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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Que tal um novo 7 a 1? 7pc de inflacao e 1pc de crescimento... - um texto à propos...

Em 2010, trabalhando na China, li pela internet um texto de um colega, aliás Secretário de Planejamento Estratégico, depois de ter sido Secretário-Geral do Itamaraty durante sete anos, sobre como o Brasil iria, ou teria de, crescer 7% ao ano, e alcançaria os EUA até completar 200 anos de vida independente (enfim, cito de cabeça, preciso retomar o dito cujo). Discordei de cabo a rabo, se ouso dizer, e escrevi um artigo rebatendo ponto por ponto, mas sobretudo insistindo que o colega -- sim, ele mesmo, Samuel Pinheiro Guimarães -- tinha feito mais uma declaração política do que uma análise econômica.
Eu achava que o Brasil, com uma taxa de investimento inferior a 20% do PIB podia crescer no máximo a 2 ou 3% ao ano, esticando muito (com investimento estrangeiro) a 3,5%, e só. E dizia porque (mas não me lembro muito dos meus argumentos agora, pois não reli ainda o trabalho).
Pois bem, como é que eu podia imaginar, que os companheiros, assim tão voluntariamente e alegremente desenvolvimentistas, tão entusiasmados com a sua nova matriz econômica, iriam nos brindar com um SETE a ZERO na área econômica? Parabéns, eles conseguiram...
Bem, não quero tripudiar.
Submeto aqui, para a análise dos mais entendidos, esse meu artigo de 2010, feito inteiramente com base em pesquisas de internet -- com toda a dificuldade que isso representava na China, o Estado mais orwelliano que vocês poderiam encontrar na face da Terra; e não confundam com a Coreia do Norte, pois esse país é dadaísta-surrealista-kafkiano -- e com o único incômodo que ele se refere o tempo todo ao artigo do nobre colega, que está linkado no meu, e se não estiver disponível, creio que posso fornecer aos interessados.

“Como (Não) crescer a 7%”
Shanghai-Beijing, 20-27 junho 2010, 14 p. 
Comentários a texto de Samuel Pinheiro Guimarães sobre o crescimento do Brasil, evidenciado lacunas de seus argumentos (mais políticos do que econômicos) e indicando os requisitos do crescimento e as reformas indispensáveis a tal efeito. 
Publicado Espaço Acadêmico (ano 10, n. 110, julho 2010, p. 73-83; link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/10517/5795). 
Republicada em Espaço da Sophia (ano 4, n. 39, agosto-setembro 2010; ISSN: 1981-318X). 
Postado no blog Diplomatizzando (23/12/2013; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2013/12/crescer-com-politica-economica-dos.html). 
Relação de Originais n. 2155; Publicados n. 979.

Alguns trechos: 
(...)
Os argumentos de SPG para “esperar” uma taxa de crescimento de 7% no Brasil dos próximos dez ou doze anos pertencem, numa avaliação generosa, a um terreno voluntarista ou puramente impressionista, já que em nenhum momento tratando dos condicionantes materiais, de natureza propriamente econômica, que deveriam sustentar esse tipo de esforço produtivo. Exemplo disso é sua conclusão, que merece ser citada para evidenciar a natureza puramente subjetiva de sua análise do crescimento brasileiro, um ato de vontade como outro qualquer: “caso se deseje manter o Brasil como país pobre e subdesenvolvido, basta crescer a taxas modestas, obedecendo a todas as metas e a supostos potenciais máximos de crescimento, e, assim, lograr manter a economia estável porém miserável. Este baixo crescimento corresponderá a um custo humano e social elevadíssimo para a imensa maioria da população, exceto para os super-ricos, que se transformarão, cada vez mais, em proprietários rentistas e absenteístas, distantes e alheios aos conflitos que se agravarão cada vez mais na sociedade brasileira”.  
(...)
Em nenhuma passagem do trabalho citado de SPG se consegue saber como, exatamente, o Brasil poderá alcançar a taxa milagrosa de 7% ao ano para superar a barreira do subdesenvolvimento como pretende seu autor.  
(...)
A Comissão do Crescimento, formada por vinte especialistas convidados pelo Banco Mundial, publicou, em 2008, um relatório sobre estratégias de desenvolvimento que preconiza um conjunto de cinco “fatos estilizados” que comporiam uma boa “receita de desenvolvimento sustentado, curiosamente também fixado num patamar de 7% ao ano: (a) integração à economia mundial; (b) manutenção da estabilidade macroeconômica; (c) manter altas taxas de poupança e investimento; (d) alocar recursos mediante mecanismos de mercado, e (e) dispor de instituições sólidas e de governos capazes e comprometidos com o desenvolvimento.  [ Growth Commission, The Growth Report: Strategies for Sustained Growth and Inclusive Development (Washington: The World Bank, 2008; disponível no link: http://cgd.s3.amazonaws.com/GrowthReportComplete.pdf).
Poucos desses “fatos estilizados” são estudados ou discutidos seriamente por SPG em conexão com o caso brasileiro, ou quando o são a perspectiva adotada é, justamente, diametralmente inversa às recomendações da Comissão do Crescimento, como no caso da leniência com a inflação ou a opção preferencial por mecanismos alocativos dominados pelo Estado, sem qualquer menção à abertura externa ou integração à economia mundial. 
De minha parte prefiro enfatizar um conjunto similar de tarefas, talvez numa outra ordem de prioridade, mas que consolidam o aprendizado que se pode obter a partir da experiência brasileira de crescimento errático e de desenvolvimento não sustentado. Essas tarefas guardam relação com as propostas da Comissão do Banco Mundial, mas foram elaboradas previamente à sua divulgação, ainda em 2006. [ “Uma verdade inconveniente (ou: por que o Brasil não cresce 5% ao ano...)”, Espaço Acadêmico (ano 6, n. 67, dezembro 2006; link: http://www.espacoacademico.com.br/067/67pra.htm).
Elas estão sintetizadas nos seguintes requisitos para um processo de crescimento sustentado: 1) Estabilidade macroeconômica; 2) Microeconomia competitiva; 3) Capacidade institucional; 4) Qualidade dos recursos humanos; 5) Abertura ao comércio internacional e aos investimentos diretos estrangeiros. 
(...)

