O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Plano Real, 20 anos: as perolas dos companheiros - Reinaldo Azevedo

O conhecido jornalista, muy amigo dos petralhas, ajuda os esquecidos a se lembrar do que disseram os patriotas sobre o Plano Real no momento do seu lançamento:

Guido, o gênio. No passado e no presente, ele é uma constante: erra sempre
Guido, o gênio. No passado e no presente, ele é uma constante: erra sempre
Nos 20 anos do Plano Real, quero aqui lembrar frases célebres da companheirada. 
Reinaldo Azevedo
(...)
Lula

“Esse plano de estabilização não tem nenhuma novidade em relação aos anteriores. Suas medidas refletem as orientações do FMI (…) O fato é que os trabalhadores terão perdas salariais de no mínimo 30%. Ainda não há clima, hoje, para uma greve geral, mas, quando os trabalhadores perceberem que estão perdendo com o plano, aí sim haverá condições” (O Estado de S. Paulo, 15.1.1994).

“O Plano Real tem cheiro de estelionato eleitoral” (O Estado de S. Paulo, 6.7.1994).
Guido Mantega

“Existem alternativas mais eficientes de combate à inflação (…) É fácil perceber por que essa estratégia neoliberal de controle da inflação, além de ser burra e ineficiente, é socialmente perversa” (Folha de S. Paulo, 16. 8.1994).

Marco Aurélio Garcia

“O Plano Real é como um “relógio Rolex, destes que se compra no Paraguai e têm corda para um dia só (…) a corda poderá durar até o dia 3 de outubro, data do primeiro turno das eleições, ou talvez, se houver segundo turno, até novembro” (O Estado de S. Paulo, 7.7.1994).

Gilberto Carvalho

“Não é possível que os brasileiros se deixem enganar por esse golpe viciado que as elites aplicam, na forma de um novo plano econômico” (“O Milagre do Real”, de Neuto Fausto de Conto).

Aloizio Mercadante

“O Plano Real não vai superar a crise do país (…) O PT não aderiu ao plano por profundas discordâncias com a concepção neoliberal que o inspira” (“O Milagre do Real”, de Neuto Fausto de Conto)

Vicentinho, atual líder do PT na Câmara dos Deputados

“O Plano Real só traz mais arrocho salarial e desemprego” (“O Milagre do Real”).

Maria da Conceição Tavares

“O plano real foi feito para os que têm a riqueza do País, especialmente o sistema financeiro” (Jornal da Tarde, 2.3.1994).

Paul Singer

“Haverá inflação em reais, mesmo que o equilíbrio fiscal esteja assegurado, simplesmente porque as disputas distributivas entre setores empresariais, basicamente sobre juros embutidos em preços pagos a prazo, transmitirão pressões inflacionárias da moeda velha à nova” (Jornal do Brasil,  11.3.1994).

“O Plano Real é um arrocho salarial imenso, uma perda sensível do poder aquisitivo de quem vive do próprio trabalho” (Folha de S.Paulo, 24.7.1994).
Gilberto Dimenstein

“O Plano Real não passa de um remendo” (Folha de S.Paulo, 31. 7.1994 ).


Reinaldo Azevedo

Arrecadacao de janeiro bate recorde: tem gente que acha otimo...


Claro, só podia ser o jornal do chefe da quadrilha, o Stalin sem Gulag.
Em plena recessão econômica - que já está confirmada, pois são dois trimestres seguidos de crescimento negativo -- o aparelho fascista por excelência do Brasil consegue bater mais um recorde: arrecadar dinheiro como nunca.
Tem gente que acha bonito esfolar os brasileiros, extorquir seu dinheiro para entregá-lo ao ogro famélico em que se converteu esse monstro obstrutor do crescimento brasileiro que se chama Estado.
Como sabemos muito bem, o governo petista se entusiasma plenamente com esses recordes seguidos de arrecadação, como se fosse saudável o governo arrancar cada vez mais dinheiro da sociedade, privando-a de consumo ou de investimentos, para gastar consigo mesmo.
O Brasil está mesmo condenado à mediocridade econômica, e ao declínio em escala planetária.
Paulo Roberto de Almeida

