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sábado, 7 de janeiro de 2012

Ainda o ufanismo da sexta potencia economica: o que muda, afinal?

Uma matéria sobre o anúncio, puramente estatístico, que excitou o patriotismo de alguns, o ufanismo de outros, e obscureceu, mais um pouco, um verdadeiro debate sobre as questões reais que infernizam a vida do brasileiro, que podem continuar a ser infernais, mesmo que a economia caminhe para os primeiros lugares.
Ou seja, enquanto essa pujança estatística não se manifestar em termos de bem estar e prosperidade para as pessoas -- e segurança, e disponibilidade de bens e serviços públicos decentes, de produtos baratos, etc,  etc, etc. -- não adianta muito ficar "cantando de galo" em torno desses anúncios estatísticos...
Paulo Roberto de Almeida

O que significa o Brasil ser a 6ª economia?

Para especialista, o resultado pode ser enganoso e, embora traga vantagens, não significa melhora na qualidade de vida do brasileiro
Jornais britânicos publicaram a notícia de que o Brasil ultrapassou a Grã-Bretanha na economia mundial  / ReproduçãoJornais britânicos publicaram a notícia de que o Brasil ultrapassou a Grã-Bretanha na economia mundialReprodução
No último dia 26 de dezembro, um estudo feito pelo CEBR (sigla em inglês para Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios) e publicado pelos principais jornais britânicos apontou o Brasil como a sexta economia mundial, ultrapassando a Grã-Bretanha. Com isso, o Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos, da China, do Japão, da Alemanha e da França. Entretanto, o que significa esse resultado?
“Ser a sexta economia significa que temos uma produção maior de bens e serviços no cenário mundial, a sexta a produzir mais bens e serviços no mundo inteiro”, explica a economista e professora do Curso de Relações Internacionais da ESPM, Cristina Helena Pinto de Mello. Ainda segundo a economista, esse resultado, no entanto, pode ser “enganoso”.
"Apesar do crescimento da economia nacional nos últimos anos, que é resultado de políticas acertadas, isso não significa melhora na qualidade de vida do brasileiro", segundo explica Cristina. 

Mais atrativo
“Ultrapassar a Grã-Bretanha aconteceu porque a moeda inglesa desvalorizou, há uma distorção monetária. Em paridade de poder de compra, o Brasil participa com 2,9% do PIB [Produto Interno Bruto] no mercado mundial, de acordo com o FMI [Fundo Monetário Internacional] e a Inglaterra com 2,8%”, diz. “Ultrapassamos um pouco porque temos eventos que vem possibilitando isso e um cenário externo muito favorável, com o papel da China na compra dos produtos brasileiros”, completa.
Apesar disso, o indicador traz algumas vantagens para o Brasil no exterior. “O país fica mais atrativo, à medida em que ele aparece e desponta com capacidade de crescimento, a gente se torna mais atraente para os capitais internacionais. Ser o sexto tem um peso significativo. Estamos bem à frente do México, Argentina e Chile, na América Latina”, comenta a especialista.
Em relação aos países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e à África do Sul), “a gente tem a China, que está em segundo, mas estamos à frente em PIB per capta. Em possibilidade de crescimento nos tornamos mais atrativos”, acrescenta ainda. 

Crise 
O crescimento econômico do Brasil deve continuar. As projeções mundiais apontam que o país deve ultrapassar a França em 2015 e chegar ao quinto lugar. Mas, até lá, ainda é preciso cautela. Segundo Cristina, o ano de 2012 não deve ser tão promissor para o país, assim como para o resto do mundo, e a crise econômica deve afetar mais a nossa economia. 
“A gente tem no comércio internacional uma fonte de crescimento grande, mas quando uma economia grande tem problemas, isso começa a repercutir nos outros países. Estamos todos interligados”, comenta a professora. “A gente tinha espaço para agir na crise anterior. Podia fazer crescer o déficit interno, reduzir juros. Mas o espaço para manobras de políticas econômicas está se esgotando. Desta vez, a crise tende a ser mais significativa”, acrescenta. 
Ainda segundo Cristina, nas crises anteriores, os demais países também contavam com esses instrumentos, que agora estão se esgotando. Por isso, para 2012, ela aconselha que as pessoas façam gastos mais conscientes, não entrar em grandes dívidas. “Mas não significa que as pessoas devem deixar de gastar, porque isso compromete nossa possibilidade de expansão”, aconselha.

Investimentos 
Para as empresas, o momento é de ter cuidado com as taxas de juros. “A melhor coisa que as empresas podem fazer é buscar a consolidação de parceiro e aumentar a produtividade”, afirma a economista. Além disso, o governo precisa fazer sua parte.
“A gente precisa de muito investimento em infraestrutura e educação para manter essa trajetória de crescimento. Recuperar a capacidade em investimentos produtivos e melhorar o desempenho na educação. Para chegar ao quinto lugar na economia, como está previsto”, conclui.

5 comentários:

Anônimo disse...

Malandragem, hein? O que é que é "enganoso" aí? Só se for o fato de a Professora ser incapaz de trabalhar com PIB absoluto e PIB per capita como duas grandezas diferentes.

