segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Neste dia na Historia: Declaracao Universal dos Direitos do Homem, 1948 (NYT)

On This Day: December 10

NYT Front Page
On Dec. 10, 1948, the U.N. General Assembly adopted its Universal Declaration on Human Rights.

Human Rights Declaration Adopted by U. N. Assembly



By JOHN KENTON
Special to THE NEW YORK TIMES
OTHER HEADLINES Grand Jury Here Calls Spy Witness Mundt Had Sought: Subpoenas Wisconsin Chemist House Inquiry Invited as 2 Groups Vie for Witnesses: Papers' Hiding Described: Chambers' Lawyer Testifies Documents Were in Closet in Brooklyn for 10 Years
Chambers Resigns His Magazine Post: Denies Time Forced the Action -- Mrs. Hiss Testifies -- Call to Miss Bentley Likely
Burdens of Cities Put Up to Truman: Mayors, Including O'Dwyer, Ask Federal Aid for Traffic, Housing and Schools
7 Countries Confer in Capital on Plan for Atlantic Pact: Canadian, Western European Envoys Meet With Lovett -- Long Negotiations Foreseen: Vandenberg Aims Basic: Set-Up of Combined Command Seen as Getting First Stress in Details of the Alliance
U.S. South Korea Sign ECA Aid Pact for $300,000,000: 3-Year Assistance Agreement Goes Before Seoul Assembly Today for Ratification: Agriculture Emphasized: Negotiations Making Country Eighteenth in Marshall Plan Are Hailed by Officials
China is Under Martial Law; Truman Hears Mme. Chiang: Nanking Launches Search for Red Agents, Acts to Impose Censorship: Attitude of Administration Remains Cool to Plea After Her Visit
U.N. Delays Action on Palestine Pact: Israelis Agree to Permit the Withdrawal of the Egyptian Troops in Faluja Pocket
Bomber Flies 9,400 Miles Non-Stop by Means of 3 Mid-Air Refuelings
TWU Ousts 16 Leftist Organizers; Quill Admits '47 Subway Slowdown
Paris, Dec, 10--A universal Declaration on Human Rights nearly three years in preparation, was adopted late tonight by the United Nations General Assembly. The vote was 48 to 0 with the Soviet bloc, Saudi Arabia and the Union of South Africa abstaining.
[The draft text of the Declaration of Human Rights was published in The New York Times Dec. 7.]
The declaration is the first part of a projected three-part International Bill of Rights. The United Nations now will begin drafting a convention that will be a treaty embodying in specific detail and in legally binding form the principles proclaimed in the declaration. The third part will be a protocol for implementation of the convention possibly by such measures as establishment of an International Court of Human Rights and an International Committee of Conciliation.
The Assembly accorded an ovation to Mrs. Franklin D. Roosevelt when Dr. Herbert V. Evatt, the Assembly's president, after declaring the declaration adopted, paid tribute to the first chairman of the Human Rights Commission for her tireless efforts in the long process of drafting the document.
"She has raised a great name to an even greater honor," Dr. Evatt said of the United States delegate.
Dr. Evatt also singled out for praise Dr. Charles Malik of Lebanon, first rapporteur of the Human Rights Commission and chairman of this Assembly's Social, Humanitarian and Cultural Committee that spent nearly three months in word-by-word redrafting of the text.
Before the vote Deputy Foreign Minister Andrei Y. Vishinsky of Russia made a final effort to avert adoption of the declaration. He said that the document seemed to support the view that the conception of sovereignty of governments was outdated. He declared that only within the framework of government did human rights have a meaning.
Mr. Vishinsky urged adoption of a Soviet resolution submitted yesterday calling the declaration "unsatisfactory and requiring considerable amendment" and proposing to defer further consideration until the fourth Assembly next fall. Failing to get postponement, he asked the Assembly at least to accept a series of Soviet amendments to the text that would improve the declaration from the Russian viewpoint.
The Russian postponement resolution was rejected, 45 to 6, with 3 abstentions. Four Soviet amendments proposing new texts for the four articles to which the Russian bloc objected most strenuously were defeated by almost as decisive a margin.
The only amendment accepted was a British proposal to reword the declaration's colonial clause.
Article three of the declaration as completed by the Social Committee read: "The rights set forth in this declaration apply equally to all inhabitants of trust and non-self- governing territories." This was deleted and in its place substituted a second paragraph of Article 2, reading:
"Furthermore no distinction shall be made on the basis of political, jurisdictional or international status of the country or the territory to which a person belongs whether it be an independent, trust or non-self-governing territory or under any other limitation of sovereignty."
The Assembly then reached the stage of voting on the draft declaration itself and Dr. Julius Katz-Suchy of Poland asked for a vote article by article. Most articles simply were approved in silence when Dr. Evatt called for objections and the rest by a show of hands.
The final vote on the entire text was taken at four minutes before midnight.
"History will regard this proclamation as one of the outstanding achievements of the United Nations since its establishment," Dr. Evatt told the Assembly." During the past year there has been much unfair criticism of activities of the United Nations and in some quarters pessimism has been expressed as to its usefulness.
"This pessimism flows for the main part from difficulties which the United Nations has experienced in the political field. The Declaration on Human Rights is the result of two and a half years of unspectacular but important work in the social, humanitarian and cultural fields.
"This is the first occasion on which the organized international community of nations has made a Declaration on Human Rights and fundamental freedoms. It therefore has all the authority of a collective body of opinion of the United Nations as a whole. It is to this document that millions of men and women in countries far distant from Paris or New York will turn for hope and guidance and inspiration."

