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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Como ser um(a) debiloide pos-doutoral, sem sequer perceber isso...

Existem pessoas que podem ir do pré-primário aos estudos pós-doutorais sem jamais perceber como funciona o mundo. Elas continuam idiotas impunemente durante a maior parte de suas vidas. Existem, é claro, os idiotas inúteis, ou inocentes, que são aquelas pessoas que fazem um trabalho qualquer durante o dia, apenas o necessário para ganhar honestamente a vida, e depois se aplastam à noite em frente da televisão e ficam vendo programas de auditório, aquele voyeurismo desclassificado, o que as torna mais idiotas ainda, mas normalmente elas não fazem mal a ninguém, apenas a si mesmas.
Existem, porém, aqueles idiotas ativos, que não contentes de continuarem idiotas durante toda a sua carreira profissional, ainda pretendem tornar os outros um pouco mais idiotas do que já o fazem os meios de comunicação, os livros de auto-ajuda, as igrejas da teologia da prosperidade e os políticos em geral, com alguns políticos mais ativos nesse particular, disseminando a incultura e a vulgaridade em altas doses (e o que é pior, todos os dias, infalivelmente).
Pois bem, acho que é o caso dessa professora, objeto (é o caso de se dizer) da matéria abaixo, que pretende colocar a pobreza como uma violação dos direitos humanos. É seu direito, mas é também meu direito achar que ela é completamente idiota.
Considerando-se que a humanidade, durante mais de 9/10 de sua trajetória histórica, conheceu a pobreza, numa escala provável de 99% da população em épocas passadas (para 1% de não-pobres, otimisticamente), e que a pobreza só vem diminuindo muito gradualmente, por vezes de modo muito lento, nos últimos dois séculos e meio (grosso modo desde o início da Revolução Industrial), chega-se à brilhante conclusão de que os direitos humanos foram violados impunemente durante 9/10 da história humana para mais de 99% da população.
Que injustiça, que horror, que tragédia! E considerar que não tinhamos, nesses 9/10 de trajetória histórica mundial, nenhuma ONU para reclamar nossos direitos humanos, nenhuma ONG para cuidar dos desamparados, nenhuma professora universitária (pós-doutora) para defender nossos direitos violados, só podemos nos queixar ao...?
Bem, não sei exatamente a quem a humanidade vai se queixar por essas violações grosseiras dos direitos humanos em épocas passadas.
Como diriam nossos afro-brasileiros, trata-se de uma "dívida histórica" que tem de ser paga pelas gerações presentes, se possível em dinheiro, do contrário pode ser em livros dessa debilóide professora que quer defender a todo custo nossos direitos violados.
Considerando-se, ainda, que 2/3 dos 6 bilhões de habitantes "deste nosso planetinha" -- como diria alguém, que lamenta que a Terra não é quadrada -- são ainda pobres e miseráveis, chega-se à conclusão que seus direitos estão sendo grosseiramente violados.
Considerando-se, finalmente, que a dita debiloide professora se ofereceu para enviar seu livro gratuitamente a todos os interessados -- suponho que pobres, com direitos violados -- proponho que todos eles escrevam a ela (e-mail no final da matéria) para pedir o livro.
Se ele não resolver nem a pobreza, nem o seu problema de violação dos direitos humanos, pelo menos gasta-se papel do planeta, o que faz movimentar fábricas, fazendas, editoras, pessoas trabalhando, etc. A satisfação com a leitura desse livro compensa todas as árvores abatidas para produzi-lo.
Essa professora certamente será contratada pela ONU, e continuará fazendo em Nova York o que ela já faz por aqui: contribuindo para tornar a humanidade um pouco mais debiloide do que ela já é, naturalmente. Sim, a humanidade é constituída de seres ignorantes, que não tiveram a oportunidade de estudar, e por isso são idiotas inocentes, sem culpa no processo.
A professora, ao contrário, teve a oportunidade de estudar, e não apenas continuou idiota, como agravou o seu caso, disseminando idiotices completas de maneira ativa, sendo portanto uma idiota criminosa. Deve certamente ganhar um prêmio na ONU também, que esse dinossauro existe justamente para gastar inutilmente o dinheiro que arrecada dos governos (e que sai, portanto, do nosso bolso). Que idiotas nós somos...
Paulo Roberto de Almeida

Livro retrata a pobreza como violação dos direitos humanos
Débora Motta

Obra destaca que a pobreza atinge os direitos do cidadão

No mundo, mais de um bilhão de pessoas vivem com menos de um dólar por dia (o equivalente a menos de dois reais) e 2,7 bilhões tentam sobreviver com menos de dois dólares por dia, segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Mas longe de ser apenas um problema social, a pobreza está intimamente relacionada com a violação aos direitos humanos. Essa é a discussão apresentada pelo livro Neoconstitucionalis mo e direitos sociais – um contributo para a luta contra a pobreza, da pesquisadora Lilian Balmant Emerique, publicado pela editora Freitas Bastos. A autora foi contemplada pelo programa Jovem Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ.

