segunda-feira, 30 de abril de 2012

Repertório da Prática Brasileira do Direito Internacional Público - Antônio Augusto Cançado Trindade

Recebo com extrema satisfação a informação abaixo, uma vez que fui um dos primeiros a resenhar esta obra importante, multivolume, e multi-períodos, composta pelo meu amigo e grande jurista, Antonio Augusto Cançado Trindade.
O anúncio da segunda edição -- com um novo prefácio do seu autor e organizador -- e sua disponibilização online é uma grande notícia para todos os pesquisadores e estudiosos da diplomacia brasileira, pois o DIPúblico brasileiro é essencialmente, ou quase exclusivamente diplomático.
Usei quase todos os volumes no curso destas décadas, com ênfase na primeira fase republicana, para escrever meus trabalhos, embora selecionando os textos de conteúdo mais econômico ou político, e não necessariamente jurídico. Mas, num último trabalho sobre a doutrina brasileira da não intervenção ainda compulsei vários volumes, para poder ter uma ideia abrangente da atitude brasileira ao longo do tempo.
Devo dizer que o trabalho do jurista AACT é da mais alta qualidade, e me permito transcrever, depois da nota da Funag, uma resenha que preparei, em duas etapas, sobre os vários volumes desse Repertório (que não estava completo, ainda, quando fiz a resenha).
Paulo Roberto de Almeida 



FUNAG - Reedição do "Repertório da Prática Brasileira do Direito Internacional Público"
No contexto do 40º aniversário de sua criação, a Fundação Alexandre de Gusmão lançará brevemente segunda edição do “Repertório da Prática Brasileira do Direito Internacional Público”, elaborada pelo Professor, hoje Juiz da Corte Internacional de Justiça, Antônio Cançado Trindade.

Originalmente publicados entre 1984 e 1988, os cinco volumes e o índice analítico que compõem a obra abrangem manifestações brasileiras relativas a questões de direito internacional de 1889 a 1981. A segunda edição, que conta com um novo prefácio do Juiz Cançado Trindade, estará também disponível na biblioteca virtual da FUNAG.

Em encontro na FUNAG, o Juiz Cançado Trindade e o Presidente da Fundação celebraram a nova edição e discutiram como levar adiante a atualização do repertório até períodos mais recentes.


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DIREITO INTERNACIONAL

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 20 dezembro 1986, 5 pp.
Publicada na seção “Crítica” da revista Humanidades
(Brasília, Ano IV, nº 12, fevereiro-abril 1987, pp. 119-120).
Relação de Trabalhos n° 076. Publicados nº 035.


Antonio Augusto Cançado Trindade:
Repertório da Prática Brasileira do Direito Internacional Público
(Brasília, Fundação Alexandre de Gusmão, 1984 a 1986, para os diferentes volumes cobrindo quatro períodos, de 1899 a 1981).

