quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Educacao brasileira: 12 mitos desmontados por Gustavo Ioschpe

Material do ano passado, mas ainda plenamente válido.
Acesse a postagem interativa, neste link: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/gustavo-ioschpe-derruba-12-mitos-da-educacao-brasileira
Paulo Roberto de Almeida

Veja.com, 26/07/2014 - 09:22

Entrevista: Gustavo Ioschpe

Gustavo Ioschpe derruba 12 mitos da educação brasileira

Professor ganha pouco, universidade pública deve ser gratuita... O economista desconstrói versões predominantes sobre a realidade e os desafios do ensino nacional. Leia também: trecho inédito do novo livro do colunista de VEJA

Bianca Bibiano
Gustavo Ioschpe: "No dia em que a má qualidade do ensino tirar votos, teremos uma mudança verdadeira no país."
Gustavo Ioschpe: "No dia em que a má qualidade do ensino tirar votos, teremos uma mudança verdadeira no país." (Heitor Feitosa/VEJA.com/VEJA.com)
No início de 2013, Israel Lelis (PP), prefeito de Ibipeba, cidade de 17.000 habitantes no interior da Bahia, teve uma atitude bastante incomum: deu a todos os 200 professores da rede municipal de ensino local um exemplar do livro O Que o Brasil Quer Ser Quando Crescer?", de Gustavo Ioschpe, economista e colunista de VEJA. "Pensamos que era uma piada de mau gosto", conta Cleide Lelis, secretária de Educação da cidade. "Os professores que não conheciam o autor acharam que se tratava de um pseudônimo criado pelo prefeito para criticar nosso trabalho." Esclarecida a situação, os docentes organizaram um evento para discutir os artigos do livro, publicados originalmente em VEJA. "Os textos falam do que ninguém quer ouvir e fazem questionamentos que enriqueceram o debate sobre o que fazer para melhorar a qualidade da educação", diz a secretária.
Divulgação/ Ed. Objetiva
O que o Brasil quer ser quando crescer?
O Que o Brasil Quer Ser Quando Crescer? (Editora Objetiva; 254 páginas; 36,90 reais)
Sim, falar de temas espinhosos, questionar versões consagradas e derrubar mitos sobre a educação brasileira (leia na lista abaixo) é uma especialidade de Ioschpe, de 37 anos. Apoiado em rigor metodológico e na análise minuciosa de pesquisas nacionais e internacionais, o economista desconstrói discursos que se tornaram predominantes entre professores, pais, políticos e quase toda a sociedade para explicar a funesta situação do ensino nacional e seus desafios. Ioschpe volta à carga em novo livro, uma edição ampliada de "O Que o Brasil Quer Ser Quando Crescer?", que chega às livrarias no dia 1º de agosto e reúne 40 artigos publicados em VEJA entre 2006 e 2013. Os textos tratam de questões como financiamento da educação, participação dos pais e propostas de melhoria do ensino. O volume traz ainda um extenso material produzido após uma viagem do autor à China, em 2011, para investigar as causas do recente e acelerado avanço da educação no país asiático. Parte da apuração foi publicada à época em VEJA, mas parte permanecia inédita até agora (leia capítulo na íntegra).

Leia mais:
Capítulo inédito do novo livro: "A educação que constrói uma potência"

