sábado, 12 de março de 2022

Burke on The Present Discontents (1770)

 O que valia para a Inglaterra de 1770, deveria valer para o Brasil de hoje igualmente: 

"It  is therefore next in order, and equal in importance, that the discretionary powers which are necessarily vested in the monarch, whether for the execution of laws, or for the nominations to magistracy and office, or for conducting the affairs of peace and war, or for ordering the revenue, should all be exercised upon public principles and national grounds, and not on the likings or prejudices, the intrigues or policies, of a court. This, I said, is equal in importance to the securing a government according to law.

In: Edmund Burke on Government, Politics and Society, selected and edited by B. W. Hill (The Harvester Press, 1975), p. 102.



sexta-feira, 11 de março de 2022

Geopolítica e desafios do agro brasileiro em tempos turbulentos - Insper-CEBRI, 24/03/2022, 18hs

 Geopolítica e desafios do agro brasileiro em tempos turbulentos

https://www.insper.edu.br/agenda-de-eventos/geopolitica-e-desafios-do-agro-brasileiro-em-tempos-turbulentos/

Insper - CEBRI

24/3/2022, 18h às 20h


Em 2021 o Brasil bateu recorde histórico nas exportações do agronegócio ao ultrapassar os US$ 120 bilhões, número que evidencia a posição do país como um dos principais fornecedores globais de alimentos, apesar de uma pauta concentrada em alguns destinos e, ainda mais, em poucas commodities.

Para 2022, se por um lado as perspectivas são positivas em virtude da retomada econômica pós pandemia, por outro, o setor encerrou 2021 preocupado com o aumento dos custos de produção, e redução de margens do produtor, além da apreensão causada pelo conflito Rússia-Ucrânia.

Estruturalmente é essencial ao setor discutir como ampliar a presença de produtos tradicionais em novos mercados e oferecer novos produtos em destinos tradicionais, buscando maior diversificação e adição de valor da pauta exportadora. Tais propósitos se apresentam ainda mais desafiadores no contexto atual de conflito armado envolvendo dois importantes países no cenário do agro, aumento do protecionismo global, recrudescimento das barreiras sanitárias, técnicas e burocráticas e pressões relacionadas aos esforços de combate ao aquecimento global.

A partir desse panorama, o Insper Agro Global e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), retomam o seu Ciclo de Debates. Nesse ano o programa será trimestral com inovações no seu formato. Serão debates híbridos, com duas horas de duração para maior aprofundamento dos temas, sempre divididos em dois painéis.

Nesse primeiro debate de 2022, vamos explorar no painel inicial, as tensões, oportunidades e desafios que se apresentam neste momento conflitivo em mercados atuais e potenciais para o agro brasileiro na Eurásia. Para conduzir esse debate contaremos com André Corrêa do Lago, Embaixador do Brasil na Índia e Larissa Wachholz, executiva, ex-assessora da Ministra da Agricultura para assuntos de China e sênior fellow do CEBRI.

No segundo painel especialistas abordarão desafios, oportunidades e estratégias para aprimoramento da pauta exportadora por meio de diferenciação e adição de valor aos produtos. Vamos contar com Flávio Bettarello, diplomata, ex-secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Mapa; Luiz Roberto Barcelos, Diretor Institucional da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Será um prazer recebê-los pessoal ou virtualmente!

Programação

Abertura e moderação:

    Marcos Jank – Coordenador do Insper Agro Global e do Núcleo Agro do CEBRI

    Julia Dias Leite – Diretora-presidente do CEBRI


Painel I

Mercados e geopolítica do agro brasileiro na Eurásia

Debatedores:

    André Corrêa do Lago, Embaixador do Brasil na Índia

    Larissa Wachholz, ex-assessora da Ministra da Agricultura para assuntos de China e sênior fellow do CEBRI


Painel II

Desafios da pauta exportadora do agro brasileiro: diversificação e diferenciação


Debatedores:

    Flávio Bettarello, diplomata, ex-secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Mapa

    Luiz Roberto Barcelos, Diretor Institucional da Abrafrutas

    Sueme Mori, Diretora de Relações Internacionais da CNA


De Bretton Woods a Bretton Woods: a longa marcha da URSS de volta ao FMI - Paulo Roberto de Almeida (1991)

De Bretton Woods a Bretton Woods: a longa marcha da URSS de volta ao FMI (1991)

 Quando escrevi o artigo abaixo, em agosto de 1991, sobre a volta da União Soviética às organizações de Bretton Woods, ANTES que a URSS desaparecesse, no final daquele ano, saudando seu retorno, pois que ela havia estado em Bretton Woods, em 1944, não imaginava que ela pudesse ser EXPULSA do FMI e do Banco Mundial, como pode acontecer agora, em 2022, por causa da invasão brutal e da guerra GENOCIDA por um êmulo de Stalin contra o povo ucraniano.

