Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 9 de abril de 2011
A real ameaca chinesa - Editorial O Estado de S.Paulo
A principal ameaça está mesmo aqui dentro do Brasil, e ela se chama Estado brasileiro, mais especificamente alta tributação, irracionalidade fiscal, péssima e cara infra-estrutura (comunicações, transportes, energia), ambiente deplorável de negócios, com muita burocracia, corrupção e tudo o mais que pudermos pensar como externalidades negativas que afetam o empresário brasileiro.
Geralmente se costuma apontar para inimigos externos -- no caso a China -- ou disfuncionalidades de política econômica -- que também existem -- mas por uma vez caberia olhar para as verdadeiras causas.
Se a presidente tiver a pretensão de voltar da China com promessas de "comércio mais equilibrado", como diz esse editorialista, isso apenas indica que ela não entendeu nada de como funcionam os negócios atualmente: não é o Estado chinês que está invadindo o mercado brasileiro com seus produtos baratos e ele não pode, e não deve, fazer nada contra as empresas privadas chinesas que aqui competem. É o Estado brasileiro que inviabiliza, de fato destrói, a competitividade das empresas brasileiras.
Não precisa ir para a China para descobrir isso. Eu já sei disso antecipadamente.
Mas minha "opinião" -- na verdade uma simples constatação -- não vale nada, obviamente...
Paulo Roberto de Almeida
A real ameaça chinesa
Editorial - O Estado de S.Paulo
09 de abril de 2011
Se, para alguns setores produtivos, falar em desindustrialização ainda soa como exagero, para outros, a suspensão da produção em razão da incapacidade de competir com fornecedores estrangeiros deixou de ser simples ameaça. Em alguns segmentos da indústria, mais de 80% das empresas deixaram de fabricar e se tornaram importadoras, pois tudo o que vendem aqui é comprado lá fora. É mais barato importar, sobretudo produtos fabricados na China, do que continuar produzindo.
É rápido o avanço dos produtos importados no mercado brasileiro. Provêm do exterior de 20% a 25% dos bens acabados, matérias-primas e produtos intermediários consumidos no País. Em 2010, o Brasil foi o país que mais aumentou as importações. Em volume, as importações cresceram mais do que as exportações, mas, mesmo assim, o País registrou um saldo comercial expressivo por causa dos preços recordes dos produtos agrícolas e dos minérios.
Um país exportador tem sido fonte de problemas crescentes para o setor industrial brasileiro - a China. Ela tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil. A corrente de comércio entre os dois países alcançou US$ 55 bilhões em 2010, tendo o Brasil conseguido um saldo de US$ 5 bilhões, graças às exportações de US$ 30 bilhões, asseguradas pela demanda chinesa continuamente crescente de bens primários e do alto preço desses itens.
Mesmo assim, a entrada de produtos industrializados chineses no mercado brasileiro aumenta velozmente, tornando feroz a competição aqui dentro. Para algumas empresas, a disputa já provoca grandes estragos. Reportagem do jornal Valor, publicada terça-feira, deixa claro que, em alguns segmentos, como válvulas industriais, elevadores e ferramentas, as empresas deixaram de produzir e passaram a importar, o que as levou a reduzir o número de empregados.
Em alguns casos, como o de válvulas padronizadas e de baixo valor agregado, o preço do produto chinês colocado no Brasil é 60% menor do que o do similar brasileiro. "Com essa diferença de preços, as empresas brasileiras não conseguem concorrer", diz o industrial Pedro Lucio, presidente da câmara setorial de válvulas industriais da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
O problema é o mesmo para os fabricantes de ferramentas simples, como martelos, chaves de fenda e alicates. Nesses casos, o produto chinês é de 50% a 70% mais barato do que o brasileiro. Há três anos, os produtos importados correspondiam a 10% do mercado; hoje, já são quase um terço, e a maioria vem da China.
São conhecidas as principais causas da perda de competitividade do produto brasileiro diante do chinês. A taxa de juros no Brasil é uma das mais altas do mundo, e na China ela é negativa. Aqui, a carga tributária é de cerca de 40%, e na China, de 20%. Enquanto o real alcança seu valor mais alto em vários anos em relação ao dólar, a moeda chinesa, o yuan, é mantida artificialmente desvalorizada em relação à americana, o que torna ainda mais competitivos os produtos chineses. O Brasil procura observar com rigor todas as regras internacionais de comércio, mas a China muitas vezes as burla. E a infraestrutura brasileira voltada para as exportações é muito menos eficiente do que a chinesa.
Outra grande diferença na forma como cada um dos dois países conduz o relacionamento bilateral é que a China sempre soube o que quer do Brasil, como sabe o que quer de outros fornecedores e clientes, dos quais depende para assegurar o suprimento dos bens de que necessita para sustentar seu crescimento e o mercado para seus produtos. O governo brasileiro, ao contrário, manteve, até recentemente, uma visão ingênua a respeito desse relacionamento, considerando a China um parceiro estratégico que merecia até o reconhecimento, feito pelo ex-presidente Lula, como economia de mercado, o que lhe facilitaria ainda mais acesso aos mercados de outros países. Com a visita que fará à China a partir de segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff, que não parece endossar essa visão ingênua, terá oportunidade para negociar com o parceiro asiático as bases de um relacionamento comercial mais equilibrado.
Niall Ferguson: Empire - he rise and demise of the British world order and the lessons for global power
Empire: the rise and demise of the British world order and the lessons for global power
Niall Ferguson
Basic Books, 2004 - History - 351 pages
The British Empire was the largest in all history: the nearest thing to world domination ever achieved. By the eve of World War II, around a quarter of the world's land surface was under some form of British rule. Yet for today's generation, the British Empire seems a Victorian irrelevance. The time is ripe for a reappraisal, and inEmpire, Niall Ferguson boldly recasts the British Empire as one of the world's greatest modernizing forces.An important new work of synthesis and revision,Empireargues that the world we know today is in large measure the product of Britain's Age of Empire. The spread of capitalism, the communications revolution, the notion of humanitarianism, and the institutions of parliamentary democracy-all these can be traced back to the extraordinary expansion of Britain's economy, population, and culture from the seventeenth century until the mid-twentieth. On a vast and vividly colored canvas,Empireshows how the British Empire acted as midwife to modernity.Displaying the originality and rigor that have made him the brightest light among British historians, Ferguson shows that the story of the Empire is pregnant with lessons for today-in particular for the United States as it stands on the brink of a new era of imperial power, based once again on economic and military supremacy. A dazzling tour de force,Empireis a remarkable reappraisal of the prizes and pitfalls of global empire.
Review: Empire: The Rise and Demise of the British World Order and the Lessons for Global Power
Editorial Review - Reed Business Information (c) 2003
Acclaimed British historian Ferguson (The Pity of War) takes the revisionist (or perhaps re-revisionist) position that the British Empire was, on balance, a good thing, that it "impos[ed] free markets, the rule of law... and relatively incorrupt government" on a quarter of the globe. Ferguson's imperial boosterism differs from more critical recent scholarship on the empire, such as Linda Colley's Captives (Forecasts, Dec. 2, 2002) and Simon Schama's A History of Britain: The Fate of Empire (Forecasts, Dec. 23, 2002). Ferguson's gracefully written narrative traces the history of the empire from its beginnings in the 16th century. As Ferguson tells it, by the 18th century British consumers had developed a strong taste for sugar, tobacco, coffee, tea and other imports. The empire's role was to supply these commodities and to offer cheap land to British settlers. Not until the late 18th century did Britain add a "civilizing mission" to its commercial motives. Liberals in Britain, often fired by religious feelings, abolished the slave trade and then set out to Christianize indigenous peoples. Ferguson gives a wonderful account of the fabled career of missionary and explorer David Livingstone. The author admits that the British sometimes responded to native opposition with brutality and racism. Yet he argues that other empires, especially those of Germany and Japan, were far more brutal (a not entirely satisfying defense). Indeed, Ferguson contends that Britain nobly sacrificed its empire in order to defeat these imperial rivals in WWII. His provocative and elegantly written account will surely trigger debate, if not downright vilification, among history readers and postcolonial scholars. 25 color illus., b&w illus., maps. (Apr.) Forecast: The young and attractive Ferguson is something of a celebrity in Great Britain, where he's been called "the Errol Flynn of British history"; so expect additional media attention. He currently teaches at New York University.
Politica Externa Brasileira: direitos humanos na China
Segundo ele, "Os dois países enfrentam uma série de problemas nessa área, que refletem em parte o estágio de desenvolvimento em que se encontram".
Teoricamente, a polícia não deveria torturar presos nas delegacias brasileiras. Teoricamente, a China não deveria censurar a internet ou prender simples manifestantes políticos, expressando pacificamente sua opinião quanto ao regime em vigor no país, a falta de eleições diretas para os cargos dirigentes, o monopólio do Partido Comunista, etc.
Teoricamente, os dois dirigentes vão se felicitar pelo bom estado das relações bilaterais e vão continuar proclamando sua vontade de respeitar e defender os direitos humanos de seus cidadãos.
Teoricamente está tudo bem, tendo em vista o nível de desenvolvimento em que se encontram os dois países. Praticamente, esse nível de desenvolvimento dificulta a que os direitos humanos sejam plenamente respeitados em cada um deles.
Teoricamente, o mundo é perfeito, na visão panglossiana de certos dirigentes (e comentaristas).
Paulo Roberto de Almeida
Dilma vai tratar de direitos humanos em viagem oficial à China
Cláudia Trevisan - CORRESPONDENTE / PEQUIM
O Estado de S.Paulo, 09 de abril de 2011
Embaixador brasileiro em Pequim diz que assunto estará em pauta, em meio a onda de repressão do Partido Comunista - Governo prendeu pelo menos 27 dissidentes
A questão dos direitos humanos estará na agenda da visita da presidente Dilma Rousseff a Pequim, na próxima semana. A líder brasileira desembarca na China no momento em que o Partido Comunista empreende a mais violenta onda de repressão a críticos e dissidentes em dez anos, que levou à detenção ou ao desaparecimento de 27 pessoas e a dezenas de ordens de prisão domiciliar. A ênfase que Dilma dará ao tema será mais um teste para a política externa do governo, que elevou ao primeiro plano o respeito aos direitos humanos.