A viagem de Gustavo Ioschpe à China
A bagagem que permite ao economista fazer afirmações incisivas, que destoam da maioria — como a de que o Brasil não gasta pouco em educação e de que os professores não ganham mal —, foi acumulada ao longo de mais de 15 anos de pesquisas. "Eu não escrevo para mostrar minha opinião. Escrevo como pesquisador, apoiado em literatura empírica", diz Ioschpe. O gaúcho de Porto Alegre começou a escrever quando cursava o ensino médio e se preparava para o vestibular. "Sempre gostei de escrever e resolvi fazer um livro com dicas para vestibulandos que, assim como eu, precisavam aguentar a pressão dos exames." A repercussão do livro rendeu um convite para se tornar colunista do jornal Folha de S.Paulo, em 1996. No mesmo ano, foi aprovado na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, onde estudou administração, economia e ciências políticas.
O interesse pela educação brasileira nasceu com a repercussão de um artigo que defendia a cobrança de mensalidade nas universidades públicas. "Foi a primeira vez que recebi uma resposta agressiva dos leitores", diz. Para compreender o que causava tantas queixas, decidiu aprofundar a discussão em uma pesquisa científica. O resultado do trabalho ganhou forma em sua tese de graduação e foi aprofundado no curso de mestrado em desenvolvimento econômico na Universidade de Yale, onde ele mergulhou no estudo da economia da educação.
"Minha pesquisa me deixou chocado. Àquela altura, o Brasil ganhava visibilidade internacional com a promessa de um forte crescimento econômico, mas sofria com um problema seriíssimo de falta de capital humano, que atrapalhava o crescimento da nação e persiste até hoje. Para piorar, a discussão a respeito era irrelevante. O debate se resumia ao financiamento da educação e ao salário dos professores."
Com a "pretensão da juventude", como ele mesmo define, Ioschpe pensou que poderia mudar o eixo central do debate usando argumentos de sua tese de mestrado, publicada em 2002. "Eu queria mostrar que soluções comprovadamente eficazes para alavancar a aprendizagem, como cobrar diariamente o dever de casa, não envolviam recursos financeiros. Mas ninguém quer ouvir sobre soluções que deem mais trabalho aos professores. A educação nacional era e continua um desastre."
O receio de que o atraso educacional aniquilasse as chances de o Brasil se tornar um país desenvolvido motivou Ioschpe a seguir escrevendo — ele é colunista de VEJA desde 2006. "O maior elogio que posso receber é uma crítica pessoal. Se os comentários apontassem fraquezas nos dados que apresento, eu me importaria de verdade. Quando elas vem recheadas de xingamentos, vejo apenas que faltaram argumentos consistentes aos meus interlocutores." Com poucos interlocutores nessa seara dispostos a debater, o economista mirou outro alvo. "Antes, eu acreditava que poderia interferir no debate educacional mostrando que o problema é de má gestão e não de falta de recursos financeiros ou tecnológicos. Recentemente, concluí que discutir com esses grupos não adianta: a mudança só vai acontecer quando a população passar a cobrar melhorias."

Gustavo Ioschpe derruba 12 mitos da educação brasileira

Em entrevista, o economista comenta a situação e os desafios do ensino nacional

1 de 12

"O Brasil investe pouco em educação"

“Se um médico prescreve um remédio para uma doença e ele não surte efeito, a primeira opção é aumentar a dosagem. Se o problema persistir, provavelmente o médico tentará outro medicamento. Quando o assunto é educação, a lógica segue o caminho oposto: a solução para todos os problemas é sempre aumentar a dosagem do que se considera o único remédio, ou seja, o dinheiro. Os defensores desse tratamento desconsideram o fato de que repasses de verba cada vez maiores já foram anunciados por programas como Fundef e Fundeb sem melhorar a qualidade da educação. Apesar disso, o Plano Nacional de Educação, recém-sancionado pela presidente Dilma Rousseff, prevê que, até 2024, 10% do PIB brasileiro deve ir para o setor. Segundo a Unesco, países como Finlândia, China, Irlanda e Coreia do Sul, que apresentam os melhores índices educacionais do mundo, gastam até 5,7% do PIB com educação. Em contraponto, nações como Quênia, Namíbia, Armênia e Mongólia despendem entre 7% e 12,9% do PIB no setor: mesmo assim, não conseguiram solucionar o problema da baixa qualidade do ensino.”

Quem sustenta os ditadores? Pessoas normais, como os funcionarios publicos, por exemplo - Adolfo Sachsida, Roberto Ellery, Rodrigo Saraiva Marinho

