Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Trapalhadas petroliferas dos companheiros no pre-sal
Iran: novas sancoes EUA ao programa nuclear; vai funcionar?
Sending Message to Iran, House Approves Tougher Sanctions
By RICK GLADSTONE
The New York Times: July 31, 2013
The House overwhelmingly approved legislation on Wednesday that would impose the toughest sanctions yet on Iran, calling the measure a critical step to cripple the country’s disputed nuclear program and brushing aside calls for restraint by critics who said the Iranian president-elect should first be given a chance to negotiate.
A version of this article appeared in print on August 1, 2013, on page A6 of the New York edition with the headline: Sending Message to Iran, House Approves Tougher Sanctions.
Indio no Brasil, ja' era..., nao sabem mais pescar ou produziralimentos...
Índios pedem apoio para produzir alimentos e criar peixes
Evasao fiscal no Brasil: ricos tem quase meio PIB em paraisos fiscais
Os super-ricos brasileiros detêm o equivalente a um terço do Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas do país em um ano, em contas em paraísos fiscais, livres de tributação. Trata-se da quarta maior quantia do mundo depositada nesta modalidade de conta bancária.
A informação foi revelada este domingo por um estudo inédito, que pela primeira vez chegou a valores depositados nas chamadas contas offshore, sobre as quais as autoridades tributárias dos países não têm como cobrar impostos.
O documento The Price of Offshore Revisited, escrito por James Henry, ex-economista-chefe da consultoria McKinsey, e encomendado pela Tax Justice Network, mostra que os super-ricos brasileiros somaram até 2010 cerca de US$ 520 bilhões (ou mais de R$ 1 trilhão) em paraísos fiscais.
O estudo cruzou dados do Banco de Compensações Internacionais, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e de governos nacionais para chegar a valores considerados pelo autor.
Em 2010, o Produto Interno Bruto Brasileiro somou cerca de R$ 3,6 trilhões.
'Enorme buraco negro'
O relatório destaca o impacto sobre as economias dos 139 países mais desenvolvidos da movimentação de dinheiro enviado a paraísos fiscais.
Henry estima que desde os anos 1970 até 2010, os cidadãos mais ricos desses 139 países aumentaram de US$ $ 7,3 trilhões para US$ 9,3 trilhões a "riqueza offshore não registrada" para fins de tributação.
A riqueza privada offshore representa "um enorme buraco negro na economia mundial", disse o autor do estudo.
Na América Latina, chama a atenção o fato de, além do Brasil, países como México, Argentina e Venezuela aparecerem entre os 20 que mais enviaram recusos a paraísos fiscais.
John Christensen, diretor da Tax Justice Network, organização que combate os paraísos fiscais e que encomendou o estudo, afirmou à BBC Brasil que países exportadores de riquezas minerais seguem um padrão. Segundo ele, elites locais vêm sendo abordadas há décadas por bancos, principalmente norte-americanos, pára enviarem seus recursos ao exterior.
"Instituições como Bank of America, Goldman Sachs, JP Morgan e Citibank vêm oferecendo este serviço. Como o governo americano não compartilha informações tributárias, fica muito difícil para estes países chegar aos donos destas contas e taxar os recuros", afirma.
"Isso aumentou muito nos anos 70, durante as ditaduras", observa.
Quem envia
Segundo o diretor da Tax Justice Network, além dos acionistas de empresas dos setores exportadores de minerais (mineração e petróleo), os segmentos farmacêutico, de comunicações e de transportes estão entre os que mais remetem recursos para paraísos fiscais.
"As elites fazem muito barulho sobre os impostos cobrados delas, mas não gostam de pagar impostos", afirma Christensen. "No caso do Brasil, quando vejo os ricos brasileiros reclamando de impostos, só posso crer que estejam blefando. Porque eles remetem dinheiro para paraísos fiscais há muito tempo".
