segunda-feira, 1 de abril de 2013

O assedio em ritmo diplomatico...


Até maio, Itamaraty define se investiga cônsul emSydney por assédio moral
 Juliana Colares
 Correio Braziliense, 30/03/2013

Em duas denúncias encaminhadas ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), o cônsul é acusado de intimidar, humilhar e agredir subordinados verbalmente
Em fevereiro, servidores protestaram em frente ao Palácio do Itamaraty sobre casos de assédio moral
A Comissão de Ética Pública do Itamaraty decidirá até o fim de abril se abre processo de apuração ética (PAE) contra o cônsul-geral do Brasil em Sydney, Américo Dyott Fontenelle, para investigar suposta prática de assédio moral. A decisão será embasada no relatório do embaixador do Brasil no Kuwait, Roberto Abdalla, enviado à Austrália em fevereiro para diagnosticar a situação. Sigiloso, o documento entregue à comissão no último dia 19 foi elaborado após a coleta de depoimentos de servidores e contratados locais do consulado do Brasil na cidade australiana. Em duas denúncias encaminhadas ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), o cônsul é acusado de intimidar, humilhar e agredir subordinados verbalmente. O “caso Fontenelle” foi o estopim para o primeiro protesto contra assédio moral do Itamaraty, em fevereiro, e ajudou a tornar públicas denúncias informais de assédio moral, vindas de diferentes embaixadas do Brasil no exterior, que nunca haviam extrapolado os muros da instituição.
As denúncias chegaram ao Congresso. Os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF) vão se reunir com sindicatos e associações que representam servidores do MRE para, em seguida, tratar da situação com o Itamaraty. Segundo Paim, uma audiência pública será convocada caso não sejam tomadas medidas por parte do MRE para minimizar o problema.

Antes de chegar a Sydney, o cônsul Américo Fontenelle já havia sido investigado por assédio moral em 2007, quando atuava em Toronto, no Canadá, mas a sindicância acabou arquivada pela “extrema dificuldade de se obter provas materiais”, apesar dos “elementos testemunhais relevantes”. Segundo juristas ouvidos pelo Correio, a principal prova desse tipo de denúncia é justamente a testemunhal. “Pode haver documentos, como cartas, ameaças por escrito ou documentos que mostrem que a vítima é chamada por um apelido jocoso pelo assediador, por exemplo. Mas, normalmente, a prova é testemunhal”, afirmou o advogado trabalhista Wadih Damous, lembrando que a doutrina do direito ainda não se deteve sobre a questão do assédio moral e que essa questão vem sendo construída pelos tribunais.

Em toda a história do Itamaraty, nunca houve punição por assédio moral. Segundo levantamento feito pelo ministério, 41 procedimentos disciplinares foram analisados pela Corregedoria do MRE nos últimos 10 anos, nenhum sobre assédio moral. Não aparece na conta do MRE a sindicância contra o cônsul Américo Fontenelle à época da atuação em Toronto. Um terço dos investigados pelo Itamaraty acabou punido, segundo Adriano Silva Pucci, suplente da Comissão de Ética, indicado pelo MRE para responder oficialmente pela instituição. Apenas um dos investigados, um diplomata, recebeu a penalidade máxima: o desligamento. A descrença dos funcionários de Sydney na condução da investigação feita pelo MRE fez Abdalla ser chamado de “embaixador abafa” nos corredores do consulado do Brasil naquela cidade. Na última quinta, oito funcionários do posto australiano elaboraram um abaixo-assinado para pedir a abertura de processo administrativo disciplinar contra Fontenelle e o cônsul-geral adjunto, César Cidade.

domingo, 31 de março de 2013

Uma super Pascoa russa (com direito a tudo o que eles ja' fizeram...)

Pois é, eu já tinha feito aqui um post sobre aquela velha história do ladrão que rouba ladrão, não é mesmo?
Não sei se terá cem anos de perdão, mas podem contar com ódio eterno do governo, dos novos ricos, dos mafiosos, dos capitalistas russos, enfim, de tutti quanti tinham enriquecido honestamente na Rússia, nos últimos 20 anos, e que tinham se dedicado a fazer um pouco de caridade com uma pequena ilha semi-pobre do Mediterrâneo.
Essa falta de garantia sobre a riqueza adquirida ainda vai matar o capitalismo...
Paulo Roberto de Almeida

Confisco pode chegar a 60% para os clientes do Banco de Chipre

Situação só não é pior do que no banco Laiki, onde os correntistas com mais de € 100 mil perderão 100%

