O site Korea.net acaba de publicar os grandes temas para a agenda do encontro de cúpula do G20 a ser realizado na Coréia do Sul.
Acho que tem para todos os gostos, dentro do politicamente correto. A destacar o penúltimo item, abordando energia e anti-corrupção. Não sei se é intencional, ou seja, buscar uma corrupção mais energética, ou colocar mais energia na luta contra a corrupção. Vai lá saber...
Em todo caso, já sabemos o que esperar: aquelas declarações mornas, cheias de boas intenções, para que cada país continue a fazer exatamente o que estava fazendo antes...
Paulo Roberto de Almeida
Key phrases for the G20 Summit revealed
Korea.net, Aug. 17, 2010
The key phrases for the G20 Financial Summit meeting have been disclosed. The Presidential Committee for the G20 Seoul Summit explained that the new phrase “Shared Growth Beyond Crisis” reflects the main theme of the G20 Summit, which aims to establish a framework for strong, sustainable balanced growth worldwide.
The agenda for the G20 Summit was classified into eight categories: ▲ global economy ▲cooperative framework for balanced growth ▲reform of the international financial regulatory system ▲modernization of international financial institutions and the global financial safety net ▲development ▲trade and investment ▲energy and anti-corruption ▲ business summit.
The government has already held a high level working group meeting in Seoul on July 19 and 20, followed by the Sherpa meeting from July 20 to22. The high-level meeting, attended by some 100 representatives from member nations and global institutions, discussed specifying the existing agendas and decided on the future directions for talks.
The Sherpa meeting, which is a closed-door event, was attended by another 100 deputy representatives and aides from member nations and relevant institutions to review the general direction for the G20 agenda. The name of the meeting is derived from the Sherpas of the Himalayas, guides and porters for those who seek to scale the mountains.
The Presidential Committee will continue to hold preparatory meetings related to finance, budget, energy, and development, and seek the advice of other countries to coordinate before the official meeting.
By Kim Hee-sung
Korea.net Staff Writer
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
sábado, 21 de agosto de 2010
A cultura das "facilidades" academicas: uma praga universal
Volta e meio eu recebo uma oferta de algum serviço qualquer para me "ajudar" a escrever minha monografia de graduação, ou talvez até a dissertação de mestrado. Também são proverbiais esses pequenos anúncios em murais de faculdades no Brasil que prometem salvar alguns alunos do desespero da redação da monografia final.
Já condenei um aluno por cópia "criativa" de materiais da internet em trabalho de mestrado, e não costumo hesitar em casos de plagiarismo deliberado: reprovação e exclusão, o que é o mínimo que um copiador contumaz merece como punição.
Mas esse tipo de serviço de redação não é exclusivo do Brasil, ou dos países com regras "flexíveis", digamos assim, de propriedade intelectual e de "produtividade" universitária.
Os Estados Unidos estão bem à frente do Brasil na promoção de serviços desse tipo, como constatei ao cair, por acaso, neste site.
Não pretendo fazer publicidade, mas me pareceu bem organizado e bastante profissional; ou seja: o candidato a ter seu trabalho redigido sem esforço pode recorrer a esse tipo de serviço sem temor de violação do direito autoral de algum autor, segundo se anuncia.
Provavelmente são estudantes universitários de final de curso, ou de pós-graduação que encontraram uma maneira intelectual de ganhar um dinheiro extra, escrevendo ensaios originais sob encomenda.
No serviço público, especialmente na diplomacia, é o que mais ocorre, aliás: todo embaixador, barão da diplomacia, possui seu exército de ghost-writers, ou de nègres, como dizem os franceses, para redigir discursos, artigos de imprensa, por vezes até livros.
Em minhas encarnações prévias como secretário, talvez até como conselheiro de carreira, já fiz muito texto para outros colegas graduados, tudo devidamente registrado (mas nåo divulgado). Era, digamos assim, uma obrigação, tanto que um dos motes do Itamaraty nesse setor de serviços especializados reza mais ou menos assim: "você só assina artigos quando não mais os escreve".
Creio que é uma prática mais comum do que aparente, e os praticantes geralmente usam aquela linguagem melosa, o diplomatês, que diz muito e não explica absolutamente nada: cooperação ampliada, aumento das relações bilaterais, amizade entre nossos dois povos, sólida história de interesses partilhados, progresso conjunto, coordenação em foros multilaterais, construção de novas vias para o desenvolvimento recíproco, garantias de paz e de estabilidade, defesa do regime democrático, respeito aos direitos humanos, promoção de laços culturais, reforço das instituições multilaterais, construção de um mundo de prosperidade, enfim, o bullshit habitual nesse tipo de "negócio".
Confesso que nunca fui capaz de escrever nessa linguagem empolada e jamais me pediram para "enriquecer" o texto com aqueles adjetivos supérfluos, tanto porque eu não o faria, assim como seria incapaz de mentir descaradamente a respeito de algum ditador, por exemplo. Quando me pediram para escrever algo de que eu discordava, por razões de princípio, simplesmente nunca o fiz, e nunca me arrependi de ter recusado.
Um dia vou fazer a minha listagem em claro de "trabalhos para terceiros", mas vou esperar os clientes sairem de cena, pelo menos.
É o que se pode chamar de trabalho não remunerado, inevitável em certas circunstâncias...
Paulo Roberto de Almeida
(Zhengzhou, 21 de agosto de 2010)
Já condenei um aluno por cópia "criativa" de materiais da internet em trabalho de mestrado, e não costumo hesitar em casos de plagiarismo deliberado: reprovação e exclusão, o que é o mínimo que um copiador contumaz merece como punição.
Mas esse tipo de serviço de redação não é exclusivo do Brasil, ou dos países com regras "flexíveis", digamos assim, de propriedade intelectual e de "produtividade" universitária.
Os Estados Unidos estão bem à frente do Brasil na promoção de serviços desse tipo, como constatei ao cair, por acaso, neste site.
Não pretendo fazer publicidade, mas me pareceu bem organizado e bastante profissional; ou seja: o candidato a ter seu trabalho redigido sem esforço pode recorrer a esse tipo de serviço sem temor de violação do direito autoral de algum autor, segundo se anuncia.
Provavelmente são estudantes universitários de final de curso, ou de pós-graduação que encontraram uma maneira intelectual de ganhar um dinheiro extra, escrevendo ensaios originais sob encomenda.
No serviço público, especialmente na diplomacia, é o que mais ocorre, aliás: todo embaixador, barão da diplomacia, possui seu exército de ghost-writers, ou de nègres, como dizem os franceses, para redigir discursos, artigos de imprensa, por vezes até livros.
Em minhas encarnações prévias como secretário, talvez até como conselheiro de carreira, já fiz muito texto para outros colegas graduados, tudo devidamente registrado (mas nåo divulgado). Era, digamos assim, uma obrigação, tanto que um dos motes do Itamaraty nesse setor de serviços especializados reza mais ou menos assim: "você só assina artigos quando não mais os escreve".