Estas são as tarefas, certamente complexas, que compõem uma agenda mínima de reformas macro e microestruturais, sem as quais o Brasil dificilmente terá condições de crescer mais de 5% ao ano. Cabe ver como os próximos dirigentes do Brasil – ou seja, o presidente e sua equipe econômica e política – enfrentarão esses desafios a partir de 2011, uma vez que essas reformas ficaram congeladas até aqui. Se o Brasil quiser crescer a taxas mais vigorosas do que aquelas conhecidas nas duas últimas décadas – que ficaram bem abaixo de suas médias históricas anteriores e bem abaixo da média mundial, com exceção do período recente, que foram anos de crise econômica mundial –, quaisquer que sejam essas taxas, não poderá contornar essas reformas. Talvez não todas ao mesmo tempo, nem todas elas, mas algumas são absolutamente indispensáveis para aumentar suas taxas de poupança e de investimento produtivo e, portanto, seu ritmo de desenvolvimento.

Shanghai-Beijing, 20-27 de junho de 2010.  

Prata da Casa: 3ro Trimestre de 2014 - Miniresenhas de livros de diplomatas


Prata da Casa - Boletim ADB: 3ro. trimestre 2014
 
Paulo Roberto de Almeida
Boletim da Associação dos Diplomatas Brasileiros
(ano 21, n. 86, julho-agosto-setembro 2014, p. xx-xx; ISSN: 0104-8503)

(1) Paulo Roberto de Almeida:
Nunca Antes na Diplomacia...: a política externa brasileira em tempos não convencionais
(Curitiba: Appris, 2014, 289 p.; ISBN: 978-85-8192-429-8)

            Tudo o que você sempre quis saber sobre a diplomacia companheira e nunca teve a quem perguntar? Agora talvez já tenha, sobre quase tudo. Em todo caso, figura aqui uma avaliação do que representaram, para a política externa, os anos do lulo-petismo, com a independência de um acadêmico que também integra a diplomacia. Existem episódios que ainda vão requerer pesquisa em arquivos para saber como foram exatamente decididos, e provavelmente lacunas subsistirão, tendo em vista justamente as características especiais de uma diplomacia que não partiu essencialmente de sua casa de origem, mas andou combinada a outros estímulos, não arquivados. Parece que ela foi ativa, altiva e soberana, como nunca antes tinha acontecido. Outros traços emergirão num futuro balanço, ainda sem data. A História a absolverá? A ver...

(2) José Ricardo da Costa Aguiar Alves:
O Conselho Econômico e Social das Nações Unidas e suas propostas de reforma
(Brasília: Funag, 2014, 535 p.; ISBN 978-85-7631-504-9; Coleção CAE)

            Prefaciada pelo ex-ministro Pedro Malan, que já trabalhou na ONU, a tese representa a mais ambiciosa análise, histórica e estrutural, do papel do Conselho desde sua origem até 2007, período em que foram empreendidas 42 reformas. A revisão das Metas do Milênio, em 2015, provavelmente exigirá novas reformas. O órgão consome mais de dois terços dos recursos da ONU, comprometidos com o desenvolvimento, ao lado daqueles destinados à paz e segurança, no âmbito do seu Conselho de Segurança. A obra é minuciosa no exame dessas propostas de reforma, sem conter, porém, uma avaliação sobre a eficácia dos recursos investidos nessa missão, o que requereria um outro tipo de estudo, feito por economistas. É uma obra importante para o Itamaraty, que está sempre demandando mais recursos para o desenvolvimento, justamente.