A América Latina tem, reconhecidamente, uma longa tradição em matéria de Direito Internacional Público. Mesmo os não especialistas saberiam reconhecer a importância da contribuição continental nesse terreno bastando, por exemplo, fazer referência ao  princípio do uti possidetis, à cláusula Calvo, à doutrina Drago (ambas, aliás, suscitadas por um problema cruelmente atual, o da dívida externa dos países latino-americanos), ao instituto do asilo diplomático ou ao conceito de mar patrimonial. O Brasil, por sua vez, possui longa prática diplomática, alicerçada em sólida e igualmente longa tradição jurídico-legal, o que tornou sua política externa respeitada internacionalmente e merecedora da confiança dos demais membros do sistema interestatal contemporâneo.
A codificação da tradição internacionalista latino-americana deveria, assim, representar um subsídio indispensável ao processo de elaboração do Direito Internacional Público, ramo do direito em constante evolução e transformação. Em que pese, porém, a existência de alguns bons manuais de Direito Internacional Público elaborados no contexto latino-americano – dentre os quais destacaríamos o do brasileiro Hildebrando Accioly e o do chileno Fernando Gamboa Serazzi – e dedicados à evolução doutrinária e jurisprudencial do chamado jus gentium, os especialistas e observadores da já referida tradição ressentiam-se da falta de codificação similar para a prática dos Estados no campo das relações diplomáticas e do Direito Internacional Público. Essa lacuna, pelo menos no que concerne o Brasil, vem sendo preenchida pelo extraordinário labor solitário do eminente internacionalista Antonio Augusto Cançado Trindade, professor de Direito Internacional Público da Universidade de Brasília e do Instituto Rio Branco e Consultor Jurídico do Ministério das Relações Exteriores.
A obra que ora se apresenta sob os auspícios da Fundação Alexandre de Gusmão, do Itamaraty, vem completar uma série de três outros volumes dedicados ao tema da prática diplomática brasileira, cobrindo respectivamente os períodos de 1961-1981, 1941-1960 e 1919-1940 (publicados nessa ordem). Autor de vasta produção especializada no campo do Direito Internacional Público, incluindo, além de numerosos artigos e monografias publicados nos principais periódicos do mundo, dois outros volumes editados pela Universidade de Brasília – Princípios do Direito Internacional Contemporâneo (1981 ) e O Esgotamento de Recursos Internos no Direito Internacional (1984, cuja versão original foi agraciada com o Premio Yorke, da Universidade de Cambridge) – o Professor Cançado Trindade realizou, com os quatro livros editados, um esforço altamente meritório e rigorosamente inédito não apenas nos anais do Direito Internacional brasileiro, como na história jurídica da América Latina e do Terceiro Mundo.
Com efeito, apesar da existência de Relatórios de Chancelarias, bem como de Coleções de Atos Internacionais publicados por diversos Governos do continente, não havia, até o presente momento, um Repertório, organizado de forma lógica e sistemática, da prática diplomática corrente de algum Estado latino-americano. O Brasil junta-se, assim, aos poucos países do hemisfério norte que coletam em seus Digests ou Repértoires anuais os elementos mais significativos de suas práticas nacionais respectivas em matéria de Direito Internacional Público e de relações diplomáticas.
A importância do trabalho do Professor Cançado Trindade para o Brasil e para as demais nações do continente é tanto maior que a divulgação sistemática e selecionada da prática diplomática brasileira contribui para projetar num âmbito mais amplo os interesses econômicos, políticos e diplomáticos propriamente nacionais ou regionais, sobretudo aquelas posições de princípio ligadas à lenta elaboração de uma nova ordem econômica internacional (de que a Convenção sobre o Direito do Mar é um marcante exemp1o) .
Mas, em que consiste exatamente o Repertório da Prática Brasileira do Direito Internacional Público – este “ciclópico trabalho” – segundo a feliz caracterização empregada pelo Embaixador João Hermes Pereira de Araújo – que cobre o conjunto das relações internacionais do Brasil entre 1899 e 1981? A estrutura dos quatro volumes é basicamente idêntica, com pequenas variações em função do período tratado, consistindo de nove partes articuladas em torno das seguintes rubricas:
l) Fundamentos do Direito Internacional, destacando-se, nos princípios que regem as relações amistosas entre os Estados, a “soberania permanente sobre recursos naturais”, de introdução mais recente; 2) Atos Internacionais, cobrindo a ampla processualística dos tratados entre Estados e organizações; 3) Condição dos Estados, envolvendo reconhecimento, jurisdição, imunidades, responsabilidade internacional e sucessão de Estados; 4) Regulamentação dos Espaços, territorial, marítimo, aéreo e espacial; 5) Organizações Internacionais; 6) Condição dos Indivíduos, compreendendo direitos humanos e direito de asilo; 7) Solução Pacífica de Controvérsias e Desarmamento, inclusive, para o período recente, um capítulo para a questão do terrorismo; 8) Conflitos Armados e Neutralidade; 9) miscelânea, abrigando, entre outros temas, cláusula da Nação-Mais-Favorecida e, em acordo com os novos tempos, Multinacionais e Segurança Econômica Coletiva.
Em cada um desses grandes blocos de problemas do Direito Internacional Público abriga-se um manancial extraordinário de informações e documentos de referência sobre a prática brasileira nos quatro períodos delineados.
A periodização adotada por Cançado Trindade para cobrir esses 82 anos (de 1899 a 1981) de prática brasileira do Direito Internacional Público, se parece atender mais a critérios de conveniência do que propriamente razões de ordem metodológica, tem pelo menos o mérito de sublinhar a notável continuidade demonstrada pela prática diplomática do Brasil, a despeito mesmo de rupturas na ordem política e constitucional em alguns momentos (1930, 1937, 1964) de nosso itinerário republicano. Fica aliás a sugestão, para um ulterior volume de interpretação e de comentários sobre a prática diplomática agora repertoriada, de proceder-se a uma análise diacrônica comparativa sobre as posições adotadas pelo Brasil em face de desafios similares em momentos diversos de nossa história.
