Minhas cinco diretivas para o 15 de março de 2015
Paulo Roberto de Almeida
A sociedade brasileira participa
neste domingo, dia 15 de março de 2015, de uma manifestação que pode ser histórica,
não no sentido em que ela pode derrubar um governo, ou alterar o equilíbrio de
forças no plano político, mas simplesmente porque ela pode começar a
transformar um país, o que é hoje o Brasil, e desde 1822, numa verdadeira nação, o que ainda é uma promessa.
Sei que as pessoas estão
confusas, e existem vários movimentos, ou grupos de ação, que estão chamando
para essa grande manifestação popular apartidária: alguns são pelo impeachment,
outros pela renúncia, vários se manifestam diretamente contra os corruptos e
os totalitários no poder, todos estão insatisfeitos com os problemas econômicos e
as cenas de imoralidade explícitas que emergem do mundo político. Não haverá
consensos, e a confusão pode continuar e até aumentar. Não pretendo dar lições
a ninguém, inclusive porque eu também não sei quais são os caminhos a serem
tomados para superar o atual cenário de dificuldades práticas e de dúvidas políticas.
Não parece haver, ainda, uma plataforma comum aos diferentes grupos que se
empenharam no chamado à manifestação. Tudo bem, a diversidade sempre foi uma
marca dos regimes democráticos, assim como a tolerância com caminhos
alternativos para o bem comum.
De minha parte, creio ser útil
alguma unidade em torno de objetivos simples, claros, compreensíveis para a
maioria da população e, se também puder ser, consensuais para o maior número.
Com base no meu entendimento de quais sejam os problemas brasileiros atuais, e
as grandes dificuldades do país, proponho apenas cinco temas em torno dos quais
a maioria poderia se unir nessa manifestação:
1) Contra a corrupção: restaurar a moralidade nos negócios públicos;
2) Contra o Estado extorsivo: menos impostos, mais liberdades econômicas;
3) Contra todos os privilégios: políticos são cidadãos como quaisquer
outros;
4) Contra a censura: todas as comunicações são livres, sem controle do
Estado;
5) Contra todas as ditaduras: o Brasil defende a democracia e os
direitos humanos.
Prefiro assim: poucas
palavras de ordem para tentar fazer deste país uma nação.
Hartford, 2789: 12 de março de 2015.
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