O Sustentáculo do Poder dos Ditadores

maduroComo um ditador se mantém no poder? Evidentemente, não é apenas devido ao uso da força bruta. Em qualquer ditadura do mundo, os ditadores são auxiliados por pessoas normais, daquelas que tomam cafezinho contigo e contam piadas. Contudo, muitos desses indivíduos, inofensivos em ambientes normais, assumem posturas agressivas e perigosas numa ditadura. O exemplo mais óbvio é representado por uma parcela dos burocratas a serviço do governo.
Foram os burocratas nazistas um importante sustentáculo de Hitler no passado. Atualmente, funcionários públicos ávidos por poder, ou se corrompendo em troca de uma simples gratificação salarial, ajudam Nicolas Maduro a incrementar ainda mais o regime bolivariano na Venezuela. Tudo isso sob o silêncio covarde e muitos observadores externos.
No Brasil, diversos burocratas justificam a ditadura bolivariana na Venezuela. Ou são cegos ou apenas querem o óbvio: sua gratificação. Protestar contra tal ditadura é perigoso mesmo no Brasil. Funcionários públicos que se posicionam publicamente contra essa afronta são marcados no serviço público. Outros burocratas chegam a escrever para jornais elogiando a “democracia” venezuelana.
Tal como apontou brilhantemente Edmund Burke “A única condição para o triunfo do mal é que os homens de bem não façam nada”. Neste texto nós cobramos dos burocratas brasileiros uma condenação firme e veemente da ditadura venezuelana. Como pesquisadores, como intelectuais, como cidadãos de bem exigimos que a ditadura bolivariana instalada na Venezuela seja denunciada.
O recente episódio da prisão arbitrária e imoral do prefeito da região metropolitana de Caracas é apenas mais um episódio desta triste história. Sabe como Hitler controlava os alemães? Ele os controlava por meio de conselhos (conselho de ética, conselho de cidadãos, etc.). Era assim que a máquina nazista enquadrava e perseguia os inimigos do regime. No Brasil estamos caminhando para situação idêntica.
Os cidadãos venezuelanos já são obrigados a combater uma tirania, não é necessário que sejam também obrigados a sofrerem com o apoio de burocratas brasileiros que apoiam esse regime. Você apoia Nicolas Maduro? Então saiba que apoias um ditador, um criminoso, um inimigo dos direitos humanos e da liberdade individual. E a história tem um nome para você: crápula.

*Texto conjunto de Adolfo Sachsida, Roberto Ellery Jr. e Rodrigo Saraiva Marinho.

Sobre o autor
Doutor (UnB) e Pós-Doutor (University of Alabama) em Economia. Pesquisador do IPEA.
Doutor em Economia (UnB) e Pós-Doutor (University of Alabama) orientado pelo Prof. Walter Enders. Lecionou economia na University of Texas - Pan American e foi consultor short-term do Banco Mundial para Angola. Atualmente é pesquisador do IPEA. Publicou vários artigos nacional e internacionalmente, sendo de acordo com Faria et al. (2007) um dos pesquisadores brasileiros mais produtivos na área de economia.
Matéria extraída do website do Instituto Liberal

A frase da semana, do mes, do ano: da crise 'a grande depressao - O Antagonista

Bem, não se trata propriamente de crise econômica, no sentido estrito.
Se trata de uma pessoa que é a crise, em pessoa, ou ainda pior: a grande depressão do Brasil:

O Antagonista já dizia que Dilma é a crise. Foi impreciso: Dilma é a nossa Grande Depressão.

Bem, pelo menos assim o Brasil já tem lugar garantido nos livros de história econômica.
Quem disse que só país desenvolvido entrava nos registros de grande depressão?
A Argentina aqui ao lado disputa ferozmente com o Brasil o galardão do retrocesso econômico.
A Venezuela nem entra no concurso, pois é hors concours.
Com ela estão Zimbabue e coisas do gênero.
Termino: vocês ainda vão ter saudades de 2015...
Desculpem o catastrofismo...
Paulo Roberto de Almeida

Venezuela: desmantelando as mentiras bolivarianas - Rafael Rincón-Urdaneta

Grato ao meu amigo Orlando Tambosi por esta seleção, que passo adiante por importante.
Paulo Roberto de Almeida

Artigo de Rafael Rincón-Urdaneta no site da Fundación para el Progreso analisa os mitos cultivados pela esquerda chilena em relação à Venezuela, sem dúvida compartilhados também pelos petistas. De fato, desmontar os três mitos que ele aponta serve para saber quem, aqui como lá, aprecia as liberdades ou as despreza. Não se trata da ultrapassada dicotomia esquerda/direita, mas de escolher entre uma sociedade livre e a opressão:


La violenta detención del Alcalde de Caracas, Antonio Ledezma, sacado a golpes la pasada semana de su despacho por agentes bolivarianos, y el aniversario de encierro del opositor Leopoldo López, entre varias personas privadas de libertad por las mismas razones, ameritan algunas aclaraciones. Explico aquí tres de los mitos más populares sobre la situación venezolana, extendidos en Chile por los partidarios locales del gobierno socialista.

1. En Venezuela hay en marcha un golpe de Estado opositor

No hay régimen autoritario que no denuncie semanalmente una tentativa de golpe o de magnicidio. Es algo que atemoriza a la ciudadanía, cohesiona a los partidarios, distrae y justifica persecuciones, especialmente ante la audiencia internacional, en general poco informada. En Venezuela, ya hasta se toma con cierta sorna. Que si la CIA, que si la extrema derecha fascista. Se salva el Mossad porque nadie lo conoce.