Estabelecida a divisão temática, vejamos com que tipo de “matéria-prima” trabalhou Cançado Trindade na monumental compilação que agora esta chegando a seu termo. O simples enunciado dos diversos tipos de fontes documentais dá uma ideia da grandiosidade do esforço empreendido pelo brilhante internacionalista: a maior parte dos textos selecionados é proveniente de material impresso oficial do Itamaraty, consistindo de relatórios anuais encaminhados à Presidência da República, pareceres jurídicos dos Consultores do Itamaraty, correspondência e expedientes de serviço (notas trocadas com outras Chancelarias, declarações de beligerância, documentos internos ostensivos, memoranda não publicados etc.), discursos e pronunciamentos do Ministro das Relações Exteriores, intervenções de delegados brasileiros em conferências especializadas ou em sessões de organizações internacionais e demais declarações oficiais do Governo brasileiro sobre temas de relações internacionais, incluindo-se declarações conjuntas de natureza bilateral. Figuram ainda, neste vasto e completo repertório, discursos pronunciados por parlamentares nos plenários do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, bem como exposições e debates realizados em suas respectivas Comissões de Relações Exteriores por ocasião do comparecimento do Chanceler brasileiro.
Imagine-se as dificuldades do trabalho engajado por Cançado Trindade: não bastasse o critério de escolha e seleção da documentação disponível – tarefa por si só angustiante para o honnête homme e quase um tormento para o scholar consciencioso, que trabalha sobre uma verdadeira mina de preciosidades documentais – deve-se levar em conta a verdadeira multiplicidade de vias para o acesso às fontes e o caráter frequentemente confidencial dos documentos compulsados. Ainda que a maior parte da documentação reunida estivesse sob forma impressa, o distanciamento em relação a nossa época a torna quase que inédita, entregue que estava, nas últimas décadas, a um outro tipo de “crítica roedora”.
Como bem disse o Embaixador Jose Sette Câmara, Cançado Trindade “conseguiu condensar uma imensa área de informação que estava dispersa e perdida na poeira dos arquivos do Itamaraty”. Mesmo que nosso reconhecimento de pesquisadores não se esgote neste aspecto específico do garimpo documental, somos todos gratos a Cançado Trindade por esse longo convívio com “traças literárias” de diversas épocas, dispensando-nos de igual frequentação. No caso deste ultimo volume, que cobre, inter alia, a gestão do Barão do Rio Branco, alguns documentos são efetivamente inéditos, pois que entre 1903 e 1911 não foi publicado o Relatório do MRE.
No que se refere à substância mesma do material selecionado, os documentos escolhidos são altamente significativos e esclarecedores da posição oficial brasileira sobre os grandes temas do Direito Internacional Público, permitindo igualmente ao historiador uma visão evolutiva da política externa brasileira em diversas questões cruciais de nosso relacionamento internacional. A título de exemplo, comparecem nos diversos volumes problemas tão diversos como um “excerto do Relatório do Itamaraty... sobre o Reconhecimento pelo Brasil do Governo Provisório da Rússia, em 9 de Abril de 1917” (1899-19l8), o “Parecer do Consultor Jurídico do MRE, Clovis Beviláqua, sobre... a Retirada do Brasil da Liga das Nações” (1919-1940), telegrama enviado por Giraud e de Gaulle a Getúlio Vargas a propósito do “Reconhecimento pelo Brasil do Comitê Francês de Libertação Nacional, em 1943” (1941-1960), ou a “Nota de Denúncia do Acordo de Assistência Militar Brasil-Estados Unidos, de 11 de março de 1977” (1961-1981).
Como se não bastasse tal riqueza documental, Cançado Trindade ainda brinda-nos, em cada um dos respectivos capítulos introdutivos aos volumes editados, com quatro excelentes análises descritivas e críticas sobre o estudo das práticas nacionais de Direito Internacional Público e o papel dos repertórios sistemáticos no processo de codificação progressiva nesse campo, que dão testemunho, por elas mesmas, da excepcional erudição, saber jurídico e aggiornamento bibliográfico do jovem Consultor Jurídico do Itamaraty.
Esses textos, que mereceriam uma eventual unificação metodológica e publicação independente, são, nominalmente, os seguintes: “Os Repertórios Nacionais do Direito Internacional e a Sistematização da Prática dos Estados” (1961-1981), “A Expansão da Prática do Direito Internacional” (1941-1960), “A Emergência da Prática do Direito Internacional” (1919-1940) e “Necessidade, Sentido e Método do Estudo da Prática dos Estados em Matéria de Direito Internacional” (1899-1918). Particularmente o primeiro e o ultimo texto introdutório justificariam uma outra resenha crítica, que não caberia contudo nos limites deste trabalho de apresentação; eles constituem, ademais, um registro atualizado e sintético da experiência de outros países em matéria de repertórios de prática diplomática, permitindo uma visão global da diversidade metodológica e conceitual ainda vigente nos registros nacionais de Direito Internacional Público.
Estes quatro volumes (editados entre julho de 1983 e agosto de 1986) serão seguidos, brevemente, de um Índice analítico, absolutamente indispensável ao pesquisador sistemático, bem como de uma 2a. edição do primeiro volume publicado, estendendo o período coberto até 1986. Fica desde já a sugestão ao Ministério das Relações Exteriores, através da Fundação Alexandre de Gusmão, para que inscreva em seu programa de trabalho a atualização periódica do Repertório iniciado pelo Professor Cançado Trindade. É também digna de reter a recomendação do Professor Alexandre Charles Kiss, autor do Repértoire francês, no sentido de que seja providenciada uma edição em francês e em inglês do Index e do sumário dos volumes editados, ao que eu acrescentaria a sugestão de uma apresentação especial da prática brasileira ao público estrangeiro por parte do Professor Cançado Trindade. Nossa prática diplomática, inclusive a que está presentemente sendo escrita por ele mesmo na Consultoria Jurídica do Itamaraty, merece, sem dúvida alguma, ser melhor conhecida no âmbito internacional. Sejamos, literalmente, internacionalistas assumidos!