Voce quer saber o que o governo faz com todos os impostos que voce paga?

Bem, uma parte fica com o próprio governo, ou seja, com os seus funcionários, com os eleitos do povo e com os "representantes do povo", que parecem nunca se cansarem de arrecadar cada vez mais para prestar cada vez menos serviços de qualidade, se é que existe qualidade em qualquer serviço público. Se você quiser saber quanto, exatamente, vai ser difícil determinar, tantos são os meandros dos orçamentos públicos, e as destinações aparentemente "sociais" desses gastos governamentais. Na impossibilidade de saber, arrisque uma hipótese: os gastos próprios do governo, isto é, com o próprio governo, é o dobro, ou o triplo, do que lhe disserem que é, e o governo sempre gasta muito mais para não fazer absolutamente nada, a não ser entreter o próprio governo.
A outra parte está evidenciada na matéria abaixo, ou seja, transferência de recursos do Tesouro para, supostamente, "estimular a atividade econômica". Não acredite nisso: o que o governo acaba fazendo, justamente, é dar dinheiro aos amigos do rei, aos cortesãos, aos frequentadores dos salões refinados da burocracia governamental, àqueles que os americanos designam por "special interests". 
Esse suposto estímulo à atividade econômica representa, na verdade , um desvio do dinheiro público, pois empresários deixados livres saberiam muito melhor do que o governo o que fazer com a poupança coletiva, arriscando o seu pescoço para ter sucesso no mercado, e assim ficarem ricos (e com isso pagar trabalhadores empregados, acionistas, investidores de mercado, etc.).
O que o governo faz com a poupança recolhida dos cidadãos, compulsoriamente, é simplesmente um roubo, pois ele tira recursos que poderiam estar sendo melhor empregados pelos próprios cidadãos, no consumo, ou pelos empresários, no investimento privado. Em lugar disso, o governo tira o dinheiro do bolso dos cidadãos e do caixa das empresas e o entrega a um pequeno número de apaniguados e protegidos. Isso é um roubo, talvez legitimado pela promessa de mais crescimento, mais emprego, mais renda.
Uma mentira!
Como acaba de provar o exemplo brasileiro de crescimento pífio, medíocre, indigno do esforço dos trabalhadores e empresários, o dinheiro arrecadado compulsoriamente pelo governo -- e todo ano temos crescimento da carga tributária, independemente de expansão ou recessão -- acaba sendo mal empregado, e não serve aos propósitos alegados.
A razão do baixo crescimento é simples: excesso de carga tributária e excesso de intervencionismo governamental. O governo continua um criminoso reincidente nos excessos...
Quando os cidadãos brasileiros vão dar um basta nesse ciclo vicioso? Quando os empresários vão liderar uma fronda contra a exação tributária do Estado?
Não sei, mas já é mais do que tempo...
Paulo Roberto de Almeida
Addendum: Recomendo a todos a leitura da entrevista nas Páginas Amarelas da Veja desta semana (edição 2.299, de 12/12/2012), com o economista canadense Kevin Kaiser, professor do Insead, de Paris. Apenas uma frase dele: "A causa da recessão está na má gestão de políticos chineses, americanos e europeus". Eu acrescentaria: e brasileiros...

