O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Bolívia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bolívia. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Brasil de Bolsonaro participou de golpe na Bolívia? Uma boa história policial... - Dario Pignotti Garcia (Página 12)

 Bolsonaro teve reuniões secretas com ex-presidente golpista presa na Bolívia

O possível encontro com Jeanine Añez pode ser a ponta de uma meada onde conspirações, fugas clandestinas de ministros e talvez entrega de armas se enredem

Brasil 247, 18 de janeiro de 2022, 12:19 h

Por Dario Pignotti Garcia, no Página 12 - Jair Bolsonaro reconheceu ter se encontrado com a ex-presidente boliviana Jeanine Añez, confirmando as suspeitas sobre o apoio brasileiro ao golpe que derrubou o presidente Evo Morales. O possível encontro pode ser a ponta de uma meada onde conspirações, fugas clandestinas, fuga de ministros e talvez entrega de armas se enredem. Em um ato aparentemente involuntário, o capitão e presidente aposentado afirmou: "a ex-presidente da Bolívia, Jeanine... Eu estive com ela uma vez, ela é uma pessoa legal que está na prisão". Para depois acrescentar, com raiva, "você sabe qual é a acusação contra ela? (ter cometido) atos antidemocráticos". Como até o momento não há notícias de nenhuma cúpula oficial entre os dois, essa conversa ocorreu secretamente.

Segundo essa declaração, para Bolsonaro, atacar instituições é algo que não deve ser punido com a prisão da ex-presidente, que permanece detida em um presídio em La Paz, onde se prepara para enfrentar um novo julgamento. O que Bolsonaro não disse é quando e onde ocorreu o encontro com a mulher que governou de fato entre novembro de 2019 e dezembro de 2020, quando o presidente Luis Arce tomou posse. Nesse período de pouco mais de um ano, o avião presidencial boliviano, que só pode decolar com autorização do chefe de Estado ou com ele a bordo, voou com frequência e clandestinidade para o Brasil.

A confissão
Em alguns canais bolsonaristas do YouTube, eles aparentemente perceberam a gravidade das declarações do presidente sobre sua nomeação com Añez e as retiraram do ar. O comentário presidencial, ou melhor, a confissão, poderia ser levado à consideração do tribunal, que a partir desta semana começará a julgar Añez junto com os ex-chefes militares e de polícia no processo denominado "Golpe de Estado II". 

Um ex-alto funcionário de Morales e diplomata que atualmente trabalha fora de seu país analisou, em diálogo com a condição de anonimato, a conexão Brasília-La Paz e os elementos que ela pode contribuir para o iminente novo julgamento. "Acredito que a declaração do presidente Bolsonaro é importante para este julgamento porque é mais uma prova de que o governo de Evo Morales foi atacado por uma organização internacional, isso significa que foi dada ajuda do exterior para um golpe de estado." Devemos esperar a evolução deste julgamento oral, propõe o ex-funcionário, mas "se Añez aceitar que houve essa reunião, ela terá que explicar por que não a denunciou".

"A senhora Añez está sendo investigada por não ter chegado ao poder constitucionalmente, usando o caminho da violência. O povo boliviano quer que ela seja investigada pelas mortes ocorridas para que ela chegue ao poder", continuou o diplomata.

Añez, bem-vinda
A nomeação secreta de Bolsonaro e Añez está em consonância com o apoio público dado por Brasília ao movimento que depôs Morales. Na manhã de 13 de novembro de 2019, horas após a posse de Añez, o Brasil foi o primeiro país da região a parabenizar o novo governo "constitucionalmente" surgido. Añez chegou ao Palacio del Quemado junto com o líder de Santa Cruz de la Sierra, Fernando Camacho, apelidado de "Bolsonaro da Bolívia", que em meados de 2019 havia sido recebido pelo então chanceler brasileiro, Ernesto Araújo. Após a conversa, Camacho e Araújo foram fotografados ao lado da deputada Carla Zambelli, de ardente linhagem bolsonarista.

Vale ressaltar que o golpe boliviano não foi do novo tipo "soft", seja parlamentar ou via "lawfare", como os que derrubaram Dilma Rousseff em 2016 e o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo em 2012. O da Bolívia estava no clássico moldes com a participação de policiais e militares, guardando alguma semelhança com aqueles que levaram às ditaduras dos anos 60 e 70 até hoje defendidas pelo presidente brasileiro.

O apoio brasileiro ao regime cívico-militar de La Paz continuou em 2020 com o objetivo de construir uma hegemonia regional de direita, incluindo o apoio aos candidatos Keiko Fujimori no Peru e Antonio Kast no Chile. Para tanto, era preciso impedir o retorno do Movimento Morales ao Socialismo através da candidatura de Luis Arce, que finalmente venceria por larga margem em outubro de 2020. Nesse caso, o Brasil foi o último país importante que manifestou seu desejo de libertar Arce, ex-ministro da Economia e Finanças durante os governos de Morales.

Voos
A Página 12 publicou em junho de 2020, quando Añez estava no Palácio del Quemado há seis meses, um artigo assinado por Felipe Yapur sobre os "voos suspeitos e repetidos" do avião presidencial da Força Aérea Boliviana 001, o FAB001, com destino ao Brasil. A investigação é baseada em informações da empresa de rastreamento de voos dos EUA FlightAware.

Na lista de viagens ao Brasil estão várias a Brasília onde poderia ter ocorrido o encontro entre Bolsonaro e Añez, ao qual o ex-capitão se referiu durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais ocorrida meses atrás, quando acusou seu rival, Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores para "apoiar a volta do povo de Evo Morales na Bolívia".

O primeiro voo do FAB001 foi em 11 de novembro de 2019 “após a queda do presidente Morales e antes da assunção de Añez”, diz a fonte boliviana consultada por este jornal. "Minha percepção é que a movimentação do avião no dia 11 de novembro é extremamente estranha, não sabemos se foi para levar algo ou trazer algo do Brasil. Sou diplomata de carreira, quando um presidente sai do país ele tem que avisar e deixar o vice-presidente, e isso não aconteceu."

Senador Carvalho 
O senador brasileiro Rogério Carvalho, do PT, não tem dúvidas sobre a participação brasileira na trama contra Morales. "De zero a dez, a chance de Bolsonaro apoiar o golpe é dez." Questionado por este jornal, o deputado afirmou que "Bolsonaro dá seu total apoio a qualquer governo que seja antidemocrático ou a forças políticas antidemocráticas".

Segundo Carvalho, o Congresso poderia tomar providências sobre o assunto e descobrir como eram as relações de Bolsonaro com Añez e outras possíveis conexões.