(3) Erika Almeida Watanabe Patriota:
Bens Ambientais, OMC e o Brasil
(Brasília: Funag, 2013, 452 p.; ISBN 978-85-7631-476-9; Coleção CAE)

            Bens ambientais parecem estar no centro das angústias comerciais das próximas décadas, já que o planeta agora, para estar politicamente correto, precisa se guiar pelas regras do desenvolvimento sustentável. O Brasil tem, justamente, uma grande interface com o assunto, pelo seu potencial produtor e exportador desses bens (ainda que existam dúvidas sobre sua competitividade e avanços tecnológicos em energia solar e eólica). A tese mapeia as discussões multilaterais a respeito, a atuação da China e da Índia, as posições assumidas pelo Brasil e as implicações da regulação no lado doméstico da equação. A autora acha que as premissas da OCDE, entre elas a liberalização comercial, tendem a prejudicar os países em desenvolvimento: seria mais uma manifestação da velha teoria conspiratória que sempre coloca os ricos contra os interesses dos pobres?

(4) Renato L. R. Marques:
Memorábilia
(Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2013, 378 p.; ISBN 978-85-914949-1-0)

            Como diplomata, Renato Marques é bom um escritor, com sua prosa elegante, frases em latim, vasto conhecimento da cultura humanista, sobretudo da história, e grande tino para a observação dos seres humanos, como Balzac, Dickens ou Flaubert. Como escritor, ele não é um diplomata, já que escreve sem os trejeitos típicos dos colegas, falando tudo com grande sinceridade. Nestas suas memórias sentimentais, ele vai desde as origens familiares nos pagos gaúchos, até os últimos postos, que eram, não muito tempo atrás, partes do império soviético. Mais do que um recorrido pela sua vida em vários continentes, elas são reflexões intelectuais sobre países, pessoas, processos e eventos a que assistiu, de que participou, sobre os quais leu; a referência aos grandes escritores é constante, e as fotos são um complemento agradável ao seu texto cortante.

(5) José A. Lindgren Alves:
Os novos Bálcãs
(Brasília: Funag, 2013, 161 p.; ISBN 978-85-7631-478-3; Coleção Em Poucas Palavras)

            Os “novos Bálcãs” talvez se pareçam um pouco com os “velhos”, no sentido em que os muitos povos eslavos – católicos, ortodoxos, ou islamizados – voltaram a se dividir em meio a conflitos por vezes sanguinários. Depois de algumas décadas de socialismo, quando eles estavam “unidos” pela razão ou pela força, eles estão prontos para receber novamente o Orient Express, que ia das terras cristãs ao império dos otomanos justamente atravessando essas terras complicadas. Lindgren Alves esclarece como o fracionamento étnico reconstruiu a balcanização, com alguns massacres no caminho. Um alerta de como a Europa também pode recriar os velhos demônios da guerra e da violência étnica. O chauvinismo está na origem dessa utopia estilhaçada. Uma síntese que se apoia na melhor bibliografia e num conhecimento direto da região.

(6) Francisco Doratioto:
O Brasil no Rio da Prata (1822-1994)
(Brasília: Funag, 2014, 190 p.; ISBN 978-85-7631-489-9; Coleção Em Poucas Palavras)

            Metade, ou quase, de toda a política externa brasileira, das origens aos dias de hoje, se fez e se faz no Rio da Prata. Daí a escolha deste “semi-diplomata” para escrever uma história que começa na contenção de Buenos Aires, passa pela guerra do Paraguai – sobre a qual o autor publicou o clássico Maldita Guerra –, avança do americanismo ingênuo para o pragmatismo conciliador, nutre desconfiança e cautela (de 1930 a 1955), retoma o aprendizado da cooperação e da superação de divergências, para finalmente chegar à integração no Mercosul (pelo menos até 1994, numa fase ainda feliz). Mesmo “em poucas palavras”, o autor usou fontes primárias, mas várias das secundárias são de autores hermanos: eles são a nossa “circunstância”. A história trata mais de diplomacia do que de comércio e desenvolvimento; parece que é a política que move a economia.

Paulo Roberto de Almeida
[Hartford, 28/07/2014]

Faixa de Gaza no Rio de la Plata? - Um Hamas peronista?

Eu nunca vou deixar de me surpreender com a inacreditável capacidade que tienen los hermanos, de se enganar a si próprios...
Mas devemos reconhecer que essa é apropriada ao momento...
Paulo Roberto de Almeida

