A corrupção companheira na Petrobras, e em todas as outras esferas, abafa e minimiza uma notícia como esta.
No entanto, ela é "muito mais pior", como diria o chefe dos corruptos, do que qualquer roubalheira que aconteceu e vem acontecendo em TODAS, repito TODAS, as esferas da vida pública sob a república sindicalista e corrupta dos companheiros.
Essa roubalheira ataca o estoque acumulado de riquezas já produzidas pelo povo brasileiro, ou seja, algo como um acidente, um tufão, um terremoto que pode ocorrer em qualquer país.
Já o desastre educacional ROUBA O FUTURO do país, destrói as condições para que ele possa crescer próspero e acumular novas riquezas.
Os crimes cometidos pelos companheiros contra a educação são muito mais desastrosos do que todos os outros roubos que eles fizeram contra o país.
Paulo Roberto de Almeida
Ideb volta a mostrar quadro decepcionante na educação
Editorial - Valor Econômico, 10/09/2014
Os resultados mais recentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) ajudam a entender a queda do Brasil no ranking de competitividade do World Economic Forum (WEF) e o elevado percentual de 18% de analfabetos funcionais na população do país.
O Ideb de 2013 mostrou pela primeira vez desde 2005, quando o índice foi criado, que a nota do ensino médio ficou estagnada e não atingiu a meta nos anos finais do ensino fundamental (do quinto ao nono ano). Já os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental (do primeiro ao quinto ano) até superaram a meta.
Fica cada vez mais distante o objetivo do governo de atingir, em 2021, o padrão das nações desenvolvidas calculado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No caso dos alunos do ensino médio, a nota ficou estagnada em 3,7 pontos, em uma escala que vai de zero a 10, ponto em que está desde 2009. O padrão da OCDE é 5,2 pontos.
No caso dos alunos dos anos finais do fundamental houve avanço de 4,1 para 4,2, abaixo da meta de 4,4 do governo e dos 5,5 da OCDE. Apenas os anos iniciais do ensino fundamental mostraram progresso, com a nota subindo de 5 para 5,2, acima da meta de 4,9 pontos e distante dos 6 da OCDE.
No levantamento anterior o quadro era o mesmo. Há alguns anos o governo aposta que o bom desempenho nos anos iniciais do ensino iria causar um efeito positivo nos períodos posteriores. O ensino médio parece ser a etapa mais problemática. Apenas sete dos 27 Estados da União atingiram as metas dessa fase; seis melhoraram, mas ficaram abaixo das metas. Em 16 Estados as notas do ensino médio pioraram, até nas escolas particulares.
O governo já prometeu rever o currículo muito carregado e pouco atraente, que estimula um conhecimento enciclopédico e superficial para os alunos. Mas até agora não houve avanços.
A intenção foi lembrada pelo ministro da Educação, Henrique Paim, sem um prazo para ser convertida em realidade. Como lembrou a doutora em educação pela PUC do Rio, Andrea Ramal, em entrevista a "O Globo" (6/9), houve cinco ministros da Educação nos últimos dez anos e essa alta rotatividade certamente tem relação com os problemas do ensino.
Há quem diga que a questão é dinheiro. Relatório da OCDE divulgado ontem informa que o Brasil canalizou para a educação 19% do total de gastos públicos em 2011, acima dos 13% médios dos países da organização. O valor de gasto por aluno, no entanto, foi de US$ 2.985, um terço da média dos 34 países integrantes da OCDE, que é de US$ 8.952. É o segundo valor mais baixo entre todos os países da organização, depois da Indonésia. Nos EUA o investimento por aluno é de mais de US$ 15 mil.
As taxas de matrículas vêm crescendo no Brasil, mas abaixo da média dos países desenvolvidos; e as instituições públicas gastam quatro vezes mais por aluno do ensino superior do que do ensino fundamental, o que também é parte da explicação do estágio da educação no país.
O governo vende a promessa de que tudo vai melhorar quando o pré-sal estiver em produção e puder destinar os royalties de sua exploração para a educação, como está previsto no Plano Nacional de Educação (PNE), que foi aprovado há pouco pelo governo e prevê o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação em 2020, em comparação com 6,4% em 2012. Em artigo publicado no Valor (18/7), o professor Naércio Menezes Filho calculou em R$ 180 bilhões o valor.
O professor acha, porém, que dinheiro não é garantia de melhora do aprendizado, lembrando que os royalties do petróleo aumentaram a arrecadação de muitos municípios, que ampliaram o investimento em educação sem que isso resultasse em melhor desempenho dos alunos no Ideb. Por isso, elogiou a estratégia do PNE de estimular as escolas que aumentarem as notas na avaliação.
Os dados do Ideb passaram quase desapercebidos porque foram divulgados no momento em que o noticiário sobre as denúncias do esquema de corrupção na Petrobras causava grandes ondas de turbulência. A verdade é que o tema pouco é lembrado na campanha eleitoral e competiu também com a notícia da professora esfaqueada pelo aluno em Curitiba, enquanto escrevia no quadro-negro, e a das crianças sitiadas em hotéis da Cracolândia, em São Paulo, que mostram outras facetas do mesmo problema da educação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.