quarta-feira, 25 de abril de 2012

O (pouco) supremo tribunal federal joga o Brasil 120 anos atrás...

Infelizmente, existem momentos na vida de uma nação em que esta recua, absoluta e relativamente.
Não tanto materialmente -- pois o progresso parece ser uma fatalidade, como dizia Mário de Andrade -- mas sobretudo mentalmente.
Quando se escolhem homens medíocres como juízes do supremo, que para mim deixou de ter esse qualificativo, podem acontecer esses recuos, esses atrasos mentais, essa desmoralização das próprias leis que esse funcionários da justiça deveriam defender.
No caso, retrocederam para defender opiniões, não a lei.
Isso me lembrou de outro retrocesso famoso, acontecido na Suprema Corte dos EUA.
Os infelizes juízes de 1892, alguns (talvez) racistas brancos como pode acontecer, mas em todo caso defendendo uma opinião corrente à época, decidiram que brancos e negros eram iguais, mas que não havia problema nenhum em separá-los. Até então, os estados do sul vinham introduzindo medidas que separavam os brancos dos negros, numa clara violação da emenda constitucional de 1862 que os declarou iguais (e portanto livres).
A decisão da Suprema Corte, conhecida por "iguais mas separados", foi o que bastou para que os estados racistas ampliassem enormemente seus estatutos raciais, em detrimento dos negros.
Pior, o próprio governo federal, poucos anos depois, sob a direção do único presidente doutor que os EUA tinham tido até então, o virginiano Woodrow Wilson, começou a introduzir legislação racista, separando negros e brancos nas administrações federais. Pronto: os estados do sul voltaram a ampliar suas medidas segregacionistas.
O panorama -- horrível, pois levou a linchamentos e toda sorte de exações contra os negros -- só começou a reverter nos anos 1950.


Pois o Brasil, com o julgamento das cotas, remete o Brasil mais de cem anos atrás, para os tempos obscuros da separação racial.
Um dia a história vai condenar esses juízes despreparados para o cargos que ocupam.
Abaixo, um pequeno relato do que significou o famoso caso americano.
Paulo Roberto de Almeida 

Plessy v. Ferguson





On June 7, 1892, a 30-year-old colored shoemaker named Homer Plessy was jailed for sitting in the "White" car of the East Louisiana Railroad. Plessy was only one-eighths black and seven-eighths white, but under Louisiana law, he was considered black and therefore required to sit in the "Colored" car. Plessy went to court and argued, in Homer Adolph Plessy v. The State of Louisiana, that the Separate Car Act violated the Thirteenth and Fourteenth Amendments to the Constitution. The judge at the trial was John Howard Ferguson, a lawyer from Massachusetts who had previously declared the Separate Car Act "unconstitutional on trains that traveled through several states"[3] . In Plessy's case, however, he decided that the state could choose to regulate railroad companies that operated only within Louisiana. He found Plessy guilty of refusing to leave the white car [4] . Plessy appealed to the Supreme Court of Louisiana, which upheld Ferguson's decision. In 1896, the Supreme Court of the United States heard Plessy's case and found him guilty once again. Speaking for a seven-person majority, Justice Henry Brown wrote:
"That [the Separate Car Act] does not conflict with the Thirteenth Amendment, which abolished slavery...is too clear for argument...A statute which implies merely a legal distinction between the white and colored races -- a distinction which is founded in the color of the two races, and which must always exist so long as white men are distinguished from the other race by color -- has no tendency to destroy the legal equality of the two races...The object of the [Fourteenth A]mendment was undoubtedly to enforce the absolute equality of the two races before the law, but in the nature of things it could not have been intended to abolish distinctions based upon color, or to enforce social, as distinguished from political equality, or a commingling of the two races upon terms unsatisfactory to either." [5]
The lone dissenter, Justice John Harlan, showed incredible foresight when he wrote
"Our Constitution is color-blind, and neither knows nor tolerates classes among citizens. In respect of civil rights, all citizens are equal before the law...In my opinion, the judgment this day rendered will, in time, prove to be quite as pernicious as the decision made by this tribunal in the Dred Scott case...The present decision, it may well be apprehended, will not only stimulate aggressions, more or less brutal and irritating, upon the admitted rights of colored citizens, but will encourage the belief that it is possible, by means of state enactments, to defeat the beneficient purposes which the people of the United States had in view when they adopted the recent amendments of the Constitution." [6]
Over time, the words of Justice Harlan rang true. The Plessy decision set the precedent that "separate" facilities for blacks and whites were constitutional as long as they were "equal." The "separate but equal" doctrine was quickly extended to cover many areas of public life, such as restaurants, theaters, restrooms, and public schools. Not until 1954, in the equally important Brown v. Board of Education decision, would the "separate but equal" doctrine be struck down. 