Tesouro usou R$ 390 bi em 6 anos para estimular concorrência entre bancos

Estratégia do governo de estimular a atividade econômica via recursos do Tesouro ampliou participação de BNDES, BB e Caixa 

09 de dezembro de 2012 | 22h 30
Leandro Modé, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O Tesouro Nacional injetou R$ 390,1 bilhões nos três bancos controlados pelo governo federal - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal - entre o fim de 2006 e outubro deste ano. No período, a participação das instituições financeiras públicas no crédito total da economia saltou de 36,8% para 46,6%.
A forte expansão é resultado da estratégia do governo de estimular a atividade econômica e aumentar a concorrência no setor financeiro. Quarta-feira, o governo deu mostras de que a estratégia permanecerá ativa. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a liberação de R$ 100 bilhões para o BNDES no ano que vem. Desse valor, cerca de R$ 45 bilhões poderão ter como fonte o Tesouro Nacional.
Para muitos analistas, porém, o modelo adotado pelo governo traz pelo menos dois riscos. O primeiro é financeiro: um crescimento muito acelerado do crédito pode implicar pesadas perdas no futuro caso haja alguma mudança abrupta no cenário econômico brasileiro e/ou global. Foi o que deu origem à crise financeira internacional que estourou em 2008.
"Se hoje, com a economia relativamente em boa situação, os índices de inadimplência estão elevados, o que pode acontecer se houver uma reviravolta?", indaga o analista de instituições financeiras da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu. Ele pondera que, atualmente, "o crédito está andando na frente da economia, quando o ideal é que os dois caminhem juntos".
O analista refere-se à velocidade de expansão dos empréstimos e do Produto Interno Bruto (PIB). Nos 12 meses terminados em outubro, o crédito total no País cresceu 16,6%, enquanto o PIB deve avançar cerca de 1% no ano.
Na Caixa Econômica Federal, o ritmo tem sido muito mais expressivo: 45%. Em geral, os grandes bancos privados de varejo consideram saudável um crescimento do crédito duas vezes superior ao do PIB, já descontada a inflação.
Dívida do governo
O segundo risco apontado pelos especialistas na estratégia do governo é fiscal: a dívida pública bruta é pressionada pelos desembolsos do Tesouro Nacional aos bancos, embora a dívida líquida (que desconta os ativos do governo federal) permaneça em trajetória de queda.
"Se essa política for mantida indefinidamente, poderá levar o Brasil a ter problemas de solvência no futuro", afirmou o economia Felipe Salto, especialista em finanças públicas e analista da Tendências Consultoria Integrada.
Salto, que levantou os números para o Estado, observa que a dívida bruta brasileira deve encerrar 2012 próxima de 64% do PIB, segundo os critérios do Fundo Monetário Internacional (FMI). Na média, os países emergentes estão com endividamento na casa dos 35% do PIB. Os avançados, que enfrentam grave crise de confiança justamente por causa das dívidas elevadas, estão com 111% do PIB.
Para o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, esses dados mostram que a dívida bruta brasileira, hoje, não é alta nem baixa. "A questão é que a prudência recomenda que um governo mantenha o endividamento em níveis baixos para ter espaço fiscal caso tenha de enfrentar uma crise inesperada, como a de 2008", afirmou.
Se a folga fiscal não é tão grande, o socorro de um governo para evitar (ou amenizar) uma recessão pode se transformar em uma crise ainda maior. É o que ocorreu nos Estados Unidos, que tinham um nível de endividamento relativamente confortável antes da quebradeira de bancos.
As medidas de George W. Bush e Barack Obama para evitar uma depressão como a dos anos 30 elevaram a dívida e, por tabela, o risco fiscal. A situação americana só não é mais delicada porque o país emite o dólar, ainda a moeda mais confiável do mundo.
Por tudo isso, o sócio da MCM Consultores e ex-diretor do Banco Central (BC), José Julio Senna, avalia que o governo tem de trocar de estratégia. "O problema do Brasil, hoje, é estimular a oferta da economia, e não a demanda, seja por meio de mais crédito público ou outros instrumentos", argumenta.
Ele pondera que, na fase mais aguda da crise, a resposta do governo fez sentido. "Foi aceitável, naquela ocasião, o aumento do crédito público. Mas hoje vivemos a fase crônica da crise, que precisa de outro tipo de remédio."
Senna afirma ainda que não vê riscos de solvência no Brasil de hoje, porque vários outros países têm situação fiscal pior. "Minha preocupação maior é com o uso dos recursos públicos, que deveriam ser direcionados para questões mais prementes do dia a dia dos brasileiros, como saúde, educação e segurança."
Ele acrescenta, ainda, que empréstimos concedidos por instituições financeiras privadas tendem a ser mais bem aplicados (e, portanto, mais eficientes) porque não costuma haver interferência política na decisão.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Triste Fim de Policarpo Dirceu (vulgo Ze' Caroco...)