PAULO ROBERTO DE ALMEIDA
Universidade de Brasília e Instituto Rio Branco.
 [29.12.1986; n° 142]

Um caixao na revolucao cultural chinesa - Wenguang Huang


Coming of Age In Mao's China
Michael Fathers
The Wall Street Journal, April 30, 2012
The Little Red Guard
By Wenguang Huang
(Riverhead, 262 pages, $25.95)


Death cannot be controlled by the party, but disposing of a body can. 
So the author's father built a coffin in secret at his mother's request.

If you are looking for a book that brings a corner of modern China alive—a book filled with humor, family squabbles and ordinary life in a large city in a one-party state—look no further than "The Little Red Guard." The focus of this delightful family memoir by Wenguang Huang, a Chinese-born writer now based in Chicago, is a simple wooden coffin that a lowly member of the Communist Party, the author's father, had secretly built for his mother in the mid-1970s, as a present for her 73rd birthday. She had been pestering her son for a coffin in preparation for her death, though she showed no sign of dying. The coffin, hidden by a tablecloth and painted with a fresh coat of black lacquer each year, became the family's unwelcome and dangerous guest.
Natural death cannot be controlled by China's Communist Party, but disposing of a body can. Burial is outlawed as a feudal, superstitious practice; cremation is considered modern and officially approved. But as Mr. Huang's grandmother keeps saying, if you end up as a jar of ash or the leftover dust from the bottom of a furnace, there is no way you can join your ancestors and loved ones on the other side in the next life.
Grandma Huang, ruling over her son, his short-tempered wife and their four children, emerges as one of the more memorable figures of modern memoir. Her parents, as we learn, were rich landowners. As was the custom, her feet were bound at the age of 6. Her husband and most of his family, also rich landowners, died when a tuberculosis epidemic swept through central China in the 1930s. Their farmland was flooded by the Yellow River, their livestock was taken by the invading Japanese and famine turned them into beggars.
Come 1949 and the communist victory, Grandma Huang and her young son were given the exalted status of "poor peasants." Their suffering, the author writes, turned out to be a blessing. Automatically they became members of the "true proletariat," and the opportunities of the new society were open to them and members of their family—a job in a factory, an education, housing, food rations, status.
The author of this memoir, the son of Grandma Huang's son, describes his father as a "poster child of the revolution." His photo was pinned on the factory notice board year after year as a model worker and later as a model Communist Party member. At one point Grandma Huang observes that, when the author's father was invited to his son's school to speak, it was a lucky thing that the family had lost its fortune before the revolution. "Otherwise," she said, "you could have been standing on the stage with a big dunce's cap to receive public denunciations."