Ninguém acha que os chineses vivem melhor que os luxemburgueses porque sua economia é cem vezes maior ou quanto seja. Obviamente, nenhum number-crunching no mundo será capaz de melhorar a vida das pessoas. Ninguém pensa isso. Ache aí alguém que tenha dito que a ultrapassagem significa o éden na terra, ou mesmo que significa que vivemos melhor com nossas favelas que os súditos da rainha.

Como é óbvio, a questão toda é que o resultado desmente as previsões apocalípticas que blogs como este seu vêm fazendo, com base em refinadíssimas teorias e uma boa dose de cegueira seletiva, há quase dez anos. E agora, pra quando ficou A Grande Tragédia? O Caminho para o Atraso? A Bolha do Crédito? O Aumento Desenfreado do Gasto Público? A Inflação Galopante? O Desemprego Monstro? A Ditadura Comunista? A Censura à Imprensa? Ficou tudo pra 2040?

A grande questão, que terá de ser engolida pela direita brasileira (em especial se ela quiser algum dia ganhar eleições novamente), é que, com toda a sujeira da política e todos os tropeços do caminho, o PT vai entregar ao próximo partido um país bem melhor do que o que herdou.

Escreva aí quantos artigos quiser dizendo o contrário. Dê aula na escola gringa que for explicando como na verdade está tudo errado segundo um economista aí que você leu. No futuro, o que os historiadores do início do século XXI vão se perguntar - e o que os gringos já se perguntam - é como a elite brasileira pode ser tão cega à transformação pela qual passava o país enquanto eles estavam ocupados demais escrevendo diatribes sobre a incapacidade gerencial estrutural do governo e mais ainda dos idiotas petistas.

(governo e petistas esses que acabam de fazer uma captação pagando os menores juros da história do Brasil; e que, com um pouco de sorte, vão acabar neste ano com a última grande anormalidade da economia brasileira, legado - possivelmente necessário - do Plano Real, que são os juros estratosféricos que remuneram sem risco nem trabalho)

Vai preparando as explicações pros anos que vêm, porque França e Alemanha que se cuidem, Brasilzão vem aí!

Paulo Roberto de Almeida disse...

AAs, independentemente da qualidade (ou falta de) seus argumentos, são sempre intolerantes, maniqueistas, reducionistas.
Nao podem ouvir algo contrário ao que esperam, que ficam sempre muito excitados, começam a xingar a direita, prometem que vão enterrá-la.
Pessoas que só pensam nesses termos são patéticas, além de potencialmente totalitárias, claro, pois só admitem ler o que gostam.
Deve ser triste pertencer a um partido desse tipo, viver num mundo como esse, dominado pelo pensamento único.
Mas essa é a realidade dos AAs,
Paulo Roberto de Almeida

Anônimo disse...

as idéia do anônimo...

as elite são ocêis bobão, os "esquerdista" da América Latrina. É só oiá a história pra vê que o desenvolvimento brasileiro tá emperrado desde que começaram com a bobage de substituição de importação. O mundo tá cheio de caso de sucesso por aí. tudo a mêma coisa: educação de base, algum nível razoável de defesa da propriedade privada e abertura comercial. Conta aí pra mim: qual dessa treis coisa o PT feiz, ou pelo menos deu uma empurradinha pra frente? Nada, zip, none...

O PSDB controlou o raio da inflação, reformou o sistema bancário (tem petista jacú que acha que o PT tem algum mérito pela resiliência na crise) com o PROER, aprovou a lei de responsabilidade fiscal, abriu um cadinho (essa foi poco mêmo) a economia, iniciou os programa social, melhorou o marco regulatório... enfim, um verdadeiro choque de modernização. Além de ter tentado discutir no Congresso outras reforma ainda mais importante, mas que as besta quadrada "progressista" num deixaram.

O PT teve, e ainda tem, a chance de fazer o mais difícil, e tamém o mais importante, melhorá a educassão, que é pros cabra feito eu num ser tão ruim de portugueis e aprendê as quatro operassão. Cadê a melhora? 38% de carga tributária + crescimento econômico bom e... naaaaada.

Seus besta...

abraços, Guilherme

AA disse...

Têm razão. Rendo-me! Finalmente encontrei uma notícia com dados agregados, dando conta da situação crítica da economia brasileira!


Crescimento pífio fez Brasil perder posições no ranking mundial:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u74484.shtml

Anônimo disse...

AA,

crescimento econômico não ocorre feito mágica não, panguá. Demora. Ou vc acha que se amanhã o imposto abaixar, depois d'amanhã as fábrica já tão tudo de pé?

Prestenção homi! Conta aí pra mim qual foi a reforma importante que o guverno du PT feiz? Uai... se não mexeu muito nas regra do bagúio, como é que a economia pode ter crescido por conta du guverno? A economia cresceu purque u cenário isterno tava belezura e u guverno anterior tinha botado ordi na casa.

Véi... cumé que pódi us sujeito achá que esse guverninho mixuruca que num resorveu p%&$*** nenhuma é "progressista"?