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domingo, 21 de novembro de 2021

Mini reflexão sobre certos itinerários erráticos na vida da nação - Paulo Roberto de Almeida

 Mini reflexão sobre certos itinerários erráticos na vida da nação 

Paulo Roberto de Almeida

A degradação moral, o descalabro cultural a que se chegou nos altos escalões da república é algo jamais visto em 521 anos de história. Não existem precedentes e espera-se que não tenha “sucedentes”.

Obra de mentecaptos apoiados por aproveitadores da “coisa pública”, isto é, da República (ou que deveria ser), na verdade de regimes oligárquicos ou plutocráticos, como parece ser o caso do Brasil (independente do fato de se ter fonte em banqueiros e altos capitalistas ou em sindicatos de trabalhadores).

A regeneração vai durar e vai custar muito a ser feita.

Temos exemplos aqui ao lado. Pode levar décadas, e nem é certo que ocorra. 

Toynbee era meio mecanicista, mas vamos conceder-lhe alguns pontos: ele já achava que o império americano estava em declínio desde o imediato pós-IIGM. 

E certas decadências são reversíveis, nem sempre pelos caminhos mais racionais.

Mas não acredito em ciclos, nem no eterno retorno ou em itinerários fatais. 

O Brasil teve muita gente comprometida com a criação de uma sociedade próspera e mais justa, como demonstrarei em meu próximo livro, em revisão: “Projetos para o Brasil: os construtores da nação”.

O problema é que as elites do pensamento nem sempre se coadunam com as elites do poder político ou econômico. 

Platão já sabia disso, mas esse é um dilema eterno das sociedades humanas. 

E certos “conselheiros de príncipes” costumam provocar mais destruição do que o próprio príncipe, como já havia reparado Maquiavel. Intelectuais podem ser um desastre, como argumentou Paul Johnson. Aliás, tanto Orwell quanto Sowell já escreveram que só eles conseguem acreditar nos piores absurdos. 

Mas, o temos atualmente no Brasil não é exatamente um desgoverno orientado por intelectuais, e sim um Mentecapto apoiado por uma horda de novos bárbaros. Também não adianta trocar por um Perón de botequim. 

Não precisa ser nenhum estadista churchilliano; basta ser um executivo razoável, apoiado por gente de bom senso e algum conhecimento técnico. 

Salvadores da pátria costumam dar muito errado, como sempre…

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 21/11/2021


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