De acordo com Lilian, a pobreza é uma violação por ser uma negação dos direitos humanos. Ela limita o alcance das liberdades públicas dos mais pobres, que se encontram privados dos bens necessários para viver em condições dignas. “Compreender a pobreza como uma violação aos direitos humanos é fazer uma leitura diferente daquela que a entende somente como uma preocupação moral da humanidade. Não basta apenas ajudar o próximo e ter solidariedade social. É necessário tratar a erradicação da pobreza no campo normativo, ou seja, como uma obrigação do Estado e um direito do cidadão”, afirma.

A professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que concluiu pós-doutorado em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de Lisboa e mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), destaca que a compreensão da pobreza enquanto uma violação aos direitos humanos é uma perspectiva que ganhou força com o neoconstitucionalis mo. Este movimento de aplicação do direito propõe uma nova interpretação da Constituição ao reconhecer a normatividade dos princípios. Antes, a proposta era simplesmente a de cumprir as regras, segundo os critérios do positivismo.

“Até recentemente, o direito era baseado no positivismo, corrente que destacava a importância das normas. Mas com o passar dos anos, essa leitura tornou-se tecnicista, porque a lei continuava valendo independentemente da evolução moral da sociedade”, explica. Já o neoconstitucionalis mo introduziu a aplicação dos princípios no direito, especialmente do "princípio da dignidade da pessoa humana", compreendido como uma fonte de normatização e justificação das decisões jurídicas. “O neoconstitucionalis mo é uma leitura nova dos textos constitucionais, consagrando a importância da pessoa. Esse movimento ficou mais forte após as violações aos direitos humanos cometidas durante a Segunda Guerra Mundial."

Combate à pobreza pela justiça
A mudança de perspectiva jurídica trazida pelo neoconstitucionalis mo repercute diretamente no peso atribuído aos direitos econômicos, sociais e culturais, na medida em que estes são considerados indispensáveis para alcançar o bem-estar social e a equidade. Para Lilian, isso foi importante para a consolidação dos direitos sociais, como educação e saúde, e abre caminho para que o cidadão tenha reconhecido como seu direito o de viver em condições dignas, isto é, o de não ser pobre. “Ver a pobreza em si mesma como uma violação dos direitos humanos implicaria buscar mecanismos de responsabilização dos Estados por sua manutenção na ordem social”, destaca.

No entanto, muita discussão ainda deve ocorrer para que o Estado ou outro agente responsável pela perpetuação da pobreza sejam concretamente responsabilizados pela justiça. “Essa construção jurídica está muito inicial. A pobreza entra em segundo plano, como parte de comprometimento a outros direitos, como o de desenvolvimento e de liberdade. É um passo que ainda está sendo dado e o livro é uma proposta nesse sentido”, avalia, citando o Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais como o acordo mais relevante no direito internacional no caso da pobreza.

O Brasil conseguiu alcançar, antes do tempo determinado, o primeiro dos oito Objetivos do Milênio (ODM). A meta da Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece que os 191 países que firmaram o pacto reduzam pela metade, entre 1990 e 2015, o percentual de pessoas que vivem com renda per capita inferior a um dólar por dia. Desde 1992 (quando o índice brasileiro era de 11,7%), a queda acumulada no Brasil é de 58,5%, decréscimo superior à meta fixada pela ONU para 2015.

No entanto, a classificação da pobreza vai além do parâmetro de renda, visto que o poder de compra varia de acordo com cada país. Ser pobre significa muitas vezes padecer de doenças já erradicadas nos países desenvolvidos ou ter que caminhar longas distâncias para chegar à escola ou a um posto médico. “A condução meramente economicista não é razoável. É preciso verificar a acessibilidade aos direitos humanos, se as pessoas têm acesso à saúde, educação, assistência social, lazer, cultura e se exercem os seus direitos políticos”, ressalta.

A pesquisadora lembra ainda que a globalização é um fenômeno que vem contribuindo para acirrar as disparidades econômicas globais. “A globalização não pode ser unilateralmente responsabilizada pelo aumento da pobreza mundial, já que em muitos lugares houve um acesso aos primeiros degraus da escada do desenvolvimento. Mas em outras partes do mundo ela intensificou a desigualdade entre pobres e ricos, fortalecida pela concentração de renda e pela escalada de desemprego”, conclui. Exemplares gratuitos do livro podem ser solicitados pelo e-mail: lilamarcia@gmail.com

6 comentários:

Mário Machado disse...

