domingo, 7 de abril de 2019

Atos internacionais pela liberdade do chefe mafioso: o que a diplomacia brasileira pretende fazer?

Abaixo, uma demonstração da capacidade de mobilização dos movimentos de esquerda e progressistas que não sentem nenhum constrangimento em defender o maior criminoso político do Brasil, o dirigente sindical e político que roubou desde o início de sua carreira sustentada pelos dólares de Fidel e de sindicatos ingênuos ao redor do mundo.
Depois que assumiu o poder, ele começou a roubar em grande escala, e dilapidou todo o Estado brasileiro, achacou empresas privadas e ganhou propinas encima de empréstimos oficiais do BNDES.
O que a diplomacia do governo pretende fazer para esclarecer a opinião pública internacional de que esses movimentos estão defendendo um mafioso?
Paulo Roberto de Almeida

Atos pela liberdade de Lula serão realizados em 36 cidades espalhadas pelo mundo

Manifestações internacionais se estenderão até o dia 10: Lula é emblema da lula pela democracia no mundo
Mauricio Thuswohl
Rede Brasil Atual
Narrada pela elite econômica e pelos grandes grupos de mídia do Brasil como resultado natural de um julgamento justo, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua a provocar a indignação e a mobilização dos setores progressistas da sociedade em diversas partes do mundo. Na Europa, a prisão de Lula é tratada explicitamente – e até por diversos políticos de direita – como uma questão política. No próximo domingo (7), quando se completará um ano de seu encarceramento na sede da Polícia Federal em Curitiba, diversos atos serão realizados em cidades europeias.
O ato mais emblemático está marcado para as 15h de domingo (11h no horário de Brasília), em frente aos majestosos portões da sede da ONU em Genebra, na Suíça. A manifestação, batizada como Reunião pela Liberdade de Lula, se realizará na Place des Nations (Praça das Nações) e, segundo seus organizadores, deverá reunir algumas centenas de pessoas, entre integrantes da comunidade brasileira na Suíça e países vizinhos, e representantes de sindicatos, associações pelos direitos humanos e a democracia e partidos de esquerda. Os organizadores do ato na ONU são o Comitê Internacional Lula Livre, o Coletivo Grito e a organização Bloque Solidaridad America Unida.
“Denunciaremos mais uma vez ao mundo a condenação injusta de Lula e as perseguições políticas e assassinatos de lideranças sociais de esquerda que acontecem hoje no Brasil. A prisão de Lula é evidentemente política e constitui um atentado à democracia e ao estado de direito não somente no Brasil, mas em toda a América Latina”, diz Fátima de Souza, integrante do Comitê Lula Livre da Suíça e uma das organizadoras do ato em Genebra. Esse ataque ao país, segundo ela, começou com o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e possibilitou a chegada de Jair Bolsonaro, “um político fascista, misógino e homofóbico”, à Presidência da República.
O ato em frente à ONU, segundo Fátima, não se limitará a denunciar a prisão de Lula e também trará a discussão sobre as consequências sociais dos ataques ao estado de direito no Brasil: “Todo esse processo golpista tem como objetivo maior anular os avanços conquistados durante os governos de Lula e Dilma pela classe trabalhadora em termos de acesso aos sistemas de educação e saúde, distribuição de renda e possibilidades de ascensão econômica”, diz.
Convocação internacional
Com cópias em português, inglês, francês, alemão, espanhol e italiano, a convocatória do ato na ONU foi amplamente divulgada entre os setores progressistas da sociedade europeia. O documento alerta sobre o movimento, levado a cabo nos últimos anos, para “aniquilar os governos de esquerda” na América Latina e trata a prisão de Lula como símbolo maior desse processo de avanço da direita em todo o continente: “A perseguição política da esquerda levou à condenação arbitrária do melhor presidente da história do Brasil. A condenação injusta e a natureza política da prisão de Lula, apoiada por uma mídia tendenciosa, parte do sistema judiciário e um setor corrupto da Polícia Federal, é cada vez mais evidente”.
O documento diz ainda que o resultado das últimas eleições no Brasil acabou sendo falseado pela prisão do ex-presidente: “A prisão política, ilegítima e antidemocrática teve o objetivo de impedir Lula de exercer seu direito de candidatar-se à Presidência nas eleições em outubro de 2018, além de buscar destruir a esquerda e os programas sociais no Brasil. Atualmente, é evidente que a precarização do estado brasileiro serve para vendê-lo ao mercado estrangeiro, sobretudo, aos Estados Unidos”.
Moro de “extrema direita”
O alinhamento do juiz federal – e atual ministro da Justiça – Sérgio Moro, que proclamou a sentença original contra Lula, com os adversários políticos da esquerda brasileira não foi esquecido pelos organizadores do ato na Suíça: “Denunciamos as estreitas relações do juiz Sérgio Moro, como constatado em numerosas ocasiões, com os opositores políticos do ex-presidente e com instituições do governo americano. Desde o início de 2019, Moro é ministro da Justiça do novo governo de extrema direita com o objetivo de instaurar um poder judiciário autoritário e justiceiro, o que caracteriza seu interesse pessoal na prisão de Lula”.
Segundo a esquerda europeia, o fortalecimento da direita já traz graves consequências para aqueles que lutam por justiça social no Brasil: “Esse golpe favoreceu os crimes políticos contra os defensores dos direitos humanos, os líderes dos movimentos sociais e os militantes de partidos de esquerda. A maioria desses crimes permanecem impunes apesar de terem sido denunciados por organizações internacionais”, afirma a convocatória elaborada pelo Comitê Internacional Lula Livre.
Mundo pede Lula livre
Coordenados pela Frente Internacional de Brasileiros Contra o Golpe (Fibra), organização baseada na Alemanha, acontecerão de hoje (4) à próxima quarta-feira (10) na Europa e em outros continentes um total de 36 atos pela imediata liberdade de Lula, incluindo o ato em frente à ONU em Genebra. As demais manifestações começam hoje (4) por Roma e continuam amanhã (5), em Madri, e no sábado (6) em Paris, Estocolmo e Bergen (Noruega).
A maior parte das manifestações acontecerá mesmo no domingo (7), com atos já confirmados nas cidades de Bruxelas, Berlim, Viena, Barcelona, Bonn, Coimbra, Lisboa, Amsterdã, Bolonha, Copenhague, Munique, Frankfurt, Hamburgo, Colônia, Manchester, Tübingen (Alemanha) e Aarhus (Dinamarca), além de novo ato em Madri. Fora da Europa, também coordenados pela Fibra, acontecerão atos nas cidades de Montevideo (5), Nova Iorque (um ato amanhã e outro no domingo), Los Angeles, Boston, Cidade do México, Sydney, Melbourne, Saint-Louis. Nos dias subsequentes, acontecerão atos em Praia (Cabo Verde, dia 8) e novas manifestações em Berlim (9) e Londres (10).

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