A caminho da prisão, Dirceu não consegue mobilizar nem os petistasJean-Philip Struck, na VEJA.com, 9/12/2012

Condenado a mais de dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha e corrupção ativa, o ex-ministro José Dirceu já conhece seu destino – e não se conforma. Antes de começar a cumprir sua pena, que deve ser iniciada em regime fechado, o petista tenta há semanas organizar eventos com militantes do partido em sua defesa. Mas o que Dirceu não esperava era que seu prestígio estivesse tão baixo dentro da legenda onde construiu sua trajetória política e onde alcançou posto de líder influente. Os três primeiros atos organizados até agora foram esvaziados e não produziram nenhum barulho.

O golpe de misericórdia veio na reunião do Diretório Nacional do PT na última sexta-feira, em Brasília. Representando Dirceu, Serge Goulart, da tendência radical O Trabalho, apresentou uma moção sugerindo que o partido fosse às ruas para promover atos contra o STF e que não reconhecesse o julgamento do mensalão, segundo informou o jornal O Globo. Porém, a proposta nem chegou a ser votada. A direção do PT não ousou dar início a um confronto com o órgão que encabeça um dos poderes da República – e também não quis submeter os mensaleiros a mais uma derrota pública. Após o encontro, o partido divulgou uma nota, mas nenhuma linha fazia referência ao mensalão.

Os apoiadores de Dirceu tentaram reunir militantes em atos em São Paulo, Osasco (SP) e Curitiba. Na próxima semana, deverão ser feitas novas tentativas em Guarulhos (SP) e Porto Alegre (a menos que a decisão do diretório nacional enterre de vez os planos de Dirceu).

Em Osasco, o anfitrião do encontro realizado em uma escola foi outro condenado no mensalão, o deputado João Paulo Cunha. Ao grupo, também juntou-se o ex-presidente do PT José Genoino. Na plateia, entretanto, os políticos mais ilustres eram vereadores e prefeitos de pequenos municípios paulistas, como Bofete e Jaboticabal, além de representantes de partidos nanicos como o PSDC e PTN. O presidente do PT, Rui Falcão, e os deputados Jilmar Tatto (PT-SP), líder do PT na Câmara, e Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo, que haviam sido inicialmente anunciados como participantes do evento, não foram. Ao explicar as ausências, os organizadores culparam o “trânsito de São Paulo”.