Arrecadação federal em janeiro bate recorde histórico a R$ 123 bilhões

Correio do Brasil, 25/2/2014 15:26
Por Redação - de Brasília

A arrecadação federal atingiu R$ 84,212 bilhões no mês passado
arrecadação federal atingiu R$ 123,667 bilhões no mês passado
arrecadação de R$ 123,667 bilhões em janeiro deste ano, a maior da história, anunciada pela Receita Federal, nesta terça-feira, foi impulsionada pelas vendas de bens e serviços, que aumentaram 2,87% em comparação ao mesmo período de 2013. Houve ainda, indicou a Receita, crescimento da massa salarial de 10,37% e do valor em dólar das exportações de 8,27%. O fator negativo foi a produção industrial, que registrou queda de 2,31%.
Conforme os dados apresentados pela Receita Federal, o desempenho das receitas administradas pelo fisco federal aumentou 0,91%, com acréscimo de R$ 1,06 bilhão em comparação ao mesmo período do ano passado, já com o ajuste do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em valores globais foram arrecadados R$ 117,13 bilhões ante R$ 116,07 bilhões comparando-se os meses de janeiro de 2014 e de 2013.
A Receita Previdenciária, com R$ 28,71 bilhões, teve um acréscimo de 4,26% na arrecadação das receitas administradas. O item representa um variação de 110,52% na participação total da arrecadação. Já o Imposto de Renda do rendimento do trabalho, com R$ 9,58 bilhões, cresceu 5,6%, e o Imposto sobre Importações – somado ao Imposto sobre Produtos Industrializados-Vinculado -, cresceu 8,22%, chegando a R$ 4,76 bilhões.
O Imposto de Renda de rendimentos de residentes do exterior cresceu 12,69%, passando a R$ 2,21 bilhões, e o Imposto de Renda sobre Rendimentos de Capital ficou em R$ 3,37 bilhões, com crescimento de 6,88%. O Imposto sobre Produtos Industrializados, sem o registro vinculado, cresceu 10,89%, chegando a R$ 1,33 bilhão.
Em contrapartida, houve queda nos seguintes tributos: Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), equivalente a -7,5%; Cofins/PIS-Pasep (-4%); Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), ambos com queda correspondente -5,46%. As demais receitas administradas cresceram 36,18%. A Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) incide sobre as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive as empresas públicas.
O coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, Raimundo Elói de Carvalho, disse que a redução da receita da Cofins/PIS-Pasep foi resultado da combinação dos seguintes fatores: redução da Cofins e do PIS incidentes sobre as exportações, em razão de compensações tributárias e da diminição da base de cálculo aprovada pela Lei 12.865/2013. Pela Lei 12.865/2013 a União foi autorizada a conceder subvenção extraordinária aos produtores fornecedores independentes de cana-de-açúcar afetados por condições climáticas adversas durante a safra 2011/2012 na Região Nordeste.
Mais imóveis
Em linha com o crescimento da arrecadação federal, as vendas de materiais de construção cresceram 1,5% em janeiro na comparação anual, informou nesta terça-feira a Abramat, associação que representa o setor. Já na comparação com dezembro, houve crescimento de 9,2%, enquanto no acumulado de 12 meses as vendas subiram 2,7%.
A expectativa da Abramat é de que o setor encerre 2014 com vendas 4,5% maiores que o resultado do ano passado. Em janeiro, as vendas de materiais de acabamento subiram 3,9% sobre janeiro do ano passado, mas recuaram 1,1% sobre dezembro. Os materiais básicos tiveram leve alta, de 0,2%, na comparação anual, mas cresceram 15,5% sobre o resultado de dezembro.
O nível de emprego na indústria de materiais de construção também cresceu cerca de 8% no primeiro mês do ano em relação a janeiro do ano passado. Na comparação com dezembro, o avanço foi de 7,7%. Entre as empresas de materiais básicos, o nível de emprego subiu 10,6% sobre janeiro de 2013, e subiu 12,6% sobre o mês anterior. Nos materiais de acabamento, o indicador subiu 4,3% na comparação anual, e teve leve alta de 0,2% sobre dezembro

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Venezuela: Maduro consegue um aliado...

Da coluna diária do ex-prefeito Cesar Maia:


RÚSSIA ENVIA CRUZADOR PARA "DEFENDER" A VENEZUELA!

(Fafhoo, 23) 1. Na última sexta-feira, às 10:00 horas, chegou o navio de guerra russo Moskva (Moscou) a La Guaira, principal porto da Venezuela, localizado a 30 quilômetros de Caracas, a capital. Também chegou um antissubmarino, um navio rebocador e um sistema de barcos. Um total de 150 marinheiros da Federação Naval russa chegou ao país, segundo a Agência Venezuelana de Notícias (AVN ).
           
2. O navio de guerra Moskva é um cruzador lança-Míssil. O comandante é o Almirante Valeri Vladimirovich Kulikov. “O navio, de 185 metros de comprimento, é equipado com radares e armas de todos os tipos, incluindo foguetes com alcance de mais de 600 km e armas móveis capazes de repelir ameaças dentro de 60 quilômetros", disse o capitão Sergey Ivanovich. Em declarações à imprensa, comentou: "Nosso navio pode operar em qualquer lugar do mundo de forma independente, sem problemas, e pode defender qualquer território, incluindo Venezuela e Cuba”.

A frase (equivocada) do ano: Celac, em Havana

Do comunicado da Celac, no final de janeiro de 2014, em Havana, que fez referências retóricas à democracia:


"Devemos respeitar plenamente o direito inalienável de todo Estado de escolher seu sistema político, econômico, social e cultural como condição essencial para assegurar a convivência pacífica entre as nações".

Estados, ao que se sabe, não votam em assuntos de caráter interno, apenas em organismos intergovernamentais.
Quem faz escolhas políticas, quanto ao sistema de governo, organização econômica, políticas sociais e de cultura, costuma ser o povo de cada nação, mas em eleições livres, quando isso é possível, claro.
Parece que esqueceram esse pequeno detalhe ao aprovar o comunicado...
Paulo Roberto de Almeida 

Addendum:
Do pronunciamento do delegado brasileiro: 
"A Celac em Cuba tem grande significado porque, rompendo com o passado de isolamento, Cuba não só está inserida dentro dela, como é presidente. E todos os chefes de Estado e de governos vão a Cuba nessa celebração de um novo momento da América Latina e do Caribe, e de um novo momento da integração.”
Antônio José Ferreira Simões, subsecretário-geral da América do Sul, do Ministério das Relações Exteriores. 

Dixit...

China: sorry people, estamos fechando a capital do Imperio, Beijing, por ser inabitavel

Pois é, um governo que se preocupasse com a sua própria saúde, dos seus mandarins, e do povinho miúdo, deveria decretar o fechamento da cidade...