Chistensen afirma que no caso de México, Venezuela e Argentina, tratados bilaterais como o Nafta (tratado de livre comércio EUA-México) e a ação dos bancos americanos fizeram os valores escondidos no exterior subirem vertiginosamente desde os anos 70, embora "este seja um fenômeno de mais de meio século".
O diretor da Tax Justice Network destaca ainda que há enormes recursos de países africanos em contas offshore.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
Brasil corporativo: SBPC nao concorda com reserva de mercado para historiadores
Ela poderia ter dito que o projeto é um atraso, é um absurdo, é um passo a mais no caminho do fascismo, do Brasil corporativo, das guildas medievais, de que tanto gostam esses profissionais que se julgam exclusivos.
Ele deveria ser liminarmente rejeitado.
Também sou contra, por exemplo, qualquer legislação profissionalizando o bacharel em relações internacionais, como sou absolutamente contrário à reserva de mercado para jornalistas, cuja lei foi derrubada pelo Supremo e que os corporativos tentam fazer renascer em bases constitucionais, colocando essa exclusividade estúpida na Carta constitucional.
Se dependesse desses medievais, o Brasil seria um país totalmente corporativo, reforçando ainda mais o fascismo que já existe patrocinado pelo partido no poder e máfias associadas.
Paulo Roberto de Almeida
SBPC reafirma posição contra o Projeto de Lei que regulamenta a profissão do historiador
Jornal da Ciência, 31/07/2013
A proposta foi discutida e aprovada no dia 25 de julho em Recife
No dia 25 de julho, em Recife, durante a 65ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), foi realizada a Assembleia Geral, durante a qual foi reafirmada a manifestação da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e da ABC (Academia Brasileira de Ciências), de 10 de julho, em relação à tramitação do Projeto de Lei 4699/2012 que trata da regulamentação da profissão de historiador.
Através da proposta discutida e recomendada na Assembleia Geral do dia 25 de julho, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência apoia e reforça a posição de diversas sociedades científicas e associações profissionais que se posicionaram contra a aprovação do referido Projeto de Lei, na forma em que está, e para que haja um processo de discussão ampla com todos os setores envolvidos antes de sua aprovação.
Veja o texto completo recomendado pela Assembleia Geral:
A Assembleia Geral da 65ª Reunião Anual da SBPC reafirma a manifestação da SBPC e da ABC, de 10/07/2013, em relação à tramitação do PL 4699/2012 que trata da regulamentação da profissão de historiador. Nela, a SBPC e a ABC apoiam e reforçam a posição de diversas sociedades científicas e associações profissionais pela não aprovação do PL mencionado, na forma em que está, e para que haja um processo de discussão ampla com todos os setores envolvidos antes de sua aprovação. Se o projeto for aprovado, na forma atual, trará sérios prejuízos à educação e à pesquisa no Brasil, particularmente nas inúmeras disciplinas de ensino superior relacionadas com a História. Ele estabelece que apenas portadores de diploma de História (graduação ou pós-graduação) poderão ministrar disciplinas de História, em qualquer nível, organizar informações para publicações, exposições e eventos sobre temas históricos, bem como elaborar pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos e trabalhos sobre temas históricos. No entanto, existem diversas áreas de pesquisa e ensino cujo nome inclui "História" e que, no Brasil e no exterior, possuem atividades que podem e são desenvolvidas por profissionais de outras áreas que não têm diploma em História. Por exemplo: História da Medicina, da Física, da Biologia, da Psicologia, do Direito, da Arte, da Filosofia, da Literatura, da Matemática, da Computação, da Educação e História Militar, entre várias outras. Solicitamos aos senhores parlamentares que não aprovem o PL 4699/2012 antes de uma discussão ampla com todos os setores envolvidos, que permita que as diversas entidades e profissionais envolvidos no ensino e pesquisa de temas históricos se posicionem e contribuam com o aprimoramento do projeto.