O embaixador do Brasil em Pequim, Clodoaldo Hugueney, disse que a presidente não deve tratar de casos específicos, como a prisão de Ai Wei Wei, um dos mais célebres artistas e dissidentes chineses. Mas ressaltou que o assunto estará na pauta. Para ele, a questão dos direitos humanos é importante para o Brasil e também para a China. "Os dois países enfrentam uma série de problemas nessa área, que refletem em parte o estágio de desenvolvimento em que se encontram", avaliou.
A atual onda repressiva teve início em meados de fevereiro, em resposta à convocação anônima para realização de protestos na China semelhantes aos que derrubaram regimes autoritários no mundo árabe. Além de prender dissidentes, o governo aumentou a censura na internet e restringiu a atuação de jornalistas estrangeiros no país - um retrocesso em relação a regras mais liberais adotadas na época da Olimpíada de 2008.
Diálogo. O diálogo na área de direitos humanos está previsto no Plano de Ação Conjunta para o período 2010-2014, assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega Hu Jintao. A China já tem diálogos desse tipo com outros países - o mais amplo é com os Estados Unidos. Representantes dos dois países se reúnem periodicamente para discutir o tema.
A questão dos direitos humanos também é tema permanente da agenda dos encontros entre presidentes norte-americanos e seus pares chineses. O assunto foi tratado, por exemplo, durante a reunião que Jintao e Barack Obama tiveram em Washington, em janeiro.
O primeiro sinal de mudança da política externa brasileira nessa área veio no mês passado, quando o Brasil votou na Organização das Nações Unidas (ONU) a favor do envio de um relator ao Irã para investigar a situação dos direitos humanos no país. No domingo, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, afirmou ao Estado que a política externa mudou em relação aos direitos humanos.
Politica Externa Brasileira: os 100 dias da nova presidente
Wladimir D'Andrade
O Estado de S.Paulo, 09 de abril de 2011
Para especialistas, ela tem conseguido reverter 'estragos' feitos na gestão Lula
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O pragmatismo com que o Itamaraty tem trabalhado suas ações no cenário internacional desde que Antonio Patriota assumiu a chefia da chancelaria brasileira é uma das principais marcas deste início de gestão do governo Dilma Rousseff na área da política externa. A avaliação é de especialistas consultados pela Agência Estado para falar sobre os 100 dias de governo da petista. Segundo eles, Dilma mostra maior apreço às instituições, particularidade que advém de uma característica pessoal dela, e deixa de lado orientações de cunho mais ideológico que marcaram a gestão do ministro Celso Amorim no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O antagonismo entre o pragmático e o ideológico ficou claro no último dia 24, quando a representação do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) mudou o rumo que vinha tomando até então e votou a favor do envio de um relator independente para investigar a situação das garantias individuais no Irã. "Com o novo posicionamento, o Brasil se reaproxima de sua essência democrática, distanciada no governo Lula, que fez com que o País atingisse seu status atual", afirma o cientista político e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Heni Ozi Cukier. "A relação entre países não pode ser guiada por filtros ideológicos dessa natureza e deve ser mais pragmática", acrescentou.
De acordo com ele, a escolha do governo Lula em se aproximar de "países problema", como Cukier define o Irã, a Venezuela e a Bolívia, e adotar uma posição de conflito com os Estados Unidos está diretamente ligada à questão ideológica e mancha a imagem do Brasil no exterior a troco de "ganhos nulos". "O Lula, sim, ganhou uma grande exposição. Mas o Brasil teve uma exposição negativa. E assim é na aproximação com o Chávez (Hugo Chávez, presidente venezuelano)", diz. Na análise do professor do curso de Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) Georges Landau, o Brasil pode ter se distanciado do seu objetivo de conseguir uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Conseguimos antagonizar com os EUA e provavelmente comprometer por muito tempo qualquer aspiração no Conselho de Segurança. O Brasil foi considerado, após esse episódio, um país não confiável", afirma. Essa política, conforme Landau, teria impedido que o presidente Barack Obama declarasse apoio à demanda brasileira por um assento permanente no Conselho de Segurança durante sua visita ao País no mês passado. O norte-americano afirmou apenas que tem "apreço à aspiração do País". "A visita do Obama era a ocasião perfeita para que ele manifestasse apoio, como o fez na India (quando ele viajou ao país asiático em novembro de 2010). Porém, disse que só tinha ''apreço'' pela reivindicação por conta da iniciativa absolutamente cretina do Brasil em relação ao Irã", diz o especialista.
Reversão
No entanto, o governo da presidente Dilma tem conseguido reverter "os estragos" provocados pela política externa do ex-presidente Lula com os EUA. "A visita do Obama não deixou nada de concreto sob a ótica da política externa, mas elevou a relação com os EUA a um novo patamar, de respeito mútuo, diferente dos anos anteriores, quando o clima era de divergências mútuas", diz. Os especialistas destacam ainda a escolha de Antonio Patriota para o Ministério das Relações Exteriores, um diplomata de carreira, e não político.
"Patriota é um homem vinculado emocionalmente com os EUA (sua esposa é norte-americana) e vai trabalhar por esse relacionamento, o que é muito positivo para o Brasil". Outro desafio que se impõe à política externa do governo Dilma é estreitar relações com a China, hoje principal parceira comercial do País - o comércio entre os dois países movimentou no ano passado US$ 55 bilhões, conforme a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
A presidente Dilma vai desembarcar na próxima segunda-feira em Pequim junto com uma comitiva de empresários e suas reclamações por conta da manipulação chinesa da cotação do yuan e da discriminação de produtos brasileiros de maior valor agregado, entre outras questões.
Segundo o professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Coordenador do Grupo de Estudos Ásia-Pacífico da universidade, Henrique Altemani, o Brasil terá de enfrentar as dificuldades comerciais impostas pelos chineses por conta da elevação do país asiático à condição de potência mundial.
"Falta o Brasil definir como quer se relacionar com a China. Até que ponto estamos preparados para esse relacionamento?", questiona. "Temos que entender essa nova realidade e aprender onde vamos nos posicionar". Altemani afirma que a China hoje é um ator fundamental em todas as questões comerciais, políticas e estratégicas no mundo - o país asiático é, inclusive, uma das cinco nações que detêm um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU - e uma aproximação é "muito bem-vinda" para o Brasil.
"A China é demandada para todos os assuntos do planeta. Essa proximidade daria mais oportunidades de participar dessas discussões", afirma. Nesse sentido, ser cada vez mais protagonista das discussões mundiais é fundamental para as ambições do Brasil e uma boa relação com os chineses pode ajudar o País a atingir essas meta.
Economia
No entanto, há outro problema à vista: em 2004, durante a primeira visita oficial do presidente Hu Jin Tao ao País, o ex-presidente Lula prometeu reconhecer a China como economia de mercado. O professor Georges Landau explica que o maior número de ações antidumping impetradas pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) tem a China como alvo. "Se isso ocorresse, acabariam as ações antidumping e os produtos chineses invadiriam como nunca o Brasil a preço de banana", explica.
Salarios de diplomatas: nossos colegas de Portugal...
Mas recebi uma mensagem de um colega português a este respeito.
Sem tempo para refletir, comparar, comentar a respeito, simplesmente posto sua mensagem, e deixo para voltar ao assunto mais adiante.
Talvez alguns dos meus leitores, de uma ou outra nacionalidade, queira comentar...
Paulo Roberto de Almeida
Nome: Xxxxxx Xxxxx
Cidade: Lisboa
Estado: Solteiro
Email: xxxxxxxx.xxxxx@gmail.com
Assunto: Opiniao
Mensagem: Boa Noite,
É com muito prazer que tenho acompanhado o seu Blog e louvo uma opinião tão sincera e louvável. Na nossa sociedade e tendo em conta a diferença de postura na cena internacional, deparámo-nos muitas vezes com os meus problemas... Sou do País Irmão Portugal...como tem conhecimento enfrentamos tempos internos dificeis. Com elevada austeridade, a carreira diplomática tem sofrido cortes tal como, os restantes corpos especiais da Administração Pública.
O actual estatuto Português resume-se assim:
SALÁRIOS DOS DIPLOMATAS EM 2010 (os únicos com desconto para a Segurança Social que garantem a reforma):
EMBAIXADOR
Escalão 1 - 3.729,57 euros
Escalão 2 - 3.910,04 euros
Escalão 3 - 4.090,05 euros
MINISTRO PLENIPOTENCIÁRIO
Escalão 1 - 3.007,72 euros
Escalão 2 - 3.248,34 euros
Escalão 3 - 3.368,64 euros
Escalão 4 - 3.488,95 euros
Escalão 5 - 3.609,25 euros
CONSELHEIRO DE EMBAIXADA
Escalão 1 - 2.165,55 euros
Escalão 2 - 2.285,87 euros
Escalão 3 - 2406,17 euros
Escalão 4 - 2.646,78 euros
SECRETÁRIO
Escalão 1 - 1.624 euros
Escalão 2 - 1.684,31 euros
Escalão 3 - 1.804,62 euros
Escalão 4 - 1.924,94 euros
Escalão 5 - 2.045,25 euros
ADIDO
Escalão 1 - 1.503,85 euros
ABONOS EM EMBAIXADAS E CONSULADOS
Os abonos de representação e de residência para diplomatas são isentos de imposto e variam de país para país, em função do risco e da importância estratégica do local. Espanha tem as compensações financeiras mais elevadas. Em contrapartida, Washington, uma das capitais mais caras do Mundo, e Tunes, que tem um nível de perigo mais elevado, têm abonos inferiores.