Os interessados em saber como ele foi a Bretton Woods, e depois recusou tornar-se membro (a despeito de que o segundo homem do Tesouro, Harry White, era um agente soviético e até ofereceu que os EUA pagassem a cota da URSS destruída pela guerra contra Hitler), podem ler este meu artigo, que talvez mereça agora continuidade. Registro que escrevi o artigo antes que, no final desse mês, o Gorbatchev sofresse um golpe de Estado, de velhos comunistas, e ficasse alguns dias fora do poder. Depois ele voltou, mas em 25 de dezembro anunciava o fim da URSS. Escrevi muito sobre os camaradas, mas apenas quero colocar a disposição de um público mais amplo, este meu artigo:
Paulo Roberto de Almeida

209. “De Bretton Woods a Bretton Woods: a longa marcha da URSS de volta ao FMI”, Montevidéu, 27 agosto 1991, 15 p. Artigo sobre a participação da URSS na conferência de Bretton Woods. Publicado na Revista Brasileira de Política Internacional (Rio de Janeiro: Ano XXXIV, n. 135-136, 1991/2, p. 99-109). Postado no blog Diplomatizzando (17/12/2011; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/12/russia-de-bretton-woods-1944-bretton.html); disponível em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/5661851/209_De_Bretton_Woods_a_Bretton_Woods_a_longa_marcha_da_URSS_de_volta_ao_FMI_1991_). Relação de Publicados n. 71.

Transcrevo apenas a parte inicial do artigo e depois remeto aos links acima, para os interessados em lê-lo por inteiro (e confesso que não reli, para verificar o que escrevi em 1991, ANTES do fim da URSS, mas ela parece estar voltando agora, sob Putin).

DE BRETTON WOODS A BRETTON WOODS:

a longa marcha da URSS de volta ao FMI

 

Paulo Roberto de Almeida

Revista Brasileira de Política Internacional

(Rio de Janeiro: Ano XXXIV, n. 135-136, 1991/2, pp. 99-109)

Postado no blog Diplomatizzando

(17/12/2011l link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/12/russia-de-bretton-woods-1944-bretton.html)

 

O espectro do passado

A História costuma dar muitas voltas, antes de retornar, eventualmente, ao seu ponto inicial. Ela nem precisa reproduzir-se como farsa, como afirmava Marx a partir do conceito original de Hegel. Farsa ou tragédia, tudo depende do ponto de vista de quem é chamado a pagar a conta da repetição do espetáculo. Na verdade, mais que repetir-se, a História se contenta com pregar peças naqueles que ousam desafiar as “leis de funcionamento do mecanismo econômico da sociedade”, para empregar uma das frases preferidas do autor d’O Capital, ou melhor, do Dezoito Brumário, onde aquela famosa reflexão sobre o retorno da História foi registrada pela primeira vez. 

Assim, pode ser encarada, por exemplo, a restauração da “velha” ordem capitalista nos países que, antes ou depois da II Guerra Mundial, tinham adotado o sistema de economia planificada e que, durante muito tempo, se tinham preparado alegremente para enterrar o capitalismo (com a ajuda eventual de uma das muitas crises cíclicas deste último). A transição acelerada do modo de produção socialista ao ancien régime do capitalismo, empreendida a todo vigor no Leste europeu, pode, ocasionalmente, ter seu lado de tragédia (e muito pouco de farsa), notadamente para os órfãos do planejamento centralizado, mas, ela tem muito pouco de surpresa para aqueles que acompanharam com atenção a parábola do comunismo na História.

Winston Churchill, ainda que reconhecidamente muito pouco afeito a reflexões de tipo hegeliano, não se surpreenderia, por certo, com a desmontagem final de um regime econômico e político por ele considerado como “pouco natural” e mesmo totalmente contrário à “natureza humana”. A invocação à Churchill é, aliás, ilustrativa do itinerário tortuoso que a História percorreu em pouco mais de 70 anos de ascensão e queda da ideologia socialista.