When the violent, anti-bourgeois Cultural Revolution of the late 1960s and early 1970s arrived in Xian, the city in central China where the Huang family lived, Grandma Huang showed kindness toward its victims. She protected the children of her former landlord, a once prosperous jeweler. He was dragged away by the student Red Guards, paraded through the streets and vilified as an enemy of the people. Around this time, the title Little Red Guard was given to the author, the eldest son of the family, by his teachers because as a youngster he was a model pupil.
In public, the Huangs were a model family. In private they were constantly bickering—grandmother versus daughter-in-law, husband versus wife, younger son and daughter versus elder son and daughter. Grandma Huang's son, much to his wife's anger, set aside their puny savings for the expected costs of his mother's funeral. These included payments to distant relatives and minor officials to secretly transport her corpse in the coffin to neighboring Henan Province, where she was born. The coffin cost a small banquet of delicacies and the best rice wine for the carpenters who built it inside the Huang's two-roomed house over a weekend. Apart from Grandma, the family can't stop worrying that the illegally made coffin will undermine their revolutionary credentials, bring shame on them and lead to their downfall.
Oddly, "The Little Red Guard" is a very American book. The humor and the angst it contains are built around a dysfunctional family living in cramped accommodations in a big city. There are echoes of J.D. Salinger and his stories of the Glass family in New York. The usual run of Chinese memoirs, understandably, describe suffering, persecution and the fight to survive. The Huang family, because of its proletarian status, escaped the worst effects of Mao Zedong's policies, making their ordeals less dire though no less instructive.
When economic reform and the seductive breeze of political liberalization come to China in the 1980s, the author's cautious father tells his children that if they want to succeed they should be discreet. He urges his son, who is at Shanghai's Fudan University, not to waste his time on useless foreign books. When the son first reads Shakespeare, he thinks that the expression "to be or not to be" is taken from Confucius. His father tells him that asking for too much freedom can land you in jail. "If you are not careful the government could crush you like a bug." Not long after this warning, the student democracy movement was smashed apart at Tiananmen Square, though Mr. Huang's father did not live to see it.
In the end, it is the father who suffers as his world collapses. Toward the end of his life he was told by the Party that he was to be rewarded for devising a money-saving program at his state factory with promotion and a better wage. Instead the promotion went to the girlfriend of the local Party secretary, and the firm's bosses split his wage rise among themselves. Embittered and exhausted, he died of a heart attack in 1988, ahead of his mother. Thirteen months later Grandma Huang died. She never made it home to Henan Province, but lay in her coffin with the ashes of her son at her feet. Her funeral procession of three vans and a truck set off at 4 a.m. through Xian city to avoid the police to a burial site beside an abandoned brick factory.
Mr. Fathers is co-author of "Tiananmen: The Rape of Peking," an account of China's 1989 democracy movement.