Maastricht: rezando pelos livros, me convertendo nos livros...

Finalmente realizei meu ideal de vida: me converter a uma santa religião!
A dos livros...
Bem, eu já era meio fanático, um pouco místico, e totalmente beato por livros, mas agora encontrei um motivo legítimo para fundar uma nova ordem dos adoradores dos livros, uma confraria exclusiva de gente que vive nos livros, para os livros, pelos livros e que reza, única e exclusivamente, com livros, de qualquer formato, tamanho e teor (enfim, descarto os espiritualistas, para ser sincero, e aqueles que prometem felicidade eterna por apenas alguns tostões gastos nesse tipo de leitura).
Digo isto porque, finalmente, adentrei no átrio sagrado dos livros, em seu ambiente próprio, uma igreja dominicana (não que eu tenha preconceito contra as outras ordens, mas a que estava disponível para ser transformada em livraria era essa da turma do São Tomás de Aquino, um gajo que ainda preciso ler com certo cuidado).
Eu já tinha antecipado esta visita neste post, poucas semanas atrás: 



DOMINGO, 25 DE MARÇO DE 2012


Agora, penetrei pessoalmente nesse cenáculo do lazer culto, e deixo aqui algumas fotos (por certo horríveis) feitas com meu iPhone mal cuidado. Reparem como a mesa do bar, no lugar que era reservado ao altar, tem a forma de uma cruz (aqui vista do alto), do segundo andar da livraria, onde fui achar a minha compra do dia, o último (perdão, o mais recente) livro do Vito Tanzi, o grande especialista em políticas fiscais: 
Government versus Markets: The Changing Economic Role of the State
( New York: Cambridge University Press, 2011; Euros: 34,97)





Como praticar habitos pouco saudaveis e antieconomicos, e sobreviver, ainda assim

Não deixa de ter sua graça.
Atenção, esta é uma pausa dos assuntos sérios deste blog, o que não quer dizer que esta postagem seja pouco séria...
Paulo Roberto de Almeida 



Viver ou Juntar Dinheiro? Max Gehringer 
Recebi uma mensagem muito interessante de um ouvinte da CBN e peço licença para lê-la na íntegra, porque ela nem precisa dos meus comentários. Lá vai: 
"Prezado Max, meu nome é Sérgio, tenho 61 anos e pertenço a uma geração azarada: 
Quando era jovem as pessoas diziam para escutar os mais velhos, que eram mais sábios.
Agora dizem que tenho que escutar os jovens, porque são mais inteligentes.
Na semana passada li numa revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico. E eu aprendi muita coisa... 
Aprendi, por exemplo, que se eu tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, durante os últimos 40 anos, eu teria economizado R$ 30.000,00. 
Se eu tivesse deixado de comer uma pizza por mês, teria economizado R$ 12.000,00 e assim por diante.
Impressionado, peguei um papel e comecei a fazer contas, então descobri, para minha surpresa, que hoje eu poderia estar milionário.
Bastava não ter tomado as caipirinhas que tomei, não ter feito muitas das viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que comprei e, principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro em itens supérfluos e descartáveis.
Ao concluir os cálculos, percebi que hoje eu poderia ter quase R$ 500.000,00 na conta bancária. É claro que eu não tenho este dinheiro.
Mas, se tivesse, sabe o que este dinheiro me permitiria fazer? 
Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar com itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que eu quisesse e tomar cafezinhos à vontade. 
Por isso acho que me sinto absolutamente feliz em ser pobre.
Gastei meu dinheiro com prazer e por prazer, porque hoje, aos 61 anos, não tenho mais o mesmo pique de jovem, nem a mesma saúde. 
Portanto, viajar, comer pizzas e cafés, não faz bem na minha idade e roupas, hoje, não vão melhorar muito o meu visual!
Recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que eu fiz. 
Caso contrário, chegarão aos 61 anos com um monte de dinheiro em suas contas bancárias, mas sem ter vivido a vida".
"Não eduque o seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim, ele saberá o valor das coisas, não o seu preço."