Creio que é uma prática mais comum do que aparente, e os praticantes geralmente usam aquela linguagem melosa, o diplomatês, que diz muito e não explica absolutamente nada: cooperação ampliada, aumento das relações bilaterais, amizade entre nossos dois povos, sólida história de interesses partilhados, progresso conjunto, coordenação em foros multilaterais, construção de novas vias para o desenvolvimento recíproco, garantias de paz e de estabilidade, defesa do regime democrático, respeito aos direitos humanos, promoção de laços culturais, reforço das instituições multilaterais, construção de um mundo de prosperidade, enfim, o bullshit habitual nesse tipo de "negócio".
Confesso que nunca fui capaz de escrever nessa linguagem empolada e jamais me pediram para "enriquecer" o texto com aqueles adjetivos supérfluos, tanto porque eu não o faria, assim como seria incapaz de mentir descaradamente a respeito de algum ditador, por exemplo. Quando me pediram para escrever algo de que eu discordava, por razões de princípio, simplesmente nunca o fiz, e nunca me arrependi de ter recusado.
Um dia vou fazer a minha listagem em claro de "trabalhos para terceiros", mas vou esperar os clientes sairem de cena, pelo menos.
É o que se pode chamar de trabalho não remunerado, inevitável em certas circunstâncias...
Paulo Roberto de Almeida
(Zhengzhou, 21 de agosto de 2010)
Brazil on the Rise - Larry Rohter
Brazil: The view from Rio
The Economist, August 18, 2010
Brazil on the Rise: The Story of a Country Transformed
By Larry Rohter
Palgrave Macmillan; 304 pages; $27 and £18.99.
Political strategists sometimes say that voters can hold only three things in their minds about a candidate. So candidates spend quite a bit of time determining what those three will be; once they have become known as a technophobe, an arugula muncher or a flip-flopper, the perception is hard to shift. The same might be true of countries. For Brazil, the three are forests, sex and football.
That the world's fifth-largest country (by population) and eighth-largest economy (in real terms) is often perceived by foreigners as a giant Club Med resort is partly thanks to foreign correspondents reporting on Brazil, who often feel they have to start with what readers back home know about the place and go from there. Larry Rohter, the New York Times correspondent from 1999 to 2007, used to be an exponent of this approach. The only trouble with it is that it explains only part of the country, part of the time.
"Brazil on the Rise" is an attempt to go deeper, putting the country as it is now in the context of Brazil's recent history, with anecdotes from Mr Rohter's notebooks sprinkled on top. These are the best thing in the book. "I have found soccer fields even in the poorest and most remote places, including tribal reservations in the Xingu where Indians wear nothing but a penis sheath and a T-shirt with the colours of a popular team, such as Flamengo or Palmeiras," writes Mr Rohter. This is worth far more than the surrounding passages of cod sociology on why football is like sex.
The book begins by posing three questions about Brazil that interest both foreigners and Brazilians. Why is the place so tolerant? Why is there so much inequality? And is there racism in Brazil?
To answer the first two it is necessary to peel away layers accumulated over 510 years since a band of Portuguese explorers landed in what is now Bahia state. But "Brazil on the Rise" is not a history book. Mr Rohter does, however, make a determined attempt to answer the third, arguing that Brazil has the same sort of racism that America suffered from. People who say otherwise, he suggests, are making the problem worse by burying it.
In support of his view, he cites the horrible case of Luciano Ribeiro, a cyclist who was run over and killed by a white driver in 1996. The motorist later told witnesses that he had run over "a black guy on a stolen bicycle". This might be evidence of racism, or it might be evidence of a sneering attitude made more common by extreme income inequality. Without recourse to some data it is hard to know. Some Brazilian employers may discriminate against people with darker skin. But the kind of hard racism that blighted America is foreign to Brazil.
Mr Rohter's other judgments on the causes of Brazil's current good fortune are hard to argue with. He rightly castigates President Luiz Inácio Lula da Silva for the shortcomings of his foreign policy (which include a bizarre wish to acquire a nuclear-powered submarine to defend the country's oil rigs), while praising him for keeping in place the reforms of his predecessor, Fernando Henrique Cardoso.
One topic where Mr Rohter leaves the consensus behind (and rightly so) is in his assessment of Fernando Collor, president from 1990 until he was impeached in 1992. Mr Collor tends to be remembered for his good looks, loopy economic policies and the giant scams run by his bagman, Paulo César Farias, that brought him down. Yet in his brief time in office Mr Collor began the opening up of Brazil's economy, ran an enlightened environmental policy and thwarted the army's plans to develop a nuclear weapon.
For some time there has been a gap in the market for a good English book on Brazil. "Brazil on the Rise" tells the reader a lot while managing to reinforce many clichés. The author is great on popular culture and beaches, less inspired on the nuts and bolts of economics and politics. The best bits are where he dusts off his old notebooks and finds stories that bring Brazil alive. But his book does not quite plug that gap.
The Economist, August 18, 2010
Brazil on the Rise: The Story of a Country Transformed
By Larry Rohter
Palgrave Macmillan; 304 pages; $27 and £18.99.
Political strategists sometimes say that voters can hold only three things in their minds about a candidate. So candidates spend quite a bit of time determining what those three will be; once they have become known as a technophobe, an arugula muncher or a flip-flopper, the perception is hard to shift. The same might be true of countries. For Brazil, the three are forests, sex and football.
That the world's fifth-largest country (by population) and eighth-largest economy (in real terms) is often perceived by foreigners as a giant Club Med resort is partly thanks to foreign correspondents reporting on Brazil, who often feel they have to start with what readers back home know about the place and go from there. Larry Rohter, the New York Times correspondent from 1999 to 2007, used to be an exponent of this approach. The only trouble with it is that it explains only part of the country, part of the time.
"Brazil on the Rise" is an attempt to go deeper, putting the country as it is now in the context of Brazil's recent history, with anecdotes from Mr Rohter's notebooks sprinkled on top. These are the best thing in the book. "I have found soccer fields even in the poorest and most remote places, including tribal reservations in the Xingu where Indians wear nothing but a penis sheath and a T-shirt with the colours of a popular team, such as Flamengo or Palmeiras," writes Mr Rohter. This is worth far more than the surrounding passages of cod sociology on why football is like sex.
The book begins by posing three questions about Brazil that interest both foreigners and Brazilians. Why is the place so tolerant? Why is there so much inequality? And is there racism in Brazil?
To answer the first two it is necessary to peel away layers accumulated over 510 years since a band of Portuguese explorers landed in what is now Bahia state. But "Brazil on the Rise" is not a history book. Mr Rohter does, however, make a determined attempt to answer the third, arguing that Brazil has the same sort of racism that America suffered from. People who say otherwise, he suggests, are making the problem worse by burying it.
In support of his view, he cites the horrible case of Luciano Ribeiro, a cyclist who was run over and killed by a white driver in 1996. The motorist later told witnesses that he had run over "a black guy on a stolen bicycle". This might be evidence of racism, or it might be evidence of a sneering attitude made more common by extreme income inequality. Without recourse to some data it is hard to know. Some Brazilian employers may discriminate against people with darker skin. But the kind of hard racism that blighted America is foreign to Brazil.