O ex-chefe do PT e ex-homem forte do governo Lula, acostumado a agendas requisitadas e à tribuna da Câmara dos Deputados, teve dificuldade para reunir 150 pessoas em Curitiba, a maioria estudantes no último dia 3. O organizador foi o deputado federal Zeca Dirceu (PT), seu filho.  No Paraná, o partido conta com quadros nacionais, como o casal de ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e o deputado federal Dr. Rosinha. Mas apenas o secretário nacional de comunicação do PT, o paranaense André Vargas, compareceu.

Em São Paulo, um novo encontro reuniu Dirceu e Genoino na sede do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, no dia 24. A única cara conhecida na plateia era o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), e o encontro foi preenchido por militantes do Fórum do Diálogo Petista, criado por filiados de correntes consideradas radicais do PT. No discurso, Dirceu repetiu a ladainha de que sua condenação foi um golpe da elite e da imprensa, falou em “martírio” e chegou a afirmar que só não foi “fuzilado porque num Estado democrático de Direito não há pena de morte”.

Suplicy afirma que participou do encontro esvaziado para ouvir Dirceu. “Eu conheço os três (Dirceu, Genoino e João Paulo Cunha) há 32 anos. Fui lá para ouvir, refletir. Fui para isso. Acho que é uma questão dolorosa. Sobre ausências eu prefiro só responder por mim. Cada um é cada um”, disse Suplicy.

São essas correntes petistas que têm pressionado o partido para que a direção nacional seja mais enérgica ao defender os réus. Dirigente da tendência O Trabalho, Markus Sokol disse em novembro que existe “insatisfação na base do partido” com a forma com que o partido tem lidado com o resultado do julgamento –  tímida, na sua opinião. “Se ficar sem resposta, outras organizações que incomodam a elite dominante não poderão se sentir garantidas”, disse o dirigente.

“Falta solidariedade no nosso partido. É na hora ruim que se conhece o companheiro. Eles [Dirceu, Genoino e Cunha] merecem mais do nosso carinho”, afirmou em Osasco o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), um dos petista que saiu em defesa do ex-ministro publicamente. A desculpa de petistas para não comparecer tem sido de que os atos não são eventos oficiais do partido e não contam com a chancela dos diretórios locais.

O PT  fará de tudo para minimizar os danos do julgamento do mensalão. Tentará reescrever a história, afirmando que não se valeu de métodos criminosos para assegurar o poder. Mas, no momento ao menos, não existe apoio irrestrito aos condenados pelo STF. Se isso representará a derrocada definitiva de José Dirceu, uma das figuras mais poderosas do PT – e também do país, no início da década passada – é uma história a se acompanhar de perto.

Terrorismo: o mapa mundial do IEP

Daily chart

Fear and loathing

Dec 4th 2012, 15:30 by Economist.com
Terrorist attacks mapped around the world
OF THE 158 countries the Institute for Economics and Peace (IEP) cover in their inaugural global terrorismindex, only 31 have had no attacks in the ten years to 2011. Yet although attacks are distributed widely around the world, the majority are concentrated in just a handful of countries. Iraq ranks first based on a five-year weighted average of the number of incidents, deaths, injuries and estimated property damage. It has suffered from the most attacks, including 11 of the world's worst 20. Indeed, Iraqis comprised one third of deaths from terrorism between 2002 and 2011. But while the number of incidents there have climbed since 2007, deaths have actually declined. Other terrorist hotspots include Pakistan, Afghanistan and India. The worst attack over the period was in Nepal, where 518 people died and 216 were injured. If there is any small cause for comfort, it is that terrorist incidents have plateaued since their peak in 2008.

Tirania maoista: o maior desastre da historia

De fato, nunca antes, na história humana registrada, alguém, uma guerra, ou qualquer outro acidente ou catástrofe natural, tinha conseguido eliminar tanta gente, em doses tão concentradas, em tão alta proporção, nos quatro anos em que durou, quanto o "Grande Salto Para a Frente" do tirano Mao Tse-tung. Ele conseguiu superar Stalin, a Primeira e a Segunda Guerra mundiais, matando 450 vezes nais gente do que as bombas de Hiroshima e Nagasaki.
Este é o tirano ainda cultuado pelo Partido Comunista Chinês, pelos seus companheiros do Brasil, assim como ele era o "queridinho" do maior idiota que o Brasil já teve, o arquiteto stalinista que acaba de morrer.
Bem, só sobraram quatro ou cinco stalinistas no mundo, e pelo menos um deles ainda está no Brasil, embora condenado a poucos meses de prisão...

