story behind China’s 1st aircraft carrier acquisition had some very interesting anecdotes such as “To avoid Western opposition to the purchase—and given China’s own reluctance to depart from the “hiding capabilities and biding time” guideline with a flashy public carrier acquisition that could frighten others. Almost immediately after signing on, Xu got to work cultivating an image as an outlandish tycoon who wanted to use the carrier to build a floating casino in Macao.”[2]

The abbreviations are infrequent enough to be manageable, but the content is much more of an academic observation than the kind of simple reading one may find otherwise. The book is presented from a narrow perspective (from the perspective of the America); however, it is ever more intriguing since it justifies to a considerable part the present strategy of the United States and the Biden presidency concerning China. A pictographic representation of data, maps, timelines etc. would have piqued the interest of the reader rather than just simple representation of data in the books, which would have made this book palatable to all kinds of readers (not just academic).

Nonetheless, the author has explained his reasoning rather effectively, and the book covers on extremely crucial subjects to comprehend the rationale of great power conflict in the twenty-first century, with a significant amount of anecdotal evidence with a solid understanding of realist theory. Anybody interested in understanding China’s previous, current, and foreseeable objectives including grand strategy should definitely read this book.


[1] Doshi, Rush. The Long Game (Bridging the Gap) (p. 145). Oxford University Press. Kindle Edition.

[2] Doshi, Rush. The Long Game (Bridging the Gap) (p. 191). Oxford University Press. Kindle Edition.