Argentina deuda

Cristina Fernández niega default y se compara con los palestinos de Gaza

Infolatam
Buenos Aires, 31 de julio de 2014

Argentina en su relación con los “buitres”, frente al precipicio

El análisis
Claudio Loser
(Especial Infolatam).- “El Ministro de Economía hizo hincapié en que la Argentina no entraba en default pero el mediador lo contradijo. Hay default, más allá de las palabras. El default se sumará a la pobre gestión económica interna, especialmente si el Presidente del Banco Central, una voz pragmática en el seno del gobierno, abandona la nave, y los precios de las exportaciones siguen cayendo. Por ahora, el dogma ha vencido al buen juicio y el pragmatismo, y el peligro de la debacle se magnifica”.
Cristina Fernández, dijo que “el mundo sigue andando y Argentina también”, negando que el país haya entrado en una suspensión de pagos, tras el fracaso de las negociaciones en Nueva York con los fondos. La presidenta argentina no dudó en compararse con la situación de loos palestinos en Gaza: “hay bombardeos con bombas y bombardeos financieros que pretenden eliminarnos”.
“El mundo sigue andando y la vida sigue como sucede hace años, y también Argentina, lo que no deja de ser una buena noticia”, subrayó Fernández en una comparecencia transmitida por cadena nacional para todo el país.
Fernández, que también anunció un aumento del 17,21% a jubilados a partir de septiembre, inicio su palabras sobre el conflicto con los fondos, leyendo un discurso de 2004 de su difunto marido y expresidente, Néstor Kircher.“Los que endeudaron a Argentina son los que siguen diciendo que firmemos cualquier acuerdo”, dijo Cristina citándolo, por momentos visiblemente emocionada.
“No nos negamos a pagarles a los fondos buitres”, afirmó la presidenta quien anunció que “Argentina va a utilizar todos los instrumentos legales, para para que los bonistas reestructurados reciban su dinero”.
“Van a tener que inventar una nueva palabra”, dijo la presidenta, porque “default es no pagar, no impedir el cobro”, que es lo que a jucio de la presidenta ha sucedido.
Finalmente, la presidenta agradeció el apoyo recibido por la comunidad internacional y los presidentes de varios países. “Tenemos energía, alimentos, recursos humanos calificados, por eso, porque somos un país viable, quieren tumbarnos”, aseveró la presidenta.
Horas antes, el ministro de Economía argentino, Axel Kicillof, aseguró este jueves que hablar de un cese de pagos es “una pavada atómica” y calificó el fallo del juez neoyorquino Thomas Griesa a favor de los denominados fondos buitre como “un hecho judicial sin precedentes en la historia”.
“Argentina se encontraría en default (impago) si alguno de los eventos contemplados y explicados claramente en los contratos (firmados con los acreedores de deuda reestructurada) hubiera ocurrido y ninguna de estas cuestiones se cumplen”, dijo.
Por otra parte, un día después de declararse el cese de pagos selectivo para Argentina, las partes implicadas en el litigio entre el país suramericano y los fondos especulativos fueron tomando posiciones y se volverán a encontrar este viernes en una vista ante el juez estadounidense Thomas Griesa.
Los fondos especulativos que lideran esta demanda, NML y Aurelius, emitieron sendos comunicados que no aclararon el futuro del caso.
El primero de ellos, filial de Elliot Management, se limitó a cargar contra la poca flexibilidad de Argentina en la negociación, asegurando que el mediador judicial, Daniel Pollack, propuso “soluciones creativas” que fueron “aceptables” para ellos, pero que “Argentina rechazó considerar seriamente cualquiera de ellas y, en su lugar, eligió el cese de pagos”.
Sin embargo, el fondo Aurelius tardó más en manifestarse para reaccionar no solo al “default”, sino a los rumores de un acuerdo entre partes privadas que el ministro de Economía de Argentina, Axel Kicillof, no descartó en la rueda de prensa posterior a la última negociación.
“Aurelius no ha recibido una propuesta que considere merecedora de una consideración seria”, aseguró el fondo de riesgo, quien añadió: “Mucho de lo que hemos leído en la prensa sobre esos contactos ha sido, hasta donde nosotros sabemos, impreciso o poco fiable”.

Catedra Rio Branco no King's College de Londres: atencao professores brasileiros

Cátedra Rio Branco em Relações Internacionais seleciona pesquisador – CAPES

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informa o edital nº 46/2014, fruto de parceria entre a fundação, o Instituto Rio Branco e o King’s College London, que seleciona candidatos à Cátedra Rio Branco em Relações Internacionais. O objetivo da seleção é a ampliar o conhecimento e a compreensão do país, por meio da análise da função desempenhada pelo Brasil no cenário mundial e das posições adotadas pelo país em temas globais.
A Cátedra Rio Branco em Relações Internacionais do King’s College enviará pesquisadores, intelectuais e formuladores de políticas públicas ao King’s Col-lege London, proporcionando ambiente propício para permitir o desenvolvimento do estudo acadêmico a respeito do Brasil e das questões e problemas internacionais sob a ótica brasileira. Será selecionado um candidato para a cátedra, com duração de três a doze meses, na área temática de “Relações Internacionais e Política Externa Brasileira”.
As inscrições são gratuitas e admitidas exclusivamente pela internet, mediante o preenchimento do formulário de inscrição e o envio de documentos eletrônicos descritos no edital, até 7 de setembro. O resultado será divulgado a partir outubro e o início das atividades no King’s College London será em janeiro de 2015.
Mais informações pelo e-mail kingscollege@capes.gov.br.
Acesse o edital.

http://www.capes.gov.br/images/stories/download/editais/Edital_046_2014_KingsCollege_CatedraRioBranco.pdf

Mercosul: alguma decisão sobre integração comercial na cúpula de Caracas? Duvidoso...