Andrei Netto, correspondente
PARIS - Uma semana após a aprovação de um plano de resgate de € 17 bilhões, o governo do Chipre e os correntistas dos maiores bancos do país começam a descobrir a amplitude do confisco exigido pela União Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Cálculos preliminares e extraoficiais indicam que o corte no saldo de contas correntes, poupanças e investimentos com mais de € 100 mil poderá chegar a 60% para os clientes do Banco de Chipre, o maior da ilha. A situação só não é pior do que no banco Laiki, onde os correntistas com recursos acima deste valor perderão 100%.
O confisco de recursos de investidores privados foi a fórmula encontrada por Bruxelas e pelo FMI para fazer com que o governo cipriota arrecade € 7 bilhões em recursos, montante da contrapartida do país aos € 10 bilhões em recursos internacionais que lhes serão emprestados. Pelo acordo de socorro, o Banco Laiki (Popular) será extinto. Clientes com menos de € 100 mil serão transferidos ao Banco de Chipre, enquanto os demais perderão seus recursos.
O memorando de entendimento também previa o confisco de parte dos recursos dos clientes do Banco de Chipre. Há uma semana, Jeroen Dijsselbloem, coordenador do fórum de ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo), havia estimado os cortes entre 25% e 40%. No sábado à noite, o Banco Central cipriota informou que o corte será de 37,5%, valor que será transformado em ações da instituição - o que transformará, compulsoriamente, os correntistas em sócios do banco. Além disso, outros 22,5% serão congelados e poderão ser confiscados caso o governo precise de recursos extras.
"A primeira estimativa feita é de que 37,5% dos depósitos acima de € 100 mil serão convertidos em ações", confirmou o ministro das Finanças, Michalis Sarris. "Por segurança, uma vez que os cálculos foram feitos sobre o montante que precisamos, 22,5% ficarão em separado." Segundo nota do BC cipriota, a decisão será informada "90 dias após o fim da avaliação".
Alternativas
Conforme o porta-voz do governo cipriota, Christos Stylianides, as autoridades também buscarão outras alternativas para geração de recursos, "investigando todos os aspectos da crise no setor bancário". Para Stylianides, as opções podem incluir "a supressão ou a redução de empréstimos e outros serviços fornecidos por bancos cipriotas no país e no exterior".
Chipre viveu um feriado bancário de 12 dias em razão da turbulência financeira no país. As agências bancárias foram reabertas na quinta-feira, mas um controle de fluxo de capitais, estabelecendo limites estritos para os correntistas, entre os quais saques de € 300 por semana e transferências internacionais de até € 5 mil por mês.
Segundo relatório do Instituto da Finança Internacional (IIF), o órgão que representa grandes investidores mundiais, o plano de socorro da UE para o Chipre causará uma depressão da ordem de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em apenas dois anos. Para efeitos de comparação, a Grécia, nação mais atingida pela recessão na Europa, levou cinco anos para chegar à depressão de 20%.

Uma zona para ninguem botar defeito: uma super zona...

Calma, calma, os mais afoitos, que ainda não está pronta.
Quando estiver, será realmente do cacete, como se diz vulgarmente...
Mas, não se preocupem as almas cândidas e os espíritos puros, essa zona será cristã e de muito bons modos.
Se trata da super zona de livre comércio entre os EUA e a UE, abrangente como nenhuma outra, sem pecados veniais; serão todos originais: certamente não desmantelarão o protecionismo agrícola pornográfico, nem o subvencionismo escandaloso, que faz corar os livre-cambistas mais ortodoxos.
Em todo caso, esse carnaval todo era apenas para anunciar a publicação de meu mais recente artigo:

1090. “EUA e UE negociam uma super zona de livre comércio”, O Debatedouro (Belo Horizonte: ano 12, n. 1, ed. 82, março 2013, p. 33-37; ISNN: 1678-6637; link: http://odebatedouro.files.wordpress.com/2013/03/debat82.pdf).

Miseria do keynesianismo americano - David Stockman (NYT)

Ao final, entrevista, link para o livro do autor e mais informações.
Paulo Roberto de Almeida 

State-Wrecked: The corruption of capitalism in America
David A. Stockman
The New York Times, Opinion, Sunday, March 31, 2013

Over the last 13 years, the stock market has twice crashed and touched off a recession: American households lost $5 trillion in the 2000 dot-com bust and more than $7 trillion in the 2007 housing crash. Sooner or later — within a few years, I predict — this latest Wall Street bubble, inflated by an egregious flood of phony money from the Federal Reserve rather than real economic gains, will explode, too.

