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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Cresce no Itamaraty repúdio à diplomacia familiar de submissão aos EUA - Raphael Veleda (Metrópoles)

Diversos pequenos equívocos nesta matéria: Ricupero nunca foi alinhado com políticos de direita, e sim sempre demonstrou sua adesão aos princípios básicos da social democracia. Eu nunca perdi UM cargo de diretor, apenas fui exonerado da direção do IPRI por ter publicado neste meu blog dois textos de Ricupero e FHC, respectivamente, junto com um medíocre artigo do chanceler acidental, que criticava acerbamente os dois primeiros. Ele não deve ter gostado da comparação.

Finalmente, eu não passei a criticar essa diplomacia canhestra DEPOIS que fui exonerado do cargo. Comecei a criticar lá atrás, ainda antes do governo começar, pois detectei justamente a deformação das grandes linhas da política externa brasileira por um bando de amadores ignorantes. E não apenas em relação a este governo: critiquei muito a política externa dos companheiros – aliados das mais execráveis ditaduras de esquerda, ao passo que este governo só se alia a ditaduras de direita –, como também havia me manifestado na era tucana, e fui punido por eles. Sou independente a todos eles...

Paulo Roberto de Almeida

Cresce no Itamaraty repúdio à diplomacia familiar de submissão aos EUA

Diplomatas aposentados e da ativa fazem críticas cada vez mais abertas a Ernesto Araújo por sua postura diante do presidente Donald Trump

RAPHAEL VELEDA

Jornal Metrópoles, 10/09/2020 4:45

https://www.metropoles.com/brasil/cresce-no-itamaraty-repudio-a-diplomacia-familiar-de-submissao-aos-eua


Aaproximação das eleições presidenciais nos Estados Unidos, em novembro, está intensificando a oposição dentro do Itamaraty ao chanceler Ernesto Araújo e sua política exterior, considerada por seus críticos subserviente ao presidente norte-americano, Donald Trump. Críticas que eram feitas nos corredores (quando eles eram ocupados) têm sido feitas mais publicamente e não apenas por diplomatas que já deixaram a ativa, como o ex-embaixador nos EUA e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero, o mais ruidoso deles.

Mais alinhado com políticos de direita, Ricupero tem se unido a antigos adversários, como o ex-chanceler petista Celso Amorim, para denunciar o que considera o desmonte da política externa brasileira e da imagem do Brasil no exterior. Esta semana, os dois se uniram em um encontro virtual para lançar o Programa Renascença, dedicado a pensar uma diplomacia pós-Bolsonaro.

Ainda na ativa, o embaixador Paulo Roberto de Almeida não guarda suas opiniões sobre o governo e o MRE após ter perdido um cargo de diretor em março do ano passado, logo após publicar em seu site artigos com críticas à postura do chanceler.

“Temos hoje uma diplomacia familiar e de baixíssima qualidade”, ataca ele, em conversa com o Metrópoles. “É uma política externa caracterizada sobretudo pela ignorância, pela inépcia de pessoas amadoras que não têm nenhuma experiência de política internacional, mas se aventuram a ditar ordens para a diplomacia brasileira. Essa submissão, na linguagem dos militares, se chamava traição à pátria.”

Por causa dessa postura, Almeida diz que é perseguido por Araújo com um procedimento que pede sua demissão, teve os salários reduzidos e está encostado no arquivo do ministério, onde não tem tarefas.



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