(Blog Profissionalização do Historiador)
http://profissao-historiador.blogspot.com.br/2013/07/assembleia-geral-da-65a-reuniao-anual.html
A seguir, algumas matérias sobre o assunto publicadas neste mês pelo Jornal da Ciência:
SBPC e ABC encaminham carta aos deputados pedindo que seja interrompida a tramitação do projeto de lei que regulamenta a profissão de historiador
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=88100
Comitê Brasileiro de História da Arte encaminha carta aos deputados federais pedindo emendas à lei que regulamenta a profissão de historiador
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=88086
Sociedade Brasileira de História da Educação divulga manifesto contra projeto de lei que regulamenta a profissão de historiador
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=88040
Sociedade Brasileira de História da Ciência divulga carta aberta sobre regulamentação da profissão de historiador
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=87891
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Paulo Roberto de Almeida na Biblioteca da Universidade de Yale
E passar algumas horas do dia de amanha na biblioteca da Law School, para ler mais alguns livros para um outro trabalho meu...
Paulo Roberto de Almeida
Mais esquizofrenias da politica economica - Alexandre Schwartsman
Total falta de confianca na politica economica esquizofrenica - CelsoMing
terça-feira, 30 de julho de 2013
IDH brasileiro tropeca na educacao, e feio... (Jornal da Ciencia, SBPC)
Jornal da Ciência, 30/07/2013
Em 20 anos, municípios do país vão de baixo para alto desenvolvimento; Norte e Nordeste, mais pobres, foram os que mais evoluíram
Em 20 anos, o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios brasileiros (IDHM) avançou 47,8%. De um país dominado por municípios que não conseguiam nem mesmo alcançar um desenvolvimento médio - mais de 80% eram classificados, em 1991, como muito baixo - o Brasil hoje chegou a 1/3 altamente desenvolvido. As boas notícias, no entanto, poderiam ter sido ainda melhores se o País tivesse começado a resolver antes o seu maior gargalo, a Educação. Dos três índices que compõe o IDHM, é esse que puxa a maior parte dos municípios para baixo.
Apesar de um avanço de 128%, o IDHM de Educação continua sendo apenas médio. O avanço é inegável. O mapa da evolução dos IDHMs mostra que, em 1991, quando o índice foi publicado pela primeira vez, o Brasil não apenas tinha um perfil muito ruim, era também extremamente desigual, com as poucas cidades mais desenvolvidas concentradas totalmente no Sul e Sudeste.
Os dados deste ano mostram que os mais pobres conseguiram avançar mais. Estão nas Regiões Norte e Nordeste as cidades que tiveram o maior crescimento do IDH - como Mateiros (TO), que alcançou 0,607, um IDH médio, mas 0,326 pontos maior do que há 20 anos.
É na Educação que as disparidades mostram sua força. Apenas cinco cidades alcançaram um IDHM acima de 0,800, muito alto, em Educação. Nenhum dos Estados chegou lá. Os melhores, Distrito Federal e São Paulo, foram classificados como Alto IDHM. Mais de 90% dos municípios do Norte e Nordeste têm índices baixos ou muito baixos, enquanto no Sul e Sudeste mais da metade das cidades têm números nas faixas média e alta.
A comparação entre Águas de São Pedro (SP), a cidade com melhor IDHM de Educação do País, e Melgaço (PA), com o pior IDHM, tanto geral quanto em Educação, é um exemplo dos extremos do País. Em Melgaço, a 290 quilômetros de Belém, chega-se apenas de helicóptero ou barco, em uma viagem que pode durar 8 horas. Dos seus 24 mil habitantes, apenas 12,3% dos adultos têm o ensino fundamental completo. Entre crianças de 5 e 6 anos, 59% estão na escola, mas só 5% dos jovens de 18 a 20 anos completaram o ensino médio.