Uma área cheia de perguntas sem resposta é a fronteira entre os dois países, com mais de 3.400 quilômetros de extensão, por onde teriam passado recursos para o movimento sedicioso de 2019 e que poderia ter servido como zona de fuga em 2020 para funcionários de Añez. Luis Fernando López e o Ministro do Governo Arturo Murillo.

Armas?
O diplomata e ex-funcionário de Morales lembra que Murillo, depois de passar pelo Brasil, foi preso nos Estados Unidos por lavagem de dinheiro e outros crimes relacionados à compra de armas. E suspeita que o ex-chefe da Defesa, López, possa estar escondido no Brasil. A nossa fonte, que entrevistamos em agosto e voltamos a consultar brevemente no domingo, refere-se novamente às viagens clandestinas da FAB001 e destaca a realizada no final de dezembro de 2020.

A data desse voo coincide com a de um documento do Ministério da Defesa boliviano no qual se menciona que uma carga de armas deve ser retirada em 30 de dezembro. Dezembro? ? Sim", "Existe algum documento com papel timbrado do Ministério da Defesa do Estado Plurinacional da Bolívia que diga que haveria entrega de armas no Brasil? Sim. É possível que as armas sejam entregues em um aeroporto no Brasil para outro país. Isso é normal?" pergunta o ex-funcionário boliviano.

E conclui propondo que sejam investigados os pontos de “contato” que relacionam “Bolsonaro dizendo que se encontrou com Añez” com a possível “saída do país do ex-presidente” e a suposta “entrega de armas no Rio”.

https://www.brasil247.com/poder/bolsonaro-teve-reunioes-secretas-com-ex-presidente-golpista-presa-na-bolivia

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Bolsonaro é derrotado na Bolívia - Hubert Alquéres (Blog do Noblat)

Como eu já escrevi, neste artigo: 

3773. “Mini-reflexão sobre as eleições bolivianas e nossa circunstância diplomática”, Brasília, 19 outubro 2020, 2 p. Notas preliminares sobre os descaminhos da diplomacia em face da vitória da oposição na Bolívia. Disponível no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/10/sobre-as-eleicoes-bolivianas-e-nossa.html).

Bolsonaro é derrotado na Bolívia

Tudo deu errado na política de Bolsonaro para a América do Sul

Por Hubert Alquéres 

Blog do Noblat, 21 out 2020

https://veja.abril.com.br/blog/noblat/bolsonaro-e-derrotado-na-bolivia-por-hubert-alqueres/

Conhecido o vencedor das eleições da Bolívia, os países do continente se apressaram em parabenizar o presidente eleito, Luis Alberto Arce, do Movimento ao Socialismo – MAS. Até Donald Trump observou a liturgia da diplomacia. Houve apenas uma dissonância, o governo brasileiro, que recolheu-se ao silêncio sem disfarçar seu profundo incômodo com o resultado. O presidente Jair Bolsonaro e seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, tomaram partido na disputa interna de outro país desde que Evo Morales renunciou por pressão de militares. 

O princípio da autodeterminação dos povos – pilar da política externa brasileira desde os tempos de Juca Paranhos, o Barão do Rio Branco – deveria levar o governo a, imediatamente, construir pontes com Arce, deixando de lado divergências ideológicas. Quando nada porque a Bolívia é o país com o qual temos a maior fronteira – 3.126 quilômetros –  e interesses complementares na economia. Basta citar o Gasbol, (Gasoduto Bolívia Brasil) com seus 3.150 quilômetros de extensão, dos quais 2.593 em território brasileiro. 

As primeiras declarações de Luis Arce sinalizam que não repetirá o erro de Morales de dividir os bolivianos e de atropelar a democracia, forçando um terceiro mandato, e tentando um quarto. O novo presidente diz querer fazer um governo voltado para o futuro de todos, revelando que também dialogará com empresários, o que não acontecia com Morales. Por enquanto, são intenções, mas não deixam de ser um bom sinal.

É do interesse do Brasil fortalecer essa disposição do novo governo boliviano, tanto para o bem da estabilidade da região como para o desenvolvimento dos negócios com a nação vizinha. Se não agir assim, o país aprofundará a perda de protagonismo no continente, fenômeno que vem ocorrendo em decorrência de uma política externa pautada por víeis ideológico, que pensa a divisão do mundo como se vivêssemos os tempos da guerra fria e o comunismo fosse a grande ameaça mundial.

No último sábado, véspera da eleição boliviana, o presidente estava combatendo seus moinhos de vento, em solenidade da Academia Militar das Agulhas Negra. Voltou a estigmatizar a Argentina, dizendo que ela segue o caminho da Venezuela. No caso da Bolívia, Bolsonaro se apressou em apoiar a queda de Morales e até a undécima hora atuou para unir os candidatos da direita para evitar a vitória do MAS.

A viseira ideológica da política externa de Bolsonaro e Araújo já havia nos levado a atrelar nosso destino ao de Juan Guaidó, reconhecendo um governo que não controla sequer um quarteirão na Venezuela.

De uma lado, essa política abriu mão de qualquer papel de liderança no continente e, de outro, se alinhou automática e servilmente aos Estados Unidos, como cou evidenciado na humilhante visita do secretário de Estado Mike Pompeo a Roraima, junto à fronteira com a Venezuela. O episódio provocou uma dura nota do presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia, na qual armou que a visita não condizia com a “boa prática diplomática internacional” e afrontava “as tradições de autonomia e altivez da política externa e de defesa brasileiras”.

Essa tradição da política externa era do exercício do pragmatismo responsável, pautando-se pela defesa dos interesses brasileiros e de não ingerência em questões internas de qualquer outro país. Bolsonaro fez tudo ao contrário nas eleições da Argentina e do Uruguai e agora na Bolívia.

Não se estranha, portanto que na América do Sul os aliados estratégicos do governo brasileiro sejam Guaidó e a direita boliviana. Isolamento maior, impossível.

Também em política externa não há espaço vazio. Se o Brasil abdicar do protagonismo de liderança comprometida com a estabilidade política da região, alguém desempenhará esse papel. O presidente da Argentina é forte candidato a isso, enquanto

Bolsonaro se isola até mesmo de países governados por um centro-direita democrático, como o Chile de Sebastian Piñeira e o Uruguai de Luiz Lacalle.

Tudo deu errado na política de Bolsonaro para a América do Sul. O peronismo voltou ao poder na Argentina, Maduro continua sendo o presidente da Venezuela e a direita que derrubou Morales foi derrotada pelo voto. O pior: em todas essas derrotas Bolsonaro passou recibo, com firma registrada em cartório.