By DAN LEVIN

Anger is rising over the government’s inability to protect the nation from pollution that has made places like the capital “unsuitable for human habitation,” as a prominent think tank stated this month in a study that was swiftly censored.

Isso vai ocorrer? Improvável.
Mas não me convidem para trabalhar por lá...
Paulo Roberto de Almeida

 

In Beijing, Complaints About Smog Grow Louder and Retaliation Grows Swifter

Visitors are silhouetted against thick smog at Jingshan Park near the Forbidden City in Beijing.Kim Kyung-Hoon/ReutersVisitors are silhouetted against thick smog at Jingshan Park near the Forbidden City in Beijing.
Nearly a week into northern China’s latest airpocalypse, the skies over Beijing are murky and acrid with a heavy smog that shrouds the sun. On social media sites, the yellow, choking air has become something of a meme, as residents post depressing photos of their blackened air purifier filters and hazy urban vistas with comments like #nuclearwinter.
Amid the latest round of smog, anger is rising over the Chinese government’s inability to protect the nation from a pollution crisis that has made places like Beijing “unsuitable for human habitation,” as a prominent state-backed think tank stated in a study released this month that was swiftly censored.
Last week, the official Sina Weibo microblog account of the state-run China Central Television Finance Channel posted two scathing indictments of the Chinese government’s environmental failures. “Does anyone still care about Beijing’s smog?” began one, noting that although the “pollution index is off the charts,” no measures had been taken to mitigate the environmental emergency. A few minutes later came the second post, “Beijing municipal government, don’t hide behind the thick smog,” which warned that “the people have grown numb,” but the channel was “issuing a wake-up call: the government can’t act blind.” It must “protect its territory and not act ignorant.”
Both posts were quickly deleted.

On Friday, after days of a growing outcry, the Beijing government for the first time raised the air pollution alert on its recently established color-coded system to orange, the second-highest level out of four, prompting schools to cancel outdoor activities and some factories to close and sending half the city’s cars off the roads. But those measures and similar ones taken across the region have failed to alleviate the smog. In Beijing by Tuesday evening, the United States Embassy air quality index meter read 500, nearly 20 times the level of particulate air matter deemed safe by the World Health Organization.
Even as the government insisted it was working overtime to address the crisis, officials were busy retaliating against CCTV. According to employees, an editor at the Finance Channel was fired for posting the offending microblog posts and CCTV was banned from all reporting on Beijing’s epic smog, because, they said, the posts infuriated the city’s mayor, Wang Anshun. Oddly, CCTV is still allowed to report on the air pollution hovering just outside the city’s borders in the surrounding province of Hebei.
Reached by phone, the director of the CCTV Finance Channel, Guo Zhenxi, said he was too busy to comment and hung up.
Censorship, however, is not preventing other Chinese in the polluted region from taking matters into their own hands. Last week, Li Guixin, a resident of Shijiazhuang, the provincial capital of Hebei, walked into the district court and filed a lawsuit against the city’s environmental protection bureau for failing to curb the increasingly horrendous smog. The lawsuit seeks 10,000 renminbi, or about $1,600, as compensation for the money he has spent on protecting himself against the foul air.
“Since last December, the smog in Shijiazhuang started to get worse,” Mr. Li told Yanzhao Metropolis Daily, a local newspaper. “I had to spend money on masks, an air purifier and a treadmill” for exercising indoors.
Mr. Li’s lawyer, Wu Yufen, said in a telephone interview that the lawsuit — the first of its kind in China — was rejected by both the provincial and the municipal courts. He is still waiting to hear from the district court, but vowed to pursue all legal recourse. “Air quality is a very important issue in our lives,” Mr. Wu said. “When the air is bad, there is no quality of life to speak of. You can’t even go outside.”
Back in Beijing, the authorities are taking a zero-tolerance approach to public expressions of environmental discontent. According to a Sina Weibo post published Tuesday morning, an artist named Du Xia was taken away by the police in central Beijing after he protested against the smog.
A few hours later, the post had disappeared, but the smog remained.
Mia Li contributed research.

Venezuela: a caminho de uma "ucranizacao"? Pouco provavel - Le Monde

Venezuela : conférence « pour la paix » et barricades à Caracas

Le Monde.fr avec AFP |  • Mis à jour le 
Abonnez-vous
à partir de 1 €
 Réagir Classer
Partager   google + linkedin pinterest


Heurts entre forces de l'ordre et manifestants opposés au gouvernement à Caracas, le 24 février.

Les étudiants vénézuéliens, qui manifestent depuis trois semaines contre la gestion du président Nicolas Maduro, ont maintenu leur mobilisation à Caracas et dans d'autres villes du pays, lundi 24 février, alors que le gouvernement entamait des consultations en vue d'un dialogue national.