Para organizar y dar golpes de Estado se necesitan, al menos, oportunidad, recursos, militares y poder de fuego, algo que la desarticulada oposición venezolana no tiene. Para empezar, los militares son leales al gobierno y, sobre todo, al status social privilegiado que tienen. La única vez que Chávez cayó de la silla por unas horas, en 2002, lo devolvieron y hubo al interior una severa purga estalinista. Hasta hay banderas cubanas izadas en los cuarteles. “Patria, Socialismo o Muerte”, se corea entre los verde olivo.

A Ledezma lo acusan de golpista, terrorista y desestabilizador por haber firmado un acuerdo de transición público para un eventual gobierno postchavista. Esa es la “prueba”. Pero ya se las arreglará la creativa justicia revolucionaria, fiel al mandante, para encontrar algún arsenal o túnel secreto hacia la Casa Blanca.

También se acusa a la oposición de desestabilizar, algo que parece puede hacerse denunciando la escasez de papel de baño. Si Ud., amigo lector, con su teléfono toma fotos de las estanterías vacías de los supermercados puede ir detenido por algo así como “terrorismo”. Y a los pocos empresarios que sobreviven (los que no han podido liquidar para que no desaparezca la poquísima comida, cerveza y bienes que quedan) se les culpa de acaparamiento y conspiración. Es decir, la escasez no se debe a invasiones de tierras, expropiaciones, confiscaciones y ataques a la propiedad privada, además de restricciones para el acceso a divisas extranjeras necesarias para importar insumos, sino a un plan donde la CIA debe tener las narices metidas. Ilustro: hoy, los venezolanos residentes en Chile, Canadá o Australia compran harina para arepas de una marca venezolana, que ahora se fabrica en Colombia, y la llevan de regalo a sus familiares en Venezuela (con papel de baño y desodorante).

Mientras tanto, el presidente venezolano controla el Estado, los recursos económicos (los petrodólares), la justicia, el aparato represivo (incluidos los “colectivos”, civiles organizados en bandas y armados hasta los dientes para “defender la revolución”) y los medios, en especial los propios, los comprados a través de testaferros y los que se autocensuran por miedo o acuerdos. Así, hoy parece más peligrosa la división al interior del chavismo y el desastre económico que la propia oposición.

2. En Venezuela la oposición es de extrema derecha

En Venezuela no hay ni siquiera “derecha” a secas. Ha sido y es un país de tradición izquierdista, con suerte socialdemócrata. Durante la democracia representativa, luego de derrocado el General Marcos Pérez Jiménez en 1958, y hasta la elección de Chávez en 1998, el país se dividía entre socialdemócratas y socialcristianos. Si Ledezma fuera chileno militaría acaso en el PPD. Hasta en la izquierda chilena hay gente que parece tener eso claro, como Isabel Allende o Juan Pablo Letelier, por ejemplo.

La oposición venezolana es un cajón de sastre donde ha habido de todo, incluso Bandera Roja, autodefinida como “partido marxista-leninista que pugna por el establecimiento de la Democracia Popular en Venezuela y enfrenta actualmente al régimen chavista”. ¿Qué tal? También están, entre otros, Acción Democrática (socialdemócratas); Voluntad Popular y Alianza Bravo Pueblo (igual); COPEI (socialcristianos); Primero Justicia (hijos de los socialcristianos) y el MAS (Movimiento al Socialismo, que una vez se dividió entre chavistas y opositores). Y viejas figuras emblemáticas de la oposición son, nada más y nada menos, que ex guerrilleros de la izquierda de los años 60: Américo Martín, Pompeyo Márquez, Teodoro Petkoff. La ex Concertación en Chile fue más “de derecha” que lo que Maduro llama “extrema derecha fascista”.

Algo interesante: Los partidos y personas acusadas de ser “de extrema derecha fascista” son, precisamente, los que en Venezuela dieron auxilio, atención, apoyo y cobijo –visas, asilo, trabajo, hogar– a los exiliados chilenos en tiempos de Pinochet.

3. En Venezuela hay, al fin y al cabo, democracia

La pobreza de nuestra cultura democrática en Chile es perturbadora. Demasiada gente cree que donde hay elecciones –como quiera que se den– hay democracia. Decir eso responde a dos posibilidades: o se entiende la democracia como la imposición absoluta de las mayorías, incluso en forma de tiranía de masas (Lenin hablaba de “dictadura del proletariado”), o simplemente se ignora que la democracia de los países más libres y prósperos no tiene que ver con nada de eso y mucho con la libertad de expresión, el imperio de la ley, la alternancia en el poder, la separación de poderes, el gobierno limitado y la libertad económica, entre otras cosas.