Hubert Alquéres é membro da Academia Paulista de Educação. Escreve às 4as feiras no Blog do Noblat

https://veja.abril.com.br/blog/noblat/bolsonaro-e-derrotado-na-bolivia-por-hubert-alqueres/


segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Sobre as eleições bolivianas e nossa circunstância diplomática - Paulo Roberto de Almeida

Mini-reflexão sobre as eleições bolivianas e nossa circunstância diplomática

Uma triste reflexão sobre os descaminhos de uma política externa regional que já foi mais sensata, num passado não muito distante. Vamos para um buraco negro diplomático?

Paulo Roberto de Almeida (19/10/2020, 08:00)


 Essa vitória da esquerda na Bolívia também representa uma grande derrota para a diplomacia bolsolavista, que sempre apoiou a extrema-direita. 

Aguardem que o capitão vai começar a xingar a “esquerdalha” de lá, dizendo que MT e MS vão virar uma nova Roraima. Querem apostar? Não costuma falhar.

O homem não se contém e costuma ser estimulado pelo chanceler acidental, que ainda exacerba nas agressões verbais.

Triste fim de uma outrora bem sucedida liderança diplomática natural, de natureza sobretudo moral e puramente política, do Brasil na região. Nunca antes em nossa história diplomática fomos o contrário do que deveríamos ser na política externa regional e na construção de um espaço econômico unificado, pelo menos no Cone Sul Latinoamericano.

Desde 2019, o Brasil se descolou inteiramente da América do Sul: vive em outro planeta, na Trumplândia, situado numa galáxia a anos-luz de distância de qualquer processo de integração que se possa conceber.

Quando esse planetinha medíocre e patético cair no buraco negro da derrota eleitoral de 3 de novembro, o Brasil da Bolsolândia estará singularmente sozinho no universo de sua própria mediocridade diplomática. 

Quem vai lhe fazer companhia na solitude? Orban? Modi? O UKIP do Brexit? Salvini no seu desterro italiano?

Sequer a direita racional de Lacalle e Pinera lhe fazem companhia, num isolamento que nunca existiu desde o Segundo Reinado.

Nunca o Brasil ficou tão só num continente que é a nossa circunstância orteguiana.

Desde Rosas e as intervenções entre Blancos e Colorados, ou talvez desde a Cisplatina, os entreveros diplomáticos foram tão grandes num contexto geográfico que deveria ser de construção, não de destruição de pontes diplomáticas. 

O Bolsolavismo diplomático desmantelou até a capacidade do Brasil ser o mediador que sempre foi nos problemas regionais, pelo menos desde Oswaldo Aranha, este até mais do que o Barão.

Este terrível parênteses de mediocridade diplomática vai estar tristemente registrado nos anais de nossa história regional dos últimos 150 anos, desde o final da Guerra da Tríplice Aliança. 

Certos retratos não deveriam figurar em paredes de uma galeria que já hospedou algumas mediocridades, mas raramente, ou nunca, capachos desequilibrados.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 19/10/2020

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Bolivia: a volta do MAS de Evo Morales? - Carlos Malamud

Bolivia: ¿puede el MAS recuperar el poder?


Bolivia: ¿puede el MAS recuperar el poder?
Flag stuck on ground. Photo by: Milos Hajder on Unsplash 

Recientemente se hizo pública una encuesta de Cies-Mori, publicada por el diario cruceño El Deber, sobre la intención de voto de los bolivianos de cara a las cruciales elecciones presidenciales del próximo 3 de mayo. En ellas se decidirá nada más ni nada menos que el futuro del país, especialmente tras las denuncias de fraude electoral a la hora de garantizar una nueva reelección de Evo Morales y de su traumática renuncia.
En torno a este punto giran dos problemas iniciales. El primero, ¿quién será el nuevo o la nueva presidente de Bolivia? Y el segundo, y casi tan importante como el anterior, ¿reconocerán los perdedores, con independencia de quienes sean, el triunfo de sus adversarios políticos, o, en nueva pirueta retórica a la que estamos tan acostumbrados, los volverán a convertir en enemigos irreconciliables a los que hay que negar el pan y la sal?
Los resultados de la encuesta más arriba señalada vienen a poner precisamente el dedo en la llaga. Según los datos publicados, el candidato más votado sería el ex ministro de Economía Luis Arce, el político del MAS seleccionado directamente por Evo Morales como la cabeza de fórmula más idónea para intentar recuperar el poder. Arce obtendría un 31,6% de los votos, prueba evidente del sólido, aunque no mayoritario, respaldo popular del MAS entre la población boliviana.
La encuesta también muestra como la fragmentación del voto castiga a la antigua oposición, es decir al centro y a la derecha política. Esto es así a tal punto que a continuación de Arce, aunque a bastante distancia, se encuentra el ex presidente Carlos Mesa, de Comunidad Ciudadana, y gran protagonista de la anterior elección con solo el 17,1% de los votos. Su modesto resultado se debe a que hay varios candidatos alternativos que compiten entre si por el segundo puesto y, de ese modo, pasar a la segunda vuelta. Este grupo lo encabeza la actual presidenta interina Jeanine Añez, al frente de la coalición Juntos, que obtendría el 16,5, un pobre resultado teniendo en cuenta su paso por el poder y su nada oculto deseo de encabezar un claro y rotundo proceso de desmasificación, es decir, de borrar buena parte del legado del MAS y de Morales.
Más atrás y en cuarto lugar se sitúa el líder cívico Luis Camacho con el 9,6%, el responsable de la oposición más dura e incluso más violenta contra el gobierno saliente.  A mayor distancia siguen otros candidatos, incluyendo el magro 1,6% cosechado por el ex presidente Jorge “Tuto” Quiroga, que con claros fines electorales intentó en su momento apelar al sentimiento nacionalista de los bolivianos durante la crisis diplomática vivida con España en diciembre pasado.
Simultáneamente a los comicios presidenciales de mayo también habrá que elegir a los representantes del nuevo parlamento. Y es aquí donde gracias a la fragmentación del centro y de la derecha, el MAS aspira a conquistar una amplia mayoría en ambas cámaras que le permitiría recuperar parte del protagonismo y condicionar la gobernabilidad futura en caso de no conquistar el gobierno. Es este sentimiento, mezcla de debilidad e incertidumbre y de constatación del riesgo que se corre si se persiste en fragmentar el voto, lo que llevó a Camacho a ofrecer su renuncia como candidato si eso favorece la elección de un cabeza de lista de amplio consenso entre las fuerzas que se reclaman democráticas.
De forma sistemática la que hasta ayer era la oposición boliviana se quejaba de las constantes muestras de exceso de autoridad y de las sistemáticas violaciones de la legalidad por parte del gobierno del MAS. Esas creencias bastante generalizadas entre un sector importante de la población llevaron a hablar, tras la renuncia de Morales, del fin de la dictadura masista y del comienzo de una primavera boliviana que aportaba señales renovadas del regreso a la democracia.
El gran dilema que tienen por delante las llamadas fuerzas democráticas bolivianas es que harán si el MAS gana en mayo, en unas elecciones controladas por el gobierno interino, lo que a priori debería excluir cualquier sospecha de fraude. En ese caso quedaría claro donde están las mayorías nacionales. Sin embargo, nada dice que este sea el desenlace, dada la posibilidad de concentrar todo el voto antimasista, hoy por hoy mayoritario, de cara a una segunda vuelta.
Precisamente, la legislación boliviana establece que si un candidato presidencial no supera el 50% de los votos, pero al menos alcanza el 40% y tiene una diferencia de más de 10 puntos porcentuales respecto al segundo, se impone en primera vuelta sin alcanzar la segunda. Con los datos de la encuesta en la mano y descontando los votos nulos y blancos, Arce podría superar el 37%, poniéndose a solo tres puntos del mítico umbral del 40%. De mantenerse la división de la anterior oposición se podría plasmar esa diferencia porcentual que le permitiera al candidato del MAS evitar el balotaje.
En la situación actual, priman a ambos lados del espectro político sólidas ansias de revancha y el deseo de imponer a los demás los propios puntos de vista. Los radicales de ambos bandos dificultan la recomposición de los consensos mínimos para avanzar en la democratización del país. Por eso es importante que el nuevo gobierno sea capaz no solo de acabar con los caudillismos mesiánicos sino también que evite hacer tabla rasa con el pasado y liquide los grandes logros de la etapa masista. El recuerdo de lo ocurrido en Argentina con la llamada “Revolución libertadora” que derrocó a Perón en 1955 y quiso destruir su legado y borrar de la faz de la tierra todo cuanto sonara a peronismo debería hacer pensar a más de uno. Especialmente cuando 65 años después hay otra vez más un nuevo presidente peronista ocupando la Casa Rosada.