ONU (Nova Iorque)
Conselheiro - 15.159 euros
Secretário - 14.775 euros
WASHINGTON
Ministro - 12.934 euros
Secretário - 8.517 euros
SALVADOR DA BAHIA
Ministro - 11.971 euros
Conselheiro - 11.179 euros
REPER (Bruxelas)
Conselheiro - 10.647 euros
Secretário - 8.925 euros
NATO (Bruxelas)
Conselheiro - 10.647 euros
Secretário - 8.925 euros
LONDRES
Secretário - 10.329 euros
BARCELONA
Ministro - 14.803 euros
Conselheiro - 13.736 euros
RABAT
Conselheiro - 9.294 euros
Secretário - 8.384 euros
TUNES
Conselheiro - 8.198 euros
Secretário - 7.830 euros
ROMA
Secretário - 9.058 euros
ZAGREB
Conselheiro - 10.547 euros
Secretário - 8.773 euros
DUSSELDORF
Ministro - 12.291 euros
Conselheiro - 11.471 euros
Em Portugal, o estado custeia a educação até o limite máximo de 2244 euros e no estrangeiro 300 euros por filho... Automóvel fica isento de imposto até 3500cc se possuir mais que uma os dois não podem exceder o valor referido ( isto existe no Brasil???)
Parecem elevados no entanto, as falhas no custeio da educação dos filhos, a dupla exclusividade laboral para o conjuge e o facto, de o estado não segurar a saude têm prejudicado bastante a representação retendo nalguns casos, metade dos abonos.
Seria possível retratar do mesmo modo a situação dos diplomatas do País Irmão, não interessa aqui comparar mas, apenas ter noção de realidades distintas mas, que enfrentam os mesmos desafios e obstáculos.
Melhores Cumprimentos,
e Felicidades
sexta-feira, 8 de abril de 2011
O Mundo em Transição: Para Onde Vamos? - FECAP-SP
Com muito prazer vou inaugurar o curso, cujos dados básicos figuram abaixo.
Paulo Roberto de Almeida
O MUNDO EM TRANSIÇÃO: PARA ONDE VAMOS?
Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC) e FECAP
São Paulo, de 25 de abril a 13 de junho de 2011
site: http://www.fecap.br/hotsites/ifhc/
A FECAP e o IFHC somaram esforços para organizar um curso de especialização para executivos de companhias brasileiras que se internacionalizaram ou que tem projetos de intercionalização. O curso terá a duração de dois meses e compreenderá palestras, ministradas por professores e especialistas, que focalizarão países, regiões e temas globais com relevante interesse para o setor privado brasileiro. O objetivo é examinar o que ocorre no mundo em profunda transformação e discutir temas importantes para a experiência de trabalho dos ouvintes.
25 de abril - 9h
Regiões em transformação: Estados Unidos e Europa
Paulo Roberto de Almeida
Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Livre de Bruxelas, Mestre em Planejamento Econômico pelo Colégio dos Países em Desenvolvimento da Universidade de Estado de Antuérpia, diplomata de carreira desde 1977. Autor de numerosos trabalhos e livros publicados sobre relações internacionais e política externa do Brasil.
02 de maio - 9h
Regiões em transformação: a América do Sul (Integração regional, Mercosul, Argentina e Venezuela)
Pedro da Motta Veiga
Diretor do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (CINDES) e Sócio-diretor de EcoStrat Consultores. Especialista em questões de comércio, políticas e negociações comerciais, é consultor permanente da Confederação Nacional da Indústria. É ainda consultor regional da Agência Suíça de Cooperação para o Desenvolvimento na América do Sul, coordena o Trade Knowledge Network do International Institute for Sustainable Development na América do Sul e é membro do Steering Committee da Latin American Trade Network - LATN, por cujas atividades é responsável no Brasil. Foi Diretor da FINAME/BNDES, Chefe de Gabinete da Presidência do BNDES e Diretor Geral da Funcex - Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior.
09 de maio - 9h
O mundo asiático e as oportunidades para as empresas brasileiras
Ministro Francisco Mauro Holanda (MRE)
16 de maio - 9h
A transição energética global e as implicações para a economia e as empresas brasileiras
Roberto Furian Ardenghy
Diretor de Assuntos Corporativos da BG Brasil e Diretor da Câmara Americana de Comércio (AMCHAM), no Rio de Janeiro. Membro do Comitê Organizador da Rio Oil & Gas 2010.
Ex-diplomata de carreira (atualmente licenciado) com vasta experiência em diversos órgãos governamentais, tendo ocupado posições de destaque em vários Ministérios em Brasília. Foi professor de Direito Internacional Público do curso de graduação em Direito da Universidade Cândido Mendes-Ipanema onde também orientou monografias nas área de regulação em petróleo e gás natural, e professor dos cursos de pós-graduação em Direito e Economia do Petróleo do Instituto Brasileiro do Petróleo-IBP/UERJ e da MBP/COPPE-Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
23 de maio - 9h
Efeitos da crise financeira sobre a economia global
Cristiana Pereira
Cristiana Pereira é Diretora de Desenvolvimento de Empresas da BM&FBOVESPA – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros desde setembro de 2010. Nessa função, ela lidera as atividades de fomento ao empreendedorimo, prospecção de empresas para listagem em bolsa e relacionamento e desenvolvimento de serviços voltados a companhias abertas. Após a fusão das duas empresas em maio de 2008, liderou a equipe que conduziu os trabalhos para integração administrativa e operacional da BM&F e Bovespa. De 2004 a 2008, foi Diretora de Projetos e Relações Internacionais da Bovespa, responsável pela elaboração e implementação da estratégia internacional de divulgação do mercado e desenvolvimento de novos negócios, produtos e serviços. Cristiana Pereira possui MBA pela Harvard Business School e Mestrado em Economia pela Fundação Getúlio Vargas. Ela é economista formada pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp.
30 de maio - 9h
Os desafios da mudança climática para a economia e para as empresas brasileiras
Mário Malzoni
06 de junho - 9h
Um mundo em transformação: novo balanço de forças políticas, econômicas e financeiras
Ernesto Lozardo
Administrador de empresas e economista. Formou-se em Administração na New York University, onde se graduou com honra, e obteve o mestrado - MBA. Pelo seu desempenho acadêmico tornou-se membro da Honor Society of Phi Alpha Kappa. Formou-se em economia na Columbia University da Cidade de Nova Iorque. Foi bolsista da New York University e da OEA. Lozardo é professor de economia na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.
É autor de vários livros e seu último tem como título "Globalização: a certeza imprevisível das nações".
Foi secretário de Planejamento, Economia e Gestão do Estado de São Paulo. Na época desenvolveu o primeiro plano de desenvolvimento estratégico do Estado de São Paulo. Foi presidente da PRODESP e criou o InfoSão Paulo, o qual mudou de nome, hoje se chama Poupa Tempo. Como economista, trabalhou no Banco Mundial; como administrador, dirigiu empresas públicas e privadas, foi membro do Conselho de Administração de empresas privadas; e atualmente é consultor de empresas.
13 de junho - 9h
Regiões em transformação: o grande Oriente Médio e o Brasil
Embaixador Affonso Ouro Preto
Formado pelo Instituto de Ciências Políticas de Paris em 1959. Instituto Rio Branco em 62-63. Diplomata em Washington,Genebra Viena Angola. Embaixador em Guiné Bissau em 83. Embaixador em Estocolmo em 90 a 93. Chefe de Gabine do Ministro do Exterior em 93-95. Embaixador em Viena 95-99, Embaixador na China 99-2004. Embaixador Especial para o Oriente Médio de 2004-2009.
FECAP Campus Pinheiros
Rua Artur de Azevedo, 1637 - Pinheiros
Área de Relacionamento Institucional
(11) 3272-2222
relacionamento@fecap.br
A frase (idiota) da semana: Bresser Pereira
Luiz Carlos Bresser Pereira
Caderno Valor Fim de Semana, 8-9-10/04/2011
Pois é, parece que só tem corruptos no capitalismo. São eles que corrompem políticos e os coitados dos funcionários públicos, pois capitalistas só sabem viver num mundo de corrupção.
Seria tão bom viver num regime socialista, sem nenhum tipo de corrupção, desvio de recursos públicos, com toda aquela riqueza sendo distribuída igualitariamente...
Poucas vezes em minha vida eu encontrei um capitalista tão idiota como esse. Claro, existem muitos outros tão ou mais idiotas, mas nenhum que seja também professor de academia e respeitado como suposto intelectual.
Até onde chegamos...
Paulo Roberto de Almeida
Quem paga para mediar o conflito na Libia?
A questão estaria em saber quanto custaria essa intermediação, e quem pagaria.
No caso da Microsoft, é fácil saber: ela pagou para ouvir algumas banalidades (na verdade, sabemos que é para continuar tendo acesso ao, e dispondo das compras do, governo brasileiro).
A Líbia é um caso mais sério, e talvez custe um pouco mais caro do que apenas 100 mil dólares...
Paulo Roberto de Almeida
Lula se oferece para negociar fim do conflito na Líbia
Agência Estado, 7/04/2011
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou disposição ontem para intermediar uma solução para o conflito na Líbia. Depois de palestra remunerada no Fórum de Líderes do Setor Público, promovido em Washington pela Microsoft, Lula garantiu não ter sido designado para a função pela presidente Dilma Rousseff, mas disse ter interesse em ajudar.
"Ninguém me chamou. Não sei se ninguém quer. Se a minha presidente ou alguém achar necessário e disser que o Lula pode contribuir, eu contribuiria tranquilamente", afirmou.
O Brasil tem mantido uma posição discreta em relação ao conflito na Líbia. No Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), votou a favor da condenação do regime líbio por violações dos direitos humanos e se absteve na resolução que aprovou a intervenção militar. Nenhuma atitude voluntária de intermediação foi apresentada pelo Planalto ou pelo Itamaraty.
Em dezembro de 2003, em visita oficial à Líbia, Lula referiu-se ao ditador Muamar Kadafi como "companheiro e amigo" durante jantar em sua homenagem do qual participaram Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, e Mohamed Ben Bella, líder da independência da Argélia.