Mercosul, cada um por si

O bloco econômico sul-americano não fecha acordos

Seus dirigentes utilizam as cúpulas para defender seus próprios interesses

Os presidentes posam para a foto oficial da cúpula do Mercosul. / JORGE SILVA (REUTERS)
A cúpula recente do Mercosul celebrada na segunda-feira em Caracasfoi marcada pela condenação unânime dos fundos abutres, que fizeram a Argentina beirar o default. E pelas posições diferentes, evidentes nos discursos dos presidentes, em relação ao modelo econômico seguido pelos países membros – Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. O caráter geopolítico do grupo ganhou mais destaque que as discussões sobre negócios.
Apenas os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e do Paraguai, Horacio Cartes, priorizaram em suas intervenções o assunto supostamente vital para a integração do bloco, que em pouco tempo ganhará a Bolívia como membro pleno. Dilma, por exemplo, preferiu ler um texto em que fazia votos pela ampliação da zona de livre comércio no continente. O Brasil precisa imprimir um empurrão a sua economia e procurou convencer os membros do Mercosul a se associarem à Aliança do Pacífico, formada pelo Chile, Colômbia, México e Peru.
Cartes, por sua vez, destacou também que o Mercosul precisa fomentar economias competitivas e abrir oportunidades para que seus cidadãos possam residir, trabalhar e estudar em qualquer país do bloco.
Quando retorno ao Uruguai, as pessoas me perguntam o que decidimos... Eu sei lá o que decidiram. Fizemos uma declaração

José Mujica, presidente do Uruguai
A Argentina não estava em condições de sintonizar-se com essas colocações. Pressionada pela suspensão iminente de pagamentos, sua presidenta, Cristina Kirchner, que recebeu a Presidência rotativa da aliança, buscou o apoio do grupo.
Kirchner passou boa parte de seu tempo explicando a situação do default, chegando a fazer algumas brincadeiras. Em um momento de sua intervenção, aludiu a uma conversa que teve com um amigo. Os dois concluíram que no futuro dariam o nome de Rufo a um cachorro. “Rufo” é a sigla de uma cláusula dos acordos de reestruturação da dívida argentina. A piada do cachorro encontrou algum eco entre os presentes. No ano passado o irmão de Hugo Chávez, Adán, deu ao ex-presidente venezuelano um cachorro que batizou de Simón, em homenagem ao libertador Simón Bolívar, cuja liderança e obra Chávez admirava.
Todos foram a Caracas para velar por seus próprios interesses. Um dos convidados ao conclave, o presidente de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén, pediu que Caracas mantenha a venda de petróleo em condições preferenciais aos países da América Central e do Caribe. O pedido coincide com a visão que a Venezuela tem da aliança. O governante anfitrião, Nicolás Maduro, destacou o caráter estratégico do Mercosul e pediu que se trabalhe para associar o bloco à Aliança para os Povos de Nossa América (Alba), criada pelo falecido Hugo Chávez como resposta ao tratado de livre comércio entre Estados Unidos e América Latina (Alca). “É uma formação econômica que se propõe a ir muito além do que se convencionou chamar de livre comércio. Muito além. Se propõe a transcendê-lo, chegando ao comércio justo e integrador. Chegando ao desenvolvimento de investimentos conjuntos, ao desenvolvimento das forças produtivas”, ressaltou Maduro.
O único que parece estar além do bem e do mal é o presidente do Uruguai, José Mujica. Ele não é afeito a sutilezas no âmbito privado ou público. Ao ganhar o direito à palavra das mãos do anfitrião, o governante uruguaio fez uma brincadeira: “Obrigado, companheiro Maduro, que continua verde de esperança”. Depois, dirigindo-se à presidenta da Argentina com uma piscadela irônica, acrescentou: “Agora nos reunimos mais com Cristina, que não tem problemas”.
Foi uma introdução para criticar, em um relato sucinto da história da América Latina, a improdutividade dessas reuniões. “Quando retorno ao Uruguai, as pessoas me perguntam o que decidimos... Eu sei lá o que decidiram. Fizemos uma declaração.” Como alternativa aos encontros presidenciais, o presidente uruguaio sugeriu reuniões mais produtivas e propôs como alternativa que os temas mais comuns sejam discutidos ao telefone. E advertiu que, caso contrário, pode ser frustrada “uma tentativa maravilhosa” de consolidar a aliança, que descreveu como “o pobre Mercosul”.
Brasil, Argentina e Uruguai concordaram quando ao benefício que os investimentos chineses representam para as economias. Mujica mencionou o assunto quando fez uma piada sobre a presença dos Estados Unidos no continente, arrancando uma risada breve da presidenta Kirchner. Nesse relato sobre a história do continente, ele disse que esse país arrasou o continente “com seus modos toscos, grosseiros, cheios de ‘fox-trot’ e talvez de mais mau gosto”.
A China disponibilizou um fundo de 35 bilhões de dólares (78,7 bilhões de reais) para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento, assim como acordos de intercâmbio comercial. “Não me recordo se alguém alguma vez veio à América Latina para nos propor essas coisas. É um convite de características globais como nunca antes tivemos, e não devemos perder essa oportunidade de vista”, disse Mujica. Mas advertiu: “Sabemos que neste mundo os peixes pequenos têm que tomar cuidado com os peixes grandes”.

