sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Mercosul: the end is near? - Argentina e Brasil em choque

Antes eu dizia que, a despeito de todos os problemas do blogo, "ainda não nasceu o político que vai acabar com o Mercosul". Mas isso era em relação ao acabamento ou aperfeiçoamento da união aduaneira, ou até mesmo da simples zona de livre comércio, importante do ponto de vista microeconômico para muitas empresas dos países membros.
Agora parece que esses políticos não só nasceram, como estão dispostos a liquidar com o bloco, mas apenas devido a mesquinhas posturas políticas, que não têm nada a ver com o significado da união aduaneira para a economia de cada um deles.
Não creio que se vá chegar a esse resultado, pois os empresários vão procurar conter os arroubos histriônicos dos dirigentes políticos, mas haverá muito stress, e provavelmente não se farão as reformas indispensáveis para reduzir a TEC e outros ajustes necessários.
Paulo Roberto de Almeida

Futuro chanceler argentino diz que país está "de luto em relação ao Brasil"

Alberto Fernández (à esquerda) faz sinal indicando "Lula livre" ao lado de Felipe Solá (à direita), futuro chanceler argentino - ALEJANDRO PAGNI / AFP
Alberto Fernández (à esquerda) faz sinal indicando "Lula livre" ao lado de Felipe Solá (à direita), futuro chanceler argentino Imagem: ALEJANDRO PAGNI / AFP
Ex-governador de Buenos Aires e futuro chanceler da Argentina, Felipe Solá afirmou, em palestra na Universidad Torcuato Di Tella, que o país está "de luto em relação ao Brasil".
Escolhido pelo presidente eleito Alberto Fernández para comandar a política externa do país, Solá, que começa o trabalho no dia 10, não poupou críticas ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
"É absolutamente inesperado que um país irmão com o qual tivemos uma quantidade de encontros com bom impacto regional inesperadamente tenha um governo com um nível de agressividade enorme contra a Argentina, contra o Mercosul e contra a história comum dos últimos 30 anos", disse ele. A declaração foi divulgada pelo jornal O Globo.
O futuro ministro das Relações Exteriores também falou sobre o Mercosul, mas não deu uma definição sobre a continuidade da Argentina no bloco.
"Quem quiser ideologizar vai encontrar dificuldades. Depois podemos discutir [se vale a pena ficar] o Mercosul, sim ou não. Pessoalmente, acho que eles [governo do Brasil] não têm isso claro. Vejo uma espécie de raiva ideológica".

Relação amena?

Ontem, Fernández comemorou o fato de Jair Bolsonaro - com quem tem desavenças há meses - afirmar o compromisso de "relacionamento pragmático" com seu país.
"Vi com alegria que o presidente do Brasil propôs ter uma relação pragmática com o Mercosul. É o que devemos fazer, porque o Mercosul vai superar Bolsonaro e Alberto Fernández", falou o argentino em uma conferência industrial realizada em Buenos Aires.

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