Questionado sobre o tratamento dado ao ditador, Lula se defendeu. "Não fale uma sandice dessa. Conheço as pessoas e sei como me referir a elas", disse. "Jamais falaria isso por uma razão muito simples: porque eu tenho discordância política e ideológica (com Kadafi)."
Quem paga para ouvir banalidades?
Veja, leitor, se você pagaria algo, que fosse 10 reais, para ouvir algo deste tipo:
Poucos têm a criatividade natural do povo brasileiro, possivelmente porque temos muitas praias. Quem mora na beira da praia é mais alegre, feliz e criativo.
Pois é, fico pensando nos nossos gênios do litoral, em belas praias baianas, pernambucanas, maranhenses, e fico com pena de todos esses goianos, mato-grossenses, mineiros, que não conseguem ser felizes, alegres ou criativos.
Pois quem disse aquilo que vai transcrito acima é um ex-presidente, que ganhou aproximadamente 100 mil dólares para dizer esse tipo de banalidade a convite da Microsoft.
Tudo bem, a Microsoft tem dinheiro e pode pagar a quem quiser para ouvir esse tipo de coisa.
Pelo menos não é dinheiro público, não é leitor?!
Paulo Roberto de Almeida
COM DUAS PALESTRAS
Em três meses Lula já ganhou o equivalente a três anos como presidente
Palestra de Lula nesta quarta-feira em Washington será a segunda desde que ele deixou a presidência
Opinião e Notícia, 5/04/2011
O ex-presidente Lula discursará nesta quarta-feira, 6, no fórum da Microsoft em Washington, nos EUA. Com o cachê que receberá, Lula somará ganhos de cerca de R$ 400 mil com palestras desde que deixou a presidência da República.
Levando em conta o salário que recebia no governo, que era de R$ 11,4 mil, Lula levaria 35 meses, ou quase três anos de trabalho, para juntar uma quantia equivalente, sem contar o 13º salário.
A palestra de Lula no fórum da Microsoft será a segunda desde que ele deixou a presidência. A primeira foi em um evento da LG no Brasil. Lula cobra entre R$ 150 mil e R$ 200 mil para cada evento deste tipo do qual participa. Especula-se, entretanto, que para dar estas duas primeiras palestras o ex-presidente cobrou o maior valor.
O salário de presidente da República foi reajustado em mais de 100% depois que Lula deixou o poder. Hoje, Dilma ganha R$ 26.723,13 para exercer o cargo.
O dia em que o governo fechou... (seria bom...)
Estou, na verdade, me referindo ao governo dos EUA, que pode fechar nesta sexta-feira, caso não exista um acordo entre a Administração Obama e a maioria republicana da Câmara sobre o próximo orçamento (na verdade dois, o deste ano e o do próximo).
Para vocês terem uma ideia da ENORME diferença de intenções, de cada uma das partes, vejam aqui a reprodução gráfica entre a distância entre os dois orçamentos, que fui buscar na página do economista John Taylor, mais especificamente neste link.
Como seria bom se o Brasil também pudesse debater um orçamento enxuto...
PT: reescrevendo a história e apagando o passado (pelo menos tentando...)
O PT fez muitos acordos de cooperação com "partidos irmãos", entre eles os partidos comunistas da China, de Cuba e muitos outros.
As revoltas árabes estão provocando uma "pequena" revisão nesses acordos.
Este, por exemplo, foi apagado do site do PT:
ACORDO DE COOPERAÇÃO ENTRE O PARTIDO BAATH ÁRABE SOCIALISTA E O PARTIDO DOS TRABALHADORES
Partindo da vontade comum do Partido Baath Árabe Socialista e do Partido dos Trabalhadores de constituir relações de cooperação metódica entre ambas as instituições, com o objetivo de estreitar os laços de amizade entre os povos amigos da República Árabe da Síria e da República Federativa do Brasil, e de melhor servir aos interesses comuns dos dois países e povos, assinaram o seguinte acordo de cooperação:
1. Incentivar a troca de visitas de delegações oficiais entre os Partidos em datas acordadas antecipadamente, objetivando a troca de idéias e pontos de vista a respeito das causas comuns.
2. Promover a troca de visitas entre delegações especializadas, em datas acordada antecipadamente, objetivando a troca de experiência a respeito da logística de trabalho de cada Partido, e a troca de experiências.
3. Promover a troca de publicações e de documentos partidários importantes.
4. Promover a troca de convites para que cada Partido possa participar nos Congressos e Conferências do outro, de acordo com as tradições de cada Partido.
5. Concordam ambos os Partidos em buscar coordenar os pontos de vista durante a sua participação em Congressos e Fóruns regionais e internacionais.
6. Trabalhar no sentido de fortalecer as relações de amizade e cooperação entre as organizações populares e as sociedades representante da sociedade civil, objetivando o intercâmbio de experiências.
7. Encarregar o escritório de Relações Internacionais no partido Baath Árabe Socialista e a Secretaria de Relações Internacionais no Partido dos Trabalhadores de acompanhar a execução dos Itens deste acordo.
8. Este acordo terá duas versões em árabe e em português, tendo o mesmo efeito.
O acordo estava disponível no site do partido, mas sumiu. Foi reproduzido em outros sites da internet.
E-Marketing: baixo calao, grosserias, arrogancia - fuja dessa empresa
Recebi um anúncio propagandístico de um "Ceo" (sic), Alexandre Souza, de uma empresa de marketing digital, que consegue combinar diversos pronomes de tratamento numa mesma mensagem, como abaixo indicado:
"SEO, é a otimização do teu site para que apareça com destaque nas buscas. Modificando seu site para que seja mais fácil o google "enxergar" seu site..."
Ou ainda:
"Todas essas ações vão trazer novas visitas a teu site, o que resulta em mais clientes.
É como se você contrata-se um funcionário para trabalhar o marketing de sua empresa e..."
Eu deveria ter ficado quieto e simplesmente deletado o junk-mail e dado o assunto por encerrado.
Resolvi recomendar ao "Ceo" da empresa em questão que revisasse o Português das suas mensagens antes de se lançar na publicidade. Escrevi exatamente isto:
"Acho que voce precisa aprender Português, antes de oferecer serviços de marketing." [PRA]
Para quê?!
Vejam o que ele me respondeu: [tudo em negrito]
"Ah sim prof pasquale...nesse caso...gostaria de saber se te mando à merda com crase
ou a merda sem a crase...ou seria vá para a merda???"
Alexandre
http://emarketingbrasil.com/seo.html
Portanto, fica o aviso: se forem contratar os serviços (ou seriam "servissos"?) da SEO, revisem o Português, e eliminem dois ou três palavrões, antes de divulgar o material...
Pelo serviço de proteção ao consumidor:
Paulo Roberto de Almeida
Mais generosidade diplomatica, mais tarifas pela frente, mais despesas para você...
Você quer saber como somos generosos e solidários com os vizinhos?
Pois aqui você tem um exemplo: a conta das transferências feitas pelo Brasil ao vizinho Paraguai vai triplicar...
Tenha absoluta certeza de que isso vai se refletir na sua conta de eletricidade...
Continue tendo um bom dia, ainda assim...
Paulo Roberto de Almeida
Câmara aprova acordo que fortalece relação Brasil Paraguai
Informes PT, 8/03/2011
O plenário aprovou na quarta-feira (6) o parecer favorável do deputado Dr. Rosinha (PT-PR) ao Projeto de Decreto Legislativo (PDC 2600/10), que altera o valor do repasse do Brasil ao Paraguai pela utilização da energia excedente produzida em Itaipu. A mudança é feita no acordo assinado em 1973, entre os dois países, que criou a empresa Itaipu Binacional para construir e gerenciar a geradora, situada no rio Paraná, na fronteira. A matéria segue para apreciação do Senado.
Dr. Rosinha explicou que o objetivo do projeto é permitir o desenvolvimento econômico e social do Paraguai e destacou que “cabe ao Brasil, como maior economia do Mercosul, o papel fundamental de contribuir com o desenvolvimento da região”. Para o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), o aumento da remuneração ao Paraguai pela energia cedida deve estimular a construção de empreendimentos no país vizinho “A medida vai contribuir para fortalecer a economia daquele país, que está entre os principais parceiros econômicos do Brasil”.
Na opinião do líder da bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), a aprovação da proposta tem “altíssima” importância política para o Estado brasileiro. “Vamos nos integrar positivamente com os países latino-americanos. Queremos uma integração capaz de fazer com que o Paraguai possa ter um processo de distribuição de renda, como existe no Brasil”, disse.
Mais uma estatal, mais dívida publica, mais juros e impostos pela frente...
Se você está lendo este post é porque você integra a privilegiada categoria dos membros da classe média, pagadora de impostos, contribuinte compulsória do governo e sua altamente eficiente máquina de extração de recursos do seu bolso, diretamente para o caixa do Tesouro, que pode assim continuar alimentando a sanha insaciável de certos políticos por mais grandes projetos nacionais financiados a partir dos impostos de cidadãos como você.
Não fique triste: tem quem pague mais do que você, e estes são os pobres, que deixam praticamente metade de sua renda sob a forma de impostos indiretos, já que não pagam imposto de renda. Você, que paga -- na média entre 15 e 27,5 por cento -- só compromete um terço da sua renda com o caixa único do Tesouro e os diversos caixas estaduais e municipais. Talvez até mais do que isso, pois provavelmente tem de comprar no mercado determinados serviços que estariam cobertos por impostos já recolhidos.
Pois bem, saiba como você vai pagar ainda mais, lendo a pequena nota abaixo.
Tenha um bom dia, ainda assim.
Paulo Roberto de Almeida
Câmara garante recursos para o trem-bala entre Rio e São Paulo
Informes PT, 8/03/2011
O plenário da Câmara aprovou nesta semana o parecer favorável do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) à medida provisória (MP 511/10), que autoriza a garantia do financiamento do Trem de Alta Velocidade (TAV), no trecho entre os municípios do Rio de Janeiro (RJ) e Campinas (SP). Para o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), a aprovação da medida é um passo do Brasil para o futuro. “O trem de alta velocidade representa mais um passo para investimentos e infraestrutura para o País. Derrotamos aqueles que pensam num Brasil pequeno, num Brasil que não será potência. Com o trem-bala, o país terá desenvolvimento econômico e criação de empregos com distribuição de renda”, ressaltou.