Unnatural Disaster

Tombstone: The Great Chinese Famine, 1958-1962,’ by Yang Jisheng


Keystone via Getty Images
A rice field in what is now Guangdong Province, 1958.



In the summer of 1962, China’s president, Liu Shaoqi, warned Mao Zedong that “history will record the role you and I played in the starvation of so many people, and the cannibalism will also be memorialized!” Liu had visited Hunan, his home province as well as Mao’s, where almost a million people died of hunger. Some of the survivors had eaten dead bodies or had killed and eaten their comrades. In “Tombstone,” an eye-­opening study of the worst famine in history, Yang Jisheng concludes that 36 million Chinese starved to death in the years between 1958 and 1962, while 40 million others failed to be born, which means that “China’s total population loss during the Great Famine then comes to 76 million.”

TOMBSTONE

The Great Chinese Famine, 1958-1962
By Yang Jisheng
Translated by Stacy Mosher and Guo Jian
629 pp. Farrar, Straus & Giroux. $35.

Related

There are good earlier studies of the famine and one excellent recent one, “Mao’s Great Famine” by Frank Dikötter, but Yang’s is significant because he lives in China and is boldly unsparing. Mao’s rule, he writes, “became a secular theocracy. . . . Divergence from Mao’s views was heresy. . . . Dread and falsehood were thus both the result and the lifeblood of totalitarianism.” This political system, he argues, “caused the degeneration of the national character of the Chinese people.”
Yang, who was born in 1940, is a well-known veteran journalist and a Communist Party member. Before I quote the following sentence, remember that a huge portrait of Chairman Mao still hangs over the main gate into Beijing’s Forbidden City and can be seen from every corner of Tiananmen Square, where his embalmed body lies in an elaborate mausoleum. Despite this continued public veneration, Yang looks squarely at the real chairman: “In power, Mao became immersed in China’s traditional monarchal culture and Lenin and Stalin’s ‘dictatorship of the proletariat.’ . . . When Mao was provided with a list of slogans for his approval, he personally added one: ‘Long Live Chairman Mao.’ ” Two years ago, in an interview with the journalist Ian Johnson, Yang remarked that he views the famine “as part of the totalitarian system that China had at the time. The chief culprit was Mao.”
From the early 1990s, Yang writes, he began combing normally closed official archives containing confidential reports of the ravages of the famine, and reading accounts of the official killing of protesters. He found references to cannibalism and interviewed men and women who survived by eating human flesh.
Chinese statistics are always overwhelming, so Yang helps us to conceptualize what 36 million deaths actually means. It is, he writes, “450 times the number of people killed by the atomic bomb dropped on Nagasaki” and “greater than the number of people killed in World War I.” It also, he insists, “outstripped the ravages of World War II.” While 40 to 50 million died in that war, it stretched over seven or eight years, while most deaths in the great Chinese famine, he notes, were “concentrated in a six-month period.” The famine occurred neither during a war nor in a period of natural calamity. When mentioned in China, which is rarely, bad weather or Russian treachery are usually blamed for this disaster, and both are knowledgeably dismissed by Yang.
The most staggering and detailed chapter in Yang’s narrative relates what happened in Xinyang Prefecture, in Henan Province. A lush region, it was “the economic engine of the province,” with a population in 1958 of 8.5 million. Mao’s policies had driven the peasants from their individual small holdings; working communally, they were now forced to yield almost everything to the state, either to feed the cities or — crazily — to increase exports. The peasants were allotted enough grain for just a few months. In Xinyang alone, Yang calculates, over a million people died.
