sexta-feira, 26 de abril de 2013

Sete horas para retroceder: Argentina e Brasil andam para tras na integracao

O que se pode destacar nesta curta nota da Agência Brasil, que certamente eludiu, escondeu, disfarçou os embates e contradições entre os dois países? Se não houve nada disso, pior ainda, pois é sinal de ambas presidentes concordam com os retrocessos em matéria de liberalização de comércio e de dirigismo econômico.
Destaco apenas dois curtos trechos, que indicam que as duas concordam em que podem determinar o que devem fazer empresas privadas, e em limitar o comércio bilateral:
1) "Dilma disse que a Vale, que anunciou a retirada de investimento bilionário em potássio na Argentina, "vai encontrar, com o diálogo, o melhor caminho possível com as autoridades" locais."
2) "..novos limites de exportações seriam anunciados".
Mais ainda: "Dilma e Cristina discutiram as exportações de produtos brasileiros, prejudicados por novas medidas cambiais argentinas. As novas regras atingem vários setores, especialmente o agrícola, com a suspensão de licenças automáticas e a criação de cotas de importação, e o automotivo."
Não é uma progresso fantástico?
Paulo Roberto de Almeida

Dura 7 horas reunião de Dilma e Cristina sobre agenda econômica bilateral
 

As presidentas discutiram todos os assuntos da agenda bilateral econômica, que  agora deverão ser aprofundados, em reunião técnica em Montevidéu, no Uruguai.
Dilma disse que a Vale, que anunciou a retirada de investimento bilionário em potássio na Argentina, "vai encontrar, com o diálogo, o melhor caminho possível com as autoridades" locais.
A retirada da Vale de megainvestimento de US$ 6 bilhões, na província de Mendoza, foi um dos temas que geraram mais expectativa com relação à reunião.
O encontro contou com a participação dos ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Antonio Patriota (Relações Exteriores) e de seus pares argentinos, além da secretaria de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, e da presidente da Petrobras, Graça Foster.
O ministro da Agricultura, Norberto Yahuar, disse que houve muitos avanços nos acordos fitossanitários e que novos limites de exportações seriam anunciados.
Dilma reforçou que a resposta às consequências da crise dos países desenvolvidos era a integração.
Estavam em discussão questões econômicas e impasses comerciais, como a possibilidade de venda da unidade da Petrobras no país e investimentos paralisados da Vale. 
Foi o primeiro encontro de Dilma e Cristina após a eleição do presidente do Paraguai, Horacio Cartes. O Paraguai está suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) há dez meses.
As reuniões das presidentas estavam marcadas para o começo de março, mas foram adiadas devido à morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez (em 5 de março). Dilma e Cristina discutiram as exportações de produtos brasileiros, prejudicados por novas medidas cambiais argentinas.
As novas regras atingem vários setores, especialmente o agrícola, com a suspensão de licenças automáticas e a criação de cotas de importação, e o automotivo.
“Nós teremos uma pauta bastante ampla com a Argentina. Nós temos que discutir todas as relações: comerciais, os investimentos, toda a interação entre a economia brasileira e a economia argentina. Nós iremos discutir todos os assuntos”, comentou Dilma. 
Fonte: Agência Brasil
 
 

Turismo: Brasil so ganha em recursos naturais (o que ele nao fez nada para obter...) - World Tourism Report

Relatório do World Economic Forum, o de Davos, lista os países num ranking classificatório do desempenho (competitividade) em matéria de turismo, segundo sua posição numa série de critérios.
No que depende da natureza, que nos foi dada de graça (e o governo ainda não conseguiu estragar totalmente), estamos bem, mas tampouco fizemos algo de muito relevante para preservá-la.
Nos itens que dependem do governo, vamos para os últimos lugares.
Vejam o relatório completo neste link: 
http://www3.weforum.org/docs/WEF_TT_Competitiveness_Report_2013.pdf

e na página 13 a tabela reproduzida seletivamente abaixo: 


Einstein Proved Right on Gravit, Again - Gautam Naik (WSJ)

Parece que Einstein fez uma aposta com Deus; por enquanto está acertando...
Mas, segundo o paradigma de Karl Popper, em algum momento vai ser desmentido, não por Deus, mas por outros cientistas...
Paulo Roberto de Almeida