Para o líder da bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), “esse é um projeto virtuoso para a sociedade brasileira e que vai colocar o Brasil em outro patamar”. O líder lembrou que o Brasil tem atualmente um problema de estrangulamento na artéria principal da economia brasileira, na região entre São Paulo e Rio de Janeiro, Vale do Paraíba e Campinas, locais de grande concentração da produção econômica brasileira. “Criar o trem de alta velocidade significa construir uma alternativa de transporte, de logística, que desobstrui essa artéria e que beneficiará todo o Brasil”, disse Paulo Teixeira.
Zarattini incluiu em seu relatório a criação da Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S.A. (Etav). “Essa empresa vai realizar as desapropriações necessárias para a construção da linha. Além disso vai transferir a tecnologia do concessionário que tem a tecnologia fora do Brasil para as empresas brasileiras, porque queremos que as empresas brasileiras tenham condições de construir esse trem para as futuras linhas”, explicou o petista.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Tudo o que voce sempre quis saber e nunca teve a quem perguntar...
Neste link: http://wiki.answers.com/
Selecionei apenas as perguntas de economia, mas existem milhares de outras mais...
Economics
Subcategories
2008 Economic Crisis
2008 Federal Bailout
2009 Economic Stimulus Plan
European Union
Gas Prices
Inflation
Poverty
Unemployment
Read more: http://wiki.answers.com/Q/FAQ/2394#ixzz1IsGN9tKr
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What are five factors that influence demand?
Concisely: (Y being Income) 1. Number of consumers (naturally, more consumers means more D) 2. Income & normal goods (as Y...
How was the French economy after World War 2?
After WW2 - The agricultural production in France had fallen of more than a third from 1938 to 1945, causing penury, resuppling...
What is laissez-faire?
Laissez-faire economics is the belief that economic imbalances are self-correcting, not requiring intervention by government so...
What is the world's wealthiest country?
There are several measures of the wealth of a country. I will list three of the most common measures. What these measures mean...
What determines the amount of money a country can print?
A countries central banking system generally decides what amount of money a country can print. Contrary to popular belief,...
What countries have a mixed economy?
The definition of mixed economy remains somewhat subjective. Both the US and Cuba have been refered to as mixed economies as all...
What is macroeconomics?
AnswerMacroeconomic deals with the functioning of the economy as the whole. It is concerned with economy wide issues such as...
What were the key elements of the program that came to be called Reaganomics?
Reaganomics (identified with the 40th President, from 1981 to 1989) was referred to as "supply side" economics (or the critical...
Why was the European Union formed?
Some of the reasons for the establishment of the European Union (EU) Already in the 1920s some politicians (such as Briand and...
How did money originate?
Ug gave his friend Org a pretty rock in exchange for a bite of Org's apple. Org later exchanged the rock for a bite of Iggy's...
What is difference between cross price elasticity demand and income elasticity demand?
Cross price elasticity of demand measures how much demand of one good, say x changes when the price of another good, say y...
What is political instability?
To my opinion, political instability is a situation where by a country is currently going through political turmoil. It may also...
What are the disadvantages of mixed economy system?
The disadvantages of a mixed economy really depend on how "mixed" it is. For instance, if it is mixed more towards a free-market,...
Should Newspapers and book publishers convert to electronic publishing over paper publishing as their primary product?
AnswerNO! Only a fraction of the worlds people have access to computers or the energy needed to operate them. How would a...
How do you explain GNI per capita?
A measure of the wealth earned by nations through economic activites all around the world. Gross National Income comprises the...
How much of a salary hike do you need each year just to keep pace with inflation?
AnswerGenerally, you need the same rate of increase or decrease in your salary as the inflation rate. If you make 10,000 and...
Why is Germany an economic rival of Great Britain?
All industrial nations are rivals with one another. They compete for resources and markets constantly. Britain, owing to...
What was the theory of mercantilism?
Mercantilism Mercantilism was the economic philosophy underlying early European colonial policy. The object of mercantilism was...
Why are gas prices so high?
Gasoline comes from oil. Retail prices are determined by the sellers, based on their costs, and the prices paid to produce,...
Is China a threat to Indian Software Industry?
China's rapidly growing software industry will soon rival India's, not necessarily eclipsing it. Before the 1990s, China was...
How different is a market economy from centrally planned economy?
Central Planning: A centrally planned economy relies on a party in power to decide what resources should be allocated to various...
What is the advantage of free market economy?
Wikimedia Free Encyclopedia explains: A market economy (also called a free market economy or a free enterprise economy) is an...
What are advantages and disadvantages of market economy?
There are many advantages to a free market economy. They range from the moral issues to the practical issues. We will deal mainly...
What are the uses and advantages of price mechanism?
Basically the price mechanism acts as "an invisible hand" or signaling mechanism. They play a key role in allocating resources...
What are the advantages of leaving the allocation of a country's resources to the price mechanism?
If relatively weak conditions are satisfied, then whatever allocation of resources results from the use of the price mechanism...
What is Austrian Economics?
http://www.google.com/search?hl=en&q=define%3A+Austrian+Economics
What currency was used in the 1700s?
This depends on the country. Most currencies, however, were based on gold and silver. In America, in the 13 colonies, tobacco...
Why do some people believe that a mixed economic system solves basic economic problems?
It is because both the private sector and public sector have a say in answering the basic economic questions, thus there will be...
What is the law of variable proportion in economics?
Sometimes referred to as variable factor proportions, law of diminishing returns states that as equal quantities of one variable...
Does Europe the USA or China have the largest economy?
1- Europe (remember Italy, French, UK and Germany are 4 world's power) 2- USA 3- China. 2006 GDP Figures from the CIA World...
What are possible advantages to a multinational corporation of entering a high potential and high growth economy?
Possible advantages of a multinarional corporation are: 1.Multinational Companies are able to sell far more than other type of...
What is the marginal cost of capital?
Marginal or incremental cost of capital is cost of the additional capital raised in a given period
What is so gross about the national product?
Economics Answer: The Gross National Product in one definition is the sum of all final goods and services produces in an...
Show with examples that if the marginal product is always decreasing the average product is always above the marginal product?
Paper silver has been heavily shorted in the last few weeks. Low volume indicated by the 30& 60 day averages has not brought...
How do tax cuts affect the economy?
Tax cuts improve the economy by giving the people more spending power and higher consumer confidence which leads to them spending...
What is the role of marketing in the implementation of adaptive strategies for expansion?
The expansion of a company depends solely on the marketing of it's product or anything pertain to it.Actually marketing it's...
How best to define economics?
According to Princeton University, Economics is the study of the production, distribution and consumption of goods and...
What is the significance of foreign exchange rate risk and how can this risk be mitigated?
Foreign exchange risk is the level of uncertainty that a company must manage for changes in foreign exchange rates, that will...
How do economy's produce?
These questions are the basic economic questions to which all economies strive to answer. This is because there are a limited...
Who has the world's largest economy?
USA, although if treated as a single entity the EU is signifigantly larger.
When did the World Trade Organization start?
What are the examples of perfect competition in economics?
AnswerI have found one example on wikipedia where it says that ebay auctions can be seen as perfectly competitive. There are very...
What are the types of market economies?
Free-Market Economy (or Liberal Market Economy): An economic system comprised mainly of privately-owned enterprise (businesses),...
How does outsourcing affect the economy?
In principle, outsourcing makes things a little cheaper and should therefore increase profitabilty. However, some things need to...
Is zero inflation a good thing?
Yes and no, and here's why: Inflation is not a good thing because it slows down economic growth. For example, when inflation is...
What perceives the global economic system as responsible for the less developed global south countries dependence on and exploitation by the wealthy global north countries?
What were the economic causes of fascism in Spain?
If what you mean is "what were the economic causes of the social conflict and unrest which led to the civil war, of which the...
How many African-Americans currently live in poverty?
According to www.info.please there are about 39.2 million blacks in America of whom 24.7% have incomes below the federal poverty...
Who decides what goods services will be produced and sold in the US?
Mostly the American consumer. The US government also plays a large role in the nation's economy, constituting roughly 36% of GDP...
Who is Adam Smith?
Which one? You probably mean the Scottish philosopher/Economist. He is most famous for defining modern economic theory in a book...
What is globalisation and what are its effects on the Indian economy?
Largely positive. Globalization has brought many jobs and large sums of investment to India.
How has money evolved into the currency we use today?
Money as we know it, paper money (which will henceforth be called by its technical term, fiat - French for "fake" - money),...
How did the United States benefit from the World War I when it first started?
economic benefits were from the sale of exports to countries at war with Germany
How do reductions in government spending affect the economy?
Generally the government is very good at wasting money and resources so less spending, generally speaking, by the government...
What are the advantages of saving money?
Answer1.) You won't have to pay tens of thousands in interest when you borrow money. 2.) There's always some emergency that pops...
Is Egypt a rich nation?
No it isn't. Though this depends on how you define "rich." Egypt is quite affluent by African standards but remains a developing...
Why is the study of economics important?
Which countries are in the European Union?
There are 27 countries in the European Union. There were six founding members of what was then called the European Economic...
How do you calculate the equilibrium level of income?
you calculate it by adding consumption, investments, government spending, net exports and subtracting imports. EX:...
How do you create demand for your products or services?
Creating DemandThis has been a controversial question in economics. Some economists have argued that this is the role of...
How does the economics of welfare relate to the scarcity of resources?
Economics need to be studied to see where the economy is going, what can be removed from the economy and what can be added in...
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Keynes, the Return of the Master - Robert Skidelsky
Abaixo, uma resenha do conhecido economista Mankiw, da Harvard University, publicada logo depois que o livro foi lançado.