Gracias al desprestigio y corrupción de la política tradicional de aquellos años, el chavismo llegó al poder de manera incuestionable, en elecciones libres y transparentes, en 1998… no sin antes intentar el golpe en 1992 que catapultó políticamente Chávez. Luego de eso hizo lo propio: desmanteló las instituciones democráticas luego de haberlas usado para llegar el gobierno. Primero, asamblea constituyente y redacción de una nueva constitución a su medida y antojo, con el apoyo de juristas e intelectuales de dudosas credenciales democráticas, más bien interesados en materializar sus utopías revolucionarias. Luego de eso, copó el aparato estatal con gente leal al proyecto y al partido y capturó todas las instituciones para ponerlas al servicio del mandamás, incluida la justicia y, por supuesto, los militares. Seguidamente, se aplastó a los privados y se le puso una soga bien corta a los medios de comunicación. A otros, como RCTV, fuera del aire desde 2007, los liquidó definitivamente. Al final, el gobierno legitimó el sistema usándolo y forzando a la oposición a ello. Siendo prácticamente la única “vía institucional”, no hacerlo sería considerado “golpismo”. Aunque en Venezuela no ser revolucionario y bolivariano es suficientemente golpista.
_

En conclusión, observar la existencia de los tres mitos explicados –y comprobar lo expuesto con un poco de honestidad intelectual y sentido común– permite no solo comprender con capacidad crítica y propio juicio lo que ocurre en Venezuela, sino además identificar en Chile quiénes creen en la libertad y quiénes la desprecian y aborrecen. Porque, al fin y al cabo, este no es un problema de izquierdas y derechas. Es cuestión de elegir entre sociedad libre y opresión.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Intervencoes imperiais, nos tempos pos-Guerra Fria - Ethan Kapstein (27/05/2014)

ARGUMENT

How to Do Intervention Without Blowing Stuff Up

It’s time to relearn the good tools of the Cold War.