Águas de São Pedro, a 187 quilômetros da capital paulista, tem 100% das crianças na escola e 75% dos jovens terminaram o ensino médio. Em 1991, mesmo considerando os critérios educacionais mais rígidos do IDHM atuais, o município já era o 12.º melhor do País. Melgaço, era o 97.º pior, o que mostra que melhorou menos do que poderia.
A Educação é onde os municípios brasileiros estão mais longe de alcançar o IDH absoluto, 1. Os números mostram que o País melhorou mais no fluxo escolar - mais crianças estão na escola e na idade correta -, mas mantém um estoque alto de adultos com escolaridade baixa e, mais grave, parece ainda estar criando jovens sem estudo.
A população de crianças de 5 e 6 anos que frequentam a escola atinge mais de 90%. Entre os jovens de 15 a 17 anos, apenas 57% completaram o ensino fundamental. Entre 18 e 20, 41% concluíram o ensino médio. Em 15% das cidades brasileiras menos de 20% da população terminou o ensino fundamental.
Análises. "O que pesa mais é o estoque de pessoas com pouca formação na população adulta. Se você olhar com atenção, verá que nas pontas, acima dos 15 anos, os indicadores já não são tão bons quanto nos anos iniciais", disse Maria Luiza Marques, coordenadora do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil pela Fundação João Pinheiro, uma das entidades organizadoras.
O presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), Marcelo Néri, considera o avanço na Educação "muito interessante". "A Educação é a mãe de todas as políticas, mas é difícil de mudar, porque tem uma herança muito grande para resolver. A Educação é a base de tudo e hoje está no topo das prioridades. Mudou a cabeça dos brasileiros."
(Lisandra Paraguassu/O Estado de S.Paulo)
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,idhm-avanca-47-mas-freia-na-educacao-,1058661,0.htm
Textos complementares publicados no Estadão:
Para entender: Avaliação ficou mais rígida
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,para-entender-avaliacao-ficou-mais-rigida,1058665,0.htm
Para Mercadante, IDHM aponta futuro 'muito promissor'
http://www.territorioeldorado.limao.com.br/noticias/not283507.shtm
Paulistas têm, no mínimo, nível médio
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,paulistas-tem-no-minimo-nivel-medio-,1058705,0.htm
Reportagens da Folha sobre o IDH:
IDH das cidades melhora, mas educação é entrave
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/121449-idh-das-cidades-melhora-mas-educacao-e-entrave.shtml
Educação de má qualidade expulsa estudantes e cria defasagem escolar
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/121453-educacao-de-ma-qualidade-expulsa-estudantes-e-cria-defasagem-escolar.shtml
São Caetano do Sul (SP) mantém 1ª posição
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/07/1318738-sao-caetano-do-sul-sp-mantem-1-posicao-no-ranking-do-idh.shtml
Ensino médio do país é um dos principais gargalos
http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2013/07/1318820-ensino-medio-do-pais-e-um-dos-principais-gargalos.shtml
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Educação: um falso vilão e o peso do legado
IDH: Texto análise de Marco Antonio Teixeira e Fernando Luiz Abrucio, coordenadores da FGV-EAESP, publicado no Estadão
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é hoje um dos mais importantes indicadores sobre a qualidade de vida em um país. Composto por três variáveis (acesso à Educação, Renda e Longevidade), sua finalidade é comparar os padrões de desenvolvimento humano - econômico e social - entre as nações, mas também pode ser utilizado para demonstrar a situação diferenciada de governos subnacionais. No caso brasileiro, ele é usado para Estados e municípios.
O Índice agregado de Desenvolvimento Humano dos Municípios brasileiros (IDHM), divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), revela um expressivo avanço desse indicador. Entre 1991 e 2010, registrou-se um salto de 0,493 (patamar considerado muito baixo) para 0,727 (considerado como nível alto de desenvolvimento). Isso confirma o que outros indicadores oficiais já haviam mostrado: houve uma expressiva inclusão social no Brasil nos últimos 20 anos.
