domingo, 8 de fevereiro de 2015

Petrolao e outros causos: multiplique sempre por 15 os valores - O Antagonista

Eu realmente achava que não podia ser só essa merreca de US$200 milhões, quando os contratos eram bem maiores, e com tantas outras possibilidades abertas ao engenho e arte da associação mafiosa que responde pelo nome de PT. Ai tem um critério. Multiplicar por 15. Na verdade, já superamos essa questão secundária de saber quanto exatamente. O fato singular e simplérrimo é apenas este: o PT é uma entidade criminosa da pior espécie. Ponto. 
Paulo Roberto de Almeida 

Multiplique por quinze

Entre 2003 e 2013, o PT roubou 455,1 milhões de reais da Petrobras, segundo a planilha que Pedro Barusco entregou aos procuradores da Lava Jato. 

A Folha de S. Paulo fez as contas e calculou que, pelo câmbio de hoje, isso equivale a 164 milhões de dólares. Mas o número é muito maior. Na verdade, é superior aos 200 milhões de dólares citados pelo próprio Pedro Barusco. 

A planilha indica, por exemplo, que o ano em que o PT mais roubou foi 2010, quando houve a campanha eleitoral de Dilma Rousseff. Foram 120 milhões de reais, que correspondem a 44 milhões de dólares. Só que 120 milhões de reais, em 2010, valiam 68 milhões de dólares - 24 milhões de dólares do que atualmente.

Outro fator tem de ser permanentemente lembrado: os 455,1 milhões de reais roubados pelo PT referem-se apenas à área de Renato Duque e Pedro Barusco. Mas nós já sabemos que o esquema funcionou em outras áreas. E em outras estatais.

Nosso conselho é o seguinte: ao avaliar os números do PT, multiplique sempre por quinze. O resultado ficará mais próximo da realidade.

Quanto foi para o PT?

Grecia: como o Syriza vai perder - Jose Carlos Diez (El Pais)

‘El Dilema’ de Syriza

Como era previsible, la torpe estrategia de Syriza, solo al alcance de un adolescente político como Tsipras, complicaría la crisis griega. Recomiendo el libro El Dilema del expresidente Zapatero, donde explica, desde la experiencia propia, la dinámica del rescate griego en 2010 y cómo funciona Europa. Es una pena que Alexis Tsipras y Pablo Iglesias no lo hayan leído. La tesis de Alemania es que si ellos reducen la exigencia de los rescates, los países no harán las medidas necesarias para salir de la crisis.

Lamentablemente, Syriza y Podemos son un buen ejemplo de esa tesis. La tibia respuesta de Hollande y Renzi esta semana con Tsipras refuerza a Alemania. Por tanto, preparémonos para una nueva exhibición de Merkel la próxima semana en la cumbre europea. Sin duda, una pésima noticia para los que desde hace cinco años luchamos para cambiar la política económica impuesta por Alemania.

Syriza se niega a asumir la condicionalidad del rescate y el BCE se ha visto obligado a cortar el acceso a la liquidez de los bancos griegos. Tanto el Estado como los bancos son bono basura y su acceso solo es posible bajo rescate y aval del fondo europeo. En enero se filtró que Grecia sufrió una fuga de capitales del 15% de su PIB y una fuga de depósitos del 8%. Sin acceso al BCE los bancos no podrán atender la fuga de depósitos. El Gobierno tampoco podrá atender sus vencimientos de deuda y el pago de intereses y el país volverá a entrar en impago tres años después del anterior. Los ingresos fiscales caerán y tendrá que incumplir sus promesas y aplicar recortes. Argentina, no pidió rescate al FMI y no anunció un ajuste fiscal. El tipo de cambio se depreció un 75% y el PIB se desplomó un 11%. Hubo corralito, 14 monedas en circulación y 20% de la población vivía del trueque ante la incapacidad para tener dinero para comprar alimentos, medicinas y productos de primera necesidad. Y lo más grave, la tasa de pobreza se dobló hasta máximos históricos del 55% de la población en 2002.

¿Qué se puede hacer? Los españoles podemos enseñarles a los griegos un plan alternativo. Cuando Felipe González llegó al poder en 1982 lo hizo en medio de una depresión, con elevada tasa de paro, una grave crisis bancaria y fuga de capitales. El nuevo Gobierno presentó un duro plan de estabilización y de reformas que modernizaron España sobre la base de la educación y el capital humano. Desde entonces nuestras exportaciones se han multiplicado por nueve, mientras, en Grecia solo por dos.