Ele, que tinha estimulado e participado ativamente na montagem do apoio ocidental aos grupos de russos brancos que, entre 1918 e 1923, combateram militarmente a jovem república bolchevique, não hesitou, mais tarde, em aliar-se ao “demônio comunista” para eliminar, como ele dizia, o “diabo hitlerista”. Ao final da guerra, conhecedor como poucos do caráter brutal da dominação stalinista, foi um dos primeiros a afirmar que uma “cortina de ferro” se tinha abatido sobre a Europa.

Com efeito, em 5 de março de 1946, Winston Churchill pronuncia, no Colégio Rural de Fulton (Missouri, EUA), seu famoso discurso sobre a cortina de ferro que tinha passado a dividir a Europa desde Stettin até Trieste. Ele reitera então seu severo julgamento, elaborado desde os primórdios do poder bolchevique, sobre o caráter totalitário dos regimes sob dominação soviética e, empregando uma imagem que se tornaria típica da guerra fria, caracteriza o comunismo como uma “ameaça crescente à civilização cristã”.

Churchill afirmava particularmente: “O que eu pude conhecer de nossos amigos russos durante a guerra, me convenceu que, mais do que tudo, eles admiram a força e que, mais do que tudo, eles desprezam a fraqueza militar”. Em 19 de setembro desse mesmo ano, exercitando seus dons de “futurólogo”, ele se pronuncia a favor dos “Estados Unidos da Europa”. Churchill ousa mesmo prever a derrocada final do sistema comunista, com base, em grande medida, nos mesmos argumentos que tinham sido avançados no século passado por John Stuart Mill em relação ao caráter profundamente irracional da organização social da produção em regime socialista.

Churchill, evidentemente, não logrou viver o bastante para assistir à confirmação prática do ceticismo sadio demonstrado pelo pensamento econômico liberal a respeito da debilidade intrínseca de qualquer forma de apropriação coletiva dos frutos do trabalho individual. Difícil dizer, também, se ele consideraria a marcha acelerada das economias planificadas em direção do mercado como uma demonstração inequívoca de um “retorno da História”. Em todo caso, ele provavelmente receberia com um sorriso maroto a solicitação algo desesperada apresentada pela União Soviética de adesão plena ao FMI e ao Banco Mundial, formulada por ocasião da reunião do G7, de julho de 1991 em Londres. 

A despeito da simpatia despertada nos europeus, a cauta reação anglo-americana apenas permitiu contemplar, numa primeira fase, um simples estatuto de “membro associado”, isto é, a URSS ganha o direito de ser escrutinada pelos bisturis cruéis do FMI mas não consegue alcançar a bolsa dos cobiçados sestércios. Essa posição intermediária será rapidamente superada pela situação normal de associação plena, uma vez aprovado um programa rigoroso de reconversão econômica e definidas as linhas da cura de emagrecimento do Estado socialista.

Mais, do que a aceitação formal ou efetiva, pela URSS, dos princípios de mercado, é o apelo ao FMI que conforma verdadeiramente um retorno patético da História. Afinal de contas, as instituições de Bretton Woods, tidas por Stalin como a “representação mais acabada” da ordem mundial capitalista, sempre concentraram os ataques mais veementes dos adeptos da economia planificada. Com o tempo, entretanto, vários países do “socialismo realmente existente” tiveram de arrefecer suas críticas e trataram de solicitar, cada qual a seu turno, uma discreta adesão às antigas “agências do imperialismo econômico”. O movimento se acelerou, desde os anos 70, até incluir agora a própria União Soviética, o que aliás não tomou inteiramente de surpresa os observadores mais atentos, já que esse “salto qualitativo” estava implícito na natureza das transformações em curso nas “economias pós-socialistas”.

Pode-se, contudo, falar legitimamente de “ingresso” da URSS nas instituições financeiras de Bretton Woods, ou seria melhor referir-se à “volta” da ex-pátria do socialismo a organizações por ela mesma criadas no quadro das Nações Unidas? Um pequeno passeio pela História nos permitirá esclarecer essa questão.

(...)