Mr Rohter's other judgments on the causes of Brazil's current good fortune are hard to argue with. He rightly castigates President Luiz Inácio Lula da Silva for the shortcomings of his foreign policy (which include a bizarre wish to acquire a nuclear-powered submarine to defend the country's oil rigs), while praising him for keeping in place the reforms of his predecessor, Fernando Henrique Cardoso.
One topic where Mr Rohter leaves the consensus behind (and rightly so) is in his assessment of Fernando Collor, president from 1990 until he was impeached in 1992. Mr Collor tends to be remembered for his good looks, loopy economic policies and the giant scams run by his bagman, Paulo César Farias, that brought him down. Yet in his brief time in office Mr Collor began the opening up of Brazil's economy, ran an enlightened environmental policy and thwarted the army's plans to develop a nuclear weapon.
For some time there has been a gap in the market for a good English book on Brazil. "Brazil on the Rise" tells the reader a lot while managing to reinforce many clichés. The author is great on popular culture and beaches, less inspired on the nuts and bolts of economics and politics. The best bits are where he dusts off his old notebooks and finds stories that bring Brazil alive. But his book does not quite plug that gap.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Nas origens do Estado de Israel: a declaracao Balfour
‘View With Favor’
By TOM SEGEV
The New York Times Book Review, August 20, 2010
THE BALFOUR DECLARATION
The Origins of the Arab-Israeli Conflict
By Jonathan Schneer
Illustrated. 432 pp. Random House. $30

Sotheby’s, via Associated Press
The only known surviving handwritten draft of the Balfour declaration.
On November 2, 1917, the British government expressed its sympathy with Jewish Zionist aspirations and announced that it would use its “best endeavors” to facilitate “the establishment in Palestine of a national home for the Jewish people.” The announcement came in a letter from Foreign Secretary Arthur James Balfour to Lord Rothschild, the unofficial leader of the British Jewish community. The Balfour declaration became the diplomatic foundation stone of the state of Israel; it is considered the original sin by Israel’s opponents.
In this comprehensive study, richly documented by diplomatic correspondence, Jonathan Schneer concludes that the famous declaration seems to have just missed the sidetrack of history: in contrast to a common myth, Britain’s support for Zionism was not the result of an inevitable process. In fact, as Schneer reveals, shortly after Balfour’s promise to the Jews, the British government offered the Ottoman Empire the opportunity to keep Palestine and to continue to fly the Turkish flag over it.
Schneer, a professor at Georgia Tech’s School of History, Technology and Society, is a talented writer. Describing the British Empire’s haughtiness, he takes his readers inside the Foreign Office in Whitehall, walks them along the marble floors and among the columns, pointing out the “grand red-carpeted staircase outlined by polished gleaming banisters, arched windows, glowing chandeliers and elaborately patterned ceilings and walls.” Schneer says about the men who worked there that “when it came to measuring themselves against visitors, no matter how distinguished and no matter where from, they suffered few insecurities.”
Chaim Weizmann, the leading spokesman for Zionism in Britain, must have felt ill at ease when he entered those awesome corridors of power. A Russian-born chemist, he began to solicit support among the British soon after he settled in Manchester in 1904. He could hardly speak English in those days: his first contacts with British officials were conducted in French. But if he was taken aback by the snobbery and coolness that awaited him at Whitehall, he made sure to conceal his uneasiness, acting as if he commanded an almost omnipotent power: world Jewry. The British believed he did.
Obviously there was no “Jewish power” controlling world affairs, but Weizmann successfully pretended that the Jews were in fact turning the wheels of history. For once, the anti-Semitic image of the Jews proved useful — they were believed to be so maliciously dangerous that one would do best to acquire them as allies rather than as enemies.
Beginning in 1916, the British hoped that in exchange for their support of Zionism “the Jews” would help to finance the growing expenses of the Great War, which at that time was not going very well for Britain. More important, policy makers in the Foreign Office believed that Jews could persuade the United States to join the war. In this sense, as Schneer points out, the decision to issue the Balfour declaration “was based upon a misconception.”
But fear of the Jews was only one part of the story. The other part, which Schneer neglects to explore, was the genuine admiration many of Britain’s leaders, including Prime Minister David Lloyd George and Balfour himself, felt for the Jews and their history. These men were deeply religious Christian Zionists. They had grown up on the Bible; the Holy Land was their spiritual home. Modern Zionism, they believed, would fulfill a divine promise and resettle the Jews in the land of their ancient fathers.
As part of this context, Schneer expertly analyzes the passionate and fascinating controversy between non-Zionist and Zionist Jews that preceded the Balfour declaration. The Zionists spoke in the name of Jewish nationhood; their Jewish opponents denied that Jews even constituted a separate nation.
The Balfour declaration used deliberately vague language. The term “national home” was chosen in order to minimize the Zionist dream, that is, to make Palestine an actual Jewish state. The Arabs, whose “civil and religious” (not national and political) rights were not to be prejudiced, as the declaration put it, were referred to only as “existing non-Jewish communities.”
According to Schneer, the Arabs were as invisible to the early Zionists as Africans had been to Boers in South Africa, or Indians to the French and English colonists in North America. But in fact, some of the first Zionists were well aware of the Arabs’ vehement objection to their national aspirations. As early as 1899, Theodore Herzl himself, the father of political Zionism, corresponded with the Arab mayor of Jerusalem, Yusuf Dia al-Khalidi, who urged him to find a national home for the Jews somewhere else in the world. The Israeli-Palestinian conflict seems to have had its origins at the very beginning of Zionism.
Many of the British diplomatic papers Schneer examines were brilliantly written. At times it seems that these dispatches and reports, rather than analyses of foreign policy, were the exercises of frustrated poets and writers, educated at Eton and Oxford, who hoped for posterity in the Public Record Office. Much of what they wrote led nowhere, though Schneer elaborates on their maneuvers at great length.
He details, for instance, the correspondence between British officials and the Arabs, as well as a secret diplomatic scheme of 1916 known as the “Sykes-Picot Agreement,” which would have partitioned much of the Ottoman Empire, including Palestine, between Britain and France. These initiatives have little significance today, except perhaps with regard to the Arab contention that the British had promised Palestine to the Arabs before they promised it to the Jews. Schneer suggests that the promises given to the Arabs were too vague and contradictory to evaluate. Still, the way he reveals the characters behind the diplomatic papers, bringing them to life, makes his book particularly enjoyable.
Take Britain’s magnificent, if abortive, effort to detach the Ottoman Empire from the Central Powers. The idea was to orchestrate what would today be called regime change in Turkey. The new rulers would then make a separate peace with Britain, retain Palestine and get a handsome bribe for themselves — millions of American dollars. The central figure in this drama was a man named Basil Zaharoff, later Sir Basil, an Ottoman-born arms dealer and self-made diplomat whose corruption, pomposity and eccentricity British policy makers could not resist.