Eu sou graduado em ciências sociais (relações internacionais) e trabalho com isso de modo indireto. Mas, algo me chamou a atenção com uma certa revolta o Brasil precisa de ciência e inovação e alguém dá para um cientista social o incentivo a jovens cientistas. Não consigo sinceramente entender isso.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Meu caro Mario,
O problema não está em ser de ciências duras ou "moles" (sociais).
O problema está em que a concepção da pós-doutora é totalmente equivocada.
Se ela diz que ser pobre é uma violação de um direito, isso cria um enorme problema para a sociedade, em primeiro lugar econômico.
Se é direito, alguém deve algo a alguém. Se o cidadão é pobre, então tem o direito de NÃO SER pobre.
Isso se converte em uma obrigação para alguma outra pessoa, geralmente o Estado, essa massa enorme de redistribuição de recursos.
Como o Estado não tem recursos próprios, ele tem de tirar de alguém para dar a uma outra, a pessoa pobre, no que ele comete uma violência contra o que tem (por trabalho ou herança, não importa).
O que se está institucionalizando é o distributivismo automático, ou o roubo generalizado, pois será mais fácil ser pobre a partur do momento em que esse "direito" for reconhecido.
Ora, NINGUÉM tem direito a emprego, casa, renda, alimentação, asi no más. As pessoas tem de trabalhar.
Um direito imbecil como esse implica em que as sociedades serão mais pobres, pois o que vale trabalhar se o Estado se apropria de parte de minha renda para dar a quem não tem, supostamente pobre?
Essa é a receita mais rápida para o atraso permanente.
Combina com a mentalidade idiota de certas pessoas...
Paulo Roberto de Almeida

Unknown disse...

Permita-me discordar e defender uma pessoa que nem conheço. Não acho nenhum absurdo a tese da professora. Aliás, ela certamente não é a única a defendê-la. Afinal, os chamados direitos humanos de segunda geração incluem o direito ao emprego e a moradia, e entre os chamados de terceira geração, freqüentemente é mencionado o direito ao desenvolvimento social e econômico. Pode me chamar de "debilóide", não tem problema. Como leitor do seu blog já estou acostumado com sua irritação desmedida com quem ousa discordar de você. Eu, por outro lado, tenho interesse em conhecer outras opiniões e por isso continuarei a ler os seus blogs com muito prazer. Só acho que, apesar de considerá-lo um acadêmico brilhante, aqui na blogosfera o seu desprezo irônico por certas idéias, esconde algumas vezes a falta de uma argumentação real e consistente contra o seu objeto de crítica. O fato de um suposto direito estar sendo em tese desrespeitado "vitimando 2/3 da população" não é argumento para contestar a existência deste mesmo direito. Não estou querendo polemizar, só aproveitar a democrática possibilidade de réplica oferecida pelo formato "Blog". Saudações.

Mário Machado disse...

Sim professor. A minha birra é que a verba desses prêmios poderia ser melhor empregada na área de técnologia, ou saúde. Cansei de ter dengue, pra dar um exemplo pessoal.

Quanto as gerações dos direitos humanos, já fui sondado por partidos para trabalhar com isso, criando esses manifestos que servem a teses políticas.

É inegavel que quando se trata ter emprego como direito, ter casa, ser feliz só pode se querer acusar o sistema vigente como violador dos direitos humanos.

Seria mais lógica a meu ver alcançar os direitos previstos na declaração original. Antes de incrementá-los. Mas, ai é uma opinião de um observador não envolto.

Abs,

Anônimo disse...

Prezado Paulo Roberto de Almeida, suas ponderações são pertinentes e até certo ponto inteligíveis, mas o seu grande problema é a falta de ética e o demérito ao trabalho da tal pós-doutora.
Ou talvez seja até uma certa inveja dela estar na ONU e você não.
Criticar é uma coisa ! Falta de ética é outra. Insultar e injuriar uma profissional como fez neste post não leva à acadêmia a pensar melhor, mas tão somente a uma produção intelecto-educacional nefanda para muitos jovens que aqui frequentam e que não precisam deste tipo de discurso.
Mas como o senhor já está em fim de carreira e frustrado por não pertencer a ONU, levaremos seu discurso como a materialização de uma pessoa idosa que já não sabe mais o que diz e que talvez já esteja até caducando.
Além disso, insisto estude DIREITO direito, para entender o âmago do conceito utilizado pela pós doutora, para após sim, crítica-la com embasamento científico e não COM ACHISMOS....
Muito triste de ver um profissional de sua estirpe acabar deste jeito...

OBS: Antes que inicie sua metralhadora cheia de mágoas, eu não me identifiquei para não ter que ser insultada como o faz quando tem suas idéias contrariadas, pois apesar de dizer que este blog é democrático, talvez esta seja a sua maior FALÁCIA...apenas por isso

Unknown disse...

se essa mulher esta sendo uma idiota ativa você esta sendo um idiota passivo pois ela esta tentando mudar algo enquanto você fica penssando no que dizer e escrever querendo premeditar tudo pois você nunca passou fome.independente da forma de mudança de penssamento que ocorreu dentre esses séculos você por dar esses exemplos logicos esta sendo um idiota,cara a roupa que você veste a moeda que você tem no bolço tudo contribui pra miséria mas em particular o ser humano é egoista ninguem penssa a todo momento no proximo para isso mudar temos que educar nossos filhos de uma forma que não tem como pois desde crianças somos ensinados a ter o melhor ser o primeiro sempre o mais previlegiado com mimos e etc... não sejamos hipocritas em negar isso.
(veja um pouco da ética e moral asiatica eles conssiguiram esculpir um pouco de como deveria ser nosso penssamento e de todo.)