Para ler a íntegra, remeto a estes links: 


Postado no blog Diplomatizzando (17/12/2011; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/12/russia-de-bretton-woods-1944-bretton.html); disponível em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/5661851/209_De_Bretton_Woods_a_Bretton_Woods_a_longa_marcha_da_URSS_de_volta_ao_FMI_1991_).

Debate em homenagem aos 90 anos de Modesto Carvalhosa: 18/03/2022, 10:30hs

Em homenagem ao aniversário de 90 anos do Professor Modesto Carvalhosa, teremos um debate em torno das propostas constantes de seu livro "Uma Nova Constituição para o Brasil".

O evento será transmitido pelo YouTube, no dia 18 de março, sexta-feira, às 10h30min, com acesso pelo link:
Contamos com a participação de todos.
Cordiais saudações,
Ives Gandra Martins
Luciano I. De Castro
Mauricio Bugarin
Beyla Fellous
Thiago Neves

MIGRATION AND URBANIZATION IN THREE CONTINENTS - Conference in Miami

  INSTITUTE FOR ADVANCED STUDY OF THE AMERICAS

CONFERENCE

MIGRATION AND URBANIZATION IN THREE CONTINENTS 

Co-sponsored by University of Miami School of Law

(Register for the virtual conference via Zoom here)

March 24, 25 and 28, 2022

OVERVIEW

This conference seeks to integrate the literatures on migration and urbanization by examining, in a systematic manner, how migrant flows have affected the economic, physical, social, and cultural development of cities both historically and at present. For this purpose, we have selected nine major cities as 'strategic field sites' where such interactions can be studied in detail. Three of these cities are in North America, three in Europe, and three in Latin America.  

 Scholars well versed in the interplay of urban and migration dynamics of the cities included will be presenting essays and providing detailed comments, followed by open discussions. The writers of essays have been working in coordination with the organizers since August 2021 and the progress of their research will be discussed during the conference.   

The conference will take place in the online modality. It will be free and open to the public and early registration is encouraged. To register please click on the link at the end of the program. 

 

*****

The conference has been scheduled based on EST (Miami local time 9:40 AM)

Time Conversions:

6:40 AM West Coast | 8:40 AM Mexico City | 11:40 AM Buenos Aires | 2:40 PM London

3:40 PM Madrid, Barcelona, Stockholm

 

Please visit https://24timezones.com for more time conversions

 

 

CONFERENCE PROGRAM

Migration and Urbanization in Three Continents 

March 24, 25 and 28, 2022

 

March 24

 

9:40 AM – 9:50 AM Welcoming remarks: Felicia Knaul, Director of the Institute for Advanced Study of the Americas, University of Miami

 

9:50 AM – 10:00 AM Opening remarks: Alejandro Portes, School of Law and Department of Sociology and Criminology, University of Miami; Princeton University (Emeritus)

 

Latin América

 

Buenos Aires, Sao Paulo, México City

 

10:00 AM: Moderator

 

10:10 AM - 11:10 AM: Buenos Aires

 

Presenter: Marcelo Cavarozzi, Universidad Nacional de San Martín, Buenos Aires

 

Discussant: Emilio A. Parrado, Population Studies Center, Department of Sociology, The University of Pennsylvania

 

Q&A segment

 

11:10 AM - 12:10 PM: Sao Paulo

 

Presenter: Rosa Hassan De Ferrari, Anthony Ocepek, Rachel Travis, and Ariel C. Armony,University of Pittsburgh

 

Discussant: Bryan Roberts, Department of Sociology, University of Texas at Austin, Emeritus

Q&A segment

 

12:10 PM - 1:10 PM: Lunch recess

 

1:10 PM - 2:10 PM: Mexico City

 

Presenters: Raúl Delgado-Wise, Francisco J. Caballero Anguiano and Selene Gaspar-Olvera, Programa en Estudios de Desarrollo, Universidad Autónoma de Zacatecas

 

Discussant: Diane Davis, Department of Urban Planning and Design, Harvard University

 

Q&A segment

 

2:10 PM – 2:30 PM Panel Discussant: Rebecca Sharpless, School of Law, Director of the Immigration Clinic, University of Miami

 

2:30 PM – 3:15 PM Conversation among panel members

 

March 25

 

The United States

 

Los Angeles, Miami, New York

 

10 AM: Moderator

 

10:10 AM - 11:10 AM Los Angeles

 