Tsipras debe rectificar. Dijo que pactaba con un partido ultraconservador y antieuropeo por compartir la quita de deuda y el fin de la austeridad. Debe romper el pacto y negociar con Potami o el Pasok. Debe presentar un plan de reformas creíbles y explicar a los griegos que su programa era el del País de Nunca Jamás. Si lo hace, los socios europeos deberían permitirle aprobar medidas razonables de atención humanitaria a los griegos en pobreza severa.

El plan debe asumir tres nuevas realidades que no existían en 1982: el Muro de Berlín cayó, y hay Globalización y Revolución Tecnológica. Nuestra querida España también necesita un nuevo plan que genere ilusión a los jóvenes y desempleados de larga duración que han caído en la desesperanza.

Ánimo, no solo podemos, sabemos y debemos hacerlo.

Itamaraty: dando calote no exterior? Que vergonha! - Alexandre Vidal Porto (FSP)

Igual, pero no mucho
Alexandre Vidal Porto
Folha de S. Paulo, 07/02/2015

Na Esplanada, em Brasília, todos os Ministérios ocupam edifícios idênticos. O que muda são os nomes nas fachadas. Apenas dois Ministérios têm edifícios distintos: o da Justiça e o das Relações Exteriores.
A distinção feita pelo arquiteto não é aleatória: traduz uma singularidade real.
O Ministério da Justiça foi o primeiro a ser criado e, na República, é o que tem a precedência mais alta depois da Casa Civil.
No caso do Ministério das Relações Exteriores, a peculiaridade é que sua atuação transcende as fronteiras nacionais e se realiza, ao mesmo tempo, em 150 países. Para efeitos de comparação, o McDonald's mantém operações em 118.
Essa atuação global do Itamaraty engendra outras singularidades de ordem política e administrativa, que devem ser levadas em conta pelo governo.
Do ponto de vista administrativo, a principal peculiaridade é que seu orçamento é previsto em reais, mas executado em dólares. Cerca de 90% das despesas são empenhadas no exterior.
Isso faz com que, em tempos de crise, o Itamaraty fique duplamente vulnerável: pelas restrições orçamentárias do governo e pelo impacto da desvalorização do real.
Do ponto de vista político, a peculiaridade é que o trabalho do Ministério das Relações Exteriores tem impacto direto junto a autoridades e opinião pública de uma centena e meia de países. É o único órgão do Estado brasileiro com esse tipo de alcance e exposição.
Esse é um capital que, bem gerenciado, produz imensos benefícios –sociais, políticos, econômicos, culturais– ao desenvolvimento do país. Mal administrado, tem o mesmo potencial, só que negativo.
Um país pode conferir à sua política externa o ritmo que quiser, mas deve sempre preservar suas instituições no exterior. Embaixador parece pessoa física, mas não é. O que ele e sua equipe fazem –de bem ou mal– é creditado ao Brasil.
Não tem problema um país ser pobre ou estar em crise, mas tem de ser honrado.
O mínimo que se espera de uma Embaixada estrangeira é que pague suas contas.
Ninguém recebe diplomatas para que deem calote em seus cidadãos. Você gosta quando alguém lhe deve e não paga? Pois é, nem eles.
"Quem está em dificuldades tem de cortar custos", dirá o bom senso financeiro, e é elogiável tratar todo o Executivo com o mesmo rigor orçamentário. Mas, às vezes, o que parece economia é só catalisador de mais prejuízo.
O atual nível de contenção orçamentária inviabiliza as operações da rede de postos do Itamaraty no exterior. O que poderia ser benefício transforma-se em perda.
Ao ignorar as peculiaridades do Ministério das Relações Exteriores, o governo se comporta como quem abandona seus soldados à própria sorte. Em um mundo de cão comendo cão –que é a ordem internacional–, roupa suja deve se lavar em casa.
Querer economizar menos de um quinto de 1% do orçamento nacional às custas do nome do país no exterior não faz sentido nenhum.
É importante que as autoridades econômicas se deem conta disso.