Einstein Proved Right on Gravit, Again

The Wall Street Journal, April 26, 2013, page A3

Scientists have subjected Albert Einstein's famous theory of gravity to its toughest real-world test so far—and it has prevailed.
The theory, which was published nearly a century ago, had already passed every test it was subjected to. But scientists have been trying to pin down precisely at what point Einstein's theory breaks down, and where an alternative explanation would have to be devised.
Einstein's framework for his theory of gravity, for example, is incompatible with quantum theory, which explains how nature works at an atomic and subatomic level.
Consider that for a black hole, Einstein's theory "predicts infinitely strong gravitational fields and density. That's nonsensical," said Paulo Freire, an astrophysicist at the Max Planck Institute for Radioastronomy in Germany and co-author of the study, which appears in the journal Science.
And so scientists are testing the general theory not because they think it is wrong but because they are certain it can't be the final explanation—just as Isaac Newton's notion of gravitational force was superseded by Einstein's.
Einstein's general theory of relativity states that objects with mass cause a curvature in space-time, which we perceive as gravity. Space-time, according to Einstein's theories of relativity, is a four-dimensional fabric woven together by space and time.
For example, a bowling ball causes a dent in a mattress, and that dent changes the otherwise straight motion of a nearby marble on the same mattress. Similarly, the mass of the sun distorts the space-time around it. A body with less mass, like the earth, travels along one path in that distorted space, which we call its orbit.
Dr. Freire and his colleagues put Einstein to the test in a cosmic laboratory 7,000 light years from earth, where two exotic stars are circling each other. One, known as a white dwarf, is the cooling remnant of a much lighter star. Its companion is a pulsar, which spins 25 times every second. Though the pulsar is just 12 miles across, it weighs twice as much as the sun.
"When you have such a big mass in such a small space you have extremely high gravity," said Charles Wang, a theoretical physicist at the University of Aberdeen, Scotland, who wasn't involved in the study.
The gravity on the pulsar's surface is 300 billion times as great as the gravity on Earth. The conditions there approach the relentless, overwhelming power of a black hole, which swallows even light.
"We're testing Einstein's theory in a region where it has never been tested before," said Dr. Freire.
The pulsar and white dwarf pair emit gravitational waves and the binary star system gradually loses energy. As a result, the stars will move closer to each other and orbit faster. Einstein's theory suggests the stars' orbital periods—the time they take to go around each other—ought to shrink by about eight-millionths of a second per year.
Dr. Freire's and his colleagues used several telescopes to take precise measurements of the two-star system. Their results perfectly matched the Einstein-based prediction.
Though Einstein's framework remains intact so far, "the study is significant for the way observations by astronomers are helping to identify new, extreme cases" to test his general theory of gravity, said Dr. Wang.
Einstein's theory was first—and dramatically—confirmed during a solar eclipse within four years of its publication, making him an instant celebrity. When asked how he would have felt if he had been proven wrong, Einstein replied: "I would have felt sorry for the Lord. The theory is correct."
Write to Gautam Naik at gautam.naik@wsj.com
A version of this article appeared April 26, 2013, on page A3 in the U.S. edition of The Wall Street Journal, with the headline: Einstein's Theory Proved Right—Again.

Boletim Mundorama - Chamada para artigos

Acredito que se trata de uma boa oportunidade para os jovens acadêmicos. Além das recomendações abaixo, eu recomendaria também fazer atenção ao estilo e correção do texto...
Paulo Roberto de Almeida


O Boletim Mundorama (http://www.mundorama.net), publicação digital do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília - iRel-UnB recebe contribuições de professores universitários, pesquisadores e estudantes de pós-graduação na forma de artigos de análise de conjuntura, resenhas de livros e notas sobre eventos na á era de Relações Internacionais. 

Mundorama é uma abordagem ágil sobre os temas da agenda internacional e da política externa brasileira. A iniciativa divulga análises de conjuntura, notas técnicas, teses de doutorado, dissertações de mestrado, artigos científicos, relatórios de pesquisa, notícias de eventos e notícias sobre o acervo em formato digital de periódicos especializados. Tudo desenvolvido em uma abordagem não-exaustiva, mas cuidadosa e atenta aos rumos do desenvolvimento da comunidade especializada em Relações Internacionais no Brasil.

Como publicar
O Boletim Mundorama publica artigos de análise de conjuntura e resenhas de livros, além de notícias sobre eventos e processos seletivos;
As contribuições na forma de artigos e resenhas de livros devem conter cerca de 7.000 caracteres, incluindo espaços, e devem ser submetidas em arquivo .doc ou compatível;
As contribuições podem ser submetidas em português, inglês ou espanhol;
Todas as contribuições na forma de artigos e resenhas de livros serão submetidas a arbitragem científica. O processo de análise editorial se estende por cerca de 5 (cinco) dias úteis e as contribuições aprovadas são imediatamente publicadas;
Envie arquivo gerado em editor de textos universal no formato doc para admin@mundorama.net. Observe estritamente estas normas de colaboração e indique no campo “Assunto” – Contribuição para Mundorama;
As contribuições para as seções Artigos e Resenhas de Livros devem conter o nome completo do autor, sua titulação e filiação institucional;
As notícias de eventos (como seminários, cursos, workshops, seleções para pós-graduação etc) devem ser submetidas em arquivo .doc ou compatível e podem seguir o modelo que se acessa aqui;
Os livros resenhados para a seção Resenhas devem ter sido publicados no Brasil no máximo até o ano anterior;
No caso de resenhas de livros, devem ser informados os dados completos e o ISBN da obra analisada;
Não devem ser usadas notas de rodapé ou de final de texto. No caso de citação de bibliografia, usar o sistema Chicago (Autor, data), referenciando a literatura citada ao final do artigo, em ordem alfabética, como se vê abaixo:

Artigos

Sobrenome do autor (em Caixa Alta);  b) Nome do autor c) Ano da publicação (entre parênteses); d) Título do artigo (entre aspas); e) Título do periódico (em itálico); f) Volume e número do periódico; g) Número das páginas.