Presenters: Min Zhou and Nicholas DiRago, Department of Sociology, University of California, Los Angeles

 

Discussant: Manuel Pastor, Department of Sociology, University of Southern California

 

Q&A segment

 

11:10 AM to 12:10 PM Miami

 

Presenters: Carie Penabad and Adib Cure, School of Architecture, University of Miami

 

Discussant: Larry Liu, Department of Sociology, Princeton University

 

Q&A segment

 

12:10 PM – 1:10 PM Lunch recess

 

1:10 PM – 2:10 PM New York

 

Presenter: Philip Kasinitz, The Graduate Center, City University of New York

 

Discussant: Natasha N. Iskander, Robert F. Wagner Graduate School of Public Service, New York University

 

Q&A segment

 

2:10 PM – 2:30 PM Panel Discussant: Alex Piquero, Department of Sociology and Criminology, University of Miami

 

2:30 PM – 2:45 PM Conversation among panel members

 

 

March 28

 

Western Europe

 

Stockholm, Barcelona, London

 

10:00 AM Moderator

 

10:10 AM - 11:10 AM: Stockholm

 

Presenter: Johan Sandberg, Department of Sociology, Lund University

 
Discussant: Thomas Faist, Faculty of Sociology, Bielefeld University

 

11:10 AM – 12:10 PM: Barcelona

 

Presenters: Carlota Solé Puig, Sònia Parella and Clara Piqueras, Universidad Autónoma de Barcelona

 

Discussant:  Lorenzo Cachón, Universidad Complutense de Madrid

 

Q&A segment

 

12:10 PM – 1:10 PM Lunch recess

 

1:10 PM – 2:10 PM: London

 

Presenters: Anthony Heath, Department of Sociology, University of Oxford and Yaojun Li, Department of Sociology, University of Manchester

 

Discussant: Nina Glick-Schiller, Max Planck Institute for Social Anthropology Social Anthropology,University of Manchester, and University of New Hampshire (Emeritus)

 

Q&A segment

 

2:10 PM - 2:30 PM Panel discussant and conference co-organizer: Margarita Rodríguez, Department of Sociology and Criminology and Institute for Advanced Study of the Americas, University of Miami

 

2:30 PM – 2:45 PM Conversation among panel members

 

2:45 PM – 3:05 PM Concluding remarks: Alejandro Portes, School of Law and Department of Sociology and Criminology, University of Miami; Princeton University (Emeritus)

 

3:05 PM Conference Closing Remarks: Julio Frenk, President, University of Miami

 

 

Register for the virtual conference via Zoom here

Early registration is encouraged

A group of people marching

Description automatically generated with low confidence

"Among the Immigrants - getting on the train at St. John's Park" by Stanley Fox, c.1850.  Image from wikimedia commons.

quinta-feira, 10 de março de 2022

O fim do Estado-nação como o conhecemos atualmente? - Paulo Roberto de Almeida

 O fim do Estado-nação como o conhecemos atualmente?

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

  

Ao observar o comportamento, as falas, as posturas de dois personagens de nossa época, fui transportado para outras eras da história, outras histórias. Lembrei-me do livro Vidas Paralelas, de Plutarco, mas isso a propósito de Putin-Bozo, dois insanos, mas um muito perigoso, o outro apenas ridículo.

Não, não vou fazer como Plutarco, que traçou paralelos entre grandes figuras da história grega e seus possíveis equivalentes na história romana. Tampouco vou fazer como Suetônio, ao cantar as loas de doze césares. Meu propósito é mais simples: mostrar como determinados insanos, que capturam o poder numa determinada nação e partir daí causam desastres para seus próprios povos e, no caso dos muitos poderosos, para outros povos também.

Desse ponto de vista, Putin e Bozo são confrades, irmãos gêmeos na capacidade de arruinar seus países, e no caso de Putin de provocar danos a outros países.

No caso do Bozo, a profilaxia é simples: vote out nas próximas eleições, a despeito de minha opinião de que ele deveria ter sido defenestrado muito antes, quando começou a provocar danos ao país, e isto começou em 1/01/2019 e continuou até hoje.

No caso de Putin é mais difícil, mas a razão é a mesma: existem pessoas e grupos que tiram vantagens do arbítrio do dirigente, e querem que ele continue no poder, justamente por isso. 