============

Bolivia: elecciones cruciales

Evo Morales, expresidente de Bolivia.
Tras la traumática y confusa renuncia de Evo Morales y la anulación de unas elecciones fraudulentas que hubieran originado un nuevo mandato del líder del MAS, Bolivia se enfrenta a unos comicios trascendentales. Estos tendrán lugar el 3 de mayo y decidirán no solo la identidad del nuevo presidente, sino también la composición del Parlamento. Su importancia radica en el hecho de que podrán corregir el rumbo de los últimos 15 años manteniendo la mayor parte de las reformas realizadas y reparando sus excesos, o bien abrirán la puerta a la revancha, echando por tierra toda la obra de Morales, o le permitirán regresar al poder, aunque sea por interpósita persona.
Las últimas encuestas coinciden sobre las tendencias generales para las elecciones. Según el último estudio publicado, la candidatura del MAS, encabezada por Luis Arce y David Choquehuanca, tiene una ventaja apabullante sobre sus rivales inmediatos, con más del 32% de los votos. Por detrás de Arce están el expresidente Carlos Mesa, de Comunidad Ciudadana (CC), con un 23%, y la presidenta interina Jeanine Añez, de Juntos, con un 21%.
El revanchismo del Gobierno interino podría propiciar una nueva victoria del partido de Morales
Estas cifras le permiten a los estrategas políticos del MAS ilusionarse con una victoria en primera vuelta. En realidad es su única posibilidad de ganar las elecciones, ya que de otro modo sus opciones se reducen considerablemente. Si bien el piso electoral del MAS es muy sólido, superior al 30%, su techo es bastante limitado y más sin la presencia de Evo Morales, ni en la fórmula electoral ni directamente en la campaña. 
En caso de una segunda vuelta, la unión de todas las fuerzas de derecha y centro derecha, sumado al voto anti MAS, que expresa la desilusión creciente de una parte importante de la sociedad tras los largos años de Gobierno de Morales, implicaría una derrota casi segura para los seguidores del líder cocalero.
Esta situación se vería acompañada por la obtención por los candidatos masistas de una clara mayoría en las dos cámaras del Parlamento. ¿Como se llegaría a un escenario semejante? La respuesta se vincula con la división de la derecha y el carácter extremo y revanchista de ciertas medidas implementadas por el Gobierno interino. La división de la derecha podría facilitar la añorada victoria masista. Para eso, a Arce le bastaría obtener más del 40% de los votos y una diferencia superior a 10 puntos con el segundo candidato más votado. En Bolivia y otras partes de América Latina, como Venezuela o Nicaragua, donde la oposición se enfrenta a gobiernos populistas con marcadas pulsiones autoritarias, la división partidaria es el mayor obstáculo que impide un recambio en el poder.

Si bien las credenciales democráticas de Morales y algunos de los principales dirigentes del MAS son cuestionables, esto no debe ser la excusa para impedir la expresión y la participación políticas de una parte destacada de la sociedad boliviana. Las expresiones vertidas por Morales desde Buenos Aires sobre su intención de crear unas milicias militarizadas para imponer sus objetivos políticos es el mejor ejemplo del escaso compromiso del máximo dirigente del MAS con la democracia y sus procedimientos. Esto también queda atestiguado por la utilización indiscriminada de los recursos públicos durante la última elección. Todavía quedan dos meses de campaña y mucho por clarificar. De continuar por este camino, la derecha boliviana marcha directamente hacia el precipicio, un precipicio que marcaría su suicidio político. Por tener, todavía tienen margen para organizar unas elecciones primarias, u otro proceso de negociación, que le permita presentar un único candidato presidencial y unas listas parlamentarias comunes. Sin embargo, me temo que las tendencias cainistas existentes en su seno impidan el acuerdo y terminen trabajando a favor del MAS.
El centro y la derecha boliviana emprende camino directamente hacia su suicidio político
Luego llegará el momento de llorar sobre la leche derramada y entonces no habrá ni espacio para rectificar ni tiempo para enmendar los errores. Parecería que un exceso de protagonismo, inicialmente no buscado, le provocó a la presidenta Jeanine Añez el mal de altura, tan temido en el Altiplano. 
Quien estaba llamada a cumplir el rol histórico de convocar unas elecciones caracterizadas por la limpieza y la plena vigencia de las libertades, de pronto decidió recubrirse con un manto de mesianismo similar al empleado por numerosos líderes populistas latinoamericanos.