The Balfour declaration thus finds its place among a multitude of fruitless schemes and indulgent fantasies, except, of course, that in this case, surprisingly, the British by and large kept their word. For at least two decades they allowed the Zionist movement to bring hundreds of thousands of Jewish immigrants into Palestine, and these new arrivals set up hundreds of settlements including several towns, as well as the political, economic, military and cultural infrastructure of the future state of Israel. But if Israel’s existence originated with the British, so did the Palestinians’ tragedy. The Balfour declaration was only the opening chapter of a still unfinished story.
Tom Segev’s new book, “Simon Wiesenthal: The Life and Legends,” will be published next month.
By TOM SEGEV
The New York Times Book Review, August 20, 2010
THE BALFOUR DECLARATION
The Origins of the Arab-Israeli Conflict
By Jonathan Schneer
Illustrated. 432 pp. Random House. $30

Sotheby’s, via Associated Press
The only known surviving handwritten draft of the Balfour declaration.
On November 2, 1917, the British government expressed its sympathy with Jewish Zionist aspirations and announced that it would use its “best endeavors” to facilitate “the establishment in Palestine of a national home for the Jewish people.” The announcement came in a letter from Foreign Secretary Arthur James Balfour to Lord Rothschild, the unofficial leader of the British Jewish community. The Balfour declaration became the diplomatic foundation stone of the state of Israel; it is considered the original sin by Israel’s opponents.
In this comprehensive study, richly documented by diplomatic correspondence, Jonathan Schneer concludes that the famous declaration seems to have just missed the sidetrack of history: in contrast to a common myth, Britain’s support for Zionism was not the result of an inevitable process. In fact, as Schneer reveals, shortly after Balfour’s promise to the Jews, the British government offered the Ottoman Empire the opportunity to keep Palestine and to continue to fly the Turkish flag over it.
Schneer, a professor at Georgia Tech’s School of History, Technology and Society, is a talented writer. Describing the British Empire’s haughtiness, he takes his readers inside the Foreign Office in Whitehall, walks them along the marble floors and among the columns, pointing out the “grand red-carpeted staircase outlined by polished gleaming banisters, arched windows, glowing chandeliers and elaborately patterned ceilings and walls.” Schneer says about the men who worked there that “when it came to measuring themselves against visitors, no matter how distinguished and no matter where from, they suffered few insecurities.”
Chaim Weizmann, the leading spokesman for Zionism in Britain, must have felt ill at ease when he entered those awesome corridors of power. A Russian-born chemist, he began to solicit support among the British soon after he settled in Manchester in 1904. He could hardly speak English in those days: his first contacts with British officials were conducted in French. But if he was taken aback by the snobbery and coolness that awaited him at Whitehall, he made sure to conceal his uneasiness, acting as if he commanded an almost omnipotent power: world Jewry. The British believed he did.
Obviously there was no “Jewish power” controlling world affairs, but Weizmann successfully pretended that the Jews were in fact turning the wheels of history. For once, the anti-Semitic image of the Jews proved useful — they were believed to be so maliciously dangerous that one would do best to acquire them as allies rather than as enemies.
Beginning in 1916, the British hoped that in exchange for their support of Zionism “the Jews” would help to finance the growing expenses of the Great War, which at that time was not going very well for Britain. More important, policy makers in the Foreign Office believed that Jews could persuade the United States to join the war. In this sense, as Schneer points out, the decision to issue the Balfour declaration “was based upon a misconception.”
But fear of the Jews was only one part of the story. The other part, which Schneer neglects to explore, was the genuine admiration many of Britain’s leaders, including Prime Minister David Lloyd George and Balfour himself, felt for the Jews and their history. These men were deeply religious Christian Zionists. They had grown up on the Bible; the Holy Land was their spiritual home. Modern Zionism, they believed, would fulfill a divine promise and resettle the Jews in the land of their ancient fathers.
As part of this context, Schneer expertly analyzes the passionate and fascinating controversy between non-Zionist and Zionist Jews that preceded the Balfour declaration. The Zionists spoke in the name of Jewish nationhood; their Jewish opponents denied that Jews even constituted a separate nation.
The Balfour declaration used deliberately vague language. The term “national home” was chosen in order to minimize the Zionist dream, that is, to make Palestine an actual Jewish state. The Arabs, whose “civil and religious” (not national and political) rights were not to be prejudiced, as the declaration put it, were referred to only as “existing non-Jewish communities.”
According to Schneer, the Arabs were as invisible to the early Zionists as Africans had been to Boers in South Africa, or Indians to the French and English colonists in North America. But in fact, some of the first Zionists were well aware of the Arabs’ vehement objection to their national aspirations. As early as 1899, Theodore Herzl himself, the father of political Zionism, corresponded with the Arab mayor of Jerusalem, Yusuf Dia al-Khalidi, who urged him to find a national home for the Jews somewhere else in the world. The Israeli-Palestinian conflict seems to have had its origins at the very beginning of Zionism.
Many of the British diplomatic papers Schneer examines were brilliantly written. At times it seems that these dispatches and reports, rather than analyses of foreign policy, were the exercises of frustrated poets and writers, educated at Eton and Oxford, who hoped for posterity in the Public Record Office. Much of what they wrote led nowhere, though Schneer elaborates on their maneuvers at great length.
He details, for instance, the correspondence between British officials and the Arabs, as well as a secret diplomatic scheme of 1916 known as the “Sykes-Picot Agreement,” which would have partitioned much of the Ottoman Empire, including Palestine, between Britain and France. These initiatives have little significance today, except perhaps with regard to the Arab contention that the British had promised Palestine to the Arabs before they promised it to the Jews. Schneer suggests that the promises given to the Arabs were too vague and contradictory to evaluate. Still, the way he reveals the characters behind the diplomatic papers, bringing them to life, makes his book particularly enjoyable.
Take Britain’s magnificent, if abortive, effort to detach the Ottoman Empire from the Central Powers. The idea was to orchestrate what would today be called regime change in Turkey. The new rulers would then make a separate peace with Britain, retain Palestine and get a handsome bribe for themselves — millions of American dollars. The central figure in this drama was a man named Basil Zaharoff, later Sir Basil, an Ottoman-born arms dealer and self-made diplomat whose corruption, pomposity and eccentricity British policy makers could not resist.
The Balfour declaration thus finds its place among a multitude of fruitless schemes and indulgent fantasies, except, of course, that in this case, surprisingly, the British by and large kept their word. For at least two decades they allowed the Zionist movement to bring hundreds of thousands of Jewish immigrants into Palestine, and these new arrivals set up hundreds of settlements including several towns, as well as the political, economic, military and cultural infrastructure of the future state of Israel. But if Israel’s existence originated with the British, so did the Palestinians’ tragedy. The Balfour declaration was only the opening chapter of a still unfinished story.
Tom Segev’s new book, “Simon Wiesenthal: The Life and Legends,” will be published next month.
O Brasil real: um mar de corrupcao
Inacreditavel que essas apurações indiquem corrupção da grossa e aparentemente nada, NADA, acontece para coibir ou punir esse tipo de crime...