Alexandre Vidal Porto é escritor e ex-diplomata. Mestre em direito por Harvard, trabalhou nas embaixadas no Chile, Estados Unidos, México e Japão e na missão junto à ONU, em Nova York. É autor dos romances 'Matias na cidade' e 'Sergio Y. vai à América'. Escreve aos sábados, a cada duas semanas.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Corrupcao companheira: num pais serio haveria impeachment e o partido totalitario seria extinto

Mas não é isso quevai acontecer obviamente, e infelizmente.
Paulo Roberto de Almeida

Em VEJA desta semana

O homem da mochila

O PT desviou meio bilhão de reais dos cofres da Petrobras ao longo de dez anos. O dinheiro foi usado, entre outras coisas, para financiar as campanhas eleitorais do partido de 2010 e 2014

Daniel Pereira e Robson Bonin
Veja.com, 7/02/2015
CODINOME MOCH - João Vaccari: homem de confiança do ex-presidente Lula, o tesoureiro era o elo financeiro entre os corruptos e os corruptores que atuavam na Petrobras
CODINOME MOCH - João Vaccari: homem de confiança do ex-presidente Lula, o tesoureiro era o elo financeiro entre os corruptos e os corruptores que atuavam na Petrobras      (VEJA)
Em outubro passado, os investigadores da Operação Lava-Jato, reunidos no quartel-general dos trabalhos em Curitiba, olhavam fixamente para uma fotografia pregada na parede. A investigação do maior esquema de corrupção da história do país se aproximava de um momento decisivo. Delator do petrolão, o ex-diretor Paulo Roberto Costa já havia admitido que contratos da Petrobras eram superfaturados para enriquecer servidores corruptos e abastecer o cofre dos principais partidos da base governista. Na foto afixada na parede, Paulo Roberto aparecia de pé, na cabeceira de uma mesa de reunião, com um alvo desenhado a caneta sobre sua cabeça. Acima dela, uma anotação: “dead” (morto, em inglês). Àquela altura, a atenção dos investigadores estava voltada para os outros personagens da imagem. Era necessário pegá-los para fechar o enredo criminoso. Em novembro, exatamente um ano depois de a antiga cúpula do PT condenada no mensalão ter sido levada à cadeia, o juiz Sergio Moro decretou a prisão de executivos das maiores empreiteiras brasileiras, muitos dos quais aparecem abraçados a Paulinho, sorridentes, na fotografia estampada no Q.G. da Lava-Jato. A primeira etapa da missão estava quase cumprida.
Entre os alvos listados na foto, apenas um ainda escapava aos investigadores. Justamente o elo da roubalheira com o partido do governo, o personagem que, sabe-se agora, comprova com cifras astronômicas como o PT — depois de posar como vestal nos tempos de oposição — assimilou, aprimorou e elevou a níveis inimagináveis o que há de mais repugnante na política ao conquistar o poder. Na quinta-feira passada, agentes da Polícia Federal chegaram à casa do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, com uma ordem judicial para levá-lo à delegacia a fim de prestar esclarecimentos sobre seu envolvimento no petrolão. Vaccari recusou-se a abrir o portão. Os agentes pularam o muro para conduzi-lo à sede da PF em São Paulo. Eles também apreenderam documentos, aparelhos de telefone celular e arquivos eletrônicos. Esse material não tinha nada de relevante. Vaccari, concluíram os agentes, já limpara o terreno. Num depoimento de cerca de três horas, o tesoureiro negou as acusações e jurou inocência. Nada que abalasse o ânimo dos investigadores. No Q.G. da Lava-Jato, um “dead” já podia ser escrito sobre a cara carrancuda do grão-petista.
A nova fase da operação foi um desdobramento de depoimentos prestados pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, em novembro, como parte de um acordo de delação premiada. Barusco conquistou um lugar de destaque no panteão da corrupção ao prometer a devolução de 97 milhões de dólares embolsados como propina, uma quantia espantosa para um servidor de terceiro escalão. Ao falar às autoridades, ele disse que o PT arrecadou, entre 2003 e 2013, de 150 milhões a 200 milhões de dólares em dinheiro roubado de noventa contratos da Petrobras. Segundo Barusco, o principal operador do PT no esquema nos últimos anos era Vaccari, chamado por ele de “Mochila”, por andar sempre com uma mochila a tiracolo. Barusco contou que o tesoureiro — identificado como “Moch” nas planilhas que registravam o rateio do butim surrupiado — participou pessoalmente das negociações, por exemplo, para a cobrança de propina de estaleiros contratados pela Petrobras. Descendo a detalhes, Barusco narrou ainda uma história que, apesar de envolver um valor bem mais modesto, tem um potencial político igualmente explosivo.
O ex-gerente declarou que, em 2010, o então diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, solicitou ao representante da empresa holandesa SBM no Brasil, Júlio Faerman, 300 000 dólares para a campanha petista daquele ano, “provavelmente atendendo a pedido de João Vaccari Neto, o que foi contabilizado pelo declarante à época como pagamento destinado ao Partido dos Trabalhadores”. Em 2010, Dilma Rousseff disputou e conquistou o primeiro de seus dois mandatos presidenciais. A situação do tesoureiro do PT deve se agravar nos próximos dias com o avanço das negociações para o acordo de delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC. Pessoa coordenava “o clube do bilhão”, o grupo das empreiteiras que desfalcava a Petrobras. Vaccari recorria a ele com frequência para resolver os problemas de caixa do PT. Os dois conversaram várias vezes no ano eleitoral de 2014. Num desses encontros, segundo integrantes da investigação que já ouviram uma prévia das histórias pouco edificantes prometidas por Pessoa, Vaccari negociou com a UTC o recebimento de 30 milhões de reais em doações eleitorais. Cerca de 10 milhões de reais seriam destinados à campanha à reeleição de Dilma Rousseff. Os 20 milhões restantes, distribuídos por Vaccari ao PT e aos partidos da base aliada.     
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Outros destaques de VEJA desta semana