Apartheid racial e racismo oficial: um comentario equivocado...

Este blog, como diz o seu "recado de entrada" está dedicado a ideias, se possível inteligentes, de pessoas inteligentes, e nisso não vai nenhum desprezo em relação a quem professa ideias ingênuas, de senso comum, como se costuma dizer.
Ele é democrático e está aberto a todo debate, de boa fé, sobre questões relevantes de políticas públicas, de preferência sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil, mas também aceita questões e opiniões, desde que bem informadas, sobre temas de política interna, desde que contribuam para o esclarecimento público e o que eu chamo de "elevação intelectual" dos cidadãos interessados e curiosos.
De vez em quando chegam-me ofensas, impropérios, achismos de militantes de certas causas, que manifestam ódio e rancor pelas ideias aqui expressas, e pela campanha que eu pessoalmente levo contra o abaixamento intelectual e a degradação moral do Brasil, infelizmente em curso na presente conjuntura, quando seres intelectualmente rústicos foram chamados a comandar a certas instâncias de decisão no Brasil.
Não tenho nenhum problema em dizer isso, e não se trata de arrogância intelectual, ou despeito político -- que os mesmos militantes de causas obscuras identificam a elitismo, ou defesa de causas conservadoras, o que é totalmente equivocado -- mas se trata, basicamente, de minha vocação professoral, digamos assim, profundamente devotada ao esclarecimento dos mais jovens, com base em uma rica experiência de vida, imensas leituras, comparações internacionais (o que me foi permitido pela vivência em diversos países) e um constante e consciente esforço de reflexão.
Pois bem, existem poucas coisas que me deixam ressabiado, pois de natural sou tolerante com opiniões políticas e econômicas contrárias às minhas: já alertei, mais de uma vez, que venho do marxismo e do socialismo, com a vantagem de jamais ter sido "religioso" -- ou seja, crente na verdade da palavra revelada do profeta Marx, ou Lênin -- e de ter visitado, conhecido por dentro, e por fora, todos os socialismos possíveis, e daí ter retirado conclusões quase definitivas sobre certos desastres sociais.
Uma das coisas que me deixam extremamente ressabiado é o racismo, de todos os tipos e de todas as cores.
Percebo no Brasil uma tendência ao racismo ao contrário, o dos militantes negros que, imitando mal os EUA, tentam criar uma cultura separada do chamado mainstream brasileiro, uma que seria afrodescendente, ou negra, uma verdadeira mistificação da história brasileira, que pode ter consequências desastrosas para nossa sociedade, certamente desigual, mas não racista como a dos EUA. Existem indivíduos e atitudes perfeitamente racistas no Brasil, mas nunca existiu o tipo de segregacionismo racial que existiu nos EUA, como agora querem implantar no Brasil, por iniciativa dos negros, não dos brancos.
Tudo isso acima para postar um comentário recebido no meu post sobre a decisão dos juízes do Supremo (melhor dizer supremo, supreminho, coitado), que interpreto, antecipadamente (e talvez erradamente) como sendo favorável às cotas. Desculpo-me, desde já, se errar, mas pelo que tenho visto desses juízes medíocres do supremo, o resultado que se pode esperar dessa corte medíocre é o pior possível.
Em todo caso, um leitor desse post, identificado como André, colocou o argumento que vai agora transcrito, e que comento em seguida: 


Acho que a grande virtude de ler esta opinião é constatar que vivemos em um regime de pluralidade. Não posso, porém, deixar de comentar: curiosamente nunca vi nenhum dos signatários sentir-se incomodado com a reserva de vagas que existia antes para os alunos egressos de escolas particulares. Ou, dito de outra maneira, com o fato de que as universidades não representavam a pluralidade racial (ou, para tomar emprestada a crença que o senhor endossa, não representavam a ausência de racismo no Brasil). Em tempo: sou branco, de olhos azuis, com conquistas por mérito, e apesar disso nunca fechei os olhos para a exclusão racial e/ou econômica que existe no Brasil. Lamento que utilize-se argumentos de negação deste fato para eliminar um debate sério sobre o racismo, problema que existe não por causa de cotas mas por fatos históricos de nosso país. em Ministros decidem pelo Apartheid e pela desigualdade racial