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Brasil-Bolívia: uma história de duas queimadas - Ishaan Tharoor (WP)



(Eraldo Peres/AP; David Mercado/Reuters)

The Amazon fires put spotlight on two rival leaders


(Eraldo Peres/AP; David Mercado/Reuters)
Even as fires rage in both their countries, there’s little neighborly love between the leaders of Brazil and Bolivia. International scrutiny has fallen on both countries following a summer where vast tracts of the world’s most important forest went up in flames. In Brazil, there’s been a more than 80 percent spike in the number of fires from 2018, a development that garnered international headlines when the city of Sao Paulo got cloaked in sooty smoke last week.
Similar pollution reached Bolivia’s largest city, Santa Cruz. An area roughly the size of Connecticut in Bolivia’s densely forested Chiquitania region, on the border with Brazil and Paraguay, has burned to the ground this summer, endangering hundreds of animal species. By one account, it may take Bolivia’s forests two centuries to recover.
But don’t expect either Brazilian President Jair Bolsonaro or his Bolivian counterpart, President Evo Morales, to come to the other’s aid. When the former, a far-right firebrand, took office at the start of the year, the latter, a South American leftist stalwart, tweeted his disgust at “the reemergence of white supremacist (KKK) ideology” in the continent’s politics.
The feelings were mutual. At Bolsonaro’s inauguration, Morales, the only regional left-wing leader to attend, was jeered by the new president’s supporters as a “communist” and a “f---ing Indian.” In an interview with the Brazilian newspaper O Globo, a lawmaker in Bolsonaro’s political party scoffed at critics who worried about the risks facing Brazil’s indigenous communities under the new president’s watch. “If you like Indians, you should go to Bolivia,” said Rodrigo Amorim, the recently elected congressman, referring to Morales’s indigenous ethnicity. “As well as being communist, it’s governed by an Indian.”
Since coming to power in 2005, Morales has been unabashed about his origins and his desire to uplift his country’s most marginalized. He leveraged a boom in natural gas and mineral exports to redistribute the wealth and bring hundreds of thousands of Bolivians into the middle class through populist social plans that guaranteed him reelection in 2009 and 2014. Although Bolivia remains one the continent’s poorest countries, its gross domestic product per capita has tripled while Morales has been president.
But Morales’s popularity has been waning. He is seeking reelection in October for an unprecedented fourth term — a bid only possible after he controversially circumvented the results of a 2016 referendum that blocked him from scrapping constitutional term limits.
Meanwhile, Bolsonaro’s antipathy toward both indigenous minorities and leftists has been a defining streak of his politics. During his successful 2018 election campaign, he tarred his domestic opponents as would-be leftist autocrats in the vein of Venezuela’s Nicolás Maduro — and, indeed, Morales. And, now in command, Bolsonaro has followed through on his campaign trail vows: a restructuring or wholesale dismantling of Brazil’s existing environmental protections for indigenous areas in the Amazon, to the benefit of the country’s powerful agribusiness industry. Not for nothing did he earn the sobriquet “Captain Chainsaw.”
Those moves provide the backdrop to the unfolding calamity in the Amazon rainforest, referred to widely as the “lungs” of the planet. Critics, including prominent politicians in Europe and elsewhere, argue that Bolsonaro has emboldened cattle ranchers and loggers to start setting fires to clear land. At the Group of Seven summit in France on Monday, French President Emmanuel Macron announced an immediate fund of $20 million to help fight the fires in the Amazon. He and other European leaders have also threatened to stall a free-trade deal between the European Union and a bloc of South American nations over Bolsonaro’s harmful policies.
This censure has not played well in Brazil. “From the start, Bolsonaro, like U.S. President Donald Trump, stacked his cabinet with science deniers who call climate change a Marxist hoax and made his open disdain for minority communities who depend on the Amazon a hallmark of his political messaging,” noted reporters for HuffPost Brazil. “Now, both leaders distract from fierce criticism and low polling at home by recasting criticism from media or other countries as unfair mudslinging from ideological opponents.”
Bolsonaro has angrily lashed out at his critics and recently warned his supporters that “Brazil is the virgin that every foreign pervert wants to get their hands on.” On Monday, his government rejected the G-7 aidon offer, saying in a statement that the funds should be used instead to reforest Europe and save the continent’s famous cathedrals like Notre Dame in Paris.
“The Bolsonaro administration is trying to produce a rally-around-the-flag effect,” said Matias Spektor, an associate professor of international relations at the Getúlio Vargas Foundation in Sao Paulo, to my colleagues. “They are trying to denounce Macron … and the international press and the NGOs as a coalition that is set on suspending Brazilian sovereignty over the Amazon and it’s our duty to fight back.”
Though they are far from kindred spirits, Morales and Bolsonaro share a similar culpability in what has unfolded this summer. The Bolivian president’s administration initially played down the scale of the fire before realizing its horrific reach after an outcry. Morales suspended his reelection campaign to help coordinate his government’s response. After his earlier reticence, he did an about-face and said he welcomes whatever aid the rest of the world can muster for Bolivia’s firefighting efforts.
But critics argue that the fires in Bolivia are also a product of policies that encouraged deforestation, including a recent decree aimed at boosting beef production for export that infuriated Bolivian civil society. Morales has a “top-down mentality about imposing development projects on the Amazon,” said Andrew Miller of conservation organization Amazon Watch on the left-wing radio show Democracy Now. “So, at the same time that Evo Morales has had some progressive policies, he’s also had tensions with indigenous peoples.”
And suddenly, Morales has something in common with his ideological foe across the border. “The two countries most affected [by the fires] have governments at opposite ends of the political spectrum, but their position on deforesting the Amazon is the same,” said Eugenio Coter, a prominent Bolivian bishop, to Catholic News Service. “There is no political or economic plan for the Amazon that does not depend on the extraction of natural resources.”

domingo, 13 de janeiro de 2019

Cesare Battisti preso na Bolivia: capitulo final de um terrorista ajudado pelo lulopetismo?


CORRIERE DELLA SERA
Arrestato Cesare Battisti in Bolivia

Preso a Santa Cruz

Una squadra speciale dell’Interpol formata da investigatori italiani ha catturato il 64enne terrorista pluri-assassino Cesare Battisti, latitante dal dicembre 2018 dopo la revoca dello status di residente permanente in Brasile e l’ordine di estradizione del presidente Michel Temer