Petrolao e Projeto Monopolico de Poder: o maior crime economico do lulo-petismo

O maior crime econômico do lulo-petismo não é simplesmente ter destruído a Petrobras, é ter destruido o país, desmantelado suas instituições, por meio de um projeto totalitário de monopólio do poder, pela promiscuidade criada em todas as agências das quais se apropriaram os companheiros mafiosos, pela sem cerimônia com desviaram todas as políticas públicas de seus objetivos fundamentais, desde que colocavam suas patas sujas em cada uma delas.
'Duvido que tenha havido uma única instituição, da mais modesta escola em zona rural recuado, à mais alta corte do país, que tenha escapado da sanha destruidora da tropa de bárbaros políticos, guiados por uma Nomenklatura sedenta de riqueza e de poder, e que corromperam tudo e a todos.
O Petrolão é talvez o aspecto mais visível desse terremoto destrutivo, mas isso porque as agências ainda não totalmente dominadas pelos bárbaros ainda não investigaram todas as outras possibilidades de corrupção e desmandos.
Muito mais vai se descobrir.
Eu, por enquanto, vou catalogando todos os crimes econômicos cometidos pelos hunos do século 21.
Paulo Roberto de Almeida

O escândalo lulopetista

Editorial O Estado de S.Paulo
06 Fevereiro 2015 | 02h 06 

Seria considerado lunático ou alarmista mal-intencionado quem tivesse afirmado, dois ou três anos atrás, que o espírito do mensalão baixaria novamente, ampliado a ponto de colocar em risco o futuro da maior estatal brasileira e complicar gravemente a situação político-institucional do País. Pois o escândalo da Petrobrás está aí para comprovar que, na espantosa surrealidade fomentada pelo lulopetismo, nada é impossível.
O assalto à Petrobrás não é o resultado da associação casual de eventos de geração espontânea. Tampouco é apenas o produto da cumplicidade de funcionários corruptos com empresários inescrupulosos. O escândalo da Petrobrás é o efeito de uma fria e ousadamente elaborada estratégia de consolidação de hegemonia política. Uma armação urdida à sombra do poder, com muitos protagonistas - os mais importantes ainda ocultos. É, enfim, a obra do lulopetismo na ocupação do aparelho estatal por uma nomenklatura a serviço de si mesma.
A Petrobrás, que antes de ter seu valor de mercado reduzido a menos da metade ostentava o porte de uma das maiores corporações do planeta, sempre teve uma enorme importância estratégica não apenas no campo vital da energia, mas para o desenvolvimento econômico do País. Como empresa de economia mista e capital aberto de grande prestígio internacional, a petroleira propiciava ao País, além de tecnologia de ponta criada por seu quadro técnico, importantes investimentos privados, nacionais e estrangeiros, provenientes das mais variadas fontes.
Ao assumirem o poder com planos de não mais largar o osso, Lula e o PT rapidamente se deram conta de que a riqueza da Petrobrás teria um importante papel a desempenhar nesse ambicioso projeto. E trataram logo de aumentar o poder de fogo da empresa, trocando o sistema de concessão para a exploração de petróleo - até então vigente - pelo controvertido sistema de partilha, que aumentou o controle estatal sobre a extração e assim a perspectiva de lucros mirabolantes provenientes dos campos do pré-sal.
O pré-sal, aliás, foi politicamente apropriado e explorado por Lula. O então presidente da República vestiu um macacão da Petrobrás, sujou as mãos de óleo e saiu a anunciar a nova era de prosperidade como resultado da autossuficiência energética do país que se tornaria grande exportador de petróleo, e da cornucópia que a partir daí se abriria para realizar todos os sonhos dos brasileiros. Prognósticos que também a incompetência de gestão, no governo e na empresa, se encarregou de frustrar.
Além da falta de cerimônia com que a Petrobrás foi colocada a serviço da promoção da imagem do lulopetismo, a empresa, já no primeiro mandato de Dilma Rousseff, foi descaradamente usada como instrumento de apoio ao controle da inflação, mediante a contenção artificial do preço dos derivados de petróleo. Esse desrespeito às regras do mercado - mas, principalmente, às leis das sociedades anônimas e de criação da Petrobrás - resultou, obviamente, em prejuízos bilionários para a companhia, para seus acionistas e para o Tesouro Nacional.
