Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Aumento preocupante na idiotice nacional: saem adjetivos, entram argumentos
Aumento preocupante na idiotice nacional
Ele considera que eu usei excessivamente o epíteto de "idiota" para classificar um dos mais constantes escribas da imprensa brasileira, o tal frei que leva o nome de exclamação enfadonha: Boff!
Bem, acho que ele tem razão, mas eu não sei como não chamar de idiota um verdadeiro idiota, e notem que eu poderia ter apresentado vários outros para lhe fazer companhia.
O que tenho lido de idiotices na imprensa diária é estarrecedor, não apenas da parte de religiosos (ex-, seria mais correto) como esse e um outro -- que além de idiota é aliado estúpido de uma das últimas ditaduras do continente -- mas também alguns acadêmicos de renome, que vou nomear devidamente em uma próxima ocasião (assim que recolher as provas de suas idiotices rabiscunhadas e publicadas).
Bem, para atender ao pedido do referido comentarista, vou aqui apresentar as provas da idiotice congenital do referido idiota (cujo artigo idiota está no post acima):
1) "Damos por já realizada a demolição crítica do sistema de consumo e de produção capitalista com a cultura materialista que o acompanha. Ou o superamos historicamente ou porá em grande risco a espécie humana."
PRA: Já começam na primeira frase os sinais evidentes de senilidade mental. O comentarista quer que eu continue ou posso parar por aqui?
2) "A solução para a crise não pode vir do próprio sistema que a provocou. Como dizia Einstein:"o pensamento que criou o problema não pode ser o mesmo que o solucionará"."
PRA: Continua o festival de banalidades no segundo parágrafo. Coitado do Einstein: nunca desconfiou que sua frase poderia ser tão mal usada...
3) "Somos obrigados a pensar diferente se quisermos ter futuro para nós e para a biosfera. Por mais que se agravem as crises, como na zona do Euro, a voracidade especulativa não arrefece."
PRA: O idiota persiste no terceiro parágrafo. "Pensar diferente"? Certamente! Eu por exemplo penso muito diferente do idiota em questão. "Se agravem as crises"?!: elas se agravam por vontade própria??? "Voracidade especulativa"???: então a Grécia praticou voracidade especulativa contra ela mesma? Sinto muito, mas se isso não é debilidade mental, eu não sei o que é.
4) "O dramático de nossa situação reside no fato de que não possuimos nenhuma alternativa suficientemente vigororosa e elaborada que venha substituir o atual sistema."
PRA: O idiota persiste imediatamente após, no quarto parágrafo, por incrível que pareça. Não sei se ele sabe, ou se o meu comentarista sabe, mas as alternativas "vigorosas" e "elaboradas" contra o sistema capitalista, ocorridas no decorrer do século 20, foram o bolchevismo e o fascismo, ou seja, o comunismo e o nacional-socialismo, ambos muito parecidos, como sistemas coletivistas, e igualmente desastrosos, pelos imensos sofrimentos humanos que causaram, e pela mortandade deliberadamente provocada ou "involuntariamente" causada (como a grande fome canibalesca, provocada pela desastrosa política de Mao do "grande salto para a frente", que resultou em pelo menos 25 milhões de mortos). Talvez o idiota banal queira experimentar mais um pouco dessas "alternativas vigorosas" (e como: elas mataram conjuntamente, algo como 60 milhões de pessoas). Não é preciso lembrar, por outro lado, que as "alternativas" ainda existentes, na Coréia do Norte e em Cuba, estão matando de fome seus respectivos habitantes. Se isso não é idiotice consumada, deve ser má-fé deliberada, que beira à esquizofrenia irrecuperável.
5) "Nem por isso, devemos desistir do sonho de um outro mundo possível e necessário. A sensação que vivenciamos foi bem expressa pelo pensador italiano Antônio Gramsci:"o velho resiste em morrer e o novo não consegue nascer"."
PRA: My God! Deixemos em paz o coitado do Gramsci, que entrou nessa como Pilatos no Credo, e fiquemos só com a primeira frase, tão idiota quanto os conclaves de antiglobalizadores idiotas que há mais de dez anos se reunem para proclamar o slogan conhecido de que um outro mundo é possível. Só idiotas se contentam com um slogan em lugar de perguntar qual é esse mundo, exatamente. Só um idiota dos grandes continua a repetir a mesma bobagem durante dez anos seguidos.
Não, chega, chega...
Vou parar por aqui, pois TODAS, absolutamente TODAS AS FRASES do idiota em questão, sem nenhuma exceção, são TOTALMENTE IDIOTAS. Elas não querem dizer absolutamente nada e só servem para tornar idiotas os que as lêem, pensando que se trata de argumento válido.
Quanto ao outro argumento de meu comentarista, de que eu também defendi o marxismo em minha juventude, não tenho nenhum problema em admitir, com esta diferença talvez essencial: eu LI Marx (e todos os outros) e sabia do que estava falando. Mas não vou me estender agora nessa questão, que já mereceu minhas reflexões em outros textos (que poderia indicar oportunamente), e que vai merecer novo comentário meu, devidamente sustentado em argumentos.
Em todo caso, poderia repetir um argumento já usado por um economista famoso, que foi cobrado por um interlocutor em relação a suas constantes mudanças de posição. Ele simplesmente respondeu o seguinte: "Quando os fatos mudam, eu costumo ajustar minhas posições. E você, o que faz?"
Paulo Roberto de Almeida
3 comentários:
WE ARE ALL KEYNESIANS NOW...
O economista famoso que disse: "Quando os fatos mudam, eu costumo ajustar minhas posições. E você, o que faz?" foi Keynes. Isso prova que, por mais que discordemos das idéias de alguém, há sempre alguma coisa de útil que podemos tirar delas.
Com certeza, isso também se aplica ao artigo de Boff. Lendo-o na íntegra, não há como não concordar com algumas de suas ideias. Quem de nós não sonha com a possibilidade de um dia se erradicar a fome, as doenças letais e de se estabelecer uma paz duradoura entre os povos, conforme ele expõe no final de seu artigo?
Na entrada de seu blogue, o senhor anexou recomendações de Karl Popper aos cientistas. Entre elas, há uma que aprecio muito: Popper recomenda que devemos não apenas tolerar as opiniões dissidentes,mas também RESPEITÁ-LAS. Esse é um dos alicerces fundamentais de uma sociedade aberta. Infelizmente, ainda é muito difícil pôr em prática suas recomendações...
Uma sociedade aberta não significa que não possa haver críticas contra idiotas, prejudiciais para a formação dos estudantes de hoje...
Demagogos falam o que as pessoas querem ouvir. Eles alegam possuir soluções fáceis para todos os problemas da humanidade. "Vamos nos unir para descobrir a cura do câncer". Bilhões de Dolares já foram investidos nessa área, e apesar disso, a descoberta da cura para todos os casos de câncer ainda se encontra muito distante. Infelizmente ela depende do desenvolvimento das tecnologias e ciências afins. "Vamos acabar com as guerras". Para isso basta mudar a natureza humana e acabar com a autonomia dos países. O único probleminha, é que tirando a liberdade das pessoas, elas tenderão a entrar em guerra. "Vamos acabar com a fome". E quem irá pagar os impostos que pagam o bolsa comida? Não existe almoço grátis, o homem é imperfeito, o mundo não está dividido em compartimentos estanques e remédios causam efeitos colaterais. Eu admiro muito mais aqueles que conseguem obter pequenas conquistas "reais".
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