Le président socialiste, au pouvoir depuis onze mois, est confronté à des manifestations contre l'insécurité et la vie chère soutenues par l'opposition. Ce mouvement a plusieurs fois dégénéré en marge de marches pourtant généralement pacifiques, et les affrontements avec les forces de l'ordre ont fait au total quatorze morts, dont au moins huit par balles, et 140 blessés.
BARRICADES À CARACAS, HEURTS DANS L'OUEST
Lundi, des groupes de manifestants ont installé de nombreuses barricades à Caracas : matelas, mobilier urbain, poubelles ou pneus incendiés obstruaient de nombreuses artères de la capitale. « Nous n'avons plus peur », lisait-on sur la pancarte d'un manifestant près de l'autoroute reliant le centre de Caracas et sa périphérie est. La plupart des barricades ont été démontées sans heurts par les forces de l'ordre dans l'après-midi.
Dans d'autres villes, comme Valencia, troisième agglomération du pays, des incidents ont opposé des grappes de manifestants aux forces de l'ordre, qui ont tiré balles en caoutchouc et grenades lacrymogènes contre des jeunes bloquant un accès à la ville, selon la presse locale. A San Cristobal (ouest), où a débuté le mouvement étudiant le 4 février, les brigades anti-émeutes ont dispersé des manifestants à coups de gaz lacrymogène.
Affrontements entre manifestants et forces de l'ordre à San Cristobal, dans l'ouest du Venezuela, le 21 février.
Les manifestations, initialement focalisées sur l'insécurité, se sont ensuite étendues à d'autres revendications sur les thèmes de la crise économique, la pénurie de nourriture et de produits de base ou la répression policière. Elles réclament aussi la libération des personnes arrêtées à l'issue des rassemblements.
UNE CONFÉRENCE « POUR LA PAIX »
Principale cible des manifestants, M. Maduro a ouvert la porte du dialogue samedi sur fond de condamnations et d'inquiétude au sein de la communauté internationale. Il a convoqué une conférence « pour la paix » prévue ce mercredi, à laquelle il a invité « tous les courants sociaux, politiques, corporatistes, religieux »du Venezuela.
M. Maduro devait rencontrer les gouverneurs des vingt-trois Etats du pays, y compris ceux qui appartiennent à l'opposition, parmi lesquels Henrique Capriles, candidat battu de peu lors de la présidentielle d'avril 2013.
Dans un autre geste d'apaisement, la responsable du ministère public Luisa Ortega a indiqué que la justice entendait faire la lumière sur tous les cas présumés de violations des droits de l'homme dénoncés depuis trois semaines.
Lire aussi la note de blog : Le Venezuela n’est pas l’Ukraine
DOUTE SUR LES INTENTIONS DE MADURO
Mais plusieurs analystes doutaient de la portée du geste d'ouverture du chef de l'Etat. « Le gouvernement perçoit une pression croissante au sein de l'opinion publique nationale et internationale et trouve une opportunité d'apaisement avec ce dialogue », estimait notamment le politologue John Magdaleno. Le gouverneur du riche Etat de Miranda a notamment annoncé qu'il ne participerait pas à la réunion, dénonçant « répression et violations des droits humains ».
Des manifestants anti-gouvernement le 24 février à Caracas.
Des voix discordantes se sont fait entendre jusqu'au sein du propre camp de M. Maduro. Lundi, Jose Gregorio Vielma Mora, gouverneur du parti au pouvoir dans l'Etat de Tachira (ouest), a qualifié de « grave erreur » l'arrestation de l'opposant Leopoldo Lopez, détenu dans une prison militaire depuis près d'une semaine et accusé notamment d'incitation à la violence.
Nicolas Maduro, héritier politique de Hugo Chavez (1999-2013), décédé d'un cancerle 5 mars 2013, voit dans ces troubles urbains la main de l'opposition soutenue par les Etats-Unis et l'ex-président colombien conservateur Alvaro Uribe. Ces « ennemis du pays » sont, selon lui, décidés à provoquer un « coup d'Etat » contre son gouvernement.

Socialismo é barbárie - Luiz Felipe Ponde (FSP)