Mas nada se compara à sangria a que a Petrobrás foi submetida pelo esquema de propinas implantado para captar recursos destinados a financiar as atividades político-eleitorais do PT e de seus aliados, de acordo com a estratégia de perpetuação no poder da qual o mensalão tinha sido a primeira experiência. Depois de um curto período de aparente recuo em que Lula chegou a se declarar traído pelos mensaleiros, a reeleição de 2006 surgiu como que um sinal verde para a continuidade do projeto e os petistas se adonaram completamente da Petrobrás, contando com a muito bem recompensada colaboração de diretores da empresa e de um bando de empreiteiros desonestos.
Os envolvidos no escândalo - todos, enfim, que urdiram e deram aval à trama criminosa - brevemente estarão enfrentando as consequências de seus atos. Um a um, eles vão aparecendo. Sua identificação é fácil: no histórico da corrupção e dos desmandos administrativos que ameaçam o futuro da Petrobrás ficaram, indeléveis, as impressões digitais do lulopetismo.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Boletim Meridiano 47 terá edição especial sobre os 20 anos da OMC - Chamada de artigos

Chamada de Artigos – Boletim Meridiano 47 terá edição especial sobre os 20 anos da OMC

Aos vinte anos da entrada em funcionamento da Organização Mundial do Comércio, em 1995 — um dos muitos resultados da Rodada Uruguai de negociações comerciais multilaterais (1987-1994), que colocou em vigor muitos atos multilaterais e alguns plurilaterais, entre eles o acordo constitutivo da OMC, o mais importante institucionalmente — o Boletim Meridiano 47 publicará uma edição especial em torno da organização e de seu papel na ordem econômica internacional que tinha sido desenhada pela primeira vez em Bretton Woods, em 1944. Uma instituição para o comércio internacional, a OIC, tinha sido aprovada na conferência de comércio e emprego de Havana (1947-1948), mas lhe faltaram ratificações suficientes para entrar em vigor. O Gatt, surgido de um acordo provisório concluído em Genebra em 1947, teve de desempenhar-se sozinho, durante praticamente meio século, até que novas condições surgidas no momento da derrocada do socialismo e da incorporação de novos atores à divisão internacional do trabalho permitiram a aprovação desse capítulo institucional da Rodada Uruguai, que por sinal não estava previsto em seu mandato original, aprovado em Punta del Este, em 1986.
A OMC é o mais importante instrumento de negociações para a liberalização progressiva do comércio internacional, em bases não discriminatórias, e de formulação de novas regras em áreas não originalmente previstas no Gatt — uma simples ferramenta de nação-mais-favorecida, de tratamento nacional e de não discriminação, com reciprocidade diferenciada para países desenvolvidos e em desenvolvimento — assim como de solução de disputas em conflitos comerciais, de investimentos e de propriedade intelectual, o seu órgão de solução de controvérsias, bastante utilizado nestas últimas duas décadas. A despeito da não conclusão de sua Rodada Doha (iniciada em 2001, e sem prazo ou previsão para seu término), a OMC, que atualmente tem um diplomata brasileiro como seu diretor geral, permanece como o terceiro tripé do sistema concebido originalmente em Bretton Woods e ainda válido para regular as relações de intercâmbio e de integração progressiva de todos os participantes da ordem econômica global.
A edição “A OMC e os desafios do Sistema Multilateral de Comércio”, número especial do Boletim Meridiano 47, acolherá artigos sobre os diferentes aspectos da OMC, históricos, regulatórios ou analíticos de seu trabalho — institucional ou setorial. Esta edição tem como editores convidados os professores Paulo Roberto de Almeida (Ministério das Relações Exteriores do Brasil e Centro Universitário de Brasília – UNICEUB) e Rogério de Souza Farias (Universidade de Chicago) e será publicado ao final de agosto de 2015.
As submissões, na forma de artigos científicos com extensão situada entre 3500 e 4000 palavras, podem ser feitas em português ou inglês, até o dia 15 de julho de 2015. As normas de submissão podem ser verificadas em  http://www.meridiano47.info.