Eleicoes 2014: espaco para simples comentaristas: gente como eu e voce...

Leio quase tudo o que aparece de importante na imprensa brasileira, nas matérias puramente informativas que são publicadas nos veículos impressos, ou nos textos dos colunistas mais conhecidos desses diversos órgãos (que consulto aos picadinhos pela internet, ou que recebo de forma assemblada, via boletins de notícias), e posso portanto considerar-me uma pessoa bem informada sobre o que vai pelo país, mesmo estando fora dele.
Mas, de vez em quando "perco tempo" também para ler o que aparentemente seria "desimportante", mas que para mim é revelador do que vai pela "alma do povo", como se diz: são os espaços de comentários abertos aos leitores em praticamente todos esses veículos de comunicação digital, tanto órgãos de imprensa, quanto blogs informativos ou opinativos. É por meio desses comentários, por vezes em Português estropiado e com várias ofensas distribuídas em todas as direções, que se pode saber como os brasileiros comuns, eleitores e contribuintes como eu e você, reagem a essas mesmas matérias, alguns indignados e apenas extravasando seus sentimentos, outros cumprindo o ritual que lhes impõem determinados movimentos de opinião ou partidos políticos.
Existe um padrão comum a pelo menos metade desses comentários, que considero serem os mercenários a soldo, ou legionários do ódio companheiro: eles são inimigos do PSDB para todo e qualquer assunto, um imenso grupo que sempre reage imediatamente após qualquer matéria, procurando enfatizar o ódio que se deve ter aos candidatos da oposição, em especial ao tucano, que seria responsável por tudo de ruim que já aconteceu e que ainda pode acontecer ao país se os tucanos voltarem ao poder.
São uma tribo de comentaristas amestrados, e com eles não há muito a aprender, nem a ensinar, pois é previsível o que vão dizer. E não adianta rebater as mentiras, pois eles estão ali para aquilo mesmo: continuar a disseminar mentiras.
Mas uma outra metade de comentaristas é de gente sincera, apenas externando suas opiniões ou experiências.
São esses comentários que me chamam mais a atenção, pois é por meio deles que e possível aferir o que vai pela mente do povo instruído.
Transcrevo abaixo o que recolhi num site que se dedica à informação politica, e que neste caso estava apenas fazendo um relato da sabatina conduzida pela CNI com os três principais candidatos, realizada na sede da confederação em Brasília, ontem, dia 30/07/2914. O relato da sabatina, previsível, me pareceu menos importante do que os comentários dos leitores.
Mas, atenção meus leitores: esses não representam os eleitores brasileiros, e sim aquela "elite branca" já devidamente estigmatizada pelos companheiros. A maior parte do eleitorado é formada por pessoas com baixa educação formal, pouco instruídos politicamente, e que tendem a acompanhar as promessas dos candidatos ou a realização efetiva de suas expectativas: emprego, casa, renda, Bolsa Família, etc. Portanto, não considerem que o que vai abaixo representa o eleitorado brasileiro.
Trata-se apenas de pessoas bem informadas e participantes.
Paulo Roberto de Almeida
31/07/2014




  • Só posso falar do que eu sei.
    Hoje estou fechando minha firma de serviços de TI para a indústria , comercio e serviços. Depois de 32 anos de atuação no mercado . Dos 16 funcionários , já despedi 14 , com salario médio de R$ 8.000,00 , sendo que só um deles ganhava R$ 17.000,00 , muito mais do que sobrava para mim como lucro liquido no fim do mês.
    Sobraram uma secretaria e um programador.
    No fim de julho de 2014 , só conseguí 15% do faturamento em igual período do ano anterior , que já foi ruim.
    O que aconteceu ?
    Todo dia pego minha pastinha e vou batalhar por contratos.
    Quando levo um não pelas fuças , eu pergunto porque.
    A resposta mais frequente é : Vou esperar clarear as coisas . As coisas estão escuras ?
    Parece que sim.
    Hoje você não consegue mais fornecer para Petrobras se não pagar pedágio.
    As industrias não investem mais em produtividade porque os impostos finais deixam o produto muito mais caro que qualquer equivalente chinês.
    Assim , está todo mundo esperando até outubro para ver se as coisas melhoram.
    E se a Dilma ganhar ?
    Aí vamos esperar até outubro de 2018.
    O pessimismo tem nome e sobrenome : Dilma Roussef.