A disseminação da fraude
Editorial - O Estado de S.Paulo
20 de agosto de 2010
A quantidade de irregularidades constatadas pela Controladoria-Geral da União (CGU) na mais recente edição de seu programa de fiscalização do uso que os municípios fazem do dinheiro repassado pela União comprova, ao mesmo tempo, a extensão da prática de fraudes em licitações por todo o País, a ineficácia das ações dos órgãos de controle e fiscalização na redução da corrupção e a impunidade dos praticantes de atos ilegais. Sete anos depois de a CGU ter iniciado o programa, continua assustadoramente alto o índice de problemas encontrados nas licitações realizadas pelas prefeituras. Dos 60 municípios fiscalizados entre outubro e dezembro de 2009, e cujos relatórios foram divulgados em julho, a CGU detectou irregularidades em licitações em 57, ou 95% do total.
Criado em 2003, o programa de fiscalização dos municípios, escolhidos por sorteio, visa a coibir a corrupção na administração pública. A cada sorteio são definidos 60 municípios com menos de 500 mil habitantes a serem fiscalizados pela CGU. Os auditores examinam as contas e os documentos financeiros das prefeituras, inspecionam as obras e serviços em realização com recursos transferidos pelo governo federal e ouvem a população, consultando diretamente os munícipes e mantendo reuniões com associações e conselhos comunitários.
Concluída a fiscalização, os auditores elaboram relatórios, que são encaminhados aos Ministérios responsáveis pelo repasse das verbas federais, ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Câmara dos Deputados e ao Senado e, conforme a natureza da irregularidade, ao Ministério Público Federal, à Advocacia-Geral da União, às prefeituras e às respectivas Câmaras Municipais para as providências necessárias.
Entre as irregularidades constatadas na última operação de fiscalização - cujos resultados estão no endereço eletrônico da CGU - estão a utilização de licitações caducas na contratação da mesma empresa para a execução de obras novas, a celebração de novo contrato com a mesma empresa por meio de termo aditivo ao contrato anterior, a não realização de licitação para contratos que exigiam concorrência pública nacional e a prática de sobrepreço.
A prefeitura de Pimenta Bueno, em Rondônia, utilizou recursos repassados pelo Ministério da Educação para, três semanas antes do encerramento do ano letivo, comprar 6 mil quilos de frango, quantidade suficiente para alimentar todos os alunos da rede pública durante um ano, e a prefeitura não dispõe de equipamentos para conservar essa quantidade de alimentos. Em Gentio do Ouro, na Bahia, a prefeitura utilizou verba federal para adquirir uma ambulância, que não foi emplacada pelo Detran nem examinada pelos auditores da CGU. Em Mossoró, no Rio Grande do Norte, foram pagos com recursos oriundos do governo federal serviços que não foram prestados e foram pagas pela prefeitura obras que não foram executadas.
O ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, atribuiu "boa parte das irregularidades" não a desvio ou intenção de fraudar, mas ao "despreparo, ao desconhecimento da legislação". Segundo ele, a maioria dos municípios carece de sistemas de controle interno e de pessoal qualificado, com algum conhecimento da legislação. Por isso, no seu entender, a fiscalização da CGU tem também uma função educativa.
Por mais minucioso que seja o trabalho dos auditores da CGU, no entanto, ele não está tendo a função pedagógica lembrada pelo ministro. "O controle feito pelas instâncias federais só consegue detectar a fraude muito depois do ocorrido, ou seja, não tem caráter preventivo", observou o advogado Nelson Lacerda ao jornal Brasil Econômico.
Importante na apuração do uso irregular do dinheiro que a União transfere para os municípios, o programa da CGU não está sendo suficiente para punir os atos ilegais e a corrupção em geral. A persistência das irregularidades na esfera municipal, praticamente sem redução sensível, é uma prova disso.
A disseminação da fraude
Editorial - O Estado de S.Paulo
20 de agosto de 2010
A quantidade de irregularidades constatadas pela Controladoria-Geral da União (CGU) na mais recente edição de seu programa de fiscalização do uso que os municípios fazem do dinheiro repassado pela União comprova, ao mesmo tempo, a extensão da prática de fraudes em licitações por todo o País, a ineficácia das ações dos órgãos de controle e fiscalização na redução da corrupção e a impunidade dos praticantes de atos ilegais. Sete anos depois de a CGU ter iniciado o programa, continua assustadoramente alto o índice de problemas encontrados nas licitações realizadas pelas prefeituras. Dos 60 municípios fiscalizados entre outubro e dezembro de 2009, e cujos relatórios foram divulgados em julho, a CGU detectou irregularidades em licitações em 57, ou 95% do total.
Criado em 2003, o programa de fiscalização dos municípios, escolhidos por sorteio, visa a coibir a corrupção na administração pública. A cada sorteio são definidos 60 municípios com menos de 500 mil habitantes a serem fiscalizados pela CGU. Os auditores examinam as contas e os documentos financeiros das prefeituras, inspecionam as obras e serviços em realização com recursos transferidos pelo governo federal e ouvem a população, consultando diretamente os munícipes e mantendo reuniões com associações e conselhos comunitários.
Concluída a fiscalização, os auditores elaboram relatórios, que são encaminhados aos Ministérios responsáveis pelo repasse das verbas federais, ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Câmara dos Deputados e ao Senado e, conforme a natureza da irregularidade, ao Ministério Público Federal, à Advocacia-Geral da União, às prefeituras e às respectivas Câmaras Municipais para as providências necessárias.
Entre as irregularidades constatadas na última operação de fiscalização - cujos resultados estão no endereço eletrônico da CGU - estão a utilização de licitações caducas na contratação da mesma empresa para a execução de obras novas, a celebração de novo contrato com a mesma empresa por meio de termo aditivo ao contrato anterior, a não realização de licitação para contratos que exigiam concorrência pública nacional e a prática de sobrepreço.
A prefeitura de Pimenta Bueno, em Rondônia, utilizou recursos repassados pelo Ministério da Educação para, três semanas antes do encerramento do ano letivo, comprar 6 mil quilos de frango, quantidade suficiente para alimentar todos os alunos da rede pública durante um ano, e a prefeitura não dispõe de equipamentos para conservar essa quantidade de alimentos. Em Gentio do Ouro, na Bahia, a prefeitura utilizou verba federal para adquirir uma ambulância, que não foi emplacada pelo Detran nem examinada pelos auditores da CGU. Em Mossoró, no Rio Grande do Norte, foram pagos com recursos oriundos do governo federal serviços que não foram prestados e foram pagas pela prefeitura obras que não foram executadas.
O ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, atribuiu "boa parte das irregularidades" não a desvio ou intenção de fraudar, mas ao "despreparo, ao desconhecimento da legislação". Segundo ele, a maioria dos municípios carece de sistemas de controle interno e de pessoal qualificado, com algum conhecimento da legislação. Por isso, no seu entender, a fiscalização da CGU tem também uma função educativa.
Por mais minucioso que seja o trabalho dos auditores da CGU, no entanto, ele não está tendo a função pedagógica lembrada pelo ministro. "O controle feito pelas instâncias federais só consegue detectar a fraude muito depois do ocorrido, ou seja, não tem caráter preventivo", observou o advogado Nelson Lacerda ao jornal Brasil Econômico.