As the United States and its allies withdraw their forces from Afghanistan, the part of the global war on terror that involves massive military action is coming to an end. To be sure, drones and Special Forces will still engage in targeted strikes, but it may be quite some time before the Pentagon mobilizes for another large-scale invasion. Former Defense Secretary Robert Gates argued in his memoir that our foreign policy "has become too militarized" -- but in fact, the military's own long-term strategic plans would severely constrain its ability to conduct what it terms "large-scale, prolonged stability operations."
But despite the current preference for retrenchment among the American people and their president, the dangers to Western security have hardly dissipated. Russian President Vladimir Putin is stirring up serious trouble in Ukraine and throughout Russia's "near abroad," while Beijing continues to muscle about the South China Sea. From Nigeria to Yemen, large chunks of the developing world remain essentially ungoverned, giving terrorists, insurgents, and rebels of every stripe plenty of room to maneuver. American security challenges haven't gone away -- in fact, as Director of National Intelligence James Clapper notedrecently, they are probably expanding.
This harsh reality raises unavoidable questions for those who shape our foreign policy. 
At a time when the use of military force is no longer a viable option, what actions can the United States take short of going to war?
At a time when the use of military force is no longer a viable option, what actions can the United States take short of going to war? Which levers in conflict-afflicted regions should be manipulated to shape outcomes more to Washington's liking?
The answer to these questions requires a strategy of non-kinetic intervention, which brings together the instruments of national power to promote more benign behavior among governments and non-state actors that threaten the United States. But if Washington hopes to change behavior without resorting to military force, it needs two things: a deep understanding of the structures of elite power in the places it seeks to influence, and clearly articulated objectives for what it seeks to achieve. Understanding the areas of these countries' politics that are open to Washington's manipulation and setting appropriate goals for American interventions is at the heart of a non-kinetic strategy.
Non-kinetic intervention provides an essential, coercive complement to political scientist Joseph Nye's comforting notion of "soft power." To Nye, the great shortcoming of U.S. foreign policy is that it failed to capitalize on the country's unique magnetic pull on the rest of the world -- its cultural and ideological attractiveness. Nye argued that America could exploit these attributes to "get others to want" what we want in world affairs.
But soft power alone may not be up to the task of changing the behavior of certain countries and non-state actors, for the simple reason that many of those who oppose the United States find little that is attractive about its ethos. Think of such leaders as the Nigerian jihadist group Boko Haram's Abubakar Shekau, who describes his cause as "[a] war against Christians and infidels," or Iran's Ayatollah Ali Khamenei, who has labeled the United States "the devil incarnate." Nye's approach must therefore be supplemented by a "harder" form of soft power that is prepared to buy off those who are willing to negotiate with us, while sanctioning those who refuse to do so.
To promote the strategic thought that is needed, today's policymakers might delve into some Cold War history. The conflict between the United States and the Soviet Union and communist China was a nasty time, when the great powers fought doggedly for the hearts and minds of the world's citizens -- most often without putting boots on the ground.
What's most impressive about non-kinetic strategy during the Cold War was Washington's willingness to manipulate elite and popular preferences in order to advance its policy objective of containing communism. By promoting land reform and industrialization in East Asia and Latin America, for example, the United States helped to create entrepreneurs and new economic interests that sought growth and political stability over peasant and proletariat revolution. While some undesirable authoritarian leaders were undoubtedly kept in power during this period, it is a startling and under-appreciated fact that only a handful of countries around the world fell to communist insurgents. This was not simply a function of their willingness to use the tools of violent repression to curb domestic uprisings: In such countries as Chile, the government also promoted -- with Washington's support -- an economic development strategy that ultimately eroded the traditional, landed power structures.
When the United States deviated from the emphasis on non-kinetic instruments, as in Vietnam, it proved a serious mistake. Among the many tragedies of Vietnam is that its historical shadow continues to obscure the many successful episodes of intervention that both preceded and succeeded it. Take, for example, the Huk Rebellion in the Philippines during the early 1950s, which was a communist-led movement aimed against that country's landed elite. The policies advanced by the United States to counter this insurgency included legal services to tenant farmers, the ability of poor people to send cheap telegrams to government officials to report abuses by the military, and the creation of an Economic Development Corps (EDCOR) that worked with former Huk rebels to resolve their economic-based grievances. In fact, the Philippines may be the country where the link between counterinsurgency and economic development has been most self-consciously forged.
American diplomats in Manila proved adept at spotting cleavages within the Philippine government and the country's elite. The U.S. government conducted economic missions that pointed out the need for land reform among other structural changes in the economy, and these findings were widely publicized in the local press. Similarly, import-substituting industrial policies won the allegiance of growing numbers of urban business leaders. To be sure, the American military also provided supported to the Philippine armed forces, but that was largely aimed at stopping its use of violence towards its own citizens while creating a program of "civic action." In short, American aid was used to divide elites and to promote a set of reform measures that undermined the Huks' political and economic appeal.
Similarly, President John Kennedy played an active role in America's involvement in Venezuela during the early 1960s, when that country was threatened by a communist-backed insurgency. The United States provided financial support to the regime of Rómulo Betancourt for a wide range of social programs, while it backed negotiations with other elite groups -- including the military, Catholic Church, and petroleum interests -- who opposed the government's reform measures. Again, military assistance was provided to the government, but mainly in the form of technical support and training.
Today's policy community can draw powerful lessons from this forgotten history. First, non-kinetic instruments can and do work in many instances. This is because, to put it bluntly, the allegiances of most people can be bought. This is even true with fundamentalists: At least some terrorist and jihadist activity in Somalia and northern Nigeria, for example, is bolstered by poor economic conditions. To be sure, non-kinetic programs can be expensive: It takes real money to increase economic activity, even in poor countries -- this is not foreign policy "on the cheap."
Second, successful strategies require a careful matching of means with ends. It is unlikely, for example, that a military invasion can be stopped by the use of non-kinetic instruments. For example, Russian troops are massed on the Ukrainian border, and no amount of non-kinetic tools can stop them if Putin gives the order for them to pour into eastern Ukraine. Still, it is plausible that the sanctions that have been adopted have played some role in causing Putin to rethink his aggressive strategy, even without the threat of military involvement.
Third, policies for conflict zones cannot simply mimic those used in more highly developed markets -- the same rules do not apply. In these troubled regions, Western states must be willing to work with some unsavory characters, quite possibly in ways that do not meet the contracting standards written up by teams of lawyers in the comfort of their offices on K Street or the Strand.
In an important sense, Russia and Ukraine exemplify both the opportunities and limits of a strategy of non-kinetic intervention. Even with the limited tools at our disposal, however, the West's response can go well beyond what it has done so far: Sanctions imposed on Russia should be greatly expanded and buttressed by an effort to undermine Putin's instruments of power, which are primarily in the military and natural-resource realms. On the military front, Western countries should actively counter any Russian effort to export its weaponry to countries like India or Malaysia, offering better equipment and more attractive terms to potential buyers. This would undermine Russia's ability to raise the cash needed for investment in its domestic defense industry, especially at a time when its own economic resources are dwindling. 
On the natural resource front, Europe should immediately begin to take the steps needed to diversify away from dependence on Russian oil and gas. Yes, this will take some time -- but the very threat of diversification will make Russia's oil oligarchs reconsider the costs of supporting the Putin regime. Obama can contribute to this effort by promoting exports of American fuel to Europe for reasons of national security, while continuing to impose economic sanctions on Russia and those elites who are Putin's greatest supporters.
The crucial starting point for any strategy of non-kinetic intervention is to recognize the world for what it is: a violent place where both state and non-state actors will continue to act ruthlessly to secure their own interests. In such a world, our ambition must often be limited to the neutralization of contested environments so that they no longer threaten us. Getting from here to there will undoubtedly require some treasure, but that is always less costly than spilling blood.