Socialismo é barbárie
LUIZ FELIPE PONDÉ
FOLHA DE S.Paulo, 24/02/2014

A esquerda está em pânico porque estava acostumada a dominar o debate público

Se eu pregar que todos que discordam de mim devem morrer ou ficarem trancados em casa com medo, eu sou um genocida que usa o nome da política como desculpa para genocídio. No século 20, a maioria dos assassinos em massa fez isso.
O Brasil, sim, precisa de política. Não se resolve o drama que estamos vivendo com polícia apenas. Mas me desespera ver que estamos na pré-história discutindo ideias do "século passado". Tem gente que ainda relaciona "socialismo e liberdade", como se a experiência histórica não provasse o contrário. Parece papo das assembleias da PUC do passado, manipuladoras e autoritárias, como sempre.
O ditador socialista Maduro está espancando gente contra o socialismo nas ruas da Venezuela. Ele pode? Alguns setores do pensamento político brasileiro são mesmo atrasados, e querem que pensemos que a esquerda representa a liberdade. Mentira.
A maioria de nós, pelo menos quem é responsável pelo seu sustento e da sua família, não concorda com o socialismo autoritário que a "nova" esquerda atual quer impor ao país. A esquerda é totalitária. Quer nos convencer que não, mas mente. Basta ver como reage ao encontrar gente inteligente que não tem medo dela.
Ninguém precisa da esquerda para fazer uma sociedade ser menos terrível, basta que os políticos sejam menos corruptos (os da esquerda quase todos foram e são), que técnicos competentes cuidem da gestão pública e que a economia seja deixada em paz, porque nós somos a economia, cada vez que saímos de casa para gerar nosso sustento.
Ela, a esquerda, constrói para si a imagem de "humanista", de superioridade moral, e de que quem discorda dela o faz porque é mau. Ela está em pânico porque estava acostumada a dominar o debate público tido como "inteligente" e agora está sendo obrigada a conviver com gente tão preparada quanto ela (ou mais), que leu tanto quanto ela, que escreve tanto quanto ela, que conhece seus cacoetes intelectuais, e sua história assassina e autoritária.
Professores pautados por esta mentira filosófica chamada socialismo mentem para os alunos sobre história e perseguem colegas, fechando o mercado de trabalho, se definindo como os arautos da justiça, do bem e do belo.
A esquerda nunca entendeu de gente real, mas facilmente ganha os mais fragilizados com seu discurso mentiroso e sedutor, afirmando que, sim, a vida pode ser garantida e que, sim, a sobrevivência virá facilmente se você crer em seus ideólogos defensores da "violência criadora".
Ela sempre foi especialista em tornar as pessoas dependentes, ressentidas, iludidas e incapazes de cuidar da sua própria vida. Ela ama a preguiça, a inveja e a censura.
Recomendo a leitura do best-seller mundial, recém publicado no Brasil pela editora Agir, "O Livro Politicamente Incorreto da Esquerda e do Socialismo", escrito pelo professor Kevin D. Williamson, do King's College, de Nova York. Esta pérola que desmente todas as "virtudes" que muita gente atrasada ou mal-intencionada no Brasil está tentando nos fazer acreditar mostra detalhes de como o socialismo impregnou sociedades como a americana, degradou o meio ambiente, é militarista (Fidel, Chávez, Maduro), e não deu certo nem na Suécia. O socialismo é um "truque" de gente mau-caráter.
As pessoas, sim, estão insatisfeitas com o modo como a vida pública no Brasil tem sido maltratada. Mas isso não faz delas seguidores de intelectuais e artistas chiques da zona oeste de São Paulo ou da zona sul do Rio de Janeiro.
A tragédia política no Brasil está inclusive no fato de que inexistem opções partidárias que não sejam fisiológicas ou autoritárias do espectro socialista. Nas próximas eleições teremos poucas esperanças contra a desilusão geral do país.
E grande parte da intelligentsia que deveria dar essas opções está cooptada pela falácia socialista, levando o país à beira de uma virada para a pré-história política, fingindo que são vanguarda política. O socialismo é tão pré-histórico quanto a escravatura.
Mas a esquerda não detém mais o monopólio do pensamento público no Brasil. Não temos mais medo dela.

Venezuela: como o poder chavista corrompeu eleicoes e fraudou a politica - Pedro Doria

Pedro Doria - Editor Executivo do Jornal O Globo

Em outubro de 2012, quando Hugo Chávez se elegeu pela última vez presidente da Venezuela, eu estava em Caracas cobrindo o pleito para O Globo. Foi uma baita aula de eleição venezuelana.

Quando o domingo de eleição chegou, eu já havia ouvido de um dos ministros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) seus anseios; havia conversado com demógrafos, tinha as últimas pesquisas de opinião de cor. Entendia a distribuição geográfica e social dos votos de Henrique Caprilles e do presidente. Havia assistido a comícios de ambos os candidatos, todos incrivelmente cheios, todos otimistas. Naquela manhã, qualquer um poderia encontrar uma pesquisa para seu gosto: vitória folgada de um, vitória folgada do outro. As duas pesquisas com maior histórico de acerto em pleitos passados davam uma vantagem ligeira para a oposição.

Passei uma boa parte do dia em Petare, maior favela da capital. Ali, Caprilles havia sido eleito governador de Miranda pouco tempo antes.

(Pausa: erro comum a respeito de Venezuela. Não é 'pobre vota chavismo' e 'rico vota oposição'. Muitos ricos ganharam seus Humvees e BMWs por conta da política bolivariana; vi mais carros de alto luxo em uma semana de Caracas do que em cinco anos de São Paulo ou em um ano de Vale do Silício. Na mesma toada, o chavismo piora a vida de muitos pobres. Mais sobre isso à frente.)

Mais de uma vez assisti, em Petare, a voto de cabresto. Daqueles escancarados. De o presidente da mesa acompanhar o eleitor à urna "para ensiná-lo". Duas, três, quatro. Em uma das vezes, filmei. Também escancaradamente. Eu, um repórter estrangeiro, com credencial pendurada no pescoço, o iPhone travado à frente, sem disfarce. Neste caso, era um fiscal do PSUV que ajudava a senhorinha. Nem ligou. O que estava fazendo lhe era tão natural que não parecia errado. Alguém está filmando? E daí? O vídeo, publicado no site do Globo, foi trending topics na Venezuela por uma semana e tanto.

Quando saíram as pesquisas de boca de urna apuradas até as 13h, todas apontavam vantagem ligeira de Caprilles. A turma do PSUV se trancou em silêncio, nenhum jornalista conseguia acesso ao mais reles assessor. A da oposição, por sua vez, vivia uma ansiedade de que, nem acreditam, mas parece estar próximo. Havia a possibilidade de uma eleição histórica. Já à noite, na sede do CNE, os boletins começaram a demorar. Decidi com alguns companheiros rumar para o comitê Caprilles. Se Chávez fosse reeleito, 'mas de lo mismo', tudo como dantes; por outro lado, haveria história.