BOOKSHELF
Back In Demand: A great thinker has his admirers and detractors. Do his ideas logically cohere?
By N. GREGORY MANKIW
The Wall Street Journal, September 21, 2009 - page A17
Keynes: The Return of the Master
By Robert Skidelsky
New York: PublicAffairs, 2009, 221 pages, $25.95
John Maynard Keynes. The name, by itself, is something of a Rorschach test for economists. More than half a century after the death of this famed Cambridge University professor, he remains among the most controversial figures in the field. The recent economic crisis has raised Keynes's profile yet again and further stoked the debate over his contributions.
Most macroeconomists—that is, those who study the ups and downs of the overall economy—fall into one of two broad camps: Keynes admirers or Keynes detractors. When these groups cross paths, the result is the ivory-tower equivalent of a spitball fight.
To admirers, Keynes was nothing short of the savior of the capitalist system. His "General Theory of Employment, Interest and Money" (1936) proposed a diagnosis and remedy for the calamity known as the Great Depression. According to Keynes, economic downturns are not a fundamental indictment of the market economy. Rather, recessions and depressions arise from insufficient aggregate demand. A smart government can remedy the problem with its monetary and fiscal policy—say, by printing up some money and spending it. Once the right policies are put in place, the thinking goes, the world is safe again for free markets.
To detractors, Keynes was an economist whose reach exceeded his grasp: He tried to replace classic economic principles with new ones of his own, but what he offered was vague and incomplete. Keynes's many followers have tried to give his theory analytic rigor, but with only limited success. Despite these intellectual deficiencies, the detractors say, Keynesians recklessly push their ideas in the political arena, where they often lead to high inflation and excessive budget deficits. The fiscal policy of the Obama administration is a case in point. When the White House pushed for a massive increase in infrastructure spending to create jobs, it was taking a page from the Keynes playbook.
There is no doubt where Robert Skidelsky stands. A professor at the University of Warwick, he is the author of a magisterial three-volume biography of Keynes. After his years of research, he is a true believer. In "Keynes: The Return of the Master," Mr. Skidelsky makes the case for Keynes—not only for his place in the history of economic thought but also for his relevance today. To understand the global economic crisis of the past year, he says, we need more unadulterated Keynes.
In the Keynesian view as channeled by Mr. Skidelsky, the credit crunch happened because policy makers "succumbed to something called the efficient financial market theory: the view that financial markets could not consistently misprice assets and therefore needed little regulation." We must now aim at "treating symptoms." Thus: "Global aggregate demand is collapsing; extra spending is needed to revive it." In the long term, he says, we need "an expanded public sector, and a more modest role for economics as tutor of governments."
In his preface, Mr. Skidelsky says that he is a historian, not an economist. The book bears out the claim, in both its strengths and weaknesses. Mr. Skidelsky is most engaging when he draws on his biographical work. Keynes, we are reminded, had a fascinating life. He was a widely read intellectual who wrote accessibly for the general public. He advised world leaders on the crucial issues of the day and socialized with the artists and writers of the Bloomsbury group. But most of "Keynes" is devoted to ideas, not history, and here Mr. Skidelsky is not playing his strong suit. To economists his discussion of macroeconomic theory will seem pedestrian and imprecise. To laymen it will seem abstract and hard to follow.
As an ardent fan, Mr. Skidelsky fails to give Keynes's intellectual opponents their due. In academic circles, the most influential macroeconomist of the last quarter of the 20th century was Robert Lucas, of the University of Chicago, who won the Nobel Prize in 1995. His great contribution to the discipline was to analyze how government policies influence the economy in part through their effect on people's expectations—a lesson that Keynes would likely have appreciated but that early followers of Keynes often ignored.
Yet Mr. Skidelsky chooses to make Mr. Lucas sound like some kind of idiot savant, more interested in playing with mathematical models than in trying to understand how the world actually works. Mr. Lucas, we are told, is following in the tradition of the "French mathematician Leon Walras [who] pictured the economy as a system of simultaneous equations." The very idea is made to sound slightly crazed.
This brings us to the biggest problem with "Keynes." Mr. Skidelsky admits to being poorly trained in the tools that economists use: "I find mathematics and statistics 'challenging,' as they say, and it is too late to improve. This has, I believe, saved me from important errors of thinking."
Has it, really? Mr. Skidelsky would like to think that his math-aversion allows him to focus on the big ideas rather than being distracted by mere analytic details. But mathematics is, fundamentally, the language of logic. Modern research into Keynes's theories—I have conducted such research myself—tries to put his ideas into mathematical form precisely to figure out whether they logically cohere. It turns out that the task is not easy.
Keynesian theory is based in part on the premise that wages and prices do not adjust to levels that ensure full employment. But if recessions and depressions are as costly as they seem to be, why don't firms have sufficient incentive to adjust wages and prices quickly, to restore equilibrium? This is a classic question of macroeconomics that, despite much hard work, is yet to be fully resolved.
Which brings us to a third group of macroeconomists: those who fall into neither the pro- nor the anti-Keynes camp. I count myself among the ambivalent. We credit both sides with making legitimate points, yet we watch with incredulity as the combatants take their enthusiasm or detestation too far. Keynes was a creative thinker and keen observer of economic events, but he left us with more hard questions than compelling answers.
Mr. Mankiw, a professor of economics at Harvard University, is the author of the textbooks "Macroeconomics" and "Principles of Economics."
Política Externa do Governo Dilma: os primeiros 100 dias (11/04/2011, Uniceub-Brasilia)
O curso de Relações Internacionais do UniCEUB promoverá a palestra A política externa do governo Dilma: os primeiros 100 dias, a realizar-se no dia 11 de abril. Segundo a coordenadora, professora Renata Rosa, serão discutidas as ações do comando da presidenta Dilma e o que ela fará para que seu governo possa ser um diferencial das lideranças anteriores.
Estarão presentes Mark Langeving, professor da University of Maryland e diretor da Brazil Works (Washington), Paulo Roberto de Almeida, diplomata e professor do UniCEUB, Lole Iliada Lopes, secretária de Relações Internacionais do PT e diretora da Fundação Perseu Abramo, Floriano Filho, repórter da TV Brasil. A mediadora da palestra será a professora do UniCEUB Renata de Melo Rosa.
O evento é aberto ao público e ocorrerá no auditório do bloco 3, às 19h30. Não é necessário fazer inscrição prévia.
Passaportes submissos, mas vermelhos...
Existem outras pessoas, ao contrário, que aprendem a ser submissas -- seja por qual motivo for: interesse pessoal, ambição de poder, espírito tacanho, desejo de agradar, whatever... -- e até passam a gostar dessa situação de total servidão, encontrando até justificativas para sua servidão voluntária. Alguns até se excedem na tarefa, o que é compreensível, em se tratando de servos voluntários. Para esses, nenhum vexame é vexame; tudo se justifica e tudo se explica: basta se enrolar na bandeira da soberania e dizer que se está servindo o interesse nacional.
As simple as that...
Paulo Roberto de Almeida
Punhos de renda
Dora Kramer
O Estado de S.Paulo, 7 de abril de 2011 – pág. A6
(...)
Grand finale. Os oito anos de submissão do Itamaraty ao personalismo de Lula não renderam ao Brasil apenas derrotas políticas e comerciais no plano externo.
Internamente o resultado da gestão Celso Amorim produziu a trapalhada final, a dois dias do fim do mandato de Lula, da concessão de passaportes diplomáticos aos herdeiros da Silva agora obrigados a devolvê-los por ordem do Ministério Público.
Tivesse o agora ex-chanceler contido seu afã de adular o chefe, teria sido um vexame a menos.
Breve Historia do Mercosul (REA) - Paulo Roberto de Almeida
Uma história do Mercosul (1): do nascimento à crise
Paulo Roberto Almeida
Revista Espaço Acadêmico, nº 119, abril de 2011, p. 106-114
Abstract:
Primeira parte de uma breve história do Mercosul, desde a fase precedente à assinatura do Tratado de Assunção à crise de 1999, que precipitou o Mercosul numa fase de divergências econômicas crescentes entre os países membros, em especial os dois maiores, com especial destaque para as restrições argentinas ao livre comércio com o Brasil.
Revista Espaço Acadêmico - revista multidisciplinar - ISSN 1519-6186 (on-line) - Departamento de Ciências Sociais - Universidade Estadual de Maringá (UEM) - Av. Colombo, 5790 - Campus Universitário 87020-900 - Maringá/PR – Brasil
blog: http://espacoacademico.wordpress.com
Full Text: PDF
De onde veio o Mercosul? De um projeto político, mas com intenções claramente econômicas de integração bilateral: a Ata para a Integração Brasil- Argentina, de 1986, estabelecendo, segundo modalidades baseadas na complementação industrial, o Programa de Integração e Cooperação Econômica (PICE), de caráter gradual, flexível e equilibrado, e prevendo tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados. No seu âmbito foram assinadas duas dúzias de protocolos setoriais para a integração progressiva de diversos ramos da indústria e da agricultura dos dois países, assim como foram assinados, também bilateralmente, acordos de cooperação em outras áreas (como a nuclear, por exemplo).
(...)
Para ler na íntegra, clique aqui.
(E aguardem a segunda parte, talvez até uma terceira...)
O que a China quer do Brasil? E o que apavora o Brasil?
Eu sempre digo que o Brasil adora o capital estrangeiro, mas detesta capitalistas estrangeiros.
Ou seja, a gente acha uma maravilha receber investimentos, capitais, dinheiros vários, tecnologia, os mais modernos gadgets da civilização industrial, mas não gostamos que tudo isso seja dado, ou trazido, por capitalistas que venham para cá ensinar o Brasil a ser um pouco menos atrasado e mais afinado com as modernidades capitalistas.
O Estadão, por exemplo, se preocupa em que os chineses estejam comprando minas e terras no Brasil, para abastecer sua voracidade industrial e alimentar de nossas matérias primas inesgotáveis...
O editorialista escreve isto:
"O risco é que complexos industriais desse tipo adquiram áreas de cultivo em território nacional além do que a lei permite."