Arrestato Cesare Battisti in Bolivia Preso a Santa Cruz
shadow
Camminava in una strada di Santa Cruz de la Sierra, popolosa città nell’entroterra della Bolivia. Quel passante aveva una barba finta e soprattutto aveva in tasca un documento d’identità brasiliano riportanti un nome e un cognome, Cesare Battisti, e una data di nascita, il 18 dicembre 1954. Alle 17 di sabato 12 gennaio, le 22 in Italia, una squadra speciale dell’Interpol formata da investigatori italiani ha catturato il 64enne terrorista pluri-assassino Cesare Battisti, latitante dal dicembre 2018 dopo la revoca dello status di residente permanente in Brasile e l’ordine di estradizione del presidente Michel Temer. Come appreso dal Corriere, che ha dato notizia della cattura alle 2 della notte del 13 gennaio, Battisti era da solo. Non ha opposto resistenza. Indossava pantaloni e maglietta di colore blu, e un paio di occhiali per proteggersi dal forte sole e cercare, ulteriormente, di camuffarsi. Caricato in macchina e accompagnato in una caserma della polizia per le comparazioni tecniche (a cominciare dalle impronte), l’ex membro dei Proletari armati per il comunismo non ha aperto bocca. 
La pista
Quella squadra speciale aveva indirizzato con decisione la caccia intorno a Santa Cruz poco prima di Natale. Un lavoro minuzioso e certosino, un lavoro di strada attingendo agli informatori e alla conoscenza del territorio, un lavoro di tentativi, calcoli e azzardi. Nella giornata di sabato, l’epilogo. Dapprima è stata circoscritta la zona nella quale Battisti si era nascosto. Dopodiché, sono stati compiuti gli appostamenti in almeno tre, quattro aree differenti, anche se sempre nel raggio di pochi chilometri. Fin quando, a bordo della strada, con un passo ciondolante, forse conseguenza di uno stato di ebbrezza, gli investigatori dell’Interpol hanno notato quell’uomo. Tolta la barba, che come detto si è rivelata fasulla, c’erano molti dettagli sia dell’andatura sia dei lineamenti, in particolare del viso, che combaciavano con le ultime fotografie e gli ultimi video su Battisti, anche se parecchio datati. L’Interpol, con il supporto della polizia boliviana, ha avvicinato e accerchiato il terrorista. 
Il futuro
Una storia infinita, quella di Cesare Battisti. Che ora dovrebbe essere terminata per sempre. Prima bisogna attendere il completamento di tutti i passaggi tecnici. Ma poi, per Battisti si potrebbe aprire, in tempi brevi, il provvedimento di espulsione dalla Bolivia che innescherà il rimpatrio in Italia. Originario di Cisterna di Latina, evaso nel 1981 dopo una condanna per banda armata, il terrorista è stato condannato in contumacia per la partecipazione a quattro omicidi. Scappato in Messico e in Francia, autore di romanzi noir, Battisti aveva raggiunto il Brasile nel 2004. Tre anni dopo, era stato arrestato. Ne era seguita una lunga sequenza di colpi di scena: lo status di rifugiato, il diritto d’asilo, la richiesta di estrazione negata, un nuovo arresto, l’immediata scarcerazione, un massiccio movimento di intellettuali di tutto il mondo a favore di Battisti e contro la decisione di Temer di concedere l’estradizione. Era convinto d’avere ancora appoggi potenti in Sudamerica e rifugi sicuri, il terrorista. Quando l’hanno preso, procedeva a testa alta, in mezzo ad altri passanti, sicuro d’essere anonimo e al riparo come loro. 


segunda-feira, 9 de outubro de 2017

9 de outubro de 1967: morte de Che Guevara na Bolivia - (NYTimes this day in History)


On This Day: October 9

Updated October 9, 2013, 2:28 pm
NYT Front Page
On Oct. 9, 1967, Latin American guerrilla leader Che Guevara was executed in Bolivia while attempting to incite revolution. 

Bolivia Confirms Guevara's Death; Body Displayed



Army Reports Fingerprints Prove Rebel Leader Was Killed in Sunday Clash
Confession Described
He Made Himself Known and Admitted Failure Before He Died, General Says
Bolivian Army Identifies body of Guerilla Slain in Clash
Confession Made, General Reports
Fingerprints Are Checked--Admission of Failure by Rebel Leader Described
By REUTERS
OTHER HEADLINES
Citizen Leaders of City Organize to Aid the Slums: New York Coalition, Headed by Christian Herter Jr., Seeking Private Help: 105 Members in Group: Initial Goal to Be Jobs and Training -- Mayor Praises Approach to Problem
Lindsay Helps Organize Attack on Urban Problems
Senate, Barring Cut, Votes 4.7- Billion Public Works
Smathers Urges 3% Spending Cut: Offers Plan to End Impasse Between White House and Congress on Tax Policy
President Invites Soviet to Join U.S. in Exploration of Space
Soviet Announces Arms Budget Rise: But Consumer Goods in '68 Are Scheduled to Outstrip Heavy-Industry Growth
M'Namara Doubts Rise in G.I. Losses if Bombing Is Cut: Told Senate Panel Attacks on North Barely Reduce Flow of Material South
Thieu Pledges Wider War if Search for Peace Fails
U.S. Planes Bomb Enemy Compound: Missiles Said to Be Stored in Suburb of Haiphong -- Strike Is First at Area
U.S. Temporarily Cutting Back Its Troop Commitment to NATO
Valle Grande, Bolivia, Oct. 10--The army high command officially confirmed today that Ernesto Che Guevara, the Latin revolutionary leader, was killed in a clash between guerrillas and Bolivian troops in southeastern Bolivia last Sunday.
The armed forces commander, Gen. Alfredo Ovando Candia, said Mr. Guevara had admitted his identity before dying of his wounds. General Ovando said at a news conference that the guerrilla leader had also admitted that he failed in the seven-month guerrilla campaign he organized in Bolivia.
The identification of the body was made after fingerprinting by the Eighth Army command.
[United States officials in Washington reacted cautiously to the Bolivian reports that Mr. Guevara had been killed, but there was an increasing tendency to regard them as true. Page 18.]
Arrives on Helicopter
The body was flown here yesterday, lashed to the landing runners of a helicopter that brought it from the mountain scene of the clash. The army said yesterday that it had received a report that Mr. Guevara had been killed near Higueras, but it declined to make immediate positive identification at the time.
After the body, dressed in bloody clothes, arrived here, it was fingerprinted and embalmed.
[The Guevara fingerprints are on file with the Argentine federal police. As an Argentine citizen, Mr. Guevara was required to be fingerprinted to obtain a passport when he left his homeland in 1952. These official records have provided the basis for comparison with the fingerprints taken by the Bolivians from the body said to be that of Mr. Guevara.]
The scanty beard, shoulder-length hair and shape of the head resembled the features of Mr. Guevara as shown in earlier photographs. He was 39 years old.
An Englishman in the crowd, which except for the press was kept away at bayonet point, said that he had seen Mr. Guevara in Cuba and that he was "absolutely convinced" it was the long- sought revolutionary leader.
The body appeared to bear wounds in at least three places--two in the neck and one in the throat.
It was dressed in a green jacket with a zippered front, patched and faded green denim pants, green woolen socks and a pair of homemade moccasins.
A nun assisted doctors and intelligence men in preparing the body for display. After the work was finished, the body was raised on a stretcher for the crowd, which appeared jubilant.
General Ovando arrived from la Paz and immediately went to the officers' mess to pay his respect to the four soldiers killed in the clash.
The first news of the fight was brought to Valle Grande, 80 miles southwest of Santa Cruz [CHECK] by Col. Joaquin Zenteno Anaya, commander of the Eighth Division.
Others Reported Slain
He said that six other guerrillas had been killed in the clash and that their bodies would also be brought here. He said four of them were Cubans.
Mr. Guevara was a familiar bearded figure in olive green fatigues in Havana, where he was Minister of Industries before he dropped out of sight in March, 1965.
His whereabouts since has remained a mystery, leading to rumors that he had been killed in a dispute with Premier Fidel Castro and later that he was leading guerrillas in various parts of Latin America.
His name was linked with guerrilla activity in Venezuela, Colombia, Brazil, Argentina, Peru and Bolivia.
On Sept. 10, the Bolivian President, Rene Barrientos Ortuno, described reports that Mr. Guevara was active in Bolivia as a myth. The next day he announced a $5,000 reward for his capture dead or alive.
Reports published in the press here today said that a diary believed to have belonged to Mr. Guevara was in Army hands. These reports said that the diary had been found in a knapsack owned by the guerrilla leader.
Report Ignored in Havana
A non-Cuban informant, reached by telephone in Havana last night, said that officials of the Castro regime were regarding the reports of Mr. Guevara's death as unconfirmed and were declining to comment on them. The Cuban broadcasts ignored the news, the informant said, adding: "My feeling is that the newspapers tomorrow won't publish a line."