Importante na apuração do uso irregular do dinheiro que a União transfere para os municípios, o programa da CGU não está sendo suficiente para punir os atos ilegais e a corrupção em geral. A persistência das irregularidades na esfera municipal, praticamente sem redução sensível, é uma prova disso.
Venezuela: a personalidade psicopatica de Hugo Chavez
LA PERSONALIDAD PSICOPÁTICA DE HUGO CHÁVEZ
Entrevista al psiquiatra Franzel Delgado Senior
Franzel Delgado Sénior recuerda que las estadísticas universales demuestran que la mayoría de las personalidades sociopáticas, en cuya clasificación incluye al presidente Chávez, tienen un final trágico. El psiquiatra cree que el mandatario está biológica e irrevocablemente diseñado para el conflicto. 'Pretender que cambie es como esperar que sus ojos pasen de marrones a azules'.

El poder relajante de la música se siente de entrada en el consultorio de Franzel Delgado Sénior. Mientras el médico se instala en su sillón para analizar la controversial personalidad del Presidente Chávez, se oyen, en el fondo, unos sutiles cantos hindúes que se repiten infinitamente. 'Yo no tengo ningún interés en descalificar a nadie. Simplemente creo que, sin el aporte de la psiquiatría, no va a ser posible comprender el escenario tan complejo en el que ha entrado Venezuela.'.
Delgado Sénior fue presidente de la Sociedad Venezolana de Psiquiatría, Premio Nacional de Psiquiatría, tiene master en psicoterapia en las universidades de Londres y California y ha dedicado toda su vida al ejercicio de la psiquiatría clínica.
Después de la primera pregunta, el especialista pasa del sereno estado alfa al atento estado beta.
-La tesis del magnicidio es recurrente en el presidente Chávez. ¿Tiene alguna explicación psicológica el hecho de que el mandatario apele a esta constante en su discurso?
-El Presidente tiene, como todo ser humano, una configuración de la personalidad. Ese proceso que nutre la construcción de la personalidad cierra, en promedio, a los 21 años en todas las personas. Y, después de los 21 años, no es modificable. Cuando las cargas de la personalidad están bien repartidas, podemos hablar de una personalidad normal. Pero cuando ese proceso de estructuración se produce de manera inadecuada y cierra con cargas desproporcionadas (muchas cargas de un tipo y pocas de otra), entonces la personalidad se configura patológicamente. Y esa configuración patológica es vitalicia.

-¿Hay alguna configuración patológica en el caso del jefe de Estado?
-Existen características muy claras que permiten, sin mayor dificultad, plantearse una estructura de personalidad de tipo sociopática y narcisista.
Los trastornos de personalidad sociopáticos están definidos en las clasificaciones universales de la psiquiatría. Se trata de personas que están diseñadas biológicamente para violar las normas; no ejercen la lealtad; no actúan con la verdad; tienen vidas afectivas sumamente inestables; en su estructura no hay sensibilidad; no hay arrepentimientos; tienen que vivir permanentemente en el conflicto; no saben vivir en paz con los demás; y son muy manipuladoras.
-¿Y la personalidad narcisista?
-En el caso del narcisismo, la percepción que la persona tiene de sí misma está fuera de la realidad; es exagerada; tiene la convicción de ser única; se siente por encima de los demás. Cualquier mala acción es posible para satisfacer esas necesidades narcisistas de la personalidad. Como los narcisistas se creen predestinados para una situación muy especial, perfectamente es factible que puedan abrigar el temor de que hay gente interesada en eliminarlos. El temor del Presidente ante un magnicidio es absolutamente justificable. Si revisamos las estadísticas universales, encontramos que una proporción muy significativa de personas con trastornos sociopáticos termina muerta. Porque son agresivas, son conflictivas, violan los derechos de los demás, y, en algún momento de su vida, alguien les cobra.

-¿Usted puede clasificar la personalidad del Presidente sin que él haya sido su paciente?
-Yo no hago un diagnóstico como médico, porque él nunca ha sido mi paciente, pero los psiquiátras podemos precisar que las conductas observables del presidente de la República se corresponden con este tipo de trastornos de la personalidad que menciono. Aparte de estas características, creo que Chávez es una persona con un grado intelectual muy básico; un hombre con muy poca cultura; acostarse católico y despertarse a las 8 horas evangélico, es una muestra fehaciente de ello.
-Pero inteligente????
-Podría ser inteligente. Lo que pasa es que a veces la inteligencia de una persona engaña. Durante mucho tiempo, las clasificaciones internacionales señalaban que una de las características de las personalidades sociopáticas era la inteligencia. Pero, con el tiempo, ese criterio se revisó, porque se comenzó a percibir que no era tanto la inteligencia, sino la habilidad para manipular a los demás lo que los hacía aparecer como inteligentes. Esperar que el Presidente cambie es pretender que sus ojos marrones pasen a ser azules. No es posible.
-¿Pero no podría cambiar ni siquiera apelando a un trabajo de ingeniería genética?
-Sobre la personalidad no se puede actuar. Aquí no podemos esperar paz mientras el presidente de la República sea Chávez. Porque Chávez no es que no quiera ser distinto, es que no puede ser distinto. Biológicamente está diseñado para hacer lo que está haciendo. Y ni que él se lo propusiera pudiese ser distinto. Mientras no entendamos eso, no vamos a comprender por qué le estamos declarando la guerra a los Estados Unidos, o por qué un gobierno que habla de paz anda comprando cien mil fusiles a Rusia o porqué desajusta la vida y la paz en Latinoamérica.

-La idea del magnicidio también la asoma recurrentemente Fidel Castro, quien ha inventariado la cantidad de veces que Estados Unidos habría intentado asesinarlo.
-Chávez y Castro, aunque intelectualmente son diferentes (el primero es el guerrero y el segundo el oráculo), deben tener personalidades muy parecidas. Para ser un dictador durante más de cuarenta años, Castro debe tener, sin duda, una estructura sociopática. Si no hay una estructura sociopática, no se puede ejercer la dictadura, porque la dictadura es violación de los derechos de los demás; el irrespeto de los límites; conflictividad; es crueldad. Y eso una personalidad sana no lo puede cohonestar. Ninguna persona que no tenga un componente narcisista, creerse superior a los demás, puede ser dictador. Porque precisamente el dictador lo que busca es poder; sumisión; subyugar eternamente.
-Usted dice que Chávez es insensible, pero lo que uno percibe, más bien, es que es precisamente su sensibilidad lo que lo lleva a establecer lazos profundos con los sectores populares.
-Lo que identifica al Presidente con los sectores populares es su gran capacidad de manipulación. Toda conducta pública del Presidente, desde abrazar a una viejita, hasta levantar a un bebé en brazos o fotografiarse en actitud de armonía con algún otro jefe de estado con quien tiene conflictos, son actos ficticios. Son actuaciones para manipular. En las personas con esa estructura sociopática, según los textos, no hay una identificación genuina con el dolor y la necesidad de los otros. Todo está en función de los beneficios que él pueda obtener. Yo creo que el chavismo tiene muchas características de secta. Las sectas siempre tienen un líder, a quien se considera como único, especial, como hombre predestinado a una acción superior; y todos los que siguen a esa persona le deben una sumisión incondicional. Quien participa en el proceso recibe todas las prebendas, siempre y cuando sea incondicional. Pero a aquél que disienta o se salga de la secta, lo acaban.
Hoy hay criterios de las ciencias, universales, que permiten hacer el diagnóstico de Secta destructiva para cualquier grupo organizado que emerja en el seno de una sociedad, y el chavismo los cumple todos.
-¿No existe la crítica?
-No existe la crítica. La lesión más grave que le ha producido la revolución al país es que le ha quebrado la lógica. Nos fracturó la lógica. Nos hemos acostumbrado a vivir con la lógica rota.
Un ejemplo típico de esta distorsión de la coherencia es que nos vemos obligados a exigirle al chavismo que cumpla con la Constitución que él mismo promovió.
Hay dos elementos que se nos han hecho cotidianos:
la paradoja y la incertidumbre.
Uno solo de esos elementos que se haga cotidiano, termina enfermando al cerebro.
El cerebro tiene que vivir dentro de una estructura lógica, que lo que perciban sus ojos sea lo que él procesa.
Cuando Chavez dice: Son unos escuálidos, a la marcha asiste un millón de personas.
Cuando Chavez dice: Éste es una maravilla de fiscal, llevémoslo al panteón y, a las dos semanas se sabe que sobre éste fiscal pesan enormes sospechas de extorsión.

-¿Cuál cree que será el destino del Presidente?
-Si esta llamada revolución tuviese alguna posibilidad de enmienda, la opción de que se mantuviera sería mucho mayor. Pero, como desde el punto de vista de la psiquiatría no hay ninguna posibilidad de enmienda, dada la estructura de personalidad del Presidente, que es inmodificable, esta revolución seguirá hacia el despeñadero. Indefectiblemente, desde el punto de vista de la ciencia, Chávez tiene algo seguro en su futuro, que es la soledad.
Entrevista al psiquiatra Franzel Delgado Senior
Franzel Delgado Sénior recuerda que las estadísticas universales demuestran que la mayoría de las personalidades sociopáticas, en cuya clasificación incluye al presidente Chávez, tienen un final trágico. El psiquiatra cree que el mandatario está biológica e irrevocablemente diseñado para el conflicto. 'Pretender que cambie es como esperar que sus ojos pasen de marrones a azules'.

El poder relajante de la música se siente de entrada en el consultorio de Franzel Delgado Sénior. Mientras el médico se instala en su sillón para analizar la controversial personalidad del Presidente Chávez, se oyen, en el fondo, unos sutiles cantos hindúes que se repiten infinitamente. 'Yo no tengo ningún interés en descalificar a nadie. Simplemente creo que, sin el aporte de la psiquiatría, no va a ser posible comprender el escenario tan complejo en el que ha entrado Venezuela.'.
Delgado Sénior fue presidente de la Sociedad Venezolana de Psiquiatría, Premio Nacional de Psiquiatría, tiene master en psicoterapia en las universidades de Londres y California y ha dedicado toda su vida al ejercicio de la psiquiatría clínica.
Después de la primera pregunta, el especialista pasa del sereno estado alfa al atento estado beta.
-La tesis del magnicidio es recurrente en el presidente Chávez. ¿Tiene alguna explicación psicológica el hecho de que el mandatario apele a esta constante en su discurso?
-El Presidente tiene, como todo ser humano, una configuración de la personalidad. Ese proceso que nutre la construcción de la personalidad cierra, en promedio, a los 21 años en todas las personas. Y, después de los 21 años, no es modificable. Cuando las cargas de la personalidad están bien repartidas, podemos hablar de una personalidad normal. Pero cuando ese proceso de estructuración se produce de manera inadecuada y cierra con cargas desproporcionadas (muchas cargas de un tipo y pocas de otra), entonces la personalidad se configura patológicamente. Y esa configuración patológica es vitalicia.

-¿Hay alguna configuración patológica en el caso del jefe de Estado?
-Existen características muy claras que permiten, sin mayor dificultad, plantearse una estructura de personalidad de tipo sociopática y narcisista.
Los trastornos de personalidad sociopáticos están definidos en las clasificaciones universales de la psiquiatría. Se trata de personas que están diseñadas biológicamente para violar las normas; no ejercen la lealtad; no actúan con la verdad; tienen vidas afectivas sumamente inestables; en su estructura no hay sensibilidad; no hay arrepentimientos; tienen que vivir permanentemente en el conflicto; no saben vivir en paz con los demás; y son muy manipuladoras.
-¿Y la personalidad narcisista?
-En el caso del narcisismo, la percepción que la persona tiene de sí misma está fuera de la realidad; es exagerada; tiene la convicción de ser única; se siente por encima de los demás. Cualquier mala acción es posible para satisfacer esas necesidades narcisistas de la personalidad. Como los narcisistas se creen predestinados para una situación muy especial, perfectamente es factible que puedan abrigar el temor de que hay gente interesada en eliminarlos. El temor del Presidente ante un magnicidio es absolutamente justificable. Si revisamos las estadísticas universales, encontramos que una proporción muy significativa de personas con trastornos sociopáticos termina muerta. Porque son agresivas, son conflictivas, violan los derechos de los demás, y, en algún momento de su vida, alguien les cobra.

-¿Usted puede clasificar la personalidad del Presidente sin que él haya sido su paciente?
-Yo no hago un diagnóstico como médico, porque él nunca ha sido mi paciente, pero los psiquiátras podemos precisar que las conductas observables del presidente de la República se corresponden con este tipo de trastornos de la personalidad que menciono. Aparte de estas características, creo que Chávez es una persona con un grado intelectual muy básico; un hombre con muy poca cultura; acostarse católico y despertarse a las 8 horas evangélico, es una muestra fehaciente de ello.
-Pero inteligente????
-Podría ser inteligente. Lo que pasa es que a veces la inteligencia de una persona engaña. Durante mucho tiempo, las clasificaciones internacionales señalaban que una de las características de las personalidades sociopáticas era la inteligencia. Pero, con el tiempo, ese criterio se revisó, porque se comenzó a percibir que no era tanto la inteligencia, sino la habilidad para manipular a los demás lo que los hacía aparecer como inteligentes. Esperar que el Presidente cambie es pretender que sus ojos marrones pasen a ser azules. No es posible.
-¿Pero no podría cambiar ni siquiera apelando a un trabajo de ingeniería genética?
-Sobre la personalidad no se puede actuar. Aquí no podemos esperar paz mientras el presidente de la República sea Chávez. Porque Chávez no es que no quiera ser distinto, es que no puede ser distinto. Biológicamente está diseñado para hacer lo que está haciendo. Y ni que él se lo propusiera pudiese ser distinto. Mientras no entendamos eso, no vamos a comprender por qué le estamos declarando la guerra a los Estados Unidos, o por qué un gobierno que habla de paz anda comprando cien mil fusiles a Rusia o porqué desajusta la vida y la paz en Latinoamérica.