Since the S.&P. 500 first reached its current level, in March 2000, the mad money printers at the Federal Reserve have expanded their balance sheet sixfold (to $3.2 trillion from $500 billion). Yet during that stretch, economic output has grown by an average of 1.7 percent a year (the slowest since the Civil War); real business investment has crawled forward at only 0.8 percent per year; and the payroll job count has crept up at a negligible 0.1 percent annually. Real median family income growth has dropped 8 percent, and the number of full-time middle class jobs, 6 percent. The real net worth of the “bottom” 90 percent has dropped by one-fourth. The number of food stamp and disability aid recipients has more than doubled, to 59 million, about one in five Americans.

So the Main Street economy is failing while Washington is piling a soaring debt burden on our descendants, unable to rein in either the warfare state or the welfare state or raise the taxes needed to pay the nation’s bills. By default, the Fed has resorted to a radical, uncharted spree of money printing. But the flood of liquidity, instead of spurring banks to lend and corporations to spend, has stayed trapped in the canyons of Wall Street, where it is inflating yet another unsustainable bubble.

When it bursts, there will be no new round of bailouts like the ones the banks got in 2008. Instead, America will descend into an era of zero-sum austerity and virulent political conflict, extinguishing even today’s feeble remnants of economic growth.

THIS dyspeptic prospect results from the fact that we are now state-wrecked. With only brief interruptions, we’ve had eight decades of increasingly frenetic fiscal and monetary policy activism intended to counter the cyclical bumps and grinds of the free market and its purported tendency to underproduce jobs and economic output. The toll has been heavy.

As the federal government and its central-bank sidekick, the Fed, have groped for one goal after another — smoothing out the business cycle, minimizing inflation and unemployment at the same time, rolling out a giant social insurance blanket, promoting homeownership, subsidizing medical care, propping up old industries (agriculture, automobiles) and fostering new ones (“clean” energy, biotechnology) and, above all, bailing out Wall Street — they have now succumbed to overload, overreach and outside capture by powerful interests. The modern Keynesian state is broke, paralyzed and mired in empty ritual incantations about stimulating “demand,” even as it fosters a mutant crony capitalism that periodically lavishes the top 1 percent with speculative windfalls.

The culprits are bipartisan, though you’d never guess that from the blather that passes for political discourse these days. The state-wreck originated in 1933, when Franklin D. Roosevelt opted for fiat money (currency not fundamentally backed by gold), economic nationalism and capitalist cartels in agriculture and industry.

Under the exigencies of World War II (which did far more to end the Depression than the New Deal did), the state got hugely bloated, but remarkably, the bloat was put into brief remission during a midcentury golden era of sound money and fiscal rectitude with Dwight D. Eisenhower in the White House and William McChesney Martin Jr. at the Fed.

Then came Lyndon B. Johnson’s “guns and butter” excesses, which were intensified over one perfidious weekend at Camp David, Md., in 1971, when Richard M. Nixon essentially defaulted on the nation’s debt obligations by finally ending the convertibility of gold to the dollar. That one act — arguably a sin graver than Watergate — meant the end of national financial discipline and the start of a four-decade spree during which we have lived high on the hog, running a cumulative $8 trillion current-account deficit. In effect, America underwent an internal leveraged buyout, raising our ratio of total debt (public and private) to economic output to about 3.6 from its historic level of about 1.6. Hence the $30 trillion in excess debt (more than half the total debt, $56 trillion) that hangs over the American economy today.

This explosion of borrowing was the stepchild of the floating-money contraption deposited in the Nixon White House by Milton Friedman, the supposed hero of free-market economics who in fact sowed the seed for a never-ending expansion of the money supply. The Fed, which celebrates its centenary this year, fueled a roaring inflation in goods and commodities during the 1970s that was brought under control only by the iron resolve of Paul A. Volcker, its chairman from 1979 to 1987.

Under his successor, the lapsed hero Alan Greenspan, the Fed dropped Friedman’s penurious rules for monetary expansion, keeping interest rates too low for too long and flooding Wall Street with freshly minted cash. What became known as the “Greenspan put” — the implicit assumption that the Fed would step in if asset prices dropped, as they did after the 1987 stock-market crash — was reinforced by the Fed’s unforgivable 1998 bailout of the hedge fund Long-Term Capital Management.

