Abaixo, o que escrevi hoje, 3/11/2021, para introduzir o que eu havia escrito TRÊS ANOS antes, ou seja, ainda ANTES de começar o presente desgoverno. Eu já previa o pior, mas não poderia imaginar, ninguém poderia, que seria MUITÍSSIMO PIOR.
Introdução em 3/11/2021:
Pouco depois do fatídico 2o turno de 2018, que confirmou a vitória daquele a quem eu classificava “apenas” como fascista, naquele momento, e antes mesmo do anúncio do patético direitista no armário como “chanceler acidental”, eu já anunciava minha postura no “modo resistência”, e me preparava para ser exonerado de meu cargo como Diretor do IPRI logo no primeiro dia de janeiro de 2019. Demorou um pouco, mas isso acabou ocorrendo no Carnaval, sendo que antes, já no dia 2 de janeiro, recebi a ordem de congelar o programa aprovado para novas atividades no IPRI. Estava começando a “Era dos Absurdos” no Itamaraty e o reinado dos “novos bárbaros” na nova administração. Continuei no modo resistência e até escrevi cinco livros criticando acerbamente o ciclo bolsolavista na diplomacia brasileira. Felizmente, no tocante à diplomacia, acabou em 29 de março de 2021, mas a política externa continua a porcaria que sempre foi no desgoverno do capitão genocida.
Texto de 3/11/2018:
Também vou reforçar as hostes da Resistência, onde aliás sempre estive, tendo até um quilombo de resistência intelectual, o blog Diplomatizzando, que muito me serviu ao longo de todo o período de travessia do deserto, sob o lulopetismo diplomático.
Vou continuar resistindo à burrice crassa, à estupidez ideológica, à inépcia administrativa, à desfaçatez profissional, à mistificação política, à mentira corporativa, ao patrimonialismo, ao dirigismo, ao intervencionismo estatal, ao protecionismo comercial, ao nacionalismo rastaquera, ao patriotismo piegas, às máfias sindicais (de trabalhadores e de patrões), ao fundamentalismo religioso (em especial ao criacionismo), ao Estado máximo e à Escola Mínima, à falta de bibliotecas nas escolas, aos carteis de industriais e de banqueiros, às saúvas freireanas, aos mortadelas nacionais e estrangeiros, aos políticos profissionais, aos capitalistas promíscuos, enfim, à desonestidade intelequitual e à ignorância acadêmica, uma enfermidade que se reforçou muito desde 2003.
Como se pode constatar, tenho muito a que resistir...
Concluo:
Tem outra coisa a fazer senão resistir?
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 3/11/2021
Tendo, logo depois do 2o. turno de 2018, antecipado minha postura no modo de resistência, mesmo dispondo de um cargo no Itamaraty, não mudei de atitude, nem sob retaliações (e elas não foram poucas). Deixei meu testemunho: 5 livros sobre a era dos novos bárbaros!
- Apogeu e demolição da política externa: itinerários da diplomacia brasileira (Curitiba: Editora Appris, 2021)
- O Itamaraty Sequestrado: a destruição da diplomacia pelo bolsolavismo, 2018-2021 (Brasília, Diplomatizzando, 2021)
- Uma certa ideia do Itamaraty: a reconstrução da política externa e a restauração da diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2020)
- O Itamaraty num labirinto de sombras: ensaios de política externa e de diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2020)
- Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (Brasília: Edição do autor, 2019)
- Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty (Boa Vista: Editora da UFRR, 2019, 165 p., Coleção “Comunicação e Políticas Públicas vol. 42).
Na sua opinião, sem Olavo, vai acabar o radicalismo ideológico?
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