Mao had pronounced that the family, in the new order of collective farming and eating, was no longer necessary. Liu Shaoqi, reliably sycophantic, agreed: “The family is a historically produced phenomenon and will be eliminated.” Grain production plummeted, the communal kitchens collapsed. As yields dived, Zhou Enlai and other leaders, “the falcons and hounds of evil,” as Yang describes them, assured Mao that agricultural production had in fact soared. Mao himself proclaimed that under the new dispensation yields could be exponentially higher. “Tell the peasants to resume eating chaff and herbs for half the year,” he said, “and after some hardship for one or two or three years things will turn around.”
A journalist reporting on Xinyang at the time saw the desperation of ordinary people. Years later, he told Yang that he had witnessed a Party secretary — during the famine, cadres were well fed — treating his guests to a local delicacy. But he knew what happened to people who recorded the truth, so he said nothing: “How could I dare to write an internal reference report?” Indeed. Liu Shaoqi confronted Mao, who remembered all slights, and during the Cultural Revolution he was accused of being a traitor and an enemy agent. Expelled from the Party, he died alone, uncared for, anonymous.
Of course, “Tombstone” has been banned in China, but in 2008 it was published in Hong Kong in two mighty volumes. Pirated texts and Internet summaries soon slipped over the border. This English version, although substantial, is roughly half the size of the original. Its eloquent translators, Stacy Mosher and Guo Jian, say their aim, like the author’s, is to “present the tragedy in all its horror” and to render Yang’s searching analysis in a manner that is both accessible to general readers and informative for specialists. There is much in this readable “Tombstone” I needed to know.
Yang writes that one reason for the book’s title is to establish a memorial for the uncle who raised him like a son and starved to death in 1959. At the time a devout believer in the Party and ignorant of the extent of what was going on in the country at large, Yang felt that everything, no matter how difficult, was part of China’s battle for a new socialist order. Discovering official secrets during his work as a young journalist, he began to lose his faith. His real “awakening,” however, came after the 1989 Tiananmen massacre: “The blood of those young students cleansed my brain of all the lies I had accepted over the previous decades.” This is brave talk. Words and phrases associated with “Tiananmen” remain blocked on China’s Internet.
Nowadays, Yang asserts, “rulers and ordinary citizens alike know in their hearts that the totalitarian system has reached its end.” He hopes “Tombstone” will help banish the “historical amnesia imposed by those in power” and spur his countrymen to “renounce man-made calamity, darkness and evil.” While guardedly hopeful about the rise of democracy, Yang is ultimately a realist. Despite China’s economic and social transformation, this courageous man concludes, “the political system remains unchanged.” “Tombstone” doesn’t directly challenge China’s current regime, nor is its author part of an organized movement. And so, unlike the Nobel Peace Prize winner Liu Xiaobo, Yang Jisheng is not serving a long prison sentence. But he has driven a stake through the hearts of Mao Zedong and the party he helped found.
Jonathan Mirsky is a journalist and historian specializing in China.

