sábado, 16 de julho de 2016

Programa de Residencia em Pesquisa na Biblioteca Nacional: inscricao: 1 a 22 de agosto de 2016

Assunto:    Edital - Biblioteca Nacional
Data:    Mon, 11 Jul 2016 18:54:54 +0000

Prezados Professores,

O Programa de Residência em Pesquisa na Biblioteca Nacional seleciona projetos de pesquisa para a concessão de bolsas, com a finalidade de incentivar a produção de estudos originais, na forma de livros e desenvolvidos a partir de pesquisas no acervo da Biblioteca Nacional.

Podem participar: pesquisadores doutores brasileiros ou estrangeiros, com título obtido há no mínimo 8 (oito) anos  e significativa experiência de pesquisa e produção intelectual.

Prazo de inscrição: 1 a 22 de agosto de 2016

Valor da bolsa:
78.000,00 (setenta e oito mil reais), desembolsados em 13 (treze) parcelas mensais de R$ 6.000,00 (seis mil reais), para pesquisadores brasileiros;

R$ 92.300,00 (noventa e dois mil e trezentos reais), desembolsados em 13 (treze) parcelas mensais de R$ 7.100,00 (cinco mil e duzentos reais), para pesquisadores estrangeiros.

Acesso ao Edital:
https://www.bn.br/sites/default/files/documentos/editais/2016/0801-programa-residentes-pesquisa-biblioteca-nacional-2016/edital_pnap_r_2016_definitivo_0.pdf

Angela Di Stasio
Núcleo de Pesquisa
Fundação Biblioteca Nacional
Av. Rio Branco, 219 – 4º. Andar
Rio de Janeiro – RJ – 20040008
Tel. 21 30953849/30953897

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Pensamiento diplomatico brasileno: edicao em espanhol - capitulos Paulo Roberto de Almeida

Meus mais recentes trabalhos publicados, mas de 2013, agora na versão em espanhol:


1235. “Pensamiento diplomático brasileño: Introducción metodológica a las ideas y acciones de algunos de sus representantes”; In: Pensamiento diplomático brasileño : formuladores y agentes de la política exterior (1750-1964) / José Vicente de Sá Pimentel (organizador) ; Paola Citraro (traducción). Brasília: FUNAG, 2016; 3 v. – (História diplomática); Título original: Pensamento diplomático brasileiro: formuladores e agentes da política externa (1750-1964); ISBN: 978-85-7631-588-9; vol. I, 340 p., p. 19-42. Disponível no link: http://www.funag.gov.br/boletim-editorial/PDB-ES/livros/pdb_vol_1_es.pdf. Relação de Originais n. 2503.




1236. “Oswaldo Aranha: en la continuidad del estadismo de Rio Branco”, com João Hermes Pereira de Araújo; In: Pensamiento diplomático brasileño : formuladores y agentes de la política exterior (1750-1964) / José Vicente de Sá Pimentel (organizador) ; Paola Citraro (traducción). Brasília: FUNAG, 2016; 3 v. – (História diplomática); Título original: Pensamento diplomático brasileiro: formuladores e agentes da política externa (1750-1964); ISBN: 978-85-7631-588-9; vol. III, 496 p. sequenciais; p. 663-707. Disponível no link: http://www.funag.gov.br/boletim-editorial/PDB-ES/livros/pdb_vol_3_es.pdf. Relação de Originais n. 2502.

Os três volumes estão disponíveis neste link da Funag:
http://funag.gov.br/boletim-editorial/PDB-ES/

Demoraram, mas sairam os livros.
Ainda faltam os três volumes em inglês. Vão ficar prontos, em algum momento deste segundo semestre...
Boa leitura.
Paulo Roberto de Almeida 

Tecnica do golpe de Estado - militares turcos nao leram Curzio Malaparte

Em 1931, Curzio Malaparte, um nome de invenção do escritor italiano nascido no final do século 19 como Kurt Erich Suckert (o Malaparte era uma gozação com os Bonaparte), publicou em francês (porque na Itália do fascismo seria difícil), um livro -- que não foi o mais famoso de uma carreira famosa, ainda que camaleônica, indo do fascismo ao comunismo, passando pelo partido republicano e um aceno à Igreja Católica -- escrito a partir das experiências de golpes de Estado contemporâneos, o putsch bolchevique de Lênin, em 1917, a Marcha sobre Roma de Mussolini, em 1992 (da qual ele participou, como entusiasta que era de o fascismo, mas de esquerda, ou seja socialista), e a tentativa de golpe de Hitler em Munique, em 1923, que resultou na prisão do nazista (e no crescimento do partido nacional socialista), cujo título era curto e grosso:

Técnica do Golpe de Estado (Technique du Coup d'État)

Trotsky, retratado no livro (junto com Stalin, Lênin, o próprio Mussolini, e Hitler), leu essa edição francesa e retrucou ao autor, por telegrama desde Copenhagen, pouco antes de partir para o México, onde viria a ser assassinado quase dez anos depois por um mercenário a serviço de Stalin (objeto de um grande romance-verdade de José Padura, El Hombre que Amaba los Perros, além de um outro romance policial-politico de Jorge Semprun, La Deuxième Mort de Ramón Mercader.