Aí veio o telefone: 'Gana Chávez', me informou um colega, repórter de um diário caraquenho, com suas boas fontes no CNE. A vantagem seria apertada, o anúncio ainda demoraria uma hora. Twittei, passei a notícia para o site. E meu motorista estava chorando. Ele acreditara numa vitória Caprilles. Era otimismo só o dia todo. Agora, tinha todos os motivos do mundo para chorar. Sua filha: onze anos. Viviam em um bairro pobre. A escola pública mais próxima de sua casa era excelente. Mas, lá, a menina não conseguia vaga. Por quê? Porque o pai não andava de vermelho, não fazia o serviço do partido. Uma vitória de Caprilles, para ele, era vaga naquela escola. Uma de Chávez era 'más de lo mismo', era tudo como dantes. Para a menina, seis anos de Chávez a levavam numa escola ruim até quase o fim da adolescência. Aquela notícia era uma pequena tragédia pessoal. Sua educação seria pior. Suas oportunidades de chegar à faculdade, piores. Seu futuro era permanecer onde estavam seus pais. E o homem chorava seu vazio.

Quando a manhã do dia de eleição fechou para Caprilles, a máquina bolivariana entrou em ação. Motoqueiros, carros e ônibus foram às ruas em todo o país, na direção dos lugares onde o chavismo era mais forte. Lá, o voto não é obrigatório. E o movimento tem uma capacidade ímpar de mobilização. Os homens e mulheres do partido começaram a bater à porta. 'Já votou?', 'Então venha, Chávez conta com vc.' Fazer o quê? Foram. Seções escolhidas ficaram abertas até muito além do horário e filas ainda se formavam depois das 17h, outras seções fecharam com o rigor da lei.

Cada um daqueles votos depositados em favor de Chávez existiu.

O país estava, como está, rachado. Cindido ao meio. No tempo de Chávez vivo, uma vitória estreita seria sempre impossível para a oposição. Porque vitória estreita a máquina conseguia virar na força bruta. Só que a crise econômica está pior. Será que a margem seria ainda estreita? E Chávez não está mais vivo. De que adianta? Maduro ainda vive o primeiro anos de muitos no mandato. Um Golpe governista? Talvez. Um impeachment? Com o atual Congresso, impossível. Que nem se fale do Supremo. Uma queda por fadiga de material? Talvez. Mas com que formato? Quem assume?

À distância, cada dia desses, me bate uma certa angústia. É muito barra pesada ver em cada esquina o retrato de Chávez ou de Bolívar. O culto à imagem de um país soviético. A truculência dos motoqueiros de vermelho. Os carros de luxo na rua. O altíssimo índice de latrocínios na capital. A falta de papel higiênico no supermercado. A multa para quem consome luz em excesso. Os apagões.

Quem acha que o Brasil do PT parece a Venezuela do PSUV não tem a mais vaga ideia do que aquele pobre país se tornou.

Edmar Bacha e os precos $urreais do Brasil: muito simples para resolver, nao vai dar...

Edmar Bacha tem razão em tudo o que ele diz sobre as razões de os preços serem abusivamente elevados no Brasil. Mas as suas soluções para o problema me parecem altamente irrealistas, não que elas estejam erradas, ao contrário, estão todas certas.
O único pequeno problema, pequenino, mas gigantesco, é que essas mudanças simplesmente não vão acontecer.
Não existe político, de centro, de direita, de extrema direita, conservador, ou de esquerda (como todos são) capaz de resolver o nó tributário e de gastos públicos, no Brasil. Simplesmente não existe.
Repito em maiúsculas: NENHUM ESTADISTA, POR MAIS CAPAZ, SERIA CAPAZ DE RESOLVER O IMBROGLIO EM QUE NOS METEMOS, POR FORÇA DE UMA CONSTITUIÇÃO ESQUIZOFRENICA, E DE MENTALIDADES AINDA MAIS ESQUIZOFRENICAS.
Os impasses são de tal tamanho que só uma crise de proporções monumentais poderia nos obrigar a reformar o monstro que foi criado no Brasil, antes do PT, e aperfeiçoado e prostituído pelo PT.
Como esse desastre não virá, continuaremos a patinar no pântano da mediocridade.
Desculpem ser tão pessimista, mas não vejo saídas. Simplesmente não vejo saídas. Apenas ajustes cosméticos que não vão resolver nossos problemas fundamentais.
E estou apenas falando da economia, terreno no qual sou moderadamente pessimista.
Se eu fosse falar de educação, aí não tem jeito: sou absolutamente pessimista. Vamos continuar a caminhar para o brejo e para a total mediocridade no campo do ensino. Estamos simplesmente regredindo, e essa obra pertence sim ao PT, inteiramente ao PT, já que até Paulo Renato estávamos tentando acertar em algumas coisas (fora as universidades que são totalmente irreformáveis).
Paulo Roberto de Almeida  