O fardo do homem moreno (ou os custos da lideranca) - João Bosco Leal


Os custos da liderança brasileira

30 de abril de 2012 por Admin       Total caracteres: 4585Faça seu comentário »
João Bosco Leal
Pelo tamanho de seu território, número de habitantes e riquezas naturais, o Brasil é o país que possui as maiores possibilidades de manter a liderança política e econômica já conseguida entre todos os situados na América Latina. Para isso, a existência de políticas destinadas ao fortalecimento econômico e social de todos os países vizinhos ou próximos é indispensável, mas algumas concessões realizadas pelo Brasil nos últimos anos têm extrapolado todo o bom senso que seria esperado de um governante.
O contrato para a construção de Itaipú, construída na divisa Brasil-Paraguai, na época a maior hidrelétrica do mundo, dizia que a energia por ela gerada seria de propriedade dos dois países em partes iguais, mas a construção seria realizada exclusivamente com recursos brasileiros com a condição de que toda a energia não utilizada pelo Paraguai da parte que lhe coubesse seria vendida ao Brasil por um preço e período pactuado contratualmente na época. O governo Lula, porém, aceitou alterar um contrato vigente com o Paraguai e passou a pagar para aquele país o triplo do valor pela energia gerada em Itaipú, além de, como maior contribuinte do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), autorizar a construção de uma rede de transmissão de energia, com 350 quilômetros de extensão para levar energia de Itaipú a Assunção, capital daquele país.
No mesmo governo Lula o país assistiu de braços cruzados a Bolívia se apoderar de todos os investimentos da Petrobrás naquele país e ainda aceitou uma brutal elevação nos preços do gás que de lá importamos, e a imposição por aquele país de uma quantidade de gás a ser importada maior que as nossas necessidades, mas que, mesmo não utilizando, por ela pagamos. Depois, assistiu também passivamente o governo Evo Morales assinar a legalização naquele país de aproximadamente cem mil veículos roubados do Brasil, mediante o simples pagamento de uma taxa entre 2 e 3,5 mil dólares.
Por determinação de Lula, a Petrobrás firmou com a empresa PDVSA, da Venezuela, um acordo para a construção da refinaria de petróleo Abreu de Lima, em Pernambuco, fora dos grandes centros de consumo brasileiro e consequentemente não estratégica para a empresa. A refinaria já está praticamente pronta, mas até agora a empresa venezuelana não participou com nenhum centavo da parte que lhe caberia na obra da qual é sócia.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, em seu próprio nome já declara o motivo para o qual foi criado, mas no governo Lula fez com que este financiasse a construção de portos e em Cuba, linhas de metrô em Caracas na Venezuela, indústrias da Argentina, estradas na Bolívia e usinas hidrelétricas no Equador, enquanto no Brasil faltam recursos para investimentos em infraestrutura.
A sanidade animal é outro grave problema enfrentado principalmente pelos estados que fazem divisa com Paraguai, de onde por diversas vezes vieram focos de febre aftosa que contaminaram nossos rebanhos causando prejuízos de milhões de dólares aos produtores e ao país. Além dos veículos aqui roubados para serem trocados por drogas nesses países, muitas armas são constantemente apreendidas pela Polícia Federal entrando no país, provenientes principalmente da Bolívia e Paraguai.
A imprensa brasileira divulgou esta semana que o governo da Argentina, que acaba de expropriar a empresa petrolífera YPF-Repsol, da Espanha, enviou um representante ao Brasil para cobrar maiores investimentos da Petrobrás naquele país. A nossa Presidente Dilma será irresponsável a esse ponto? Afinal, apesar de o Governo Federal ser seu maior acionista, esta é uma empresa privada que como tal deveria demitir o responsável por um investimento como este ou que continuasse usando a Petrobrás para controlar a inflação como já vem fazendo, impedindo o aumento do preço dos combustíveis de acordo com o mercado internacional.
Necessitamos de países economicamente fortes como parceiros comerciais, mas não de países que se utilizam do Brasil e depois impedem a entrada de nossos produtos, como constantemente faz a Argentina.
Produzam o que necessitamos, comprem o que produzimos e cumpram os contratos realizados, são as regras mais claras e determinantes para o bom andamento de qualquer tipo de parceria comercial.

domingo, 29 de abril de 2012

Bolivarianismo echado a la mar... sin esperanza...

A morte de alguém é sempre algo triste. No caso de um líder nacional, ou até internacional, como Chávez, é dramática. E pode ter consequências imprevisíveis. É o que tenta argumentar o conhecido jornalista cubano, no exílio.
Paulo Roberto de Almeida 

