Recuerdos de um tempo que hoje parece distante, não exatamente no tempo, mas no espaço cultural:
Em 2017, pedi, e recebi, de familiares e descendentes do segundo maior chanceler brasileiro no século XX — o primeiro não preciso dizer quem foi, pois o Itamaraty ficaria bravo comigo — uma tonelada de granito puro, consistindo de escritos os mais diversos de Oswaldo Aranha, do início dos anos 1930 ao final dos anos 1950.
Com dois cinzeis de leitura crítica, Rogério de Souza Farias e eu esculpimos uma modesta, mas significativa escultura historiográfica, em dois importantes volumes contendo o que de mais importante Oswaldo Aranha havia escrito, falado, sido entrevistado, como ministro, embaixador, chanceler, delegado na ONU, homem público, no grande domínio das relações internacionais, da política exterior, econômica e da diplomacia brasileiras, textos devidamente explicados por ambos e por mais alguns colegas, convidados por nós.
Considero esses dois volumes — junto com dois outros, contendo os trabalhos de Celso Lafer nos mesmos domínios — como o que de mais importante produzi como diretor do IPRI, no período 2016-2018, quando tive o prazer e a honra de dirigir esse think tank do Itamaraty. Teria feito mais, e melhor, se não tivessemos passado por um dilúvio anti-cultural a partir de 2019.
Sérgio Eduardo Moreira Lima, Paulo Roberto de Almeida e Rogério de Souza Farias (organizadores):
Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro
Brasília: Funag, 2017, 2 vols.
Disponíveis na Biblioteca Digital da Funag: volume 1, 568 p.; ISBN: 978-85-7631-696-1; link:http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=913; volume 2, 356 p.; ISBN: 978-85-7631-697-8; link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=914.
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