-La idea del magnicidio también la asoma recurrentemente Fidel Castro, quien ha inventariado la cantidad de veces que Estados Unidos habría intentado asesinarlo.
-Chávez y Castro, aunque intelectualmente son diferentes (el primero es el guerrero y el segundo el oráculo), deben tener personalidades muy parecidas. Para ser un dictador durante más de cuarenta años, Castro debe tener, sin duda, una estructura sociopática. Si no hay una estructura sociopática, no se puede ejercer la dictadura, porque la dictadura es violación de los derechos de los demás; el irrespeto de los límites; conflictividad; es crueldad. Y eso una personalidad sana no lo puede cohonestar. Ninguna persona que no tenga un componente narcisista, creerse superior a los demás, puede ser dictador. Porque precisamente el dictador lo que busca es poder; sumisión; subyugar eternamente.
-Usted dice que Chávez es insensible, pero lo que uno percibe, más bien, es que es precisamente su sensibilidad lo que lo lleva a establecer lazos profundos con los sectores populares.
-Lo que identifica al Presidente con los sectores populares es su gran capacidad de manipulación. Toda conducta pública del Presidente, desde abrazar a una viejita, hasta levantar a un bebé en brazos o fotografiarse en actitud de armonía con algún otro jefe de estado con quien tiene conflictos, son actos ficticios. Son actuaciones para manipular. En las personas con esa estructura sociopática, según los textos, no hay una identificación genuina con el dolor y la necesidad de los otros. Todo está en función de los beneficios que él pueda obtener. Yo creo que el chavismo tiene muchas características de secta. Las sectas siempre tienen un líder, a quien se considera como único, especial, como hombre predestinado a una acción superior; y todos los que siguen a esa persona le deben una sumisión incondicional. Quien participa en el proceso recibe todas las prebendas, siempre y cuando sea incondicional. Pero a aquél que disienta o se salga de la secta, lo acaban.
Hoy hay criterios de las ciencias, universales, que permiten hacer el diagnóstico de Secta destructiva para cualquier grupo organizado que emerja en el seno de una sociedad, y el chavismo los cumple todos.
-¿No existe la crítica?
-No existe la crítica. La lesión más grave que le ha producido la revolución al país es que le ha quebrado la lógica. Nos fracturó la lógica. Nos hemos acostumbrado a vivir con la lógica rota.
Un ejemplo típico de esta distorsión de la coherencia es que nos vemos obligados a exigirle al chavismo que cumpla con la Constitución que él mismo promovió.
Hay dos elementos que se nos han hecho cotidianos:
la paradoja y la incertidumbre.
Uno solo de esos elementos que se haga cotidiano, termina enfermando al cerebro.
El cerebro tiene que vivir dentro de una estructura lógica, que lo que perciban sus ojos sea lo que él procesa.
Cuando Chavez dice: Son unos escuálidos, a la marcha asiste un millón de personas.
Cuando Chavez dice: Éste es una maravilla de fiscal, llevémoslo al panteón y, a las dos semanas se sabe que sobre éste fiscal pesan enormes sospechas de extorsión.

-¿Cuál cree que será el destino del Presidente?
-Si esta llamada revolución tuviese alguna posibilidad de enmienda, la opción de que se mantuviera sería mucho mayor. Pero, como desde el punto de vista de la psiquiatría no hay ninguna posibilidad de enmienda, dada la estructura de personalidad del Presidente, que es inmodificable, esta revolución seguirá hacia el despeñadero. Indefectiblemente, desde el punto de vista de la ciencia, Chávez tiene algo seguro en su futuro, que es la soledad.
E por falar em PIB, como anda o do Brasil?
O Fundo Monetário Internacional prevê que, em 2010, o Brasil terá 2,9% de participação na produção de riqueza mundial, vale dizer, 2,9% do PIB (Produto Interno Bruto) do globo.
Interessante observar que em 2002, último ano do governo Fernando Henrique, a participação do Brasil no PIB global era de 2,92%, vale dizer, 0,2% a mais do que no último ano do governo Lula.
Isso significa que, apesar de o Brasil ter crescido, o mundo cresceu mais.
Fernando Henrique entregou o governo ao presidente Lula com uma participação no PIB global maior do que a que Lula entregará a seu sucessor.
Em 2000, a China tinha uma participação no PIB global de 7%, e a Índia, de 4%.
A China terá, em 2010, uma participação no PIB global de 13% e a Índia de 5%.
Em outras palavras, nada obstante o aumento do PIB per capita, o Brasil cresceu apenas pelo "efeito maré" da economia mundial, que, apesar da monumental crise de 2008 e 2009 e da crise europeia de 2010, se comportou melhor que a economia brasileira.
Interessante observar que em 2002, último ano do governo Fernando Henrique, a participação do Brasil no PIB global era de 2,92%, vale dizer, 0,2% a mais do que no último ano do governo Lula.
Isso significa que, apesar de o Brasil ter crescido, o mundo cresceu mais.
Fernando Henrique entregou o governo ao presidente Lula com uma participação no PIB global maior do que a que Lula entregará a seu sucessor.
Em 2000, a China tinha uma participação no PIB global de 7%, e a Índia, de 4%.
A China terá, em 2010, uma participação no PIB global de 13% e a Índia de 5%.
Em outras palavras, nada obstante o aumento do PIB per capita, o Brasil cresceu apenas pelo "efeito maré" da economia mundial, que, apesar da monumental crise de 2008 e 2009 e da crise europeia de 2010, se comportou melhor que a economia brasileira.
Assinar:
Comentários (Atom)
Postagem em destaque
Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida
Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...
-
Uma preparação de longo curso e uma vida nômade Paulo Roberto de Almeida A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em ...
-
FAQ do Candidato a Diplomata por Renato Domith Godinho TEMAS: Concurso do Instituto Rio Branco, Itamaraty, Carreira Diplomática, MRE, Diplom...
-
Liberando um artigo que passou um ano no limbo: Mercosul e União Europeia: a longa marcha da cooperação à associação Recebo, em 19/12/2025,...
-
Mercado Comum da Guerra? O Mercosul deveria ser, em princípio, uma zona de livre comércio e também uma zona de paz, entre seus próprios memb...
-
O destino do Brasil? Uma tartarug a? Paulo Roberto de Almeida Nota sobre os desafios políticos ao desenvolvimento do Brasil Esse “destino” é...
-
Desde el post de José Antonio Sanahuja Persles (Linkedin) Con Camilo López Burian, de la Universidad de la República, estudiamos el ascens...
-
Quando a desgraça é bem-vinda… Leio, tardiamente, nas notícias do dia, que o segundo chanceler virtual do bolsolavismo diplomático (2019-202...
-
O Brics vai de vento em popa, ao que parece. Como eu nunca fui de tomar as coisas pelo seu valor de face, nunca deixei de expressar meu pen...
-
Textos sobre guerra e paz, numa perspectiva histórica e comparativa Paulo Roberto de Almeida 5136. “A Paz como Projeto e Potência”, Brasília...