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Lula: um traidor miseravel, que entregou patrimonio brasileiro a bolivarianos

Eu já sabia disso, apenas que não tinha tido a confirmação do próprio traidor dos interesses nacionais: ele combinou tudo com seu aliado Evo Morales, e depois impediu a Petrobras de buscar reparação pelos mecanismos de garantia de investimentos a que ela estava habilitada, em função do contrato ter sido feito ao abrigo da Petrobras Holanda, país que mantinha um acordo de proteção de investimentos com a Bolívia.
Dois anos depois da expropriação vergonhosa, e combinada entre os dois populistas, um diplomata boliviano, que assistiu à primeira reunião bilateral Brasil-Bolívia três semanas depois do fatídico 1o. de maio de 2006, me confirmou que a delegação brasileira, chefiada por esse outro traidor a serviço dos interesses cubanos que era o aspone de Lula para assuntos internacionais, se alinhou totalmente aos interesses bolivianios, ferindo inclusive o direito a uma justa reparação para a Petrobras.
TRAIDORES!
Mas essa não foi a única. Lula também triplicou, contra tratados e acordos perfeitos, pagamentos do Brasil ao Paraguai, pela eletricidade de Itaipu, e pelo gás boliviano.
Nunca Antes no Brasil tivemos um presidente tão sujo e tão traidor dos interesses nacionais.
Paulo Roberto de Almeida

Lula, o entreguista
Editorial Gazeta do Povo (PR), 23/05/2016

Ao confessar ter combinado antecipadamente com Evo Morales a expropriação de unidades da Petrobras na Bolívia, o ex-presidente mostra que ele vê o patrimônio estatal como se fosse propriedade pessoal.
À medida que o tempo passa, mais se sabe quem é, de fato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O exemplo mais recente data da última segunda-feira, quando, em palestra em São Paulo para uma plateia formada por partidos de esquerda, ele abertamente confessou ter "doado" para a Bolívia as instalações que a Petrobras mantinha naquele país para extração de gás. A camaradagem já havia sido combinada com o ainda então candidato à presidência boliviana, Evo Morales – que, eleito, meses depois de sua posse pôs suas tropas para confiscar o patrimônio brasileiro, em maio de 2006.
Foi bem simples, segundo relato do próprio Lula: "O Evo me perguntou: 'como vocês ficarão se nós nacionalizarmos a Petrobras?' Respondi: 'o gás é de vocês'. E foi assim que nos comportamos, respeitando a soberania da Bolívia". O presente que Lula deu à Bolívia valia nada menos do que US$ 1,5 bilhão. E agora se sabe também que a ocupação militar das refinarias não passou de uma patética encenação para dar pretexto à colossal e despropositada oferenda.
É tosco o raciocínio de Lula para justificar a doação. Ele não tinha o direito, senão pisando sobre a soberania do país que governava, de alienar um bem do Estado. É de se perguntar: a seguir seu entendimento, bastaria deslocar nossos navios de guerra para tomar dos estrangeiros as plataformas instaladas para explorar o "nosso" petróleo? Evidentemente, nenhuma das opções pode nem sequer ser aventada por um chefe de Estado. No mundo civilizado devem prevalecer regras contratuais de direitos e deveres que regulam as relações entre nações.
O ex-presidente foi além em suas tardias confissões ao falar para o Foro de São Paulo, organização que reúne representantes de esquerda da América Latina. Ele deixou patente que, ao colaborar com o arroubo de Morales, sua pretensão era a de fortalecer os regimes bolivarianos que floresciam no continente – isto é, Lula foi movido por uma causa ideológica e, em nome dela, transferiu a outro país um patrimônio de que ele não podia dispor como se fosse sua propriedade particular.
Absolutamente nada autoriza um presidente da República a usar desta forma um patrimônio do Estado, dando sinal verde informal – como Lula atesta com suas próprias palavras – a um ato de expropriação por parte de um governo estrangeiro. Na verdade, ele confessou ter sido cúmplice de um atentado à soberania nacional, preferindo o interesse boliviano ao interesse brasileiro. A esquerda – nela incluída o próprio Lula – adora repetir que estatais são "do povo brasileiro". Segundo a lógica das esquerdas, então, a conclusão é evidente: Lula entregou à Bolívia algo que era "do povo brasileiro". Claro, sabemos que na realidade estatais pertencem ao Estado, e não ao povo. Mesmo assim, isso não autoriza o mandatário de plantão a dispor dos bens do Estado como bem lhe aprouver, especial me nte quando isso significa um ataque à soberania brasileira.
Não causa surpresa, porém, o desdém que Lula dedicou à Petrobras no caso boliviano. A estatal foi contínua e permanentemente pilhada ao longo de seu governo e do mandato da presidente Dilma Rousseff, como bem demonstra a Operação Lava Jato. Fez-se dela, durante esse período, um caixa livre para abastecer partidos e enriquecer políticos, diretores e operadores que se fartaram de propinas. A empresa também foi sangrada como instrumento de política econômica; represava-se sua rentabilidade para conter a pressão inflacionária, impunham-se à estatal prejuízos reais ou tolhia-se sua capacidade de investimentos.
A Petrobras encontra-se, na prática, privatizada: foi transformada em propriedade do PT para fins partidários e eleitorais. E, agora, ficamos sabendo pela boca do próprio Lula que ela também foi usada para camaradagens ideológicas. Não por outras razões a empresa que já foi uma das maiores do mundo frequenta hoje posições muito mais modestas no ranking – liderança global, agora, só em endividamento.
Analisando apenas os valores, a "doação" de parte do seu patrimônio para o amigo Evo Morales poderia até ser considerada um "mal menor" diante de tudo quanto se fez para levar a Petrobras ao triste estágio em que hoje se encontra. Mas o significado do episódio vai muito além das cifras. Ele mostra como, desmoralizada e desvalorizada, a Petrobras se tornou o retrato pronto e acabado da ideologização irresponsável da administração petista.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Bolivia-Petrobras: Lula confirmou ter combinado com Morales a entrega - Gazeta do Povo, Editorial