Brasil, 2003-2015(?): O que levaria um banqueiro a guardar dinheiro no colchao, ao inves de aplica-lo?

Este é o novo presidente da Petralhabras: um homem questionável, aliás como gostam os companheiros...
Ou seja, um retrato perfeito do governo atual...
Paulo Roberto de Almeida

Bendine, um cidadão altamente suspeito
Carlos Newton
Tribuna da Internet, 6 de fevereiro de 2015


Bendine, o homem do dinheiro no colchão, assume a Petrobras

O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff para substituir Graça Foster na presidência da Petrobras. E o Conselho de Administração da companhia está reunido para escolher os novos nomes da diretoria. O conselho é composto por dez pessoas e é presidido por Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda. Ele está no conselho por indicação do acionista controlador, ou seja, o Tesouro Nacional – portanto, o governo. Os demais membros são conselheiros. Graça Foster também participa.
Aldemir Bendine é um cidadão de honorabilidade altamente contestável. Sabe-se que ele pagou multa de R$ 122 mil à Receita Federal para se livrar de questionamentos sobre a evolução de seu patrimônio pessoal e um apartamento pago com dinheiro vivo em 2010. Bendine fora autuado por não comprovar a procedência de aproximadamente R$ 280 mil em sua declaração do Imposto de Renda. Na avaliação da Receita, o valor de seus bens aumentou mais do que seus rendimentos declarados poderiam justificar.
Assim como Dilma Rousseff, Agnelo Queiroz e outros próceres petistas, Bendine tem por hábito declarar que mantém dinheiro vivo em casa. Ele informou em suas declarações à Receita ter recursos em espécie quatro anos seguidos, entre 2009 e 2012, no valor de pelo menos R$ 400 mil.

DEBAIXO DO COLCHÃO
Em 2010, Bendine entrou na mira da Receita, porque a Folha revelou que ele comprara um apartamento no interior de São Paulo pelo valor declarado de R$ 150 mil, pagos integralmente em espécie. O executivo também declarou ter feito obras no imóvel no valor de R$ 50 mil.
Ao justificar a legalidade da transação imobiliária, ele informou que declarou à Receita possuir R$ 200 mil em dinheiro vivo em casa, guardados desde 2009.
Em 2012, os auditores da Receita enviaram a Bendine um extenso questionário sobre suas despesas em 2010, perguntando quanto ele gastara com seus cartões de débito e crédito, com saúde, educação e outras despesas.
O executivo prestou as informações solicitadas, mas não convenceu. Em novembro de 2012, foi autuado em R$ 151 mil, incluindo multa e juros. Ele não contestou a autuação e pagou o auto à vista, ganhando um desconto. Assim, a conta caiu para R$ 122.460.