ItamaratyLeaks verdadeiros: documentos vazados no Itamaraty (4 de junho de 2014)

ITAMARATY

(4 de junho de 2014)

Portal iG – Investigação confirma autenticidade de documentos vazados doItamaraty


Por Luciana Lima e Wilson Lima

Para Abin e PF, canal seguro destinado à troca de documentos não foi quebrado e arquivos sigilosos foram vazados devido a procedimentos de segurança inadequados de funcionários

Os documentos publicados na Internet pelo grupo de cyber ativistas Anonymous são mesmo arquivos sigilosos vazados do Ministério de Relações Exteriores (MRE). É o que apontam as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre a invasão do sistema de emails do Itamaraty na semana passada. Os documentos foram compartilhados por redes sociais na última quinta-feira. Para a polícia e para a Abin, não houve violação do sistema seguro da pasta. O que permitiu o vazamento foram práticas inseguras de funcionários do órgão que trocaram documentos sigilosos por emailcomum.

No início da semana passada, hackers do grupo Anonymous conseguiram invadir o sistema de comunicação interna do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Na quinta-feira, esses cyber ativistas tornaram disponíveis aproximadamente 400 documentos. Entre eles estão esquemas de segurança de visitas internacionais e até esboços de acordos comerciais (o iG revelou no sábado, por exemplo, que entre esses documentos havia uma proposta brasileira para acabar com o conflito com os Estados Unidos em relação aos subsídios do algodão).

Itamaraty chegou a negar a autenticidade dos documentos disponibilizados nas redes sociais afirmando que os arquivos poderiam ter sido modificados ou criados aleatoriamente. A PF e a Abin investigam a autoria dos ataques aos computadores desde os primeiros ataques. O iG revelou que, na avaliação de membros do próprio governo, a invasão aos computadores doItamaraty mostrou falhas no plano de segurança contra a ação de hackers, colocado em prática desde quando a presidenta Dilma Rouseff (PT) foi alvo debisbilhotagem internacional dos órgãos de inteligência do governo dos Estados Unidos.

Nas investigações, a Polícia Federal identificou que os documentos divulgados narram com detalhes reuniões, visitas de chefes de Estado, atividades diplomáticas, acordos e negociações que realmente ocorreram. Além disso, ao contrário do que o Itamaraty vinha alegando, as últimas modificações em alguns arquivos foram feitas há cinco ou seis anos. Um exemplo divulgado indica a visita do ex-ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim à Venezuela, ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Diante das investigações, o próprio Ministério das Relações Exteriores (MRE), em resposta ao iG, admitiu que “quaisquer documentos aos quais os hackers tenham tido acesso são provenientes de e-mails de caixas postais cujas senhas foram obtidas por meio de phishing (técnica hacker corriqueira de criminosos virtuais com o objetivo de roubar senhas de banco ou de e-mails)”.

Outro detalhe que chamou a atenção dos investigadores é que no corpo dos arquivos também existem telefones antigos como do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim e de autoridades como senadores e deputados federais, além de contatos diplomatas e auxiliares doItamaraty em diversos países, inclusive e-mails. O iG apurou que os números de telefones são verdadeiros.

Além da pratica insegura de trocar arquivos por emails não criptografados, agentes da PF descreveram que se funcionários do Itamaraty não tivessem acessado e-mails suspeitos, o vazamento de documentos não teria ocorrido. A captura de dados do MRE ocorreu por meio de uma técnica chamada phishing.