Todavia, quando se compara o comportamento do indicador por município, encontramos situações extremas. São Caetano do Sul, em São Paulo, aparece com o melhor IDHM do País, com 0,862, enquanto Melgaço, no Pará, tem o pior desempenho, com 0,418, o que revela a dificuldade em superar desigualdades regionais que ainda persistem.
Na verdade, embora as Regiões Norte e Nordeste tenham tido um avanço relativo melhor, elas ainda são aquelas que têm municípios em pior situação.
Quando se analisa o desempenho de cada uma das variáveis do IDHM de 2010, percebe-se que elas se apresentam de forma desigual. Em longevidade, o resultado é de 0,816, no quesito Renda, registrou-se 0,739, enquanto em Educação, obteve-se o índice de 0,637. Um olhar simplificador poderia nos levar à conclusão de que o setor educacional é o grande vilão do IDH brasileiro. Entretanto, foi esse indicador, dentre os três, que mais avançou desde 1991, saindo de 0,279 para 0,739, o que significou um salto de 128% em quase 20 anos.
Uma análise mais acurada vai perceber que a Educação tem menos flexibilidade de mudança do que Renda ou mesmo Longevidade. Isso porque a maioria dos adultos brasileiros que teve menos tempo na escola ou é analfabeta, terá grandes dificuldades de recuperar esse déficit daqui para diante. Diferente situação acontece no Rendimento, que pode ter alterações maiores em todas as faixas, e mesmo no que se refere à expectativa de vida, que pode ser melhorada com maior celeridade por ações na área de saúde.
O fato é que a Educação é um falso vilão nessa história. O problema está no maior peso do legado histórico na área educacional. Isso fica claro quando se constata que os indivíduos com mais de 25 anos estudaram em média 7,2 anos, ao passo que as crianças que estão entrando agora na escola têm uma expectativa de obter 13,8 anos de estudo. Esse fosso geracional demorará um bom tempo para ser mudado.
Marco Antonio Teixeira e Fernando Luiz Abrucio- Coodenador do curso de graduação em Administração Pública da FGV-EAESP
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,analise-educacao-um-falso-vilao-e-o-peso-do-legado,1058725,0.htm
Controles de capitais no Brasil: um estudo do NBER
Capital Controls in Brazil – Stemming a Tide with a Signal?
Yothin Jinjarak, Ilan Noy, Huanhuan Zheng
NBER Working Paper No. 19205
Issued in July 2013NBER Program(s): IFM
Controls on capital inflows have been experiencing a renaissance since 2008, with several prominent emerging markets implementing them. We focus on Brazil, which instituted five changes in its capital account regime in 2008-2011. Using the synthetic control method, we construct counterfactuals (i.e., Brazil with no policy change) for each of these changes. We find no evidence that any tightening of controls was effective in reducing the magnitudes of capital inflows, but we observe some modest and short-lived success in preventing further declines in inflows when the capital controls were relaxed. We hypothesize that price-based capital controls’ only perceptible effect is to be found in the content of the signal they broadcast regarding the government’s larger intentions and sensibilities. Brazil’s left-of-center government’s willingness to remove controls was perceived as a noteworthy indication that the government was not as hostile to the international financial markets as many expected it to be.
Incompetencia do governo explica a baixa eficiencia economica - JoseAlexandre Scheinkman
Entrevista - José Alexandre Scheinkman Folha de S. Paulo - 29/07/2013 Incompetência e ideologia do governo travam a economia
ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULOPara economista, políticas equivocadas, como controle de preços, e aversão a reformas explicam baixa eficiência
José Alexandre Scheinkman, um dos mais respeitados economistas brasileiros, concorda com o diagnóstico de um amigo seu: a incompetência explica tanto parte das ações equivocadas quanto a falta de atitudes importantes por parte do governo.