That Mr. Greenspan’s loose monetary policies didn’t set off inflation was only because domestic prices for goods and labor were crushed by the huge flow of imports from the factories of Asia. By offshoring America’s tradable-goods sector, the Fed kept the Consumer Price Index contained, but also permitted the excess liquidity to foster a roaring inflation in financial assets. Mr. Greenspan’s pandering incited the greatest equity boom in history, with the stock market rising fivefold between the 1987 crash and the 2000 dot-com bust.

Soon Americans stopped saving and consumed everything they earned and all they could borrow. The Asians, burned by their own 1997 financial crisis, were happy to oblige us. They — China and Japan above all — accumulated huge dollar reserves, transforming their central banks into a string of monetary roach motels where sovereign debt goes in but never comes out. We’ve been living on borrowed time — and spending Asians’ borrowed dimes.

This dynamic reinforced the Reaganite shibboleth that “deficits don’t matter” and the fact that nearly $5 trillion of the nation’s $12 trillion in “publicly held” debt is actually sequestered in the vaults of central banks. The destruction of fiscal rectitude under Ronald Reagan — one reason I resigned as his budget chief in 1985 — was the greatest of his many dramatic acts. It created a template for the Republicans’ utter abandonment of the balanced-budget policies of Calvin Coolidge and allowed George W. Bush to dive into the deep end, bankrupting the nation through two misbegotten and unfinanced wars, a giant expansion of Medicare and a tax-cutting spree for the wealthy that turned K Street lobbyists into the de facto office of national tax policy. In effect, the G.O.P. embraced Keynesianism — for the wealthy.

The explosion of the housing market, abetted by phony credit ratings, securitization shenanigans and willful malpractice by mortgage lenders, originators and brokers, has been well documented. Less known is the balance-sheet explosion among the top 10 Wall Street banks during the eight years ending in 2008. Though their tiny sliver of equity capital hardly grew, their dependence on unstable “hot money” soared as the regulatory harness the Glass-Steagall Act had wisely imposed during the Depression was totally dismantled.

Within weeks of the Lehman Brothers bankruptcy in September 2008, Washington, with Wall Street’s gun to its head, propped up the remnants of this financial mess in a panic-stricken melee of bailouts and money-printing that is the single most shameful chapter in American financial history.

There was never a remote threat of a Great Depression 2.0 or of a financial nuclear winter, contrary to the dire warnings of Ben S. Bernanke, the Fed chairman since 2006. The Great Fear — manifested by the stock market plunge when the House voted down the TARP bailout before caving and passing it — was purely another Wall Street concoction. Had President Bush and his Goldman Sachs adviser (a k a Treasury Secretary) Henry M. Paulson Jr. stood firm, the crisis would have burned out on its own and meted out to speculators the losses they so richly deserved. The Main Street banking system was never in serious jeopardy, ATMs were not going dark and the money market industry was not imploding.

Instead, the White House, Congress and the Fed, under Mr. Bush and then President Obama, made a series of desperate, reckless maneuvers that were not only unnecessary but ruinous. The auto bailouts, for example, simply shifted jobs around — particularly to the aging, electorally vital Rust Belt — rather than saving them. The “green energy” component of Mr. Obama’s stimulus was mainly a nearly $1 billion giveaway to crony capitalists, like the venture capitalist John Doerr and the self-proclaimed outer-space visionary Elon Musk, to make new toys for the affluent.

Less than 5 percent of the $800 billion Obama stimulus went to the truly needy for food stamps, earned-income tax credits and other forms of poverty relief. The preponderant share ended up in money dumps to state and local governments, pork-barrel infrastructure projects, business tax loopholes and indiscriminate middle-class tax cuts. The Democratic Keynesians, as intellectually bankrupt as their Republican counterparts (though less hypocritical), had no solution beyond handing out borrowed money to consumers, hoping they would buy a lawn mower, a flat-screen TV or, at least, dinner at Red Lobster.

But even Mr. Obama’s hopelessly glib policies could not match the audacity of the Fed, which dropped interest rates to zero and then digitally printed new money at the astounding rate of $600 million per hour. Fast-money speculators have been “purchasing” giant piles of Treasury debt and mortgage-backed securities, almost entirely by using short-term overnight money borrowed at essentially zero cost, thanks to the Fed. Uncle Ben has lined their pockets.

If and when the Fed — which now promises to get unemployment below 6.5 percent as long as inflation doesn’t exceed 2.5 percent — even hints at shrinking its balance sheet, it will elicit a tidal wave of sell orders, because even a modest drop in bond prices would destroy the arbitrageurs’ profits. Notwithstanding Mr. Bernanke’s assurances about eventually, gradually making a smooth exit, the Fed is domiciled in a monetary prison of its own making.

