A Argentina, brilhante exemplo, para os companheiros, de país que de um "calote bem merecido" nos especuladores estrangeiros, encontra-se, como se sabe, há mais de dez anos à margem dos mercados internacionais de capitais, sem possibilidade de fazer grandes operações comerciais, inclusive porque tem pendências não resolvidas com dezenas de empresas e centenas de particulares em função de moratória unilateral e diversas outras patifarias econômicas.
Ela cresceu, é verdade, assim como se pode crescer cometendo diversas bobagens econômicas, que acabam acumulando distorções e desajustes que um dia vão cobrar o seu preço. Por exemplo: fuga de capitais. Nenhum argentino, nenhuma empresa -- nacional ou estrangeira -- confia no governo, por isso, legal e ilegalmente vêm remetendo um volume inacreditável de dinheiro para o exterior.
As reservas do país -- extremamente beneficiadas com a alta das commodities exportadas pelos argentinos -- começam a se exaurir, e o governo quer manter os dólares no país, pois tem necessidade deles.
Não existe volatilidade internacional, ou ela é a que sempre foi, com capitais circulando de um lado a outro, em busca de oportunidades de ganhos, o que sempre se fez e sempre se fará.
A volatilidade, no caso, é interna, é a de políticas econômicas inconstantes, erráticas e contraditórias, que visam objetivos diversos, até opostos, aos que são expressamente declarados pelos governos, mentirosos como sempre, todos.
Paulo Roberto de Almeida
BC da Argentina quer controlar envio de lucros
DCI, 30/01/2012
A diretoria do Banco Central da República Argentina (BCRA) decidiu impor um limite à distribuição de lucros dos bancos com o objetivo de evitar a saída de dólares do país epreservar o nível de suas reservas. Em comunicado distribuído na última semana, o BC disse que a medida consiste em ampliar de 30% a 75%, a partir de quarta-feira, o requisito adicional de capital que as instituições financeiras devem cumprir depois de distribuir seus dividendos. O propósito da nova norma, segundo o órgão regulador da Argentina, "é fortalecer os padrões de solvência e liquidez do sistema financeiro diante de um contexto internacional de alta volatilidade"A decisão da autoridade monetária argentina foi tomada apenas duas semanas depois da publicação dos resultados anuais dos bancos, nos quais definiram o pagamento de dividendos aos seus acionistas. Segundo fontes oficiais do Banco Central, a medida pretende impedir que os bancos estrangeiros enviem dólares ao exterior, como fizeram nos últimos anos. No ano passado, segundo informação do Instituto de Mercado de Capitais (IAMC), somente os espanhóis BBVA e Santander enviaram mais de US$ 1,6 bilhão ao exterior.Em momentos de saída de dólares das instituições financeiras e de pressão no mercado de câmbio, o objetivo do governo é manter mais dólares no país. "Quanto mais dólares tiver o banco, mais disponibilidade de crédito terá", disse a fonte.
Um comentário:
Paulo, se o senhor concordar com a ideia exposta e puder divulgá-la em seu blog, por favor o faça. Desde já obrigado. Abraço.
"Nesta próxima quinta-feira, dia 2, convidamos a todos os moradores da cidade de São Paulo e adjacências a comparecer ao debate que será realizado na FECOMERCIO sobre o fim do Banco Central americano (o Federal Reserve). Entre os debatedores, Steve Horwitz (Mestre e Doutor em Economia pela George Mason University e professor da St. Lawrence University, em Canton, NY), Paulo Rabello de Castro (Presidente do Conselho Superior de Economia da FECOMERCIO) e o presidente do IMB, Helio Beltrão.
Veja mais detalhes aqui, e faça já sua reserva (evento gratuito)."
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1214
http://www.mises.org.br/Event.aspx?id=38
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