Venezuela: Chavez enfermedad

La agonía de Hugo Chávez


Infolatam
Madrid, 28 abril 2012
Por CARLOS ALBERTO MONTANER
Sus médicos cubanos ya le comunicaron al presidente Hugo Chávez que muy probablemente no llegará vivo a las elecciones de octubre. No se trata de certezas, sino de una aproximación estadística. Las personas de su edad afectadas por el cáncer agresivo que padece, complicado por la metástasis generalizada que se ha desatado, suelen sobrevivir equis meses. A veces exceden el periodo o a veces no llegan. Sólo se trata de un macabro promedio.
Una de las primeras reacciones de Chávez fue llamar a un jefe de estado amigo para contárselo. A partir de ahora hará cosas cada vez más extrañas. Necesita, como cualquier persona moribunda, ánimo, compasión, palmadas cariñosas.
Una vieja amiga tanatóloga, especialista en ayudar a morir a los enfermos terminales, que ejerce su triste y necesaria profesión en un gran hospital, siempre insistía en que las gentes necesitan, por encima de todo, más que palabras de consuelo, que le aprieten la mano cuando se despiden de este mundo. Ese contacto final de piel a piel es misteriosamente reconfortante. Quita un poco el miedo que provoca asomarse a ese abismo insondable.
En efecto, las personas moribundas sufren de varios miedos diferentes. Le temen a la destrucción acelerada del cuerpo. Han vivido pendientes de él. Lo han cuidado, lavado, protegido, lo han enseñado con orgullo, y, de pronto, el deterioro, en lugar de ser paulatinamente perceptible, se presenta de sopetón como una pesadilla.
Las personas, especialmente las poderosas, además, le temen a la pérdida de autoridad sobre el propio yo. El enfermo terminal está a merced de los médicos, de los enfermeros, de los parientes. De una manera cruel, se invierten las relaciones de poder y el enfermo terminal sufre la indignidad de ser sometido por cualquiera con una bata blanca o por el familiar o amigo que le hace compañía. Vuelven a ser tratados como niños.
Y está el miedo al dolor. Ése es terrible y acarrea una consecuencia nefasta: el enfermo terminal subordina toda su existencia, la poca que le queda, a tratar de evitar esa experiencia. Se obsesiona con el dolor. Habla y piensa constantemente en eso. El resto de los temas dejan de ser importantes. Ante un dolor agudo, ¿quién piensa en el amor, en la responsabilidad o en lo que sea? ¿Qué hay más absorbente que el temor a un dolor penetrante?
Chávez advierte que tiene poco tiempo para la inmensa cantidad de asuntos que deja pendientes, pero súbitamente han cambiado sus prioridades. ¿Le importa mucho el destino de su revolución bolivariana a estas alturas de la vida o de la muerte? Tal vez no. Se sabe rodeado de bandidos dedicados al desfalco de los fondos públicos y de narcos generales que han echado las bases de un narcoestado. Con esa impresentable tropa no puede comparecer ante la posteridad. La revolución bolivariana fue un sueño trunco.
¿Le importa hoy, a las puertas de la muerte, aquel loco proyecto del socialismo del siglo XXI que nunca llegó a definir del todo, o que definió de tantas maneras que nadie tiene la menor idea de lo que está hablando? ¿Quién va a derrotar ahora al imperialismo yanqui y enterrar al capitalismo? ¿El limitado señor Nicolás Maduro? ¿El viejo pillín José Vicente Rangel? ¿Se cree alguien que Diosdado Cabello es un revolucionario idealista consagrado a la redención de la especie?
¿Puede Chávez dejarle a un albacea el encargo post mortem de que continúe ejerciendo la filantropía revolucionaria con Cuba, Nicaragua, Bolivia y otros estados pedigüeños? Chávez es pródigo como nadie con el dinero de los venezolanos. Se ha comprado la fama a punta de bolívares. Le regala plata a candidatos extranjeros, a amigos, a cualquiera que pasa por Caracas y le hace un cuento. ¿Quién va a reproducir ese comportamiento dadivoso para cultivar su gloria tras su muerte?
¿Qué es, en suma, la revolución bolivariana? Chávez lo sabe y se lo lleva a la tumba con pesar: es sólo una nueva oligarquía política que saquea al país impunemente. Nada más. Si en algo Chávez recuerda a Bolívar, es en que también ha arado en el mar. Todo ha sido inútil. Su experimento revolucionario no será estudiado en las clases de Ciencias Políticas, sino en las de Criminología. Se morirá con esa pena. Es muy triste.

Carlos Alberto Montaner nació en La Habana en 1943. Es escritor y periodista. Ha sido profesor universitario y conferenciante en varias instituciones de América Latina y Estados Unidos. Es autor de unos quince títulos, entre los que se destacan sus libros de ensayos Doscientos años de gringos, La agonía de América, Libertad, la clave de la prosperidad, No perdamos también el siglo XXI y Viaje al corazón de Cuba. Es coautor de "Manual del perfecto idiota latinoamericano" y de "Fabricantes de miseria". Como narrador, ha publicado las novelas "Trama" y "Perromundo". Ha sido traducido al inglés, el italiano, el portugués y el ruso. Semanalmente varias docenas de diarios de América Latina, España y Estados Unidos reproducen su columna periodística. Vive en Madrid desde 1970. Es vicepresidente de la Internacional Liberal.