While the Fed fiddles, Congress burns. Self-titled fiscal hawks like Paul D. Ryan, the chairman of the House Budget Committee, are terrified of telling the truth: that the 10-year deficit is actually $15 trillion to $20 trillion, far larger than the Congressional Budget Office’s estimate of $7 trillion. Its latest forecast, which imagines 16.4 million new jobs in the next decade, compared with only 2.5 million in the last 10 years, is only one of the more extreme examples of Washington’s delusions.

Even a supposedly “bold” measure — linking the cost-of-living adjustment for Social Security payments to a different kind of inflation index — would save just $200 billion over a decade, amounting to hardly 1 percent of the problem. Mr. Ryan’s latest budget shamelessly gives Social Security and Medicare a 10-year pass, notwithstanding that a fair portion of their nearly $19 trillion cost over that decade would go to the affluent elderly. At the same time, his proposal for draconian 30 percent cuts over a decade on the $7 trillion safety net — Medicaid, food stamps and the earned-income tax credit — is another front in the G.O.P.’s war against the 99 percent.

Without any changes, over the next decade or so, the gross federal debt, now nearly $17 trillion, will hurtle toward $30 trillion and soar to 150 percent of gross domestic product from around 105 percent today. Since our constitutional stasis rules out any prospect of a “grand bargain,” the nation’s fiscal collapse will play out incrementally, like a Greek/Cypriot tragedy, in carefully choreographed crises over debt ceilings, continuing resolutions and temporary budgetary patches.

The future is bleak. The greatest construction boom in recorded history — China’s money dump on infrastructure over the last 15 years — is slowing. Brazil, India, Russia, Turkey, South Africa and all the other growing middle-income nations cannot make up for the shortfall in demand. The American machinery of monetary and fiscal stimulus has reached its limits. Japan is sinking into old-age bankruptcy and Europe into welfare-state senescence. The new rulers enthroned in Beijing last year know that after two decades of wild lending, speculation and building, even they will face a day of reckoning, too.

THE state-wreck ahead is a far cry from the “Great Moderation” proclaimed in 2004 by Mr. Bernanke, who predicted that prosperity would be everlasting because the Fed had tamed the business cycle and, as late as March 2007, testified that the impact of the subprime meltdown “seems likely to be contained.” Instead of moderation, what’s at hand is a Great Deformation, arising from a rogue central bank that has abetted the Wall Street casino, crucified savers on a cross of zero interest rates and fueled a global commodity bubble that erodes Main Street living standards through rising food and energy prices — a form of inflation that the Fed fecklessly disregards in calculating inflation.

These policies have brought America to an end-stage metastasis. The way out would be so radical it can’t happen. It would necessitate a sweeping divorce of the state and the market economy. It would require a renunciation of crony capitalism and its first cousin: Keynesian economics in all its forms. The state would need to get out of the business of imperial hubris, economic uplift and social insurance and shift its focus to managing and financing an effective, affordable, means-tested safety net.

All this would require drastic deflation of the realm of politics and the abolition of incumbency itself, because the machinery of the state and the machinery of re-election have become conterminous. Prying them apart would entail sweeping constitutional surgery: amendments to give the president and members of Congress a single six-year term, with no re-election; providing 100 percent public financing for candidates; strictly limiting the duration of campaigns (say, to eight weeks); and prohibiting, for life, lobbying by anyone who has been on a legislative or executive payroll. It would also require overturning Citizens United and mandating that Congress pass a balanced budget, or face an automatic sequester of spending.

It would also require purging the corrosive financialization that has turned the economy into a giant casino since the 1970s. This would mean putting the great Wall Street banks out in the cold to compete as at-risk free enterprises, without access to cheap Fed loans or deposit insurance. Banks would be able to take deposits and make commercial loans, but be banned from trading, underwriting and money management in all its forms.

It would require, finally, benching the Fed’s central planners, and restoring the central bank’s original mission: to provide liquidity in times of crisis but never to buy government debt or try to micromanage the economy. Getting the Fed out of the financial markets is the only way to put free markets and genuine wealth creation back into capitalism.

That, of course, will never happen because there are trillions of dollars of assets, from Shanghai skyscrapers to Fortune 1000 stocks to the latest housing market “recovery,” artificially propped up by the Fed’s interest-rate repression. The United States is broke — fiscally, morally, intellectually — and the Fed has incited a global currency war (Japan just signed up, the Brazilians and Chinese are angry, and the German-dominated euro zone is crumbling) that will soon overwhelm it. When the latest bubble pops, there will be nothing to stop the collapse. If this sounds like advice to get out of the markets and hide out in cash, it is.