Comento (PRA):
Jamais ocorreu, no Brasil, por vias legais ou por expedientes informais, qualquer reserva de vagas para alunos egressos de escolas particulares. JAMAIS. Isso precisa ficar bem claro, e ser evidenciado repetidamente.
Não pelo meu caso, mas eu sou típico de certa geração, a dos alunos vindos de meios modestos -- no meu caso muuuiiito modestos -- que estudaram a vida inteira em escolas públicas, que se aperfeiçoou em bibliotecas públicas -- sem jamais ter livros em casa, um lar de pais que jamais terminaram o curso primário -- e que ingressou na mais prestigiosa universidade pública de São Paulo. Sou um entre milhares, apenas.
Evidentemente, desde esse tempo -- estou me referindo aos anos 1960 -- a escola pública caminhou rapidamente para a deterioração e a mediocridade, mas isso não implica em qualquer complô de uma classe ou de uma categoria de cidadãos contra outros, apenas o resultado infeliz da ineficiência dos poderes públicos de enfrentarem satisfatoriamente as pressões advindas da urbanização acelerada, da incorporação de estratos cada vez mais amplos de cidadãos aos sistemas de ensino, e o descuido geral demonstrado pelas autoridades em relação aos dois primeiros níveis de ensino, em benefício do terceiro ciclo e da pós-graduação.
Eu não endosso NENHUMA CRENÇA de pluralidade racial, em universidades ou em qualquer outro meio público, que devem ser absolutamente neutros em relação a cor, religião, gênero, ou qualquer outro traço. Existem desigualdades no Brasil, advindas de sua formação social, suas deficiências educacionais, profissionais, de oportunidades, mas isso não quer dizer que instituições públicas devam corrigir essas desigualdades SOCIAIS, com base em critérios RACIAIS, pois isso representaria, justamente, introduzir no Brasil uma separação racial que jamais existiu no plano das políticas públicas. 
Não existe no Brasil exclusão racial ou econômica, existe uma seleção por mérito, e infelizmente o mérito premia aqueles provenientes de meios favorecidos, o que simplesmente significa que o Estado, ou a sociedade, não se empenhou em criar oportunidades iguais para seres desiguais
Eu, sendo extremamente desfavorecido em relação a meus colegas ricos (do primário, do ginásio, do colegial e da faculdade), consegui ter acesso ao mesmo ensino que eles, exclusivamente por mérito, e pelo fato de que as escolas públicas, do meu tempo, eram muito melhores do que escolas privadas, então desprezadas pela classe média, pois escola privada era para os incapazes que não conseguiam acompanhar os estudos da escola pública (e considerada, portanto, um remédio para os preguiçosos e incapazes). Confessar que tinha feito o primário em escola privada (salvo algumas, tradicionais, ou católicas, evidentemente) era um sinal muito depreciativo para o aluno dos anos 1950 ou início dos anos 1960.
Hoje, dizer que é egresso de escola pública é quase sinônimo de medíocre, embora as diferenças não sejam tão grandes (por incrível que pareça). 
O racismo não está sendo introduzido por causa das desigualdades históricas, estruturais, existentes há séculos no Brasil, e que estava sendo gradualmente eliminado pela escola pública de qualidade. Como isso se inverteu, infelizmente, no último meio século, cresceu a demanda por soluções rápidas, não ao final do racismo, mas ao acesso a universidades que permanecem restritas a poucos, por insuficiência de vagas.
O Estado criou duas soluções erradas, absurdas, para um problema real: cotas racistas -- o que evidentemente cria racismo -- e subsídio a "indústrias" particulares de ensino para abrigar egressos de meios desfavorecidos, o que atinge também os afrodescendentes desfavorecidos.
O que os militantes da causa negra estão criando é o racismo oficial, institucionalizado, o Apartheid legal, ao diferenciar entre "raças", o que nunca existiu antes no Brasil.
Considero o comentário do André, se me permite a expressão, totalmente equivocado e singularmente ingênuo quanto aos resultados das políticas racistas que estão implantando agora.
Lamento, sinceramente, que o Brasil, certamente caracterizado por graus extremos de desigualdades sociais, esteja agora abrindo a porta para o racismo oficial.
Paulo Roberto de Almeida 
(Maastricht, 25 de abril de 2012)

O Federal Reserve pune poupadores e premia devedores...