A version of this review appeared in print on December 9, 2012, on page BR22 of the Sunday Book Review with the headline: Unnatural Disaster.

As capas da RBPI, postadas por Antonio Carlos Lessa

Vejam aqui (19 fotos postadas pelo Editor Antonio Carlos Lessa):
 
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Refugiados do nazismo no Brasil - Fabio Koifman

Meus Fantasmas Colaboradores
POR FÁBIO KOIFMAN
Historiador Fabio Koifman - professor de história da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) - fala sobre sua pesquisa a respeito dos perseguidos do nazismo que imigraram para o Brasil e as coincidências que encontrou longo de suas investigações.
Entre 1997 e 2000 investiguei a história do diplomata Luiz Martins de Souza Dantas (1876-1954), em especial, o empenho dele em ajudar os perseguidos do nazismo quando serviu em Vichy, como embaixador do Brasil na França ocupada.
Uma vez levantadas nos arquivos públicos todas as informações relativas à biografia do diplomata, faltava o essencial: uma lista das pessoas que haviam sido salvas. Gente que corria perigo sob o regime nazista, como judeus, comunistas, homossexuais... Quais seriam os seus nomes? Como atribuir ajuda humanitária sem indicar a quem essa ajuda se destinou?
Carteira de identificação de Adele Ots, a sra. Kowarzki, que recebeu visto do embaixador Souza Dantas
O jeito foi estudar todas as listas de passageiros dos navios vindos dos portos europeus no período de junho de 1940 a fevereiro de 1942. A partir dessa fonte, elaborei uma lista com milhares de nomes e passei a pesquisar um por um de modo a identificar o responsável pela concessão do visto para o Brasil.
A lista de portadores de vistos emitidos irregularmente pelo embaixador chegou a 500 nomes. A partir daí busquei localizar os que ainda estavam vivos e entrevistá-los. Meu intuito era instrumentalizar o processo que acabou sendo formado no Museu do Holocausto em Jerusalém com depoimentos dos beneficiados visando o reconhecimento do diplomata como um dos "Justos entre as Nações".
Esses depoimentos, somados a algumas centenas de documentos que remeti junto com o livro que escrevi ("Quixote nas Trevas", Record), contribuíram para que Souza Dantas fosse reconhecido nessa categoria junto àquela instituição em 2003.
Além do suor e da metodologia, outro fator contribuiu para a pesquisa: a ação do que eu chamava de "fantasmas". Para amigos céticos, eram "coincidências". Com a sucessão das "coincidências", passei a brincar dizendo que os fantasmas estavam me ajudando.
Considerando o complexo montar de quebra-cabeças que a pesquisa se constituiu, a localização de pessoas, dados e documentos em um universo tão amplo de possibilidades muitas vezes parecia ação do sobrenatural. Até que um dia descobri a provável identidade dos meus fantasmas.
Homônimos se constituíram em uma das maiores dificuldades para a identificação dos estrangeiros salvos pelo embaixador. Um exemplo foi o nome Lazar Kowarzki. Entre a Primeira e a Segunda Guerra, quatro estrangeiros entraram no Brasil com esse mesmo nome.
Na esperança de entrevistar o próprio ou os filhos, telefonei para duas cidades brasileiras. Nada. Descobri uma viúva brasileira de um dos Lazar Kowarzki vivendo em Miami. Ao telefone, informou também que se tratava de homônimo. Restou um quarto e último, cuja documentação, naquele momento, o Arquivo Nacional não estava disponibilizando.
Ainda assim solicitei o processo que, por milagre, "desceu". Na época, eu vivia em um antigo prédio no Flamengo construído no início dos anos 1940, em um apartamento no qual meus avós viveram por mais de 30 anos.
O prédio possui 68 unidades e a minha era a de número 403. Conferindo os dados do processo de Lazar Kowarzki confirmei o visto concedido pelo embaixador e fui surpreendido pelo fato de Lazar ter chegado ao Brasil acompanhado da esposa e dos pais idosos.
Os quatro vieram com vistos irregulares emitidos por Souza Dantas. Fui verificar o endereço residencial que constava no processo. Para minha surpresa, o endereço era exatamente o meu, com uma diferença apenas: viviam no apartamento 503, a unidade exatamente acima da minha.
Em 1998, localizei a filha do casal Kowarzki e por ela soube que todos já haviam falecido. Ao telefone, disse que eu então habitava o 403. Alguns segundos de silêncio se seguiram. A senhora então disse um pouco assustada: "mas ali vivia dona Rebecca". Esclareci que essa era exatamente a minha avó.
Os Kowarzki viveram dos anos 1940 até os anos 1960 ali e depois se mudaram. A filha passara a infância no prédio.
Anos depois, fui morar em outro apartamento no mesmo bairro. Lendo a escritura, descobri o nome dos primeiros proprietários do imóvel: Zalamans e Frieda Snejers. Ambos já falecidos e antigos portadores de vistos do Souza Dantas.
Deixei os meus quatro fantasmas no antigo apartamento e encontrei outros dois novos para companhia.
Outras tantas "coincidências" ocorreram e seguem ocorrendo. Sorte deste rato de arquivo que enfrenta muitos quilômetros lineares de papel para tentar contribuir com a compreensão de outros tempos neste país. Para tal empreitada, não dispensa a ajuda sempre bem-vinda dos seus fantasmas colaboradores.
O texto foi gentilmente cedido ao Café História pela Folha de S.Paulo e pelo autor, Fabio Koifman.

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