ANÁLISE POLÍTICA COMERCIAL
Não há solução simples para acabar com preços "$urreais"
EDMAR BACHAESPECIAL PARA A FOLHA, 22/02/2014
Na semana passada os jornais deram destaque às longas filas que se formaram na abertura da primeira loja da Apple na América Latina, na Barra da Tijuca, no Rio.
Consta que a abertura da loja se deu com gritos dos fãs. Apenas não foi possível saber pelo noticiário se os gritos eram de entusiasmo com os produtos da loja ou de dor com os preços a que eles eram vendidos, mais de 80% acima dos preços nos EUA.
Os preços extremamente altos dos produtos fabricados no Brasil vendidos na loja da Apple são apenas a ponta do iceberg com que os brasileiros se defrontam.
De um modo geral, os preços dos produtos fabricados no país são muito mais caros do que no exterior. A tal ponto que jovens cariocas abriram uma página de denúncia bem humorada no Facebook, com o título "Rio $urreal", ilustrada com a figura de Salvador Dalí.
Não há solução simples para acabar com nossos preços surreais. Se olharmos a composição dos preços dos produtos na loja da Apple na Barra vamos constatar que boa parte da diferença é explicada pela carga de impostos, muito mais pesada no Brasil do que nos EUA.
Logo, para reduzir os preços há que se contemplar uma reforma tributária que simplifique de forma radical os impostos indiretos no Brasil. Idealmente, através da criação de um único imposto, como o IVA nacional que existe nos países europeus, que substituiria toda a parafernália de impostos indiretos (IPI, ICMS, Pis-Cofins etc.) que infernizam o cotidiano de nossos empresários.
À simplificação do regime tributário deveria aliar-se uma redução das alíquotas. Mas para isso seria preciso controlar a expansão do gasto público, com todas as difíceis reformas que esse controle requereria (regras de salário mínimo, normas de aposentadoria, regras de acesso ao SUS, gratuidade do ensino superior etc.).
Mas os impostos são somente parte do problema. Os custos de produção e as margens de lucro de nossas empresas são muito altos. Isso se deve a que a economia brasileira é muito fechada ao comércio exterior.
Como consequência desse isolamento comercial, nossas empresas utilizam insumos locais caros e obsoletos, têm escala de produção pequena por estarem limitadas ao mercado interno, inovam muito pouco por não terem incentivos para tal, são excessivamente diversificadas sem foco nas atividades em que são mais produtivas, e enfrentam muito pouca concorrência.
Tudo isso contribui para tornar os preços surreais.
São grandes os desafios para resolver esse problema. É preciso contemplar uma ampla integração da economia brasileira com o resto do mundo.
Essa integração envolveria a realização de acordos comerciais com nossos principais parceiros, para assegurar que seus mercados se abram para nossos produtos na mesma medida em que estaremos abrindo nosso mercado para seus produtos.
A integração também deveria incluir a substituição dos atuais mecanismos de proteção à produção ineficiente --tarifas às importações, regras de conteúdo nacional, preferências para compras governamentais, processos produtivos básicos, normas técnicas peculiares (tomadas de três pontos, por exemplo), burocracia portuária e alfandegária asfixiante-- por uma taxa de câmbio mais desvalorizada.
Desse modo, estaríamos assegurando uma expansão de nossas empresas mais competitivas, capazes de produzir bens e serviços de qualidade e com preços mais baixos. Os jovens cariocas poderiam então fechar seu portal porque o Brasil deixaria de ter preços surreais.

Venezuela: um banho de sangue em preparacao? Nao vai ser como a Ucrania, vai ser pior...

Na Ucrânia foram mais ou menos 70 a 100 mortos (apenas em Kiev), mas lá a população ocupou inteiramente a praça principal da cidade durante três meses, resistindo ao banho de sangue da última quinta-feira. Chegou um momento em que os resistentes da praça Maidan começaram a se armar com armas vindas de outras cidades, e aí os policiais do aparato repressivo desistiram de ir a uma luta que não lhes era nada simpática, e começava a ficar perigosa. Eles simplesmente se retiraram, ou seja, a repressão deixou de existir depois do banho de sangue.
Com essas mortes, uma troika europeia simplesmente deu um ultimatum ao presidente: marque eleições para sua saída. Ele até marcou, mas foi "renunciado" antes pelo Parlamento, que finalmente se decidiu a evitar mais mortes, afastando um boneco de Putin.
Na Venezuela, os manifestantes -- pacíficos, ou armados apenas de paus e pedras -- lutam não apenas contra todo o aparelho repressivo das forças policiais e militares, como também são atingidos por balas disparadas por mercenários, snipers, esbirros do regime, que também existiam na Ucrânia.
Mas, eles não podem contar com a divisão do Parlamento e sequer, muito menos, totalmente inexistente, a pressão dos países vizinhos, que vão assistir calados ao massacre de populares.
Não tenho nenhuma dúvida: um banho de sangue se aproxima. A população decente da Venezuela pagará um alto preço por protestar pacificamente contra a máfia de assassinos totalitários que se apossou do poder.
Para nossa vergonha, o Brasil permanecerá calado ante os crimes.
Raras vezes senti vergonha do meu país: uma delas foi durante a ditadura, quando me auto-exilei no exterior.
Esta pode ser outra.
Paulo Roberto de Almeida




Continue reading the main storySlide Show

VIEW SLIDE SHOW|14 Photos

Middle Class Joins Protest

Middle Class Joins Protest

CreditMeridith Kohut for The New York Times
Continue reading the main storyShare This Page
Continue reading the main story
SAN CRISTÓBAL, Venezuela — As dawn broke, the residents of a quiet neighborhood here readied for battle. Some piled rocks to be used as projectiles. Others built barricades. A pair of teenagers made firebombs as the adults looked on.
These were not your ordinary urban guerrillas. They included a manicurist, a medical supplies saleswoman, a schoolteacher, a businessman and a hardware store worker.
As the National Guard roared around the corner on motorcycles and in an armored riot vehicle, the people in this tightly knit middle-class neighborhood, who on any other Monday morning would have been heading to work or taking their children to school, rushed into the street, hurling rocks and shouting obscenities. The guardsmen responded with tear gas and shotgun fire, leaving a man bleeding in a doorway.