Inacreditável! O Federal Open Market Committee, do Federal Reserve, vai continuar punindo os poupadores e beneficiando devedores, ao manter a mesma taxa irrealista de juros até o FINAL DE 2014!
Estão supostamente beneficiando a atividade produtiva, mas na verdade acumulando distorções até perder de vista.
Paulo Roberto de Almeida 



FEDERAL RESERVE BANK, BOARD OF GOVERNORS OF THE FEDERAL RESERVE SYSTEM
APRIL 25, 2012. 
FEDERAL RESERVE ISSUES FOMC STATEMENT

Information received since the Federal Open Market Committee met in March suggests that the economy has been expanding moderately. Labor market conditions have improved in recent months; the unemployment rate has declined but remains elevated. Household spending and business fixed investment have continued to advance. Despite some signs of improvement, the housing sector remains depressed. Inflation has picked up somewhat, mainly reflecting higher prices of crude oil and gasoline. However, longer-term inflation expectations have remained stable. Consistent with its statutory mandate, the Committee seeks to foster maximum employment and price stability. The Committee expects economic growth to remain moderate over coming quarters and then to pick up gradually. Consequently, the Committee anticipates that the unemployment rate will decline gradually toward levels that it judges to be consistent with its dual mandate. Strains in global financial markets continue to pose significant downside risks to the economic outlook. The increase in oil and gasoline prices earlier this year is expected to affect inflation only temporarily, and the Committee anticipates that subsequently inflation will run at or below the rate that it judges most consistent with its dual mandate. To support a stronger economic recovery and to help ensure that inflation, over time, is at the rate most consistent with its dual mandate, the Committee expects to maintain a highly accommodative stance for monetary policy. In particular, the Committee decided today to keep the target range for the federal funds rate at 0 to 1/4 percent and currently anticipates that economic conditions--including low rates of resource utilization and a subdued outlook for inflation over the medium run--are likely to warrant exceptionally low levels for the federal funds rate at least through late 2014. The Committee also decided to continue its program to extend the average maturity of its holdings of securities as announced in September. The Committee is maintaining its existing policies of reinvesting principal payments from its holdings of agency debt and agency mortgage-backed securities in agency mortgage-backed securities and of rolling over maturing Treasury securities at auction. The Committee will regularly review the size and composition of its securities holdings and is prepared to adjust those holdings as appropriate to promote a stronger economic recovery in a context of price stability. Voting for the FOMC monetary policy action were: Ben S. Bernanke, Chairman; William C. Dudley, Vice Chairman; Elizabeth A. Duke; Dennis P. Lockhart; Sandra Pianalto; Sarah Bloom Raskin; Daniel K. Tarullo; John C. Williams; and Janet L. Yellen. Voting against the action was Jeffrey M. Lacker, who does not anticipate that economic conditions are likely to warrant exceptionally low levels of the federal funds rate through late 2014.

o  APRIL 25, 2012. FEDERAL RESERVE BOARD AND FEDERAL OPEN MARKET COMMITTEE RELEASE ECONOMIC PROJECTIONS FROM THE APRIL 24-25 FOMC MEETING. The Federal Reserve Board and the Federal Open Market Committee on Wednesday released the attached table and charts summarizing the economic projections and the target federal funds rate projections made by Federal Reserve Board members and Federal Reserve Bank presidents for the April 24-25 meeting of the Committee. The table will be incorporated into a summary of economic projections released with the minutes of the April 24-25 meeting. Summaries of economic projections are released on an approximately quarterly schedule. ECONOMIC PROJECTIONS OF FEDERAL RESERVE BOARD MEMBERS AND FEDERAL RESERVE BANK PRESIDENTS, APRIL 2012. ADVANCE RELEASE OF TABLE 1 OF THE SUMMARY OF ECONOMIC PROJECTIONS TO BE RELEASED WITH THE FOMC MINUTES: http://www.federalreserve.gov/monetarypolicy/files/fomcprojtabl20120425.pdf