Bem, mas se a lei fixa limites não existem riscos disso acontecer, certo? Se os chineses, ou quaisquer outros investidores movidos por intenções malévolas contra nossas riquezas inesgotáveis, comprarem além da conta, podem ser expropriados pela nossa maravilhosa, célere e justa Justiça (ou será que estou enganado?).
E se eles comprarem sem que a lei o permitisse, qual seria o risco? Para nós não tenho certeza de que exista algum, mas sempre existem paranóicos que ficam pensando no que poderia acontecer a partir de tão baixas intenções. Os chineses iriam fugir com as terras? Deixá-las improdutivas? Fazer um parque de diversões em lugar de utilizá-la para aquele famoso "fim social" definido na Constituição, que seria o de produzir alimentos?
Essa paranóia, e essa jabuticaba da finalidade social da terra, me parecem incompatíveis com pessoas inteligentes, com países modernos, enfim, com a simples racionalidade econômica...
Somos atrasados mentalmente, mais do que materialmente.
Paulo Roberto de Almeida
O que a China busca no Brasil
Editorial - O Estado de S.Paulo
06 de abril de 2011
Com base em estudo recente do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), aquele país seria o que mais investiu no Brasil em 2010. Segundo o documento, os investimentos chineses no País foram de US$ 12,9 bilhões no ano passado, o que representaria 26,6% do total de investimentos estrangeiros diretos no País em 2010 (US$ 48,46 bilhões). O levantamento, porém, deve ser examinado com cuidado, uma vez que muitos dos investimentos mencionados como feitos no Brasil não passam, na realidade, de compra de participação em companhias internacionais aqui instaladas. Não há melhor exemplo desse tipo de investimento do que os US$ 7,1 bilhões gastos pela estatal chinesa da área petrolífera, a Sinopec Corp, na aquisição de 40% da Repsol Brasil, controlada pelo capital hispano-argentino. A operação pode permitir aumento do capital da subsidiária brasileira para financiar sua atuação na camada do pré-sal, mas não se trata de um investimento estrangeiro direto, com entrada de capital. Houve outros negócios desse gênero, mas, mesmo não computando tais operações, a China, a partir do ano passado, vem se credenciando como um dos maiores investidores no País, o que pode ser útil ao desenvolvimento econômico nacional, desde que as leis em vigor sejam cumpridas e as autoridades brasileiras não se deixem levar pela ingenuidade.
"A China vem consolidando há alguns anos uma base internacional de matérias-primas e o Brasil passou a fazer parte desta base de fornecedores", diz o estudo. De fato, o maior volume de investimentos provenientes da China tem sido voltado para as áreas de petróleo, mineração e produção agrícola. Estatais chinesas já adquiriram reservas de minério de ferro de milhões de toneladas, em Minas Gerais e na Bahia, associadas ou não ao capital nacional. O níquel e a cadeia de produção do alumínio estão também na mira das gigantes estatais da China.
No setor do agronegócio, ainda há pouco foi anunciado um investimento de US$ 4 bilhões pela Chongqing Grain Group, na instalação de um polo de esmagamento de soja em Barreiras (BA), possibilitando a exportação de maior volume de óleo de soja. O risco é que complexos industriais desse tipo adquiram áreas de cultivo em território nacional além do que a lei permite.
O recente parecer da Advocacia-Geral da União, reafirmando a validade da Lei 5.709/71, que estabelece limites para a posse de terras por estrangeiros, tem caráter geral, mas certamente levou em conta o crescente interesse chinês pela aquisição de reservas minerais e de áreas agricultáveis no País.
Os setores de energia elétrica e de telecomunicações exercem forte atração sobre as companhias chinesas, não havendo barreiras à sua entrada no País. É uma situação muito diferente daquela com a que se deparam empresas brasileiras dispostas a investir em setores considerados estratégicos por Pequim. Como o boicote à Embraer na China deixa patente, não há reciprocidade de tratamento nesses casos.
O estudo destaca que a preferência das companhias chinesas é por fusões e aquisições, que correspondem a 83% dos investimentos que têm feito no Brasil. A participação no capital pode ser feita no exterior ou no próprio país. Não há números que permitam avaliar se os chineses se contentam com uma participação minoritária, que deveria facilitar, segundo ainda a CEBC, a superação de "diferenças culturais". Pelo que a prática tem mostrado, nem sempre essa forma de operar prevalece.
Como consta do estudo, somente 11,5% dos investimentos chineses no Brasil são "joint ventures", aliando o capital de fora ao nacional. Uma terceira modalidade é denominada "greenfield" (construção de uma unidade em território estrangeiro), sendo exemplo o aporte de US$ 400 milhões pela montadora Cherry, que vai produzir automóveis no País. Esse segmento representa 5,2% do total de investimentos da China no País e, evidentemente, a Cherry veio para o País para disputar o mercado interno, já superabastecido de veículos, não para montar aqui uma plataforma de exportação.
Salvando os bancos e enterrando a economia (americana, por enquanto...)
Transcrevo apenas partes de seu depoimento (que pode ser lido na íntegra aqui):
(...)
Recall that the original idea of TARP, upon which the TARP was sold, was to relieve certain financial institutions of their troubled assets by buying the assets from the institutions. Few understood how this idea would work—how the price would be determined for example—which added to the uncertainty. This original idea was changed after the TARP was enacted and the government announced that it would simply inject capital into the banks.
(...)
It should also be noted that many of those economists who view the TARP as having a beneficial effect argue that there were much better alternatives that could have avoided the financial panic and would have been far less costly with fewer long-term side effects.
(...)
In my view the TARP was not effective in stabilizing the financial system, especially if one takes into account the panic caused by its chaotic rollout and the fact that other actions could have been taken. Indeed other actions were taken, including the Fed’s support for the commercial paper market and money market mutual funds, and I believe these were effective in mitigating the panic, which evidence shows was in part caused by the TARP.
(...)
Legacy Costs
Although disagreement remains about whether TARP was destabilizing or stabilizing in the short run, there is very little disagreement about the longer-run legacy costs which are substantial, long-lasting, and already being felt.
In January [2011] the Special Investigator General of the TARP listed these costs:9
- “damage to Government credibility that has plagued the program,”
- “failure of programs designed to help Main Street rather than Wall Street,”
- “moral hazard and potentially disastrous consequences associated with the continued
existence of financial institutions that are ‘too big to fail’”
(...)
And just yesterday [March 16, 2011] the Congressional Oversight Panel released its final report listing these additional effects of TARP:
- “continuing distortions in the market”
- “public anger toward policymakers,”
- “a lack of full transparency and accountability.”
To these I would add that the TARP established an unfortunate precedent of heavy government intervention in the operations of private businesses along with the use of a great deal of power.
(...)
Most of these legacy costs will be a drag on the U.S. financial system and economy for years to come unless the precedents are reversed, perhaps through legislation. Some argue that the costs of TARP are small because estimates show that the government will lose less money than budget experts originally thought. But government programs can cause much harm to the economy and to people even if they raise revenue. For example, inflation is enormously costly to society even though it is a source of revenue to the government.
Conclusion
In sum, in my view there is no convincing evidence to support the view that the TARP had a stabilizing effect on the financial markets or the U.S. economy. On the contrary there is evidence that the chaotic rollout of the TARP exacerbated the crisis. Even if one can find some stabilizing effects, it is clear that other actions could have been taken that did not have these rollout costs. Finally, there is a considerable consensus among economists that the legacy costs of TARP are large, especially the perpetuation and amplification of the destabilizing “too big to fail” problem in our financial system caused by the expectations of more bailouts in the future.
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Aos que desejarem ler mais sobre John Taylor e seus trabalhos acadêmicos, recomendo uma visita ao seu blog: http://johnbtaylorsblog.blogspot.com/
Não é preciso lembrar que o governo brasileiro pratica TARPs a torto e a direito, entregando dinheiro alegremente a quem já é rico -- Eike Batista acaba de levar 800 milhões do BNDES --, concedendo mais de 250 bilhões ao BNDES para este entregar aos industriais amigos a 6% e outras benesses do gênero.
Nós somos os salvadores contumazes do capitalismo tupiniquim, com TARP ou sem TARP...
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Capitalismo e brasileiros: um caso de amor nao revelado?
Provavelmente tanto quanto adoram o Estado e as políticas públicas.
Na verdade, não acredito muito nesse tipo de "pesquisa" meio subjetiva: o que os brasileiros entendem por capitalismo? Seria a mesma coisa que os chineses, ou franceses?
Não creio.
Em todo caso, aí vai a pesquisa da ultra-capitalista Economist...
Paulo Roberto de Almeida
Public opinion on capitalism
Market troubles
The Economist, April 6th 2011
Which countries are most in favour of the free market?
FAITH in the free market is at a low in the world's biggest free-market economy. In 2010, 59% of Americans asked by GlobeScan, a polling firm, agreed "strongly" or "somewhat" that the free market was the best system for the world's future. This has fallen sharply from 80% when the question was first asked in 2002. And among poorer Americans under $20,000, faith in capitalism fell from 76% to 44% in just one year. Of the 25 countries polled, support for the free market is now greatest in Germany, just ahead of Brazil and communist China, both of which have seen strong growth in recent years. Indians are less enthusiastic despite recent gains in growth. Italy shows a surprising fondness for markets for a place that is uncompetitive in many sectors. In France under a third of people believe that the free market is the best option, down from 42% in 2002.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Brasil-Iran: ex-chanceler lamenta o voto brasileiro na CDH-ONU
Eu também espero. Aliás tenho certeza...
Paulo Roberto de Almeida
Coluna / Radical Livre
IRÃ: Consequências de um voto
Celso Amorim
Carta Capital, 3 abril 2011
No DIA 24 DE MARÇO, o Brasil apoiou a resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas que instituiu um Relator Especial para investigar a situação no Ira. Esse tipo de relator sobre um país específico, do ponto de vista simbólico, representa o nível mais alto de questionamento sobre o estado dos direitos humanos. Para se ter uma ideia, apenas oito países estão sujeitos a esse tipo de escrutínio.
Se excluirmos o Haiti, cuja inclusão se deve sobretudo aos efeitos de catástrofes naturais e contou com o apoio do próprio governo de Porto Príncipe, todos os demais (Camboja, Mianmar, Somália etc.) foram palco de tragédias humanitárias graves. São em geral países muito pobres, ditos de menor desenvolvimento relativo, em que o Estado, seja por incapacidade (Burundi, Haiti), seja em razão de sistemas políticos autocráticos (Coreia do Norte, Myanmar), não atende minimamente às necessidades dos seus cidadãos. Mesmo países, certa ou erradamente, considerados pelas potências ocidentais como ditaduras (Cuba, China e Líbia, antes dos últimos acontecimentos) ou que passaram a ser qualificados como tais recentemente (Egito e Tunísia, antes da Revolução do Jasmim) não fazem parte dessa lista infamante. Noto, a propósito, que um recente artigo publicado no Herald Tribune dava conta da opinião de um ex-diplomata norte-americano sediado em Teerã de que haveria no Ira mais elementos de democracia do que no Egito de Mubarak, então apontado como exemplo de líder árabe moderado. Que eu me recorde, o Ira é o único país que poderia ser classificado como uma potência média que está sujeita a esse tipo de escrutínio. Não procedem explicações que procuram minimizar a importância da decisão com comparações do tipo: "O Brasil também recebe relatores" ou "não houve condenação".
Não há como comparar os relatores temáticos que têm visitado o Brasil com a figura de um relator especial por país. Na semiologia política do Conselho de Direitos Humanos e de sua antecessora, a Comissão, a nomeação de um relator especial (ressalvados os casos de desastres naturais ou situações pós-guerras civis, em que o próprio país pede ou aceita o relator) é o que pode haver de mais grave. Se não se trata de uma condenação explícita, implica, na prática, colocar o país no banco dos réus. Quando fui ministro do presidente Itamar Franco, viajei a Cuba com uma carta do nosso chefe de Estado, a qual, além de referir-se à ratificação do Tratado de Tlatelolco, sugeria que Cuba fizesse algum gesto na área de direitos humanos. Cuba admitiu convidar o Alto Comissário das Nações Unidas para o tema, mas recusou-se terminantemente a receber o relator especial sobre o país. Conto isso não para justificar a atitude de Havana, mas para ilustrar a reação que desperta a figura do relator especial. Não cabe assim diminuir a importância do voto da semana passada. Pode-se concordar ou não com ele, mas dizer que não afetará as nossas relações com Teerã ou a percepção que se tem da nossa postura internacional é tapar o sol com a peneira.
Nos últimos meses e anos, o Brasil participou de várias ações ou empreendeu gestões que resultaram na libertação de pessoas detidas pelo governo iraniano, tanto estrangeiros quanto nacionais daquele país. É difícil determinar qual o peso exato que nossas démarches tiveram em situações como a da norte-americana Sarah Shroud ou do cineasta Abbas Kiarostami. No primeiro caso, a jovem alpinista veio nos agradecer em pessoa. Em outros casos, como a da francesa Clotilde Reiss, não hesito em afirmar que a ação brasileira foi absolutamente determinante. Mesmo no triste caso da mulher ameaçada de apedrejamento, Sakineh Ashtiani, os apelos do nosso presidente, seguidos de várias gestões no meu nível junto ao ministro do Exterior iraniano e ao próprio presidente Ahmadinejad, certamente contribuíram para que aquela pena bárbara não tenha se concretizado.
Poderia mencionar outros, como o do grupo de bahais, cuja condenação à morte parecia iminente. Evidentemente, tais ações só puderam ser tomadas e só tiveram efeito porque havia um certo grau de confiança na relação entre Brasília e Teerã, grau de confiança que não impediu que o presidente Lula tenha demonstrado ao presidente iraniano o absurdo de suas declarações que negavam a existência do Holocausto ou que propugnavam pela eliminação do Estado de Israel. Parece-me muito improvável que o governo brasileiro se sinta à vontade para esse tipo de démarche depois do voto do dia 24. Ou caso se sinta, que os nossos pedidos venham a ser atendidos. Muito menos terá o Brasil condições de participar de um esforço de mediação como o que empreendemos com a Turquia, em busca de uma solução pacífica e negociada para a questão do programa nuclear iraniano (o que, certamente, fará a alegria daqueles que desejam ver o Brasil pequeno e sem projeção internaciona). Oxalá eu esteja errado.
OEA: a velha senhora ataca outra vez (estupidamente, por sinal)...
Paulo Roberto de Almeida
OEA pede que Brasil suspenda Belo Monte, e governo se diz 'perplexo'
BBC Brasil, 5 de abril, 2011 - 14:06 (Brasília)
A OEA (Organização dos Estados Americanos) pediu ao Brasil a “suspensão imediata” do processo de licenciamento da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), provocando “perplexidade” no governo brasileiro, segundo nota do Itamaraty.
Itamaraty se disse 'perplexo' por questionamentos a Belo Monte
Em documento de 1º de abril, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA solicita que “se impeça qualquer obra de execução até que sejam observadas condições mínimas”.
Entre essas condições estão uma nova consulta com as comunidades indígenas locais, que devem ter acesso a um estudo do impacto socioambiental da obra, e a adoção de “medidas vigorosas para impedir a disseminação de doenças” entre os índios.
O documento, divulgado nesta terça-feira por ONGs que se opõem à hidrelétrica, é assinado por Santiago Canton, secretário-executivo da comissão de direitos humanos.
Trata-se de uma resposta à denúncia encaminhada em novembro passado pelas ONGs e pelas comunidades indígenas locais, que alegam não terem sido consultadas “de forma apropriada” sobre a hidrelétrica, que causaria “impactos socioambientais irreversíveis” em suas vidas.
Em nota divulgada nesta terça-feira, o Itamaraty diz que as solicitações da OEA são “precipitadas e injustificáveis”, alegando que os aspectos socioambientais estão sendo observados com “rigor absoluto”, que a obra cumpre as leis brasileiras e que foi submetida a avaliação técnica.
“Sem minimizar o papel que desempenham os sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos, o governo brasileiro recorda que o caráter de tais sistemas é subsidiário ou complementar, razão pela qual sua atuação somente se legitima na hipótese de falha dos recursos de jurisdição interna”, diz a nota.
Penalidades
Por conta da denúncia, a comissão de direitos humanos da OEA solicitou ao Brasil informações sobre o processo de licenciamento de Belo Monte, consulta à qual o país respondeu.
Segundo especialistas, não há penalidade imediata se o Brasil não seguir a recomendação da OEA. Mas, em tese, o país é instado a seguir as orientações como um reconhecimento da legitimidade da organização, diz Paulo Brancher, professor de direito internacional público da PUC-SP.
Se a recomendação não for seguida pelo Brasil, o caso pode ser levado para a Corte Interamericana da OEA – nesse caso, a decisão seria vinculante, explica Oscar Vilhena, professor da FGV e também especialista em direito internacional.
O desfecho do caso na corte é nebuloso por envolver violações de direitos humanos em potencial, ainda não cometidas, diz Brancher. Mas Vilhena ressalta que a Corte Interamericana costuma se alinhar às recomendações da Comissão de Direitos Humanos.
A assessoria de imprensa da Norte Energia, consórcio responsável pela usina, não se manifestou sobre a recomendação da OEA, dizendo que ela deve ser tratada “no âmbito do Estado”, mas agregou que as obras complementares à usina, como a construção de escolas e centros de saúde nos arredores de Belo Monte, estão prosseguindo normalmente.
O início da construção da usina é previsto para este mês, segundo a assessoria, quando é esperada a licença ambiental definitiva do Ibama.
Batalhas judiciais
A construção da hidrelétrica – obra do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento), do governo federal – já enfrentou diversas batalhas judiciais.
Seu leilão foi suspenso duas vezes antes de finalmente ser concretizado, em abril de 2010.
Em fevereiro passado, a Justiça Federal do Pará havia derrubado a licença ambiental que prevalecia até então por considerar que a Norte Energia não havia cumprido precondições para o início da construção.
Em 3 de março, Tribunal Regional Federal permitiu que a obra fosse retomada, mas ainda cabe recurso.
Os argumentos do governo são de que a obra beneficiaria 26 milhões de brasileiros e de que o projeto prevê a preservação flora e da fauna, a transferência de comunidades afetadas e a manutenção da vazão do Rio Xingu.
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Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete
Nota à Imprensa nº 142
5 de abril de 2011
Solicitação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA
O Governo brasileiro tomou conhecimento, com perplexidade, das medidas que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) solicita sejam adotadas para “garantir a vida e a integridade pessoal dos membros dos povos indígenas” supostamente ameaçados pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
O Governo brasileiro, sem minimizar a relevância do papel que desempenham os sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos, recorda que o caráter de tais sistemas é subsidiário ou complementar, razão pela qual sua atuação somente se legitima na hipótese de falha dos recursos de jurisdição interna.
A autorização para implementação do Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte foi concedida pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo nº 788/2005, que ressalvou como condição da autorização a realização de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, em especial “estudo de natureza antropológica, atinente às comunidades indígenas localizadas na área sob influência do empreendimento”, com a devida consulta a essas comunidades. Coube aos órgãos competentes para tanto, IBAMA e FUNAI, a concretização de estudos de impacto ambiental e de consultas às comunidades em questão, em atendimento ao que prevê o parágrafo 3º do artigo 231 da Constituição Federal.
O Governo brasileiro está ciente dos desafios socioambientais que projetos como o da Usina Hidrelétrica de Belo Monte podem acarretar. Por essa razão, estão sendo observadas, com rigor absoluto, as normas cabíveis para que a construção leve em conta todos os aspectos sociais e ambientais envolvidos. O Governo brasileiro tem atuado de forma efetiva e diligente para responder às demandas existentes.
O Governo brasileiro considera as solicitações da CIDH precipitadas e injustificáveis.