David A. Stockman is a former Republican congressman from Michigan, President Ronald Reagan’s budget director from 1981 to 1985 and the author, most recently, of “The Great Deformation: The Corruption of Capitalism in America.”
===========
“The Great Deformation” by David Stockman
http://www.amazon.com/Great-Deformation-Capitalism-Corrupted-Democracy/dp/1586489127

Entrevista em 2/04/2013:
http://www.youtube.com/watch?v=x6hmrk8kvE4

Debate sobre o livro:
http://www.youtube.com/watch?v=TNDXC88po_I

Grato ao Fernando Ulrich pelo envio destas informações.

sábado, 30 de março de 2013

França, de 1983 a 2013: austeridade, ainda que tardia

Mars 1983 – mars 2013, une « trop longue crise »
Françoise Fressoz
Le Monde, 29 Mars 2013

Il y a trente ans, presque jour pour jour, François Mitterrand prenait le tournant de la rigueur après avoir défendu pendant deux ans une politique de relance censée changer la vie.

Jeudi, sur France 2, François Hollande n'a pas pris le tournant de la rigueur pour la simple raison que la rigueur s'est imposée à lui dès le début de son quinquennat. Il n'a pas hésité à l'engager, contrairement à son lointain prédécesseur, parce que le niveau de la dette ne permettait plus à la France de tergiverser.

Mais il a pu mesurer, comme François Mitterrand, le coût politique et social de cette politique de remise en ordre des comptes publics. Comment incarner le progrès et insuffler l'espoir quand les usines ferment, que le chômage explose, que le pouvoir d'achat baisse, que la croissance est en berne et que le déficit de la balance commerciale sanctionne un inquiétant retard de compétitivité ?

Entre mars 1983 et mars 2013, les termes du débat n'ont pas fondamentalement changé : c'est le rapport à l'Allemagne qui est posé, avec en filigrane le décrochage français, qui nourrit une sorte de désespérance et crée dans tout le pays les germes de la division.

Une partie de la gauche crie à la trahison, la droite se radicalise, le Front national réussit une percée locale. Et cette répétition, à trois décennies de distance, est une désespérance supplémentaire.

François Hollande, qui connaît bien son histoire, sent le drame se nouer. Il reconnaît que "la crise a été trop longue". Il injecte autant qu'il le peut des antidotes, se veut rassembleur pour deux et réconfortant pour trois. Il "croit en la grandeur française" et nie que "l'Allemagne soit plus forte que nous".

Il "se bat" pour la croissance et rejette farouchement le mot d'austérité, exactement comme François Mitterrand en mars 1983, mais avec un handicap supplémentaire.

A l'époque, le président socialiste avait reporté tous ses espoirs sur l'Europe qu'il s'était mis à bâtir à coups d'Acte unique et de monnaie unique. François Hollande n'a plus la chance de cette utopie.

L'Europe est l'objet d'un ressentiment croissant. Elle semble paralysée, inerte face à la montée du populisme et incapable d'assurer la prospérité. La relation franco-allemande s'est délitée au point que le président se veut le chef de file des pays du Sud qui se rebellent contre la potion allemande.

François Mitterrand rêvait de faire l'Europe de la croissance en complicité avec l'Allemagne. François Hollande se fixe pour objectif de combattre l'Europe de l'austérité en confrontation avec Angela Merkel. C'est toute la différence.

par Françoise Fressoz


Catégories: Non classé

Agronegocio: o eixo dinâmico da economia brasileira

O artigo é bom, self-praise, mas deixa de identificar e de mensurar, claramente, os fatores positivos e negativos de produtividade e de competitividade do agronegócio nacional.
Paulo Roberto de Almeida

O eixo dinâmico da economia nacional
O Estado de S.Paulo, 30 de março de 2013
Luiz Carlos Corrêa Carvalho *

Alguns dias atrás, neste jornal, o ex-governador de São Paulo José Serra mostrou a sua preocupação com o processo de desindustrialização do País e questionou: "Nada contra a brilhante expansão da produção e da exportação de bens agrominerais. Mas alguém acredita, e demonstra, que, além do papel estratégico na geração de divisas, esse setor poderia tornar-se o eixo dinâmico de um país continental, de 200 milhões de habitantes?". É preciso avaliar isso com cuidado. Em época antecipada de disputa eleitoral, seus comentários foram, provavelmente, uma crítica à falta de políticas públicas nos níveis macroeconômico e industrial. Tais observações, no entanto, fixam em nossa mente a imagem do Brasil como mero exportador de commodities, como algo negativo.