Ministros decidem pelo Apartheid e pela desigualdade racial

Trata-se de um "chute", claro, de minha exclusiva responsabilidade.
Segundo detecto pelos ares do tempo, os ministros vão decidir pela legalidade do racismo institucional, aceitando cotas para negros nas universidades como sendo perfeitamente legais e legítimas.
Mas atenção: são cotas para negros, não para mulatos claros, quase brancos, mesmo que sejam afrodescendentes.
A UnB já tem um tribunal racial que decide quem é negro e quem é branco.
E os negros, e os mulatos escuros, militantes da causa, estão contentes.
Quanto aos mulatos muito claros, quase brancos, ainda que afrodescendentes, bem, eles vão precisar de um esforço extra para ingressar na universidade.
Este é o Brasil dos companheiros...
Paulo Roberto de Almeida 



Reinaldo Azevedo, 25/04/2012

O Supremo Tribunal Federal deve retomar hoje o julgamento sobre as cotas raciais nas universidades públicas. Eis mais um tema que desperta paixões e que se abre a todo tipo de feitiçaria interpretativa da Constituição. Não há juízo neste mundo, NÃO À LUZ DA CONSTITUIÇÃO AO MENOS, que consiga dar sentido alternativo ao que vai no caput do Artigo 5º da Constituição, uma cláusula pétrea:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (…)”
Causa finita est. Ou deveria ser ao menos. “Todos” quer dizer “todos” — brancos, mestiços, pretos, amarelos, vermelhos…  Se as circunstâncias, em razão de uma gama enorme de fatores, torna desiguais os homens, desiguais eles são na vida social. E a política existe justamente para que se organizem e busquem viver na prática essa igualdade. Não será DESIGUALANDO-OS DIANTE DA LEI E JOGANDO FORA A CONSTITUIÇÃO que se vai produzir igualdade. O resto é o que chamo feitiçaria interpretativa. Em 2008, o ministro Ayres Britto, agora presidente do tribunal, fez uma afirmação de apelo supostamente poético, que seria endossada por qualquer representante de modelos totalitários do século 20, a saber:
“A verdadeira igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais”.
Não! Essa é só a verdadeira desigualdade. O jogo de palavras esconde um conceito terrível: alguns homens estão — os considerados, em princípio, “desiguais” — acima ou fora das leis. Repete, assim, na prática, o primado daquela tal Associação Juízes para a Democracia. O que precisa ser melhorado no Brasil é a escola pública. Ainda que fosse verdade — existem a respeito mais mistificações do que dados — que o regime de cotas amplia o número de negros nas universidades, isso não poderia se dar suprimindo direitos de terceiros, tenham que cor tiverem. Há três ações no Supremo. Uma delas destroça o aspecto supostamente virtuoso da frase da Britto. Explico.
O estudante Giovane Pasqualito Fialho, branco, foi reprovado num vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, embora tenha tido nota superior à de alunos que ingressaram pelo regime de cotas. A frase do ministro Britto, que pretende chamar de “desiguais” os negros, sugerindo que a “desigualdade” de tratamento é necessária para torná-los, então, iguais, ignora que uma outra desigualdade perante a lei se produziu: gente como Fialho teve seu direito suprimido. Entender que um negro ou mestiço tem direito especial a uma vaga, mesmo com nota inferior ao candidato em questão, faz de Fialho, que é branco, o responsável por uma desigualdade que não foi produzida nem por ele nem pelo vestibular da UFRGS, certo? Por que Fialho deveria pagar pessoalmente por isso? Porque é branco? Isso é democracia racial, ministro Britto?
Só há uma resposta para isso, a saber: o bem geral que a lei de cotas produziria, infelizmente, faria mesmo algumas injustiças pontuais no meio do caminho. É outro mimo do pensamento totalitário: alguns terão de pagar pela grandeza e pelo triunfo de algumas ideias,  ainda que com seus direitos individuais. Não há como respeitar a Constituição e aceitar as cotas raciais ao mesmo tempo.
Lembram-se do casamento gay
Embora a Constituição seja explícita AO ESPECIFICAR que união civil é aquela celebrada entre homem e mulher — e, salvo engano, homem é homem, e mulher e mulher, pouco importando a destinação que deem àquilo que Britto chamou o “seu regalo” —, o que fez o Supremo (e por unanimidade)? Apelou ao Artigo 5º da Constituição e determinou que o fundamento da igualdade obrigava a reconhecer a união civil também entre homossexuais. E o próprio Britto foi entusiasta dessa tese.
Muito bem! Mesmo contra a letra explícita de um artigo, apela-se ao fundamento geral da igualdade para aceitar a união civil homossexual. Na hora de decidir sobre as cotas, o que é igualdade no artigo 5º deve ser entendido como “tratar desigualdade os desiguais”? Vale para um caso (mesmo contra a literalidade de um artigo), mas não vale para outro? Muito bem: no argumento de Britto, recorre-se ao tratamento desigual diante da lei para tornar, então, nas suas palavras, os negros iguais aos brancos. Ocorre que esse raciocínio tem uma sobra lógica: os brancos preteridos, embora com nota maior, são, então, iguais a quem ou quê? Ainda que todo branco fosse herdeiro dos escravocratas — inclusive os descendentes de imigrantes que vieram de lascar nas lavouras de café ou na nascente indústria brasileira, enfrentando uma vida maldita de privações —, deveriam pagar as, vá lá, faltas de seus ancestrais? Que diabo de conceito jurídico é esse?
Manifesto antirracialista
Em abril de 2008, 113 pessoas enviaram um manifesto aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Sou um dos signatários. O título é este: “Cento e treze cidadãos antirracistas contra as leis raciais”. Abaixo, transcrevo alguns trechos. A íntegra está aqui. Que fique claro: não tenho a menor esperança de que se vá fazer a coisa certa. Essa é uma das questões que integram o rol das ações politicamente corretas. Ter a ousadia de debatê-la já arma espíritos. É a “democracia” segundo o entendimento de alguns… Bem, não será assim aqui, como vocês sabem muito bem. Seguem trechos do manifesto.