    • Comentário perfeito Sérgio, colocaria apenas uma ressalva: onde você diz que o pessimismo tem nome e sobrenome, alteraria para dizer que nosso atual "modelo político-administrativo-financeiro-tributário-fiscal-educacional-gestão pública-saúde-segurança- infraestrutura rodoferroaeroportuária-ambiental-penal, entre outras tão ou mais importantes. E afirmo também que qualquer presidente neste país fica refém do "congresso nacional", se não vejamos: porquê parlamentar tem de meter a mão em grana do contribuinte com as tais "Emendas Parlamentares?", inclusive aprovando o tal "Orçamento Impositivo" só para investir nos seus "currais eleitorais" e depois na campanha para a maldita reeleição ele apela dizendo: eu consegui isso ou aquilo, só o judiciário/STE não enxerga que isso é "campanha eleitoral antecipada". Existem ministérios, secretarias, departamentos e órgãos em todas os níveis de poder para cuidar disso. Parlamentar tem só que fiscalizar e produzir leis de interesse da sociedade.



    • Sergio, terrível seu depoimento, infelizmente esse mesmo cenário se alastra.
      Não tenho um colega, ou pessoas da minha rede de contato, que estejam otimistas ou investindo, em novos negócios ou ampliações.
      A ordem parece ser, puxar o freio mesmo.


  • É mesmo empresários, não sejam pessimistas!
    Só porque, temos uma das mais altas taxas de juros do mundo?
    Só porque, o governo perdeu o controle da inflação, que não para de subir?
    Só porque, nossa indústria não consegue competir lá fora?
    Só porque, estamos em 79o lugar no IDH?
    Só porque a Petrobras, é hoje a empresa mais endividada do mundo?
    Só porque, não temos saúde, educação ou segurança?
    Empresários, não sejam pessimistas, e o último que sair, por favor, APAGUE A LUZ!!!



    Civilização composta por indivíduos com nenhum, ou poucos, valores espirituais, na "órbita" do conceito amplo do Amor Infinito (Deus)....e como, assim, não ser pessimista?.....ou no mínimo "desconfiado"?:
    O que me preocupa, como cidadão brasileiro?....
    1 - O modelo político brasileiro;
    2 - O modelo tributário brasileiro;
    3 - O modelo econômico brasileiro;
    4 - A ausência de valores, na alma dos brasileiros (eleitores, políticos e governantes), baseados no conceito amplo da Amor Infinito; Ou seja, a falta de Deus na cultura dos brasileiros e da humanidade;
    5 - A corrupção enraizada no setor público, nos três entes da Federação (União, 27 estados e 5.600 municípios); "Câncer" nacional que "suga" o Brasil desde 500 anos atrás até os dias de hoje;



    Não adianta querer falar agora que terá mudanças na economia no próximo ano, com esse Pibinho, inflação alta, preços reprezados; a presidanta já teve o seu tempo para melhorar as coisas e nada fez.
    Já mostrou que não tem competência administrativa.
  • PIB da América Latina: crescimento baixo do Brasil, da Venezuela e do Mexico

    Da coluna virtual da jornalista Miriam Leitão, no site do jornal O Globo:
    30/07/2014

    Na AL, Brasil foi dos que menos cresceu no pós-crise

    O gráfico abaixo é um complemento da coluna "Os fatos da crise". Mostra o crescimento acumulado entre 2008 e 2013 das 10 principais economias da América Latina. O Brasil teve o terceiro pior desempenho, com alta de 19,3%, na frente apenas de Venezuela e México.

    Foram apenas dois anos de PIB forte, 2008 e 2010; um de leve recessão, 2009; e três de crescimento muito baixo, entre 2011 e 201.

    Eleicoes 2014: pesquisas sobre intencoes de voto trazem preocupacao aos companheiros

    Situação de Dilma é preocupante no Sul e no Sudeste; institutos de pesquisa estudam antídoto

    dilma_rousseff_429ucho.info notícias, 30/07/2014
    Descendo a ladeira – É cada vez mais complicada a situação da candidata Dilma Rousseff no Sul e no Sudeste, regiões do País que concentram o maior contingente de eleitores, os quais podem decidir a corrida ao Palácio do Planalto.
    O temor que ronda o staff da campanha de Dilma é tamanho, que assessores, juntamente com a cúpula do PT, tentam costuras políticas em vários estados com o objetivo de reverter a desvantagem. É o caso de São Paulo e Paraná, onde Dilma tenta busca aproximação com os candidatos do PMDB, Paulo Skaf e Roberto Requião, respectivamente. Em ambos os estados, os candidatos do PT, Alexandre Padilha (SP) e Gleisi Hoffmann (PR), devem ser lançados ao mar pelos “companheiros”.
    Nessas tentativas, a que tem mais chance de prosperar é com Requião, que já sinalizou que poderá abrir o seu palanque para a presidente. Em São Paulo, Skaf continua resistindo a essa aproximação, apesar de Michel Temer, vice-presidente da República e presidente do PMDB, já ter sido escalado por Dilma para reverter o quadro. Isso porque em São Paulo a situação de Dilma é de muita dificuldade.
    O cenário eleitoral para Dilma Rousseff torna-se ainda mais complexo quando em cena surgem as análises de consultorias financeiras nacionais internacionais, que começam a apostar cada vez mais em uma vitória de Aécio Neves, presidenciável do PSDB.
    Enquanto buscam lidar com os efeitos colaterais do quadro eleitoral, assessores da campanha petista aguardam os resultados de novas pesquisas de opinião, que também não são animadores. Em estados do Sul e do Sudeste, Dilma perde de forma preocupante para Aécio nas pesquisas de intenção de voto. Reverter essa situação não é fácil, mas quando tem-se nas mãos o maior dos clientes sempre há uma solução guardada no bolso do colete.
    A estratégia para mascarar a verdade será promover pesquisas de opinião por telefone, pois assim perde-se a noção do todo. Essa manobra já foi decidida no Paraná, onde a desvantagem de Dilma tem tirado o sono dos palaciano.