Essa visão clássica, em texto de Evaristo Eduardo de Miranda, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em seu livro recém-lançado Agricultura no Brasil do Século XXI, é desconstruída, pois é atrasada, preconceituosa e revela desconhecimento sobre a importância do agronegócio para a economia nacional. "Para compreender a agricultura brasileira, não basta apresentar números recordes de produção, sempre crescentes. Propalar ideias como 'maior exportador do mundo', disso e aquilo, acaba por esconder a evolução das condições da produção, os impactos e a sustentabilidade. Mais do que quanto, é essencial entender como se produz no Brasil". Para a imensa população brasileira, que luta e vive os riscos no campo, fica a ideia de um setor menos importante.

Há, porém, um discurso comum: o Brasil é competitivo no agronegócio! É importante, no entanto, salientar a enorme evolução havida na tecnologia agroindustrial, graças à inovação, e o empreendedorismo de pequenos, médios e grandes agricultores e indústrias correlatas, nacionais e internacionais. A liderança do agronegócio tropical é brasileira e continuará sendo se depender da lógica das limitações físicas dos países e da competência das organizações de pesquisa atuantes no Brasil. A tecnologia e o nível de manejo contidos em um grão ou em um grama de produto acabado superam, e muito, produtos outros que fazem brilhar os olhos do consumidor desavisado.

A discussão global no século 21 gira em torno das inseguranças alimentar e energética. Ambas definem a paz ou a guerra. Até 2050, mais 2 bilhões de pessoas irão ao consumo, cobrando alimentos e energias produzidas de forma sustentável. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), juntamente com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organização dos países desenvolvidos, convocou o Brasil a responder por 40% da oferta adicional de alimentos. Além do potencial do Brasil em produzir, salta aos olhos do mundo o fato que o País expande constantemente a sua oferta, mesmo retraindo, anualmente, nos últimos dois anos, 2 milhões de hectares. Isso é competitividade!

Há 20 anos, Ney Bittencourt de Araújo criou, com companheiros progressistas, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), entidade do agronegócio que segue o conceito das cadeias produtivas, lançado em Harvard. Os elos da cadeia vão de bens de capital e insumos, passando pela produção agrícola e industrial, indo à distribuição, ao atacado e ao varejo, incluindo as exportações. Isso explica o peso e a importância da agroindústria, do agronegócio, hoje um quarto do produto interno bruto (PIB) brasileiro e responsável por cerca de 1,5 milhão de empregos formais no País.

Ignacy Sachs, cientista internacional e que conhece profundamente o Brasil, comentou na revista Estudos Avançados, da Universidade de São Paulo (USP), que "o País possui a maior biodiversidade do mundo, uma reserva confortável de solos agrícolas (mesmo que não se toque em uma só árvore da floresta amazônica), climas amenos, vantagens naturais do trópico na produção de biomassa, etc. Ao juntar todas essas coisas pode-se partir para a construção de uma nova civilização do trópico, baseada no trinômio biodiversidade, biomassas e biotecnologias".

O sucesso do agronegócio norte-americano ou europeu nos séculos passados já é o do Brasil neste e assim será nos séculos vindouros. E este é o grande diferencial que este século reserva ao Brasil: ser a flor da geopolítica de alimentos e de energia, pelo potencial de oferta; pelos extraordinários e positivos impactos na cadeia produtiva, estímulo às indústrias e agriculturas; pelos resultados da balança comercial; pela descentralização das ofertas e dos investimentos no interior do País; pelo processo contínuo de inovações tecnológicas, que gera competitividade de forma crescente e sustentável.

Nossos governantes separam os negócios em caixas. Privilegiam algumas caixas e há dezenas de anos não investem em logística e infraestrutura. Nosso PIB também vive o pesadelo do limite da tampa da sua caixa, fazendo sofrer a população brasileira, seus investidores e trabalhadores. Tudo isso são barreiras ao agronegócio.

As oportunidades para o Brasil no campo da agroindústria de alimentos são motivo de convocação das entidades globais. No da energia renovável somos liderança apreciada. Afinal, na lei norte-americana de energia, o etanol brasileiro da cana-de-açúcar é considerado avançado e apto para importação. Trata-se de um dos mais importantes convites que o Brasil já recebeu.

