Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 16 de janeiro de 2016
A FEA-USP virou uma sucursal da Unicamp? Nao acredito! Em todo caso...
Não estou falando da Fefelech, que é um reduto de ideólogos gramscianos perdidos na zona sul.
Eu falo da venerável FEA, a Faculdade de Economia e Administração.
Esta professora, por exemplo, até começa direitinho, citando trabalhos sérios sobre reservas e dívida externa, mas o final, Mon Dieu, ela escorrega completamente na maionese ideológica típica da UniCamp e do Palácio do Planalto.
A propósito do eventual uso das reservas internacionais para outros fins que não o famoso colchão de segurança no BP ela afirma, ao final de seus artigo: "se o objetivo é nos deixar reféns do FMI e forçar novas privatizações em um futuro próximo, queimar as reservas é um bom começo."
Que ridículo! Reféns do FMI??? Essa moça precisa urgentemente fazer um estágio no FMI para aprender o que faz aquela instituição inútil de Washington.
Agora, no que se refere às tais privatizações, ele pirou de vez. Provavelmente deve achar que empresas estatais são a maior maravilha do universo. Dessas, estilo Petrobras, para serem saqueadas por máfias sindicais como ocorre no Brasil...
Paulo Roberto de Almeida
Quem tem medo das nossas reservas?
Laura Carvalho
Folha de S. Paulo, 14/01/2016
Desde o ano passado, diversas propostas vêm surgindo para que o Banco Central reduza deliberadamente o seu nível de reservas internacionais.
Na primeira delas, da qual já tratei na coluna "Versão Brasileira", de 8/10/2015, a ideia era utilizar todas as reservas em um curto espaço de tempo para frear a desvalorização da taxa de câmbio e a aceleração da taxa de inflação.
Na segunda, parte das reservas deveria ser utilizada para quitar a dívida pública, já que o governo paga juros maiores sobre a dívida que emite do que é remunerado pelas reservas que mantém.
Na terceira proposta, as reservas poderiam ser usadas para a realização de investimentos públicos. Apesar dos objetivos distintos —salvo se o que se quer, ao fim e ao cabo, seja simplesmente acabar com as reservas—, os riscos envolvidos são similares.
O debate sobre qual é o nível adequado de reservas cresceu na literatura econômica a partir do seu acúmulo rápido por muitos países emergentes na última década.
Por um lado, as reservas apresentam custo de oportunidade, pois em geral rendem menos do que a dívida emitida para comprá-las. Por outro lado, as reservas funcionam como um colchão para absorver choques externos e reduzir os danos sobre a economia quando há forte fuga de capitais ("Sudden Stops"). Reduzem ainda o risco de default sobre a dívida externa e, assim, a própria probabilidade de que um "Sudden Stop" ocorra.
Há relativo consenso na literatura de que as reservas acumuladas por países emergentes pré-2008 foram fundamentais para amenizar os efeitos da crise nessas economias. No entanto, a pergunta sobre se o nível de reservas já teria atingido um patamar excessivo originou uma série de estudos recentes. Mesmo nos trabalhos que consideram ser esse o caso de alguns países asiáticos, como o de Calvo, Izquierdo e Loo-Kung (2012) publicado pelo "National Bureau of Economic Research", as reservas brasileiras ainda estariam abaixo do nível ótimo.
No ano de 2015, a valorização das nossas reservas em dólar, que enquanto ativos do governo reduzem a dívida pública líquida, quando combinada à quase inexistência de dívida externa soberana, foi fundamental para manter baixo o risco de default sobre títulos brasileiros e, assim, para impedir que a forte volatilidade financeira nos mercados internacionais precipitasse uma crise cambial.
O contexto continua sendo dos mais arriscados. A ameaça de elevação da taxa de juros americana e a turbulência na China continuarão a desencadear fortes movimentos especulativos no mercado internacional, o que, na falta de controles de capital, inevitavelmente golpeia os mercados emergentes. O uso de reservas poderá ser fundamental para absorver choques maiores e impedir uma eventual crise agravada pelo aumento das dívidas de empresas brasileiras em dólar.
Se o objetivo é mesmo o de estabilizar a dívida bruta e supostamente criar espaço para a retomada dos investimentos públicos, melhor seria se o Banco Central não continuasse a elevar a taxa de juros em meio a uma economia deprimida e com taxa de inflação que já sinaliza uma desaceleração. Mas, se o objetivo é nos deixar reféns do FMI e forçar novas privatizações em um futuro próximo, queimar as reservas é um bom começo.
Laura Carvalho é professora do Departamento de Economia da FEA-USP com doutorado na New School for Social Research (NYC).
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
Privatizar a Petrobras? Certamente, mas isso eu já dizia em 2005
Mal sabíamos, todos, que ela já tinha sido privatizada pelos companheiros e que estava sendo assaltada por uma tropa de mafiosos profissionais.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 12 de janeiro de 2016
1516. “Privatizar a Petrobrás?”, Brasília, 30 dezembro 2005, 3 p. Respostas tentativas a três perguntas. Postado no blog Paulo Roberto de Almeida (30/12/2005, link: http://paulomre.blogspot.com.br/2005/12/96-privatizaes-brasileira.html).