Esse problema, somado à ideologia das administrações recentes contrária a reformas que poderiam aumentar a baixa eficiência da economia, ajuda a compreender as causas da desaceleração da atividade no país, segundo ele.
Scheinkman, que vive nos EUA e virá ao Brasil nesta semana para participar de seminário do Insper sobre produtividade, falou à Folha na sexta-feira por telefone.
O economista, dono de vasta produção acadêmica, deixará em setembro a Universidade de Princeton, onde se tornará professor emérito, rumo à Universidade Columbia.
Folha - Que fatores têm se mostrado mais importantes para aumentar a produtividade do trabalho?
José Alexandre Scheinkman - Todos os fatores têm importância, mas a evidência mostra um papel muito importante da educação. Para cada ano a mais de educação, a produtividade do trabalhador aumenta muito.
Obviamente, um trabalhador com mais capital à sua disposição também vai produzir mais. Mas há menos variação de capital por trabalhador entre os países do que de quantidade de educação.
Também sabemos que a qualidade da educação importa, mas temos dificuldade de medir essa qualidade.
A saúde também é muito importante. Nos países que têm melhores indicadores de saúde, os trabalhadores são mais produtivos.
Há outro aspecto da produtividade que não conseguimos explicar pela quantidade de fatores.
Se você pega duas firmas da mesma indústria, usando trabalhadores com o mesmo nível de educação e o mesmo tipo de capital, essas empresas produzem quantidades diferentes.
Isso é explicado pela eficiência no uso dos fatores, a chamada produtividade total dos fatores?
Exatamente. Há hoje muita atenção nos EUA para tentar entender quais são os fatores que tornam as empresas mais produtivas.
Como a eficiência da economia brasileira tem evoluído?
A produtividade total dos fatores, que pode ser traduzida como grau de eficiência, está estagnada ao menos desde 1989 para a economia como um todo. Mas há setores da economia brasileira que tiveram grandes ganhos de eficiência. Um é a agricultura.
Obviamente há fatores que influenciam todos os setores e toda a economia. Mas, para entender a eficiência, é importante olhar o que está acontecendo com cada setor e com as firmas de cada setor.
Um fenômeno interessante brasileiro é a existência de empresas pequenas que muitas vezes são informais, muito ineficientes e só sobrevivem por não pagar impostos. Elas trazem a produtividade média do setor em que atuam para baixo.
Mas a informalidade entre as empresas menores diminuiu.
Sim, e essas empresas melhoram ao se tornar formais. Mas, como há um tamanho máximo de faturamento para ficar dentro das faixas de tributação no Brasil, há um desestímulo na busca por crescimento por parte dessas empresas e isso prejudica a eficiência da economia.
O ideal seria diminuir os impostos para as firmas maiores e trazê-las mais perto das outras.
Quais são as outras causas da baixa eficiência da economia brasileira?
Há os casos de proteção setorial. As pessoas esquecem que a política setorial dificulta a vida das indústrias que usam o insumo do setor protegido. Elas acabam não podendo se tornar tão eficientes quanto as de países que têm acesso ao mesmo insumo a preço relativamente menor.
A outra questão importante é o investimento em pesquisa e desenvolvimento. O Brasil tem uma estrutura científica bastante razoável se olharmos os números de doutorandos, as publicações em revistas científicas. Ainda não conseguimos criar uma estrutura de produção de pesquisa e desenvolvimento.
Esse assunto já foi muito bem estudado pelos economistas. A taxa de retorno, ou seja, o aumento de produtividade gerado pelo investimento nessa área, é enorme. E isso ocorre porque quem investe em pesquisa e desenvolvimento e recebe o retorno não é a única pessoa a lucrar.
Boa parte dos ganhos vai para outras empresas, concorrentes, outros setores que começam a se beneficiar da tecnologia desenvolvida.
Até a absorção da tecnologia vinda de fora em um país onde você já tem toda uma estrutura de pesquisa e desenvolvimento é maior. E os governos têm papel fundamental no investimento em pesquisa e desenvolvimento.