Até agora, no corpo das investigações, não existem indícios de que o “canal seguro” do Itamaraty tenha sido quebrado. Para a Abin, o governo tem acesso a um sistema capaz de impedir vazamentos e caso seja violado, manter os documentos a salvo da ação hackers. Um exemplo é o sistema utilizado pela própria Abin e fornecido aos ministérios, que consiste em uma “criptografia de Estado”. O problema é que, a utilização do sistema requer alguns minutos a mais de autenticação e por isso, funcionários de várias pastas do governo acabam utilizando o e-mail comum.

Procurado pelo iG, o Ministério das Relações Exteriores preferiu, no entanto, não comentar o uso de emails comuns para troca de documentos entre funcionários. A assessoria do MRE informou que “não comentará o conteúdo dos documentos nem procedimentos internos de segurança da informação".

Esta “criptografia de estado” é a mesma utilizada nas urnas eletrônicas da Justiça Eleitoral. O mesmo acontece com telefone seguro uma tecnologia também utilizada pela agência e fornecida para alguns ministérios, inclusive o Itamaraty. Essas tecnologias geralmente são fornecidas também para embaixadas, para militares e adidos dos consulados.

De acordo com informações dos responsáveis pela área de tecnologia do governo, todo código é passível de ser quebrado, no entanto, a criptografia de Estado tem um código muito mais elaborado. Além de criptografar a mensagem, o procedimento correto defendido pelos responsáveis pela área de tecnologia do governo, seria também criptografar o documento enviado. Desta forma, mesmo que houvesse vazamento, como ocorreu no Itamaraty, o arquivo não abriria, apareceria na tela do computador, em caso de tentativas de abrir o arquivo, somente ruídos.

Para isso, a Abin tem utilizado e fornecido para o governo um pen drive que, na verdade, é uma plataforma criptográfica portátil. Só quem tem o pen drive com o mesmo decodificador seria capaz de ler o arquivo enviado da outra ponta.

E-book sobre mega-acordos comerciais e o futuro (?) do Mercosul - FGV-SP

Anunciando e ressaltando a importância do volume agora publicado e tornado disponível.
A interrogação no título da postagem, após Mercosul, é de minha responsabilidade, mas é simplesmente para chamar a atenção para o que talvez seja uma falta de futuro, nas condições atuais, para o bloco do Cone Sul.
Uma vez, uma negociadora comercial dos EUA, que respondia pelo nome de Charlene Barshevsky (USTR na fase inicial das negociações da Alca) referiu-se ao Mercosul como sendo um "bloquinho" (ou algo no estilo), no que foi retrucada pelo então ministro brasileiro das relações exteriores com a natural indignação. Anteriormente, um economista do Banco Mundial já tinha alertado sobre a tendência do bloco a produzir mais desvio do que criação de comércio e investimentos, no que foi igualmente retrucado por diplomatas brasileiros (eu inclusive).
Pois bem, parece que o "bloquinho desviante" está confirmando as piores previsões feitas a seu respeito, e isso com a ativa colaboração, inconsciente ou não, dos seus dois maiores membros.
Em todo caso, vale ler este livro para descobrir como e porque...
Paulo Roberto de Almeida
(Nota em 24/02/2015: este material estava pronto desde junho do ano passado, por uma razão desconhecida, permaneceu como draft em meu blog. Recupero agora, pois acredito que tenha validade para estudantes e pesquisadores sobre comércio internacional).

É com imenso prazer que o Centro do Comércio Global e Investimento da EESP-FGV, com apoio do CINDES e do Boletin Informativo da Techint, apresenta o e-book do Workshop realizado em maio sobre Mega-Acordos do Comércio e os impactos no Mercosul.

O e-book contém o programa, a minuta das discussões e as apresentações dos palestrantes, resultando em um material de alta qualidade e abordando temas que irão pautar a agenda internacional dos próximos anos.


Atenciosamente,
Vera Thorstensen
Coordenadora do CCGI
Centro do Comércio Global e Investimento

EESP - FGV


International Workshop: The Mega-Regional Trade Agreements and the Future of Mercosur

On May 8th, CGTI-FGV – Center for Global Trade and Investments of Getúlio Vargas Foundation, CINDES -  Centre for Studies in Integration and Development and Techint - Boletin Informativo, organized in São Paulo the International Workshop: The Mega-Regional Trade Agreements and the Future of Mercosur. 
The event was attended by specialists from the academia, business and government of the US, Brazil, Argentina and Uruguay, and other countries and received around 80 participants.
The complete e-book, in portuguese, can be dowloaded here.
The minutes, in portuguese, can be found here, and the presentations, in English, Portuguese and Spanish, can be found here.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...