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Em 2023, o PT vai privatizar a Petrobras: a reflexao do dia (P.R Almeida)
domingo, 1 de dezembro de 2013
A incompetencia energetica e administrativa do PT - Suely Caldas
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Diminui um pouco o PIB, e isso pode ser bom; este PIB se refere a Producao Interna de Burrices... - Celso Ming
Eles sempre demonizaram as privatizações, acusando os que a praticavam de traição à pátria e outras coisas piores.
Deveriam engolir um aeroporto inteira, por reincidiram durante anos a fio nesse tipo de estupidez.
Na verdade, eles ainda não estão convencidos de que o Estado, além de ineficiente, costuma ser parceiro nas roubalheiras, e que a sua política econômica é esquizofrênica.
Eles só recorreram às privatizações por puro desespero, não por convicção. Continuarão estúpidos ainda por muito tempo, mas pelo menos vamos poder, talvez, trafegar por aeroportos menos vagabundos como são os nossos atualmente.
Continuem desesperados companheiros do PIB...
Paulo Roberto de Almeida
Leilão dos aeroportos. Deu certo (FOTO: Sergio Castro/Estadão)
sábado, 23 de novembro de 2013
PT privatiza, mas Estado petista gasta tres vezes mais - Mansueto Almeida
Meu pitaco sobre o leilão dos aeroportos e os R$ 20,8 bilhões
O resultado dos leilões dos aeroportos do Galeão no Rio de Janeiro e de Confins em Minhas Gerais foi muito positivo. O governo federal garantiu uma arrecadação de R$ 20,84 bilhões pelos próximos 25 a 30 anos e o valor do ágio foi de 251% acima do lance mínimo de R$ 5,9 bilhões, valor somado dos dois aeroportos.
O resultado deixou o governo feliz e com razão, pois depois de muita teimosia e de anos de relutância, o Partido dos Trabalhadores está abraçando as privatizações de portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e até terceirizando parte do planejamento do Estado, pois a elaboração de vários dos projetos do plano de concessões foi repassado para uma empresa PRIVADA, a Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP). Será que o setor público não teria pessoal ou competência para fazer o planejamento? Fica a dúvida.
Em resumo, o governo e o seu partido político, o Partido dos Trabalhadores, estão de parabéns por abraçar a agenda liberal das privatizações, recomendada há mais de duas décadas pelo que ficou conhecido na literatura como Consenso de Washington. É fato que o Brasil vai melhorar com essa transformação do PT de um partido de esquerda radical para um partido social democrata. Sim, as concessões poderiam ter começado há pelo menos cinco anos, mas há um “custo de aprendizado” de um partido e de um governo que sempre demonizaram as privatizações e, agora, se agarram a elas como a última tábua de salvação para o crescimento do investimento e redução do custo Brasil.
Do ponto de vista fiscal, no entanto, me desculpem mas não há quase nada para comemorar em relação ao ágio de quase 300%. Primeiro, o valor total arrecadado de R$ 20,84 bilhões ingressará nos cofres públicos ao longo de mais de duas décadas, ou seja, o ingresso dos recursos seria de menos de R$ 2 bilhões ao ano, contribuindo para o aumento do primário em 0,05% ao ano.
Segundo, o ingresso líquido para o setor público não serão os quase R$ 2 bilhões mencionados acima. A Infraero tem 49% dessas concessões e precisará arcar com parcela dos investimento e, logo, o governo federal terá que fazer subsequentes capitalizações desta empresa ao longo dos próximos anos. Isso é despesa primária na veia e, assim, contribui para a queda do resultado primário. Não sei estimar ainda quanto será essa conta, mas não é pequena.
Terceiro, essa receita extra com as concessões será mais do que anulada com programas novos do governo de custo elevado que não existiam antes. Querem exemplos? Vamos lá. O Minha Casa Minha Vida (MCMV), por exemplo, é um programa cujo impacto na despesa primária está por volta de R$ 12 bilhões ao ano. Seria até maior, mas o FGTS tem bancado entre R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões do subsídio do programa nos últimos dois anos. E, neste ano, o gasto do governo federal para bancar a redução da contas de energia e a desoneração parcial da folha de salários significará uma despesa extra de, no mínimo, uns R$ 15 bilhões.
Assim, se somarmos o MCMV com as transferências do Tesouro à conta de desenvolvimento energético (CDE) e a compensação ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social temos uma despesa extra que deve passar de R$ 30 bilhões este ano e que antes não existia. Mesmo que todo o dinheiro da concessão dos aeroportos fosse transformado em receita hoje para o governo junto com a receita do campo de Libra essa montanha de recursos mal daria para bancar a conta, em 2013, dos três programas referidos acima: (i) MCMV; (ii) transferências ao CDE, e (iii) transferências ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social.
