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sexta-feira, 18 de setembro de 2020

A submissão automática de Bolsonaro a Trump: o caso do BID - Afonso Benitez (El País)

 GOVERNO BOLSONARO

Por alinhamento com Trump, Bolsonaro ignorou aposta de Paulo Guedes para presidência do BID 

Documentos mostram que Economia chegou a defender nome brasileiro para o banco em cartas a países caribenhos. Secretário de Estado Mike Pompeo visita o Brasil nesta sexta

Ernesto Araújo, durante conferência de imprensa com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em julho do ano passado.
Ernesto Araújo, durante conferência de imprensa com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em julho do ano passado.RICARDO MORAES / REUTERS
AFONSO BENITES - Brasília -

Para manter seu alinhamento automático ao Governo Donald Trump, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro ignorou a aposta feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para o comando do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a instituição multilateral de crédito mais influente do continente. Ao contrário do que o Governo Bolsonaro vem afirmando, o Brasil teve, sim, um candidato ao posto, o economista Rodrigo Xavier, indicado por Guedes. O nome de Xavier chegou a ser sugerido a países caribenhos em documentos oficiais enviados pela pasta da Economia, mostram papéis obtidos pelo partido oposicionista PSOL aos quais a reportagem teve acesso. Na reta final da campanha pelo BID, Bolsonaro acabou decidindo ouvir os conselhos do chanceler Ernesto Araújo e concordou com a indicação do norte-americano Maurício Claver-Carone, que ganharia o posto em 12 de setembro.

A eleição do candidato de Donald Trump para o órgão quebrou um pacto firmado desde a criação do BID, há 61 anos, de que os Estados Unidos não indicariam o presidente da entidade como uma maneira de prestigiar os parceiros latino-americanos. Agora, quando seria justamente a vez de o Brasil nomear o chefe da instituição, o Itamaraty resolveu seguir a Casa Branca, em mais uma demonstração da guinada histórica pró-EUA da diplomacia brasileira que, na opinião de especialistas em política externa, neste momento tem rendido frutos mais à campanha de reeleição de Trump do que aos interesses de Brasília.

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