“We’re normal people but we’re all affected by what’s happening,” said Carlos Alviarez, 39, who seemed vaguely bewildered to find himself in the middle of the street where the whiff of tear gas lingered. “Look. I’ve got a rock in my hand and I’m the distributor for Adidas eyewear in Venezuela.”
The biggest protests since the death of the longtime leader Hugo Chávez nearly a year ago are sweeping Venezuela, rapidly expanding from the student protests that began this month on a campus in this western city into a much broader array of people across the country. On Monday, residents in Caracas, the capital, and other Venezuelan cities piled furniture, tree limbs, chain-link fence, sewer grates and washing machines to block roads in a coordinated action against the government.
Behind the outpouring is more than the litany of problems that have long bedeviled Venezuela, a country with the world’s largest oil reserves but also one of the highest inflation rates. Adding to the perennial frustrations over violent crime and chronic shortages of basic goods like milk and toilet paper, the outrage is being fueled by President Nicolás Maduro’s aggressive response to public dissent, including deploying hundreds of soldiers here and sending fighter jets to make low, threatening passes over the city.
On Monday, the state governor, who belongs to Mr. Maduro’s party, broke ranks and challenged the president’s tactics, defending the right of students to protest and criticizing the flyovers, a rare dissent from within the government.
Polarization is a touchstone of Venezuelan politics, which was bitterly divided during the 14-year presidency of Mr. Chávez, Mr. Maduro’s mentor. But while Mr. Chávez would excoriate and punish opponents, he had keen political instincts and often seemed to know when to back off just enough to keep things from boiling over.


Now Mr. Maduro, his chosen successor, who is less charismatic and is struggling to contend with a deeply troubled economy, has taken a hard line on expressions of discontent, squeezing the news media, arresting a prominent opposition politician and sending the National Guard into residential areas to quash the protests.
Two people were killed on Monday, including a man here in San Cristóbal who, according to his family, fell from a roof after guardsmen shot tear gas at him. There is disagreement on whether all the deaths nationwide cited by the government are directly associated with the protests, but the death toll is probably at least a dozen.
In this neighborhood, Barrio Sucre, residents said they were outraged last week when a guardsman fired a shotgun at a woman and her adult son, sending both to the hospital with serious wounds. In response, the residents built barricades to keep the guardsmen out. On Monday, after guardsmen made an early sortie into the neighborhood, firing tear gas and buckshot at people’s homes, the inflamed and sometimes terrified residents prepared to drive them back.
Across town, Isbeth Zambrano, 39, a mother of two, still fumed about the time two days earlier when the National Guard drove onto the street, where children were playing, and fired tear gas at residents. Now she sat in front of her apartment building, casually guarding a beer crate full of firebombs.
“We want this government to go away,” she said. “We want freedom, no more crime, we want medicine.” Around her neck, like a scarf, she wore a diaper printed with small teddy bears. It was soaked in vinegar, to ward off the effects of tear gas, in case of another attack.
Unlike the protests in neighboring Brazil last year, when the government tried to defuse anger by promising to fix ailing services and make changes to the political system, Mr. Maduro says the protesters are fascists conducting a coup against his government. He has largely refused to acknowledge their complaints, focusing instead on violence linked to the unrest. Here in Táchira State, he says the protests are infiltrated by right-wing Colombian paramilitary groups, and he has threatened to arrest the mayor of San Cristóbal.
Mr. Maduro’s stance is mirrored by the intensity among the protesters. While he has called for a national conference on Wednesday and some opposition politicians have urged dialogue, a majority of protesters here, most of them longtime government opponents, rejected that option.
“They’ve been mocking us for 15 years, sacking the country,” said Ramón Arellano, 54, a government worker, while a burning refrigerator in the street behind him blotted out the sky with a cone of black smoke. “A dialogue from one side while the other turns a deaf ear, that’s not fair.”
Like most of the protesters here, Mr. Arellano said he wanted a change of government. Protesters say that could be achieved by having Mr. Maduro resign, or be removed through a recall election or changes to the Constitution.
Mr. Maduro says he will not leave office, and he continues to have wide support among those loyal to Mr. Chávez’s legacy.
This state, and especially San Cristóbal, the state capital, are longtime opposition strongholds. The opposition presidential candidate, Henrique Capriles, received 73 percent of the vote in San Cristóbal when he ran against Mr. Maduro last April.
A city of 260,000, San Cristóbal was almost completely shut down on Monday. Residents had set up dozens of barricades all around town. In many areas, residents set out nails or drove pieces of rebar into the pavement, leaving them partly exposed, to puncture tires.
In Barrio Sucre, Escarlet Pedraza, 19, showed two motorcycles that she said had been crushed by National Guard troops, who drove armored vehicles over them. She recorded the event on her cellphone camera.
Later, residents burned tires and threw rocks at guardsmen, who advanced and entered a side street, firing tear gas and shotguns directly at the houses.
The guardsmen broke open a garage door in one house and smashed the windshield of a car inside. The house next door filled with tear gas and the family inside, including two young children, choked in the fumes. “I’m indignant,” said Victoria Pérez, the mother, weeping. “This is getting out of hand. It’s arrogance, it’s a desire for power.”
A student, his face covered with a cloth, kicked angrily at a house where a pro-government family lives, shouting at them to join the protest. Other residents rushed in to stop him.

Nearby, a neighbor, Teresa Contreras, 53, flipped through the channels on her television, showing how there was no coverage of the violence, a sign, she said, of the government control over the news media.
Earlier, Andrea Altuve, 38, a teacher, watched the preparations for the coming battle, with people adding to barricades and children pouring gasoline into beer bottles for makeshift bombs.
“It looks like a civil war,” she said. “They are sending the National Guard into the neighborhoods out of fear.”