Se há tanta evidência desses benefícios, por que não se investe mais em pesquisa e desenvolvimento no Brasil?
Um amigo meu diz -- e eu concordo -- que um dos grandes problemas do governo brasileiro é a incompetência. Eu não consigo explicar isso por malevolência, por um pensamento de que o governo quer um país atrasado.
Às vezes as políticas são extremamente prejudiciais ao país por incompetência --por exemplo, quando o governo controla o preço da gasolina. Isso levou ao aumento do congestionamento e da poluição e prejudicou uma das poucas tecnologias importantes criadas no Brasil, a da indústria do etanol.
Não imagino que o governo decidiu gerar essas consequências. Mas alguém teve a brilhante ideia de, entre aspas, controlar a inflação mantendo o preço da gasolina estável e não pensou nas consequências.
Há uma estagnação no processo de reformas importantes para o desenvolvimento econômico no Brasil?
As reformas começam no início do governo Collor com a abertura comercial. Depois houve um período de paralisia. E voltaram a acontecer com Itamar, o Plano Real. Em seguida, outras reformas importantes foram feitas. Esse processo foi freado a partir do segundo governo Lula.
Há seis, sete anos poucas coisas importantes estão sendo feitas. O governo tem se concentrado muito mais em políticas industriais, em intervir nos preços, em diminuir impostos setoriais e menos em resolver as grandes questões que poderiam melhorar a eficiência no Brasil, como as que eu já mencionei, e outras, como o investimento em infraestrutura.
Essa letargia tem a ver com a questão da competência que o sr. mencionou?
Há uma questão também de ideologia. Há reformas que precisavam ser feitas, mas que não atendiam à ideologia do governo. Acho que agora o governo entendeu que precisa trazer mais investimento privado para áreas como ferrovias, portos etc.
Outro problema importante é a baixa taxa de poupança. Então, o governo cobra muito imposto, mas tem gastos enormes e pouca capacidade financeira para investir, além da falta de capacidade que eu já mencionei de competência do setor público.
Esses fatores explicam a desaceleração econômica dos últimos anos?
Acho que há várias causas. Em 2008 e em 2009 a resposta à crise com política fiscal mais solta fazia sentido. O que não fez sentido foi achar que isso poderia ser permanente mesmo depois de a economia ter começado a se recuperar.
A outra é o excesso de intervenção, como o controle do preço da gasolina. Cada uma dessas intervenções, de forma isolada, pode passar a impressão de que seus efeitos não são tão graves, mas, se você junta todas, começa a ter efeito na economia. E isso é parte do que estamos vendo agora.
Além disso, também estamos sentindo o efeito da desaceleração da China, que, no entanto, não deve ser exagerado.
Construindo a heranca maldita das contas publicas - Mansueto Almeida
Subsídios a programas federais podem criar novo ‘esqueleto’ no Tesouro
Segundo economista do Ipea, pagamentos devidos pelo Tesouro em subsídios e subvenções que ficaram dos anos anteriores cresceram 48,6% desde 2012, e já chegam a R$ 15,9 bi
A lampada apagada do governo federal: executivo anda tateando nas trevas - Editorial Estadao, Celso Ming
Pois bem, a julgar por essa simbologia, o governo só produz lâmpadas apagadas, ou lâmpada nenhuma.
Incapaz de ter alguma ideia sensata, qualquer ideia, o governo lulo-petista vem acumulando desastres econômicos sobre catástrofes anunciadas, deixando uma enorme herança maldita a ser paga por toda a sociedade durante anos a fio.
Pode até ser perseguição minha, ou do PIG, o Partido da Imprensa Golpista -- como os desonestos companheiros chamam qualquer imprensa independente, ou que não seja a eles subordinada e submetida -- mas o fato é que os companheiros não acertam uma...
Paulo Roberto de Almeida