Como já antecipado neste blog -- e que considerei um caso de "traição à pátria", o que reafirmo, sem qualquer hesitação -- tomo conhecimento, agora, deste longo editorial de um jornal que parece flagrantemente oposicionista, mas não é por isto: o gesto do ex-presidente é um escândalo, pois se tem agora a confirmação de que não se tratou de uma ação unilateral, de surpresa, do presidente boliviano, mas de ações, conjuntas, calculadas, deliberadas, acertadas.
Não tenho outra designação para isso do que traição à pátria.
Depois do que os petralhas fizeram com a Petrobras, parece pouco o prejuizo, mas não se trata de uma questão de valor: a Bolívia violou todos os princípios do direito internacional, com a CONCORDÂNCIA do governo petista, que defendeu em nota a ação unilateral e ilegal da Bolívia.
Nunca Antes na história do Brasil tinhamos tido tamanha demonstração de traição à pátria, com a participação dos principais responsáveis pela nossa diplomacia, a começar pelo ex-chefe de Estado.
Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 14/10/2015

 
Lula o entreguista 
EDITORIAL GAZETA DO POVO - PR
GAZETA DO POVO - PR - 07/10/2015
 
Ao confessar ter combinado antecipadamente com Evo Morales a expropriação de unidades da Petrobras na Bolívia, o ex-presidente mostra que ele vê o patrimônio estatal como se fosse propriedade pessoal

À medida que o tempo passa, mais se sabe quem é, de fato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O exemplo mais recente data da última segunda-feira, quando, em palestra em São Paulo para uma plateia formada por partidos de esquerda, ele abertamente confessou ter “doado” para a Bolívia as instalações que a Petrobras mantinha naquele país para extração de gás. A camaradagem já havia sido combinada com o ainda então candidato à presidência boliviana, Evo Morales – que, eleito, meses depois de sua posse pôs suas tropas para confiscar o patrimônio brasileiro, em maio de 2006.

Foi bem simples, segundo relato do próprio Lula: “O Evo me perguntou: ‘como vocês ficarão se nós nacionalizarmos a Petrobras?’ Respondi: ‘o gás é de vocês’. E foi assim que nos comportamos, respeitando a soberania da Bolívia”. O presente que Lula deu à Bolívia valia nada menos do que US$ 1,5 bilhão. E agora se sabe também que a ocupação militar das refinarias não passou de uma patética encenação para dar pretexto à colossal e despropositada oferenda.

É tosco o raciocínio de Lula para justificar a doação. Ele não tinha o direito, senão pisando sobre a soberania do país que governava, de alienar um bem do Estado. É de se perguntar: a seguir seu entendimento, bastaria deslocar nossos navios de guerra para tomar dos estrangeiros as plataformas instaladas para explorar o “nosso” petróleo? Evidentemente, nenhuma das opções pode nem sequer ser aventada por um chefe de Estado. No mundo civilizado devem prevalecer regras contratuais de direitos e deveres que regulam as relações entre nações.
 
O ex-presidente foi além em suas tardias confissões ao falar para o Foro de São Paulo, organização que reúne representantes de esquerda da América Latina. Ele deixou patente que, ao colaborar com o arroubo de Morales, sua pretensão era a de fortalecer os regimes bolivarianos que floresciam no continente – isto é, Lula foi movido por uma causa ideológica e, em nome dela, transferiu a outro país um patrimônio de que ele não podia dispor como se fosse sua propriedade particular.
 
Absolutamente nada autoriza um presidente da República a usar desta forma um patrimônio do Estado, dando sinal verde informal – como Lula atesta com suas próprias palavras – a um ato de expropriação por parte de um governo estrangeiro. Na verdade, ele confessou ter sido cúmplice de um atentado à soberania nacional, preferindo o interesse boliviano ao interesse brasileiro. A esquerda – nela incluída o próprio Lula – adora repetir que estatais são “do povo brasileiro”. Segundo a lógica das esquerdas, então, a conclusão é evidente: Lula entregou à Bolívia algo que era “do povo brasileiro”. Claro, sabemos que na realidade estatais pertencem ao Estado, e não ao povo. Mesmo assim, isso não autoriza o mandatário de plantão a dispor dos bens do Estado como bem lhe aprouver, especialmente quando isso significa um ataque à soberania brasileira.
 
Não causa surpresa, porém, o desdém que Lula dedicou à Petrobras no caso boliviano. A estatal foi contínua e permanentemente pilhada ao longo de seu governo e do mandato da presidente Dilma Rousseff, como bem demonstra a Operação Lava Jato. Fez-se dela, durante esse período, um caixa livre para abastecer partidos e enriquecer políticos, diretores e operadores que se fartaram de propinas. A empresa também foi sangrada como instrumento de política econômica; represava-se sua rentabilidade para conter a pressão inflacionária, impunham-se à estatal prejuízos reais ou tolhia-se sua capacidade de investimentos.
 
A Petrobras encontra-se, na prática, privatizada: foi transformada em propriedade do PT para fins partidários e eleitorais. E, agora, ficamos sabendo pela boca do próprio Lula que ela também foi usada para camaradagens ideológicas. Não por outras razões a empresa que já foi uma das maiores do mundo frequenta hoje posições muito mais modestas no ranking – liderança global, agora, só em endividamento.
 
Analisando apenas os valores, a “doação” de parte do seu patrimônio para o amigo Evo Morales poderia até ser considerada um “mal menor” diante de tudo quanto se fez para levar a Petrobras ao triste estágio em que hoje se encontra. Mas o significado do episódio vai muito além das cifras. Ele mostra como, desmoralizada e desvalorizada, a Petrobras se tornou o retrato pronto e acabado da ideologização irresponsável da administração petista.