Site www.pralmeida.org: algumas estatisticas

Sempre esqueço -- ou quase nunca busco, o que dá no mesmo -- as estatísticas do meu site: http://www.pralmeida.org.
E portanto, ele se move, como diria Galileu. Se move e de vez em quando pula, mas eu raramente fico sabendo, pois eu mesmo não entro nele. Com essa mania avassaladora de blogs -- e outros instrumentos de comunicação, que pouco uso, justamente para não "perder" tempo de leitura -- acabo deixando um pouco o site de lado, tanto porque ele é mais custoso e demorado para uploadar (ops!) do que os blogs, onde tudo está prontinho para ser disponibilizado.
E não tenho estatísticas adequadas porque nunca coloquei um medidor adequado que me enviasse os dados regularmente.
Na verdade, não estou interessado em saber quantos entraram, mas sim o que buscaram, os curiosos, os necessitados, os desesperados que chegam ao site, pelas mais diversas vias, para tentar satisfazer necessidades urgentes -- não exatamente fisiológicas suponho -- de estudo, de pesquisa, de simples consulta rápida, para poder, em consequência, ajustar meus tiros, ou seja, o tipo de material disponibilizado no site.
Para saber isso, tenho obviamente de recorrer aos dados de visitas, o que é possível de fazer, quando me lembro, no site do provedor de espaço, que é o que fiz hoje.
Dentre os muitos dados ali constantes, selecionei apenas as visitas do mês de abril, até o dia 29, e fiz um recorte de alguns dados para minha própria informação. Aqui vão eles: 



Summary 
Reported periodMonth Apr 2012
First visit01 Apr 2012 - 00:02
Last visit29 Apr 2012 - 04:24
 Unique visitorsNumber of visitsPagesHitsBandwidth
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(1.26 visits/visitor)
32032
(1.53 pages/visit)
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(3.67 hits/visit)
4.52 GB
(226.84 KB/visit)
Not viewed traffic *
 
32638390021.80 GB



Ou seja, tive mais de 16 mil visitantes, que "visitaram" 1,5 página a cada vez, dando quase 77 mil hits em algum arquivo do site.
Em outros quadros constato que tenho mais de 700 visitantes por dia, mas que a maioria deles não ficam muito tempo, alguns segundos apenas, o que deve indicar apenas os instrumentos de busca tipo Google.
As páginas e arquivos, ou assuntos, mais buscados se referem em grande parte das vezes aos guias para se fazer monografias, a termos como Brics, apostila econômica e temas afins:


como fazer uma monografia
como escrever uma monografia
caracteristicas brics


Eis as páginas ou arquivos mais acessados do meu site: 




2598
26.93 KB18521468
/05DocsPRA/1892GuiaMonografia.pdf174380.80 KB16141616
/05DocsPRA/1920BricsAduaneiras.pdf110599.39 KB989991
/05DocsPRA/1920BricsRoleEnglish.pdf67894.61 KB597589
/05DocsPRA/1257SociologiaSintese.pdf597104.95 KB507514
/05DocsPRA/1277HistorPlanejBrasil.pdf576161.86 KB506515
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/05DocsPRA/1606Dissertacao.pdf

Fico assim informado que meu site é mesmo demandado por estudantes desesperados por fazer algum trabalho escolar, ou terminar a sua monografia de fim de curso.
Vou ter de revisar os meus textos dessa área, para melhorar a apresentação e ajudar ainda um pouco mais os muito desesperados...
Mas não sei se ajudo, na verdade, ou se atrapalho, uma vez que meus requerimentos de trabalhos acadêmicos costumam ser muito altos, muito acima do que pedem alunos em sua busca superficial por um expediente rápido (geralmente mal feito) trabalho de conclusão de curso.
Bem, espero ter sido -- e continuar sendo -- útil aos frequentadores de meu site (e blog), como sempre motivados unicamente pelo espírito didático -- e essa vocação docente voluntária -- que anima todo este trabalho voluntário noite adentro.
Paulo Roberto de Almeida 

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