A nova fase do mundo, no século 21, mostrará as conquistas da ciência, em particular da biologia e da biotecnologia. Dessa forma, é cada vez mais difícil, mesmo para aqueles com a visão das cercanias das cidades, esconder o sucesso e o futuro do agronegócio brasileiro como um eixo dinâmico, competitivo e gerador de empregos e renda para um país de dimensões continentais.

* Luiz Carlos Corrêa Carvalho é presidente da Associação Brasileira do Agronegócio.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Brics: una sombra pronto seras?

Sem tango, claro...

Retratos dos Brics

28 de março de 2013 | 2h 08
Editorial O Estado de S.Paulo
 
Se quiserem ter mais influência no cenário mundial, os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) precisam, para começo de conversa, organizar com mais eficiência as reuniões de seus dirigentes. O "chá de cadeira" que o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, aplicou à presidente Dilma Rousseff é mais um efeito da desorganização desses países, que almejam ser um grupo de defesa de seus interesses comuns, mas até agora não conseguiram ser mais do que uma mera sigla.
Sem ter nada de concreto a apresentar passados cinco anos de sua primeira reunião de cúpula e vendo frustradas as expectativas dominantes no encontro anterior, de que se tornariam mais relevantes no cenário mundial depois da crise, os Brics ainda procuram algo tangível para se justificar. Na reunião na cidade de Durban, encerrada na quarta-feira, limitaram-se a anunciar a criação de um fundo de reserva que socorrerá seus integrantes em caso de crise de liquidez.
O volume de recursos teoricamente mobilizados para esse fundo - um acordo de reserva de contingência, ou CRA, na sigla em inglês - impressiona. Seu patrimônio inicial é de US$ 100 bilhões. Nenhum dos participantes, porém, terá de transferir dinheiro de suas reservas. Trata-se, na verdade, de um compromisso de que, se um dos membros tiver problemas nas contas externas, os demais colocarão recursos à sua disposição.
Um anúncio desse tipo certamente evitou que a reunião de Durban ficasse marcada como uma espécie de fim de festa dos Brics. Até o início do ano passado, esses países eram apontados como os de maior resistência à crise, mas hoje sentem seus efeitos. A velocidade de crescimento se reduziu em todos, e em particular no Brasil, que cresceu apenas 0,9% em 2012.
Mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que os Brics liderarão o crescimento mundial. "Vamos continuar crescendo, temos um dinamismo maior, temos de aproveitar melhor nossos mercados e nosso comércio", disse. Se o Brasil repetir neste ano o desempenho dos dois anos anteriores, pouco contribuirá para isso.
Para justificar as reuniões do grupo, seus dirigentes tentaram implementar a ideia de criação de um banco de desenvolvimento próprio, o "Banco dos Brics", para apoiar os investimentos nos países em desenvolvimento. Proposta pela Índia no início do ano passado, a criação desse banco vem sendo discutida desde então por representantes dos cinco países.
"Fizemos proposta para que o Banco dos Brics seja constituído em 2014", disse o ministro Guido Mantega. Não parece provável, porém, que os cinco países consigam superar suas divergências em tão pouco tempo.
Além da data de início das operações, as divergências incluem, entre outras questões, o local onde o banco se instalará, o sistema de escolha de sua diretoria e como serão selecionados os países aptos a receber seus financiamentos. O que está certo é que o capital do banco deverá ser fornecido pelos países do Brics, mas muitos deles enfrentam problemas internos que limitam sua capacidade de capitalizar a nova instituição. A Rússia, por exemplo, resiste à proposta de aporte inicial de US$ 10 bilhões de cada país, por considerá-la insuficiente.
A constituição do banco seria um avanço importante dos Brics e contribuiria para consolidar o grupo. Mas as questões que dividem os cinco países a respeito dessa instituição são apenas parte de suas muitas divergências. Em foros internacionais, como a ONU e a OMC, esses países têm assumido posições até conflitantes. Uma simples sigla está longe de ser suficientemente forte para levá-los a superar esses conflitos.
Apesar da descortesia do anfitrião, à qual respondeu retirando-se do local onde se reuniria com ele, a presidente Dilma Rousseff parece ter ficado satisfeita com os resultados do encontro de Durban. Segundo ela, o anúncio do fundo de contingência e a decisão de criar o Banco dos Brics foram "realizações" do Brasil, isto é, de seu governo. É bem possível que sejam, pois, como outras "realizações" de seu governo, também estas continuam no papel.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...