    Historia, 1894: a primeira guerra sino-japonesa, 120 anos atras

    China’s Leaders Draw Lessons From War of ‘Humiliation’


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    Chinese cadets taking part in a bayonet drill on the outskirts of Beijing. Mindful of past defeats, President Xi Jinping has embarked on an ambitious program to overhaul the military.Credit Andy Wong/Associated Press

    Imagine China beset by domestic and external menaces, its rulers and commanders complacent, decadent and corrupt, humiliated by Japan in a war that pushes the once indomitable power closer to collapse.
    This image of China from over a century ago, in the twilight of the Qing dynasty, remains a potent nightmare for Communist Party leaders, and the 120th anniversary of the start of a war with Japan has unleashed a spate of images, speeches and official commentary drawing lessons from the defeat.
    The lessons from that time have become all the more pointed today, when Chinese-Japanese ties are tenser than they have been for decades, and President Xi Jinping of China has embarked on an ambitious program to overhaul the military and to curtail corruption throughout the military and the party.
    “The victory of the aggressors was a humiliation for the Chinese nation,” Chu Yimin, a People’s Liberation Army general and political commissar, said in an interview published on Monday in Study Times, a party newspaper. “The wounds are increasingly healed over, but the scars remain, and what we need most of all nowadays is to awaken an intense sense of humiliation, so that we never forget the humiliation of our country and military, and turn knowledge of this into courage.”
    This Friday will mark the anniversary of the formal start of the war, called the Jiawu War in Chinese, and often called the First Sino-Japanese War in English. “Jiawu” refers to the year in the 60-year cycle of the traditional Chinese calendar; 2014 marks another Jiawu year, adding weight to the anniversary.
    As if to reinforce the martial message, the Chinese military has announced exercises, extending off the east coast of China, which the civilian aviation authorities have indicated are already causing severe delays for commercial flights.
    A professor from China’s National Defense University, Gong Fangbin, said the disruption of air traffic would be a test of citizens’ patriotic support for a stronger military.
    “It’s foreseeable that, as long as the international threats to our country persist, large-scale, and even larger-scale, military exercises will happen,” he wrote on Monday in Global Times, a widely read tabloid. “Each time will be yet another test of the public’s awareness of national defense and its willingness to bear a burden.”
    The clash between Japan and China’s Manchu rulers started as a contest for dominance of Korea. The Manchu court assumed its forces would overwhelm Japan, but instead the Japanese naval and army forces humbled their opponents, pushed into northeastern China, and isolated Taiwan.
    The war ended in April 1895, when the Qing court agreed to a treaty that ended China’s hold over Korea and ceded Taiwan and territory in northern China to Japan. The humiliation exposed the brittleness of China’s military power, which a bout of policy changes failed to overcome, and the dynasty collapsed in 1911.
    At the time, Chinese advocates of bold change said the defeat showed the success of Japan’s outward-looking Meiji Restoration, and the contrasting sclerosis of the Qing court. But the Communist Party leadership has turned the anniversary into a template for reinforcing its own theme of patriotic revival and military readiness.
    “2014 is another Jiawu year,” China’s main military newspaper, The People’s Liberation Army Daily, said on its front page on Monday. It said the army was using the anniversary to reinforce the need for readiness against any external threats.
    “For China now, the goal of national rejuvenation has never been closer, and the obstacles to national rejuvenation have never been clearer,” said the paper.
    “Around our country’s periphery, hot spots are increasing and the ignition point is lower. Certain major powers are fanning the flames in the Asia-Pacific region, the ghost of Japanese militarism has stirred back to life,” it said, also noting the territorial disputes in the South China Sea. “The chances of chaos and war on our doorstep are growing.”
    But not all the lessons from the Jiawu War are directed abroad. Chinese textbooks present the defeat of 1895 as the price of corruption and decadence that fatally weakened Qing rule and left its military ill equipped and ill trained. Mr. Xi has extended his campaign against graft into the high ranks of the military, and again the lessons of 120 years ago are not far away.
    “For a military, corruption and defeat are twin brothers,” General Chu wrote in Study Times. “Corruption breeds fear of dying.”