CONTRADIÇÕES
Bendine diz que não discutiu com a Receita a origem dos recursos usados na compra do apartamento e o auto de infração resultou de um mero erro em sua declaração à Receita. Mesmo depois de identificar o erro, ele não retificou a declaração.
Como determina a lei, o pagamento imediato do auto de infração, como fez Bendine, obriga a Receita a arquivar o caso, o que elimina a possibilidade de comunicar ao Ministério Público Federal a prática de eventuais crimes fiscais cometidos pelo contribuinte. O caso de Bendine foi arquivado em janeiro deste ano.
As autoridades brasileiras perderam até o senso de ridículo. O que levaria um banqueiro a guardar dinheiro no colchão, ao invés de aplicá-lo? E o pior é que não acontece nada, a impunidade está garantida e nem o emprego o executivo corrupto se arriscou a perder. Brendine continuou presidindo o Banco do Brasil e agora vai para a Petrobras, a empresa mais corrupta do país. É o homem certo no lugar certo.
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Ministério Público investiga o novo presidente da Petrobras 
Tribuna da Internet, 6 fevereiro de 2015

O nome escolhido pela presidente Dilma Rousseff para limpar a Petrobras, o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, é alvo de um procedimento de investigação no Ministério Público Federal. O procedimento foi instaurado a partir do depoimento do ex-motorista da Presidência da República Sebastião Ferreira da Silva. Ferreirinha, como é conhecido, dirigiu para a campanha de Lula em 2002 e depois foi contratado pelo escritório da Presidência em São Paulo, onde ficou por quatro anos. Em seguida, Ferreirinha passou a dirigir para Bendine, no BB, por quase seis anos.
O procedimento ainda está em curso. Segundo a Folha apurou, os procuradores já fizeram várias diligências no caso, como solicitar documentos ao BB.
Ferreirinha disse ao Ministério Público que presenciou Bendine sair de um prédio comercial em São Paulo, ocupado por empresas ligadas ao grupo da TV Record, com uma sacola repleta de maços de notas de R$ 100.
Também contou que recebeu ordens para fazer diversos pagamentos com altas quantias em dinheiro vivo, sempre entregues a ele dentro do BB, pelo próprio Bendine. O executivo nega as acusações.

AUTUADO PELA RECEITA
Conforme a Folha revelou no ano passado, Bendine foi autuado pela Receita Federal por não comprovar a origem de aproximadamente R$ 280 mil de seu patrimônio informados em sua declaração do Imposto de Renda. O caso também motivou a investigação da Procuradoria.
Ele entrou no radar da Receita em 2010, após comprar no interior paulista um apartamento avaliado em R$ 200 mil, pago em dinheiro vivo. Para se livrar da fiscalização do fisco e de futuros questionamentos, pagou o auto sem qualquer questionamento. Como pagou à vista, teve um desconto, tendo desembolsado ao final R$ 122 mil.

VAL MARCHIORI
Outro ponto investigado pelo Ministério Público é o empréstimo de R$ 2,7 milhões concedido à apresentadora de TV Val Marchiori pelo BB, a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, contrariando normas internas das duas instituições.
Marchiori tinha restrição de crédito por não ter pago empréstimo anterior ao Banco do Brasil e também por não apresentar capacidade financeira para obter o financiamento, segundo documentos internos do BB obtidos pela Folha.
Val Marchiori é amiga de Bendine. A apresentadora esteve com ele em duas missões oficiais do banco, uma na Argentina e outra no Rio. Nas duas ocasiões, os dois ficaram hospedados nos mesmos hotéis: primeiro no Alvear, em Buenos Aires, e depois no Copacabana Palace, no Rio.
Em entrevista à Folha, o ex-motorista Ferreirinha disse que buscava Marchiori em diversos locais de São Paulo a pedido de Bendine. “Fui buscar muitas vezes a Val Marchiori”, disse ele.

COINCIDÊNCIAS
Bendine nega qualquer participação na concessão do empréstimo. Ele reconhece que ficou hospedado nos mesmos hotéis que Marchiori nas duas ocasiões, mas diz que a estadia dela não tinha relação com as missões do banco, que foram coincidências.
A empresa pela qual Marchiori tomou o crédito, a Torke Empreendimentos, apresentou como comprovação de receita a pensão alimentícia de seus dois filhos menores de idade. O financiamento, repassado pelo BB a partir de uma linha do BNDES com juros de 4% ao ano -mais baixos que a inflação-, foi usado na compra de caminhões.
A Torke não tinha experiência na área de transportes e a atuação da empresa até então estava relacionada à carreira de Marchiori na TV.
Na condição de administradora com poderes plenos na empresa, Marchiori tinha dívidas antigas com o BB que representavam impedimento para o novo empréstimo. Por isso, foi feita uma “operação customizada”, ou seja, sob medida para Marchiori, para liberar os recursos.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...