Exemplo: CERVO, Amado Luiz (2008). “Conceitos em Relações Internacionais”. Revista Brasileira de Política Internacional, vol. 51, nº 2, pp. 8-25, 2008.

Livros

Sobrenome do autor (em Caixa Alta); b) Nome do autor; c) Ano da publicação (entre parênteses); d) Título do livro (em itálico); e) Número da edição (caso não seja a primeira); f) Cidade da publicação; g) Editora.

Exemplo: CERVO, Amado Luiz (2008). Inserção internacional: formação dos conceitos brasileiros. 1. ed. São Paulo: Saraiva,  297 p.

Documentos eletrônicos

Sobrenome do autor (em Caixa Alta); b) Nome do autor; c) Ano da publicação (entre parênteses); d) Título do trabalho (em itálico); e) URL da publicação; f) Data de acesso.

Exemplo:  PROCÓPIO, Argemiro. A hidropolítica e a internacionalização amazônica. Disponível em: [http://mundorama.net/2007/09/13/a-hidropolitica-e-a-internacionalizacao-amazonica/]. Acesso em: 18/09/2007.

Diplomacias e diplomatas: qualquer semelhanca...


Diplomacia sem gás
Por Pedro Luiz Rodrigues
25/04/2013

Nos postos de comando das relações internacionais, como em qualquer área de exercício de poder, não há espaço para gente que não sabe bem o que quer ou para onde vai.  A chefia da diplomacia exige mais do que a mera capacidade de se inteirar da agenda ou de ler discursos preparados pela assessoria. É uma área na qual verdadeiros líderes são necessários; capazes de pensar e formular, mas, não menos importante, capazes também de agir com firmeza e agilidade.

A diplomacia conduzida sem vigor e entusiasmo não produz os resultados que dela são esperados. Limitada ao rame-rame, ao insosso, deixa-se de tratar do que é relevante, da busca de novas formas de inserção global num mundo em rápida transformação.


Estou é claro, falando da Baronesa Catherine Ashtom, a titular da área de relações exteriores e defesa da União Européia. Quando há três anos e meio se pensou no nome da parlamentar trabalhista britânica para o cargo, acreditava-se que ela acrescentaria peso à política externa europeia. Ao contrário, em momento internacional delicadíssimo a EU continua buscando formas de ganhar influência diplomática.  Seus próprios assessores reclamam que ela não sabe delegar e não tem uma agenda política, observou Christoph Shult, em recente artigo em Der Spiegel.

A pobre da baronesa tem sofrido horrores. As crises continuam a pipocar, e a União Europeia reage a cada uma delas com incrível alentidão. Quando a Primavera Árabe eclodiu, os governos europeus tiveram de insistir várias vezes com ela antes de sua decisão de  viajar ao Cairo. Quando a crise no Mali estourou, foi a França que tomou  a decisão de intervir.

Segundo observou Shult, os países grandões da União Europeia – que preferem tomar unilateralmente suas decisões - não têm facilitado a vida para Ashtom. Os países-membros se metem o quanto podem com o staff em diversas situações, inclusive quando se trata de designar embaixadores europeus para servir  no exterior.

Mas a Sra. Ashtom não terá futuro longo. Já á muita gente de olho em seu cargo. Ela não está nem aí e já deixou claro que nele não continuará por muito tempo.

Republica Federativa da Promiscuidade: o capitalismo estatal do Brasil - Demetrio Magnoli


Eike, emblema e indício

25 de abril de 2013 | 2h 05
Demétrio Magnoli *
Eike Batista valia US$ 1,5 bilhão em 2005, US$ 6,6 bilhões em 2008, US$ 30 bilhões em 2011 e US$ 9,5 bilhões em março passado, depois de 12 meses em que seu patrimônio encolheu num ritmo médio de US$ 50 milhões por dia. Desconfie das publicações de negócios quando se trata do perfil dos investimentos de grandes empresários. Apenas cinco anos atrás uma influente revista de negócios narrou a saga de Eike sem conectá-la uma única vez à sigla BNDES. Mas o ciclo de destruição implacável de valor das ações do Grupo X acendeu uma faísca de jornalismo investigativo. Hoje o nome do empresário anda regularmente junto às cinco letrinhas providenciais - e emergem até mesmo reportagens que o conectam a outras quatro letrinhas milagrosas: Lula.

A história de Eike é, