Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
A era da mediocridade economica no Brasil - Marcelo de Paiva Abreu
Parceria Trans-Pacifica progride; enquanto isso, na América Latina...
Enfim, sempre tem aqueles, neoliberais, que pretendem ingressar na Parceria Trans-Pacífica, mas felizmente também tem os que querem, e conseguem, proteger a soberania, construindo, por exemplo, o socialismo do século 21 e outras bobagens do século 19.
Assim vai o mundo, ou pelo menos a região....
Paulo Roberto de Almeida
Republica Federativa do Atraso (Mental), e do protecionismo, e do mercantilismo, e do...
Incrível como certos ingênuos econômicos (para não acusá-los simplemente de ignorantes) insistem em soluções equivocadas para falsos problemas, e continuam a colaborar para o atraso do país.
Este não é tanto material, quanto sobretudo mental. O atraso material pode ser medido em anos. O mental em décadas.
Infelizmente.
Paulo Roberto de Almeida
Comissão aprova proposta que estimula indústria nacional
Boletim da Liderança do PT na CD, 13/11/2012
A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio aprovou ontem parecer ao projeto de lei (PL 1770/11), do deputado Vicentinho (PT-SP), que dispõe sobre a obrigatoriedade de as montadoras de veículos utilizarem, na fabricação de seus produtos, 70% de peças produzidas no Brasil.
Ao justificar a proposta, Vicentinho ressaltou o estímulo que a globalização econômica tem dado as grandes montadoras de veículos quanto à concepção, fabricação e distribuição de veículos automotores. Ele lembrou, no entanto, que “há um movimento de integração da produção a nível global o que leva, em muitos casos, que um veículo montado em um determinado país tenha peças de distintas origens nacionais”.
Tal processo, segundo o deputado, tem sido responsável pela perda de muitos postos de trabalho, tanto na indústria automobilística como na indústria de autopeças que sempre deu suporte às montadoras instaladas no Brasil. “Além de estabelecer um percentual de 70% de nacionalização de peças, tendo como base o número de componentes, nossa iniciativa delega ao Poder Executivo a regulamentação dos procedimentos de fiscalização, controle e implementação das medidas”, afirmou Vicentinho. Ele acrescentou que caberá também ao Executivo o estabelecimento de penalidades.
O modelo capenga dos keynesianos de botequim - Raul Velloso
Paulo Roberto de Almeida
Por que o consumo sufoca a indústria
Raul Velloso
O ministro que lava mais branco fica emburradinho...
Como não era, não pode interromper o jogo, ainda bem, pois isso frustraria a galera, que somos todos nós.
Mas, ele promete continuar atrapalhando o desenvolvimento normal do jogo, e ainda que não possa determinar o resultado -- uma vez que, servo fiel de seus patrões, se auto-excluiu da decisão, preventivamente, esperando talvez que outros emburradinhos o seguissem --, parece que pretende usar de todos os artifícios possíveis para atrapalhar os demais jogadores.
Que feio Ricardinho: assim fica parecendo que você está aí para isso mesmo que sabíamos desde o início, ou seja, para servir bem a seus patrões e fazer o que o seu mestre mandou.
Não vale dar canelada, inclusive porque você já determinou que não joga como os outros, mas apenas segundo suas regras, com a cara de pau que lhe é característica.
Diga uma coisa Ricardinho: você conversa com o seu travesseiro todas as noites, dialoga com o espelho?
O que, exatamente, eles lhe respondem?
Ora, Ricardinho, não se faça de rogado: conte para nós quais são suas instruções, ou suas intenções...
Um simples espectador engajado
Livro Branco da Defesa - Rubens Barbosa
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Mais uma morte em posto diplomatico: evitavel?; inevitavel? - dois protestos
Não preciso de adjetivos ou palavras eloquentes para expressar minha desconformidade com o que vem acontecendo em certos postos, criados pela diplomacia ativa e altiva de certos protagonistas da fase recente.
Paulo Roberto de Almeida
Addendum em 17/11/2012: A AC Berenice Ferreira, segundo laudo médico efetuado por dois médicos especialistas, aferiu que a causa de sua morte não foi provocada por malário ou febre, mas por aneurisma. Fica, portanto, descartada a razão apressadamente alegada pelo sindicato e por colegas da vítima. Ainda que ela também tivesse sido afetada por malária, se tratava de doença contraída no Brasil em fase anterior, não diretamente relacionada a sua morte.
PRA
Esquizofrenia tributaria brasileira: reforma impossivel (Editorial Estadao)
O Brasil é um país condenado a só se reformar nas crises, de caráter fiscal ou de transações correntes.
Não existe pior situação política do que a inconsciência sobre os grandes problemas nacionais e a incapacidade de adotar as soluções que se impõem. A Argentina que o diga...
Paulo Roberto de Almeida
Defensores da guerra fiscal
domingo, 11 de novembro de 2012
Brasil e Paquistao: duas atitudes sobre a educacao
Leiam este excelente post do meu amigo Mário Machado, no seu blog Coisas Internacionais.
Paulo R. Almeida
Coisas Internacionais, 10 Nov 2012 03:54 PM PST
Qualquer pessoa minimante informada sobre os acontecimentos internacionais já ouviu falar da jovem Malala Yousafzai, a adolescente paquistanesa que é ativista pela educação das meninas de seu país, que foi alvejada por um terrorista covarde talibã e agora com apenas 15 anos luta pela vida em um hospital londrino.
Não há relativismo cultural no mundo que justifique que a luta pela educação feminina seja uma ofensa capital, não imagino uma pessoa normal que possa defender tal postura, só mesmo a mente deturpada de um radical pode concatenar vil ato. O atentado causou tamanha ojeriza que outras alas talibãs decretaram que o atirador responsável deve ser executado (resisto a escrever abatido). Normalmente não escrevo textos tão enfáticos, mas neutralidade nesse caso é uma espécie de aquiescência com esse ato que deve ser sempre repudiado e denunciado.
Hoje, 10 de novembro, o governo paquistanês realiza o Dia de Malala, esse dia, é claro, tanto serve para repudiar o ataque e reforçar a campanha para que as meninas tenham acesso a educação e sejam estimuladas por seus pais, como serve para que o governo paquistanês demonstre ao mundo que sua sociedade não é composta só de talibãs e que é de fato uma sociedade complexa com múltiplas correntes de opinião.
(Convido meus leitores a pesquisarem os projetos de Malala e inspirados por ela, que agora são espalhadas por outras províncias paquistanesas e o Google ta ai para nos ajudar nisso.)
Por um acaso, me deparei com os mais recentes desenvolvimentos da história de Isadora Faber, a garota catarinense que por meio do Facebook expõe as fragilidades da sua escola pública e dá seu olhar singular sobre os eventos em sala da aula.
Desde a primeira vez que ouvi falar no Diário de Classe tive duas certezas: que essa página ficaria famosa e que as represálias seriam pesadas e viriam de colegas e professores. Afinal, os acomodados, incompetentes, ineptos em geral detestam a publicidade. Na página a menina que compartilha sua visão dos fatos de modo corajoso e público, afinal, ela poderia ser uma anônima, mas dá a cara pra bater, aliás, essa metáfora está tragicamente perto de ser uma descrição factual, afinal até o Ministério Público estadual se envolveu para investigar as supostas ameaças e o apedrejamento da casa da família da jovem.
Não vou me arriscar em psicologismo barato e discorrer sobre a inveja que a notoriedade do Diário de Classe desperta em alguns dos colegas da menina, não nego que deve ser um fator, mas não tenho credenciais para enveredar nesse rumo.
Os textos do Diário de Classe, não são particularmente bem redigidos são apenas coletâneas de momentos vividos pela menina no dia-a-dia de sua escola e nesse sentido não são corrosivos, irônicos, ofensivos ou agressivos. Ela retrata uma escola normal, em que há tensão entre alunos “bagunceiros” e estudiosos, em que professores têm preferidos e outros que perseguem. Uma realidade que todos nós já vivemos em sala de aula.
A Isadora tem preferência por postar fotos do cardápio e das refeições da escola e isso tem um potencial problemático, por que a correlação entre o que é oferecido aos estudantes e o que o poder público paga pode conter alguma anormalidade. Chega a ser triste ler os comentários que dizem que o lanche está bom demais e ironizam a menina, mas que não procuram saber se correspondem ao orçamento da chamada “merenda escolar”. Não estou acusando ninguém de nada, que fique claro, apenas mostro como a página tem um potencial de controle social do orçamento público que é desconfortável para os políticos e burocratas.
Há um quê de muito ridículo quando adultos, professores, com formação superior se juntam para circular um manifesto que objetiva “um outro olhar” para refutar uma menina.
Pouco importa se há concordância ou não com o que escreve a menina, ela não pode ser alvo de intimidação para cessar de escrever, não quero viver num Brasil em que a página na internet de uma menina de 13 anos seja alvo de uma “fatwa” dos talibãs do comodismo, do status quo e da incompetência.
Quem diria que com tantas diferenças entre Brasil e Paquistão estaríamos unidos pelo radicalismo contra meninas que querem mais educação?
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