Quem são os culpados? Os que se beneficiam disso, parlamentares de forma geral, e cortesãos próximos de maneira particular.

Tanto para Putin, quanto para o Bozo, temos generais castrados próximos do poder, aqueles capazes de comandar a guerra contra vizinhos, estes apenas interessados em defender seus contracheques.

O que acontece na Rússia e no Brasil é uma tragédia, primeiro para os seus próprios povos, mas no caso da Rússia com efeitos regionais e potencialmente mundiais.

Ambos são insanos, megalomaníacos, despreparados para entender o mundo, mas a capacidade de destruição do Bozo está limitada ao próprio Brasil, e também à diplomacia brasileira.

Putin tem um poder muito maior e, portanto, o esforço para constrangê-lo terá de ser muito maior, com efeitos sobre seus vizinhos, sobre as potências ocidentais, para o mundo.

Este será o preço a pagar.

Lamento, sinceramente, pelo povo chinês, que tem um novo imperador absoluto no seu comando, e que assumiu uma postura EQUIVOCADA na presente confrontação. A China teria interesse numa ordem mundial estável, pois foi ela que permitiu a ascensão do seu país e a prosperidade do povo chinês. Ele pode estar comprometendo possibilidades na globalização ao apoiar um tirano insano. Xi Jinping também é um tirano, mas não insano, mas está reagindo à interferência dos ocidentais na vida dos seus súditos, que sejam os do Tibet, do Xinjiang, de Hong Kong e de Taiwan. Tiranos podem se tornar perigosos.

Por isso está na hora de acabar com a soberania absoluta das nações e a Igualdade Soberana dos Estados, um princípio útil, mas como tudo na vida da civilização, com espaços abertos à insanidade dos dirigentes.

Vou terminar com a "história antiga": a única diferença entre Homero e Plutarco é que não mais acreditamos na interferência dos deuses nas ações dos homens. Os tiranos atuais agem por suas próprias obsessões e loucuras, sem qualquer interferência do Olimpo. Mas nem Freud serve para explicar a situação, apenas em parte. Falarei sobre a próxima evolução civilizatória mais adiante. 

Seria mais interessante tratar dos efeitos econômicos e políticos da guerra, um tema que me foi solicitado debater com meus ex-alunos de doutorado, que possuem um grupo de discussões sobre questões da atualidade. O custo econômico do conflito será alto, mas não catastrófico, pelo menos para os países avançados; os pobres, como sempre, sentirão os efeitos mais graves, em termos de alimentos, mais do que energia.

Mas, o problema não é tanto o custo econômico e sim o custo político e talvez civilizatório da ação de um psicopata não contido pelos seus generais e outros homens do Estado russo. Muitos preveem um mundo de retorno aos grandes impérios econômicos do passado, o que em parte pode ser verdade, mas o mundo não é feito apenas de incontroláveis e incontornáveis forças econômicas: a insensatez de dirigentes poderosos pode criar turbulências que abalam temporariamente essas forças econômicas impessoais e imperturbáveis até certo ponto.

Não estamos tão longe assim da guerra de Troia, mas a Helena não tem nada a ver com uma desgraça mútua que durou dez anos. Putin talvez seja um novo Menelau, com a diferença de que ele foi movido unicamente por suas próprias obsessões, não por um cerco econômico de potências “ocidentais”. O Menelau da era contemporânea ameaça arrastar o mundo para uma destruição bem pior do que a de Troia (e também para os gregos).

O mundo pagará um preço, temporário, e bem mais doloroso para a Ucrânia, que tenta sobreviver. A próxima Carta da ONU, ou uma nova, terá de ter um capítulo sobre a prevenção da marcha da insensatez da parte dos tiranos, mas para isso terá de haver um arranjo multilateral sobre o fim da soberania absoluta dos Estados, o que se pensava ser um legado positivo de Vestfália. Terá de ser o fim dos Estados nacionais, mas não poderá ser a volta dos impérios autocentrados.

A próxima Carta da ONU, ou sua substituta, terá de ter um capítulo para tratar dos insanos poderosos, provavelmente limitando a soberania absoluta dos Estados, o primeiro e mais importante legado de Vestfália. Mas, não pode ser uma volta a impérios autocentrado, e sim impérios abertos à interdependência.

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4101: 10 março 2022, 3 p.


 

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...