(…)
Nós, intelectuais da sociedade civil, sindicalistas, empresários e ativistas dos movimentos negros e outros movimentos sociais, dirigimo-nos respeitosamente aos Juízes da corte mais alta, que recebeu do povo constituinte a prerrogativa de guardiã da Constituição, para oferecer argumentos contrários à admissão de cotas raciais na ordem política e jurídica da República.
Na seara do que Vossas Excelências dominam, apontamos a Constituição Federal, no seu Artigo 19, que estabelece: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”. O Artigo 208 dispõe que: “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”.
(…)
Apresentadas como maneira de reduzir as desigualdades sociais, as cotas raciais não contribuem para isso, ocultam uma realidade trágica e desviam as atenções dos desafios imensos e das urgências, sociais e educacionais, com os quais se defronta a nação. E, contudo, mesmo no universo menor dos jovens que têm a oportunidade de almejar o ensino superior de qualidade, as cotas raciais não promovem a igualdade, mas apenas acentuam desigualdades prévias ou produzem novas desigualdades:
- As cotas raciais exclusivas, como aplicadas, entre outras, na Universidade de Brasília (UnB), proporcionam a um candidato definido como “negro” a oportunidade de ingresso por menor número de pontos que um candidato definido como “branco”, mesmo se o primeiro provém de família de alta renda e cursou colégios particulares de excelência e o segundo provém de família de baixa renda e cursou escolas públicas arruinadas. No fim, o sistema concede um privilégio para candidatos de classe média arbitrariamente classificados como “negros”.
- As cotas raciais embutidas no interior de cotas para candidatos de escolas públicas, como aplicadas, entre outras, pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), separam os alunos proveniente de famílias com faixas de renda semelhantes em dois grupos “raciais” polares, gerando uma desigualdade “natural” num meio caracterizado pela igualdade social. O seu resultado previsível é oferecer privilégios para candidatos definidos arbitrariamente como “negros” que cursaram escolas públicas de melhor qualidade, em detrimento de seus colegas definidos como “brancos” e de todos os alunos de escolas públicas de pior qualidade.
(…)
Raças humanas não existem. A genética comprovou que as diferenças icônicas das chamadas “raças” humanas são características físicas superficiais, que dependem de parcela ínfima dos 25 mil genes estimados do genoma humano. A cor da pele, uma adaptação evolutiva aos níveis de radiação ultravioleta vigentes em diferentes áreas do mundo, é expressa em menos de 10 genes! Nas palavras do geneticista Sérgio Pena: “O fato assim cientificamente comprovado da inexistência das ‘raças’ deve ser absorvido pela sociedade e incorporado às suas convicções e atitudes morais Uma postura coerente e desejável seria a construção de uma sociedade desracializada, na qual a singularidade do indivíduo seja valorizada e celebrada. Temos de assimilar a noção de que a única divisão biologicamente coerente da espécie humana é em bilhões de indivíduos, e não em um punhado de ‘raças’.” (”Receita para uma humanidade desracializada”, Ciência Hoje Online, setembro de 2006).
Não foi a existência de raças que gerou o racismo, mas o racismo que fabricou a crença em raças. O “racismo científico” do século XIX acompanhou a expansão imperial europeia na África e na Ásia, erguendo um pilar “científico” de sustentação da ideologia da “missão civilizatória” dos europeus, que foi expressa celebremente como o “fardo do homem branco”.
(…)
A meta nacional deveria ser proporcionar a todos um ensino básico de qualidade e oportunidades verdadeiras de acesso à universidade. Mas há iniciativas a serem adotadas, imediatamente, em favor de jovens de baixa renda de todas as cores que chegam aos umbrais do ensino superior, como a oferta de cursos preparatórios gratuitos e a eliminação das taxas de inscrição nos exames vestibulares das universidades públicas. Na Universidade Estadual Paulista (Unesp), o Programa de Cursinhos Pré-Vestibulares Gratuitos, destinado a alunos egressos de escolas públicas, atendeu em 2007 a 3.714 jovens, dos quais 1.050 foram aprovados em concursos vestibulares, sendo 707 em universidades públicas. Medidas como essa, que não distinguem os indivíduos segundo critérios raciais abomináveis, têm endereço social certo e contribuem efetivamente para a amenização das desigualdades.
(…)
A propaganda cerrada em favor das cotas raciais assegura-nos que os estudantes universitários cotistas exibem desempenho similar ao dos demais. Os dados concernentes ao tema são esparsos, contraditórios e pouco confiáveis. Mas isso é essencialmente irrelevante, pois a crítica informada dos sistemas de cotas nunca afirmou que estudantes cotistas seriam incapazes de acompanhar os cursos superiores ou que sua presença provocaria queda na qualidade das universidades. As cotas raciais não são um distúrbio no ensino superior, mas a face mais visível de uma racialização oficial das relações sociais que ameaça a coesão nacional.
A crença na raça é o artigo de fé do racismo. A fabricação de “raças oficiais” e a distribuição seletiva de privilégios segundo rótulos de raça inocula na circulação sanguínea da sociedade o veneno do racismo, com seu cortejo de rancores e ódios. No Brasil, representaria uma revisão radical de nossa identidade nacional e a renúncia à utopia possível da universalização da cidadania efetiva.
*