Pois bem, parece que os militares golpistas da Turquia não leram nem o livro de Curzio Malaparte, nem aprenderam com os grandes golpes de Estado, que são, paradoxalmente, muito comuns na história política da Turquia, quase tanto, ou mais, quanto em países da América Latina, Brasil inclusive.
O livro explica as várias técnicas (e a palavra era não apenas moderna, naquela época, como absolutamente essencial para explicar o que pretendia esse jornalista-romancista que depois virou romancista exclusivamente, mas sempre mesclando suas obras com elementos retirados da realidade) que os golpistas precisam absolutamente empregar para conduzir um golpe bem sucedido, assim como fizeram Lênin, Mussolini, e menos bem Hitler e outros trapalhões por aqui e em outras partes.
Malaparte retrata o ambiente em Petrogrado antes do putsch dos bolcheviques (muitos deles absolutamente contrários ao golpe proposto por Lênin, pois para eles isso seria contrariar o princípio da revolução da classe operária, que Lênin sabia que não viria), e faz o perfil psicológico dos principais personagens, assim como fez com Hitler e Mussolini, sobre os quais ele insinua gestos efeminados.

Acho que os militares turcos precisariam ler não só Curzio Malaparte, como aprender com o know-how, a técnica, a verdadeira tecnologia de golpes de Estado dos generais latino-americanos (não sei se ainda temos alguns golpistas por aqui, pois já fazem quase 30 anos que não se fazem mais golpes decentes por aqui, e não sei se algum deles deixou um manual operacional para um golpe bem sucedido.

Quem sabe algum gozador bem informado não prepara um:

Coup d'État for Dummies,
ou The Idiot's Guide for Coup d'États,
ou ainda, How to Iniciate, Complete, and Survive a Successful Coup d'État,
ou mesmo um All that you always wanted to know about a good coup d'État and never had someone to ask,
ou quem sabe então um: The Complete Guide on How to Perform a Wonderful Coup, and Become Youself a Brilliant Chef d'État ?

Pronto, já dei minha contribuição para um bom golpe de Estado.
Quem desejar ler o manual (um pouco surrealista, hoje) de Curzio Malaparte, tem uma nova edição italiana na

Piccola Biblioteca Adelphi
2011, 3ª ediz., pp. 270 
isbn: 9788845926327 
 € 12,75
http://www.adelphi.it/libro/9788845926327

Divirtam-se (if you may...)
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15 de julho de 2016

Tecnica do golpe de Estado - militares turcos nao leram Curzio Malaparte

Em 1931, Curzio Malaparte, um nome de invenção do escritor italiano nascido no final do século 19 como Kurt Erich Suckert (o Malaparte era uma gozação com os Bonaparte), publicou em francês (porque na Itália do fascismo seria difícil), um livro -- que não foi o mais famoso de uma carreira famosa, ainda que camaleônica, indo do fascismo ao comunismo, passando pelo partido republicano e um aceno à Igreja Católica -- escrito a partir das experiências de golpes de Estado contemporâneos, o putsch bolchevique de Lênin, em 1917, a Marcha sobre Roma de Mussolini, em 1992 (da qual ele participou, como entusiasta que era de o fascismo, mas de esquerda, ou seja socialista), e a tentativa de golpe de Hitler em Munique, em 1923, que resultou na prisão do nazista (e no crescimento do partido nacional socialista), cujo título era curto e grosso:

Técnica do Golpe de Estado (Technique du Coup d'État)

Trotsky, retratado no livro (junto com Stalin, Lênin, o próprio Mussolini, e Hitler), leu essa edição francesa e retrucou ao autor, por telegrama desde Copenhagen, pouco antes de partir para o México, onde viria a ser assassinado quase dez anos depois por um mercenário a serviço de Stalin (objeto de um grande romance-verdade de José Padura, El Hombre que Amaba los Perros, além de um outro romance policial-politico de Jorge Semprun, La Deuxième Mort de Ramón Mercader.

Pois bem, parece que os militares golpistas da Turquia não leram nem o livro de Curzio Malaparte, nem aprenderam com os grandes golpes de Estado, que são, paradoxalmente, muito comuns na história política da Turquia, quase tanto, ou mais, quanto em países da América Latina, Brasil inclusive.
O livro explica as várias técnicas (e a palavra era não apenas moderna, naquela época, como absolutamente essencial para explicar o que pretendia esse jornalista-romancista que depois virou romancista exclusivamente, mas sempre mesclando suas obras com elementos retirados da realidade) que os golpistas precisam absolutamente empregar para conduzir um golpe bem sucedido, assim como fizeram Lênin, Mussolini, e menos bem Hitler e outros trapalhões por aqui e em outras partes.
Malaparte retrata o ambiente em Petrogrado antes do putsch dos bolcheviques (muitos deles absolutamente contrários ao golpe proposto por Lênin, pois para eles isso seria contrariar o princípio da revolução da classe operária, que Lênin sabia que não viria), e faz o perfil psicológico dos principais personagens, assim como fez com Hitler e Mussolini, sobre os quais ele insinua gestos efeminados.

Acho que os militares turcos precisariam ler não só Curzio Malaparte, como aprender com o know-how, a técnica, a verdadeira tecnologia de golpes de Estado dos generais latino-americanos (não sei se ainda temos alguns golpistas por aqui, pois já fazem quase 30 anos que não se fazem mais golpes decentes por aqui, e não sei se algum deles deixou um manual operacional para um golpe bem sucedido.

Quem sabe algum gozador bem informado não prepara um:

Coup d'État for Dummies,
ou The Idiot's Guide for Coup d'États,
ou ainda, How to Iniciate, Complete, and Survive a Successful Coup d'État,
ou mesmo um All that you always wanted to know about a good coup d'État and never had someone to ask,
ou quem sabe então um: The Complete Guide on How to Perform a Wonderful Coup, and Become Youself a Brilliant Chef d'État ?

Pronto, já dei minha contribuição para um bom golpe de Estado.
Quem desejar ler o manual (um pouco surrealista, hoje) de Curzio Malaparte, tem uma nova edição italiana na

Piccola Biblioteca Adelphi
2011, 3ª ediz., pp. 270 
isbn: 9788845926327 
 € 12,75
http://www.adelphi.it/libro/9788845926327

Divirtam-se (if you may...)
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15 de julho de 2016

Pensamiento Diplomatico Brasileno, 3 vols. - Funag - libro disponible

Acaba de ser publicado


2016


quinta-feira, 14 de julho de 2016

Instituto de Pesquisas de Relacoes Internacionais (Funag-MRE): convenio com a Capes, Banco de Teses e Dissertacoes

O ministro (da carreira diplomática) Alessandro Candeas, diretor interino do IPRI, órgão da Funag, meu colega, elaborou uma informação dirigida aos coordenadores de cursos de relações internacionais sobre eventos recentes no âmbito desse instituto:

Caros coordenadores,

Escrevo-lhes para transmitir algumas novidades do IPRI:

1) Foi assinado hoje o protocolo de cooperação entre a FUNAG e a CAPES, que prevê modalidades de fortalecimento da pós-graduação em RRII (o acordo sobre o que havíamos conversado na CORE e posteriormente). Convido-os a fazer o melhor uso possível desse instrumento:
http://capes.gov.br/component/content/article/36-salaimprensa/noticias/7973-capes-e-funag-assinam-protocolo-para-acoes-de-fortalecimento-da-pos-graduacao

2) O IPRI continua postando entrevistas que podem ser de interesse de seus alunos e pesquisadores:
http://www.funag.gov.br/ipri/riempauta/

3) O IPRI lançou, em seu site, o banco de teses e dissertações, por meio do qual podem ser levantados todos os trabalhos acadêmicos defendidos nos programas de mestrado e doutorado no Brasil em RRII. Convido-os a fazer levantamentos e divulgá-los entre seus alunos e pesquisadores:
http://www.funag.gov.br/ipri/btd/

4) Outros produtos do IPRI podem ser consultados na nossa página:
http://funag.gov.br/ipri/

5) Por fim, anuncio que (...) estou-me transferindo para o gabinete do Ministério da Defesa, onde continuo às ordens de vocês. Despeço-me com uma palavra de agradecimento por toda a colaboração, e com votos renovados de muito sucesso.
[Minha sucessão será brevemente anunciada.]

Forte abraço a todos.
Alessandro Candeas
Brasília, 14 de julho de 2016

Rui Barbosa e o direito internacional - Sergio E. M. Lima, Paulo Roberto de Almeida (Correio Braziliense)

Mais recente artigo publicado, pequeno, mas simbólico, pois hoje se comemora, justamente, além da queda da Bastilha -- que é um episódio menor da vida internacional --, os cem anos do famoso discurso de Rui Barbosa na Faculdade de Direito de Buenos Aires, em 14 de julho de 1916, quando ele condena a violação da neutralidade da Bélgica pelo Império alemão.
Paulo Roberto de Almeida


Rui Barbosa e o direito internacional

Sérgio Eduardo Moreira Lima
Paulo Roberto de Almeida
Correio Braziliense, 14/07/2016
  
            Há cem anos, quando a Argentina comemorou o primeiro centenário de sua independência, o governo brasileiro designou o senador Rui Barbosa como seu representante nos festejos. Além de participar das cerimônias oficiais, Rui Barbosa foi convidado a palestrar na Faculdade de Direito de Buenos Aires, ali pronunciando uma das mais importantes alocuções da história do direito internacional no Brasil. Dada a contribuição de suas reflexões para a construção da doutrina jurídica que sustenta a essência da política externa brasileira, bem como para a afirmação de valores e princípios da diplomacia defendida pelo Itamaraty, vale relembrar alguns conceitos fundamentais dessa conferência, ainda válidos em nossos dias.
            Em 1983 a Casa de Rui Barbosa publicou o texto definitivo, traduzido do espanhol, dessa palestra, “Os Conceitos Modernos do Direito Internacional”, durante muito tempo denominada como “O Dever dos Neutros”. Rui já era conhecido na Argentina, onde vivera entre 1893 e 1894, fugindo da perseguição que lhe movia o governo de Floriano por sua posição em defesa dos revoltosos da Armada. Depois de repassar os episódios mais relevantes do itinerário independentista argentino – iniciado em 1806, avançando em 1810 e consagrado definitivamente no Congresso de Tucuman, em 9 de julho de 1816, quando se proclamou a autonomia do país em face da Espanha –, Rui Barbosa cita Juan Bautista Alberdi, que condenava, no panfleto “A Onipotência do Estado”, o culto ao Estado como “a negação da liberdade individual”.
Ele chega então ao cerne de sua exposição: a condenação formal do uso da força, representada pela violação da neutralidade da Bélgica por tropas do Império alemão, em total desrespeito aos princípios discutidos poucos anos antes na Segunda Conferência da Paz da Haia, na qual Rui fora o chefe da delegação brasileira. Suas palavras, em defesa desse princípio, foram muito claras: “Entre os que destroem a lei e os que a observam não há neutralidade admissível. Neutralidade não quer dizer impassibilidade; quer dizer imparcialidade; e não há imparcialidade entre o direito e a injustiça. (...) O direito não se impõe... com o peso dos exércitos. Também se impõe, e melhor, com a pressão dos povos. (...) Não há duas morais, a doutrinária e a prática. A moral é uma só: a da consciência humana, que não vacila em discernir entre o direito e a força.”
            Essa conferência de Rui Barbosa foi relembrada pelo chanceler Oswaldo Aranha, em 1942, no exato momento em que o Brasil se viu confrontado à extensão da guerra europeia ao continente americano, instando, então, o país a assumir suas responsabilidades no plano dos princípios do direito internacional e em consonância com os deveres da solidariedade hemisférica. A Alemanha tinha, mais uma vez, violado a neutralidade da Bélgica, para invadir a França. A postura de Aranha – que havia recepcionado Rui, como jovem estudante no Rio de Janeiro, quando o jurista desembarcou em sua volta ao Brasil –, foi decisiva para que, ao contrário da vizinha Argentina, então controlada pelo Grupo de Oficiais Unidos, de orientação simpática ao Eixo, o Brasil adotasse uma postura compatível com a construção doutrinária iniciada por Rui e de acordo a seus interesses nacionais, nos contextos hemisférico e global, em face do desrespeito brutal ao direito internacional cometido pelas potências nazifascistas na Europa e fora dela. 
            Vinte anos depois, o chanceler San Tiago Dantas, um dos grandes tribunos do pensamento jurídico da diplomacia brasileira, defende o respeito ao princípio da não intervenção nos assuntos internos de outros Estados, que estava então em causa nas conferências e reuniões pan-americanas em torno do caso de Cuba. Outros juristas e diplomatas brasileiros, ao longo do século, a exemplo de Raul Fernandes, Afrânio de Melo Franco, Afonso Arinos e Araújo Castro, participaram dessa construção doutrinal e pragmática dos valores e princípios da diplomacia brasileira. Há que se reconhecer, no entanto, que Rui Barbosa foi um dos responsáveis pela contribuição das grandes diretrizes políticas e jurídicas que hoje integram plenamente o patrimônio da diplomacia brasileira.

Sérgio Eduardo Moreira Lima, embaixador, é presidente da Fundação Alexandre de Gusmão; Paulo Roberto de Almeida é ministro da carreira diplomática e professor nos programas de mestrado e doutorado em Direito do Uniceub.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...