Assim, vamos comemorar sim a privatização dos aeroportos, uma medida liberal abraçada pelo mais novo partido social democrata do Brasil. Do ponto de vista fiscal, no entanto, não há concessão que dê jeito ao forte aumento do gasto público frente ao baixo crescimento do PIB que ocorrerá ao longo do governo Dilma. Os quase R$ 36 bilhões da receita de outorga do campo de Libra e dos aeroportos não cobrem nem mesmo a nova emissão de dívida que o governo fará para, mais uma vez, emprestar recursos para o BNDES para emprestar para as próprias empresas que pagarão ao governo por essas concessões.Assim, do ponto de vista fiscal, não há muito o que comemorar. Infelizmente.
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quarta-feira, 25 de setembro de 2013
As privatizacoes envergonhadas, e mal feitas, dos companheiros
Governo reduz exigência para leiloar Confins e adia disputa
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Addendum em 25/09/2013:
Governo vai rever concessão da BR-262, avisam Dilma e Mantega
Processo de melhorias envolvendo rodovia que liga Espírito Santo a Minas Gerais pode ser transformado em Parceria Público-Privada ou simplesmente em obra pública
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Companheiros redescobrindo a polvora... (demorou um bocado)
Pois os companheiros estão piores do que Fernão de Magalhães: demoraram mais de dez anos para dar a volta ao mundo, e na verdade ainda não terminaram. Na verdade, eles nunca se convenceram que a sua versão do mundo quadrado não funciona, e só estão aderindo às privatizações por absoluta falta de saberem o que fazer, ou absoluta incapacidade (que é acima de tudo mental) de saber o que fazer de outro modo, por falta total de alternativas credíveis.
Eles já tentaram de tudo: pararam as privatizações, acusando-as de serem privataria (mas nunca reverteram nenhuma, de safados), criaram dezenas de novas estatais (com milhões perdidos na gestão incompetente dos companheiros, sendo o Banco Popular do Brasil apenas um exemplo entre muitos outros, como uma tal empresa de coleta de sangue), fizeram (depois de anos e anos de debate inútil) uma lei de PPP (parcerias público-privadas), para depois NUNCA usar, tentaram manietar (e conseguiram) as agências públicas e remeteram um projeto para amordaçá-las (que dorme placidamente no Congresso), mas de toda forma aparelharam todas as agências de companheiros ineptos e incompetentes (quando não larápios, em vários casos), enfim, fizeram de tudo antes de se renderem às tais "concessões" (que dizem não ser privatizações, como gostam de abusar da semântica).
Em alguma coisa não inventaram nada: apenas roubaram o software de gestão econômica dos neoliberais, sem reconhecer, sem pagar direitos autorais, e dizendo que estavam fazendo diferente, quando nada fizeram de diferente.
No que mexeram, o fizeram para pior, como o desmantelamento atual das metas de inflação, da flutuação cambial, da responsabilidade fiscal e do superávit primário (que em si já é uma bizarrice).
Enfim, verdade seja dita: os companheiros vão precisar de mais dez anos para dar a volta ao mundo...
Paulo Roberto de Almeida
Foi FHC que abriu os portos
ALBERTO TAMER
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Livro PRIVATIZE JA': Hoje (20/11) e todos os demais dias do ano...
TUDO O QUE VOCÊ SEMPRE QUIS SABER SOBRE AS PRIVATIZAÇÕES E NUNCA TEVE A QUEM PERGUNTAR...
Paulo Roberto de Almeida
sábado, 10 de novembro de 2012
Privatize Ja': um livro de Rodrigo Constantino
Rodrigo Constantino
Privatize Já
(São Paulo: Editora Leya, 2012)
Lançamento em Brasília:
Livraria Cultura, do Casa Park Shopping
Dia 20 de novembro de 2012, as 19hs.
Aqui o press release da editora:
sábado, 1 de setembro de 2012
Companheiros igualitarios se igualizam na riqueza e no luxo
Estamos falando aqui dos companheiros vietnamitas que, como os colegas chineses, mais acima, estão construindo rapidamente o capitalismo dos mais iguais, e aproveitando as benesses que todo sistema capitalista oferece.
Paulo Roberto de Almeida
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
A privatizacao envergonhada dos companheiros, e a mistificacao politica e economica...
Eles agora pretendem, de maneira fraudulenta, que não estão fazendo privatização, e sim concessões. Haverá concessão para os usuários também, ou vamos ter de pagar por serviços cobertos por impostos e não oferecidos pelo Estado? Faz alguma diferença?
Nunca antes se mentiu tanto no Brasil...
Abaixo, um post sensato, mas que toca nos pontos chave. Permit0-me sublinhar que a forma escolhida, a menor tarifa de pedágio, vai redundar em serviços porcos e estradas mal cuidadas.
Paulo Roberto de Almeida