Eis alguns dos 113 signatários da carta:
Aguinaldo Silva, Alba Zaluar, Antonio Cícero, Bolivar Lamounier, Caetano Veloso, Demétrio Magnoli, Edmar Lisboa Bacha, Eduardo Giannetti, Eduardo Pizarro Carnelós, Eunice Durham, Ferreira Gullar, Gerald Thomas, Gilberto Velho, João Ubaldo Ribeiro, José Augusto Guilhon Albuquerque, José de Souza Martins, Lourdes Sola, Luciana Villas-Boas, Lya Luft, Maria Sylvia Carvalho Franco, Nelson Motta, Reinaldo Azevedo, Roberto Romano da Silva, Ruth Correa Leite Cardoso, Wanderley Guilherme dos Santos e Yvonne Maggie.

A piada da semana: o "modelo" latino-americanos dos Emirados Saderes

Aquele que já foi apelidado de Emirados Saderes -- por um jornalista conhecido, que a despeito de sua dureza com esse tipo de gente também sabe fazer piadas e jeux-de-mots -- nos traz a piada da semana, talvez até do ano, quem sabe da década?:






E o mais curioso é que esse modelo é aquele bolivariano, em toda a sua pujança produtiva e bem-estar geral, inflação baixa, câmbio alinhado, capitais florescentes, todo mundo querendo investir, enfim, uma maravilha de modelo.
Não é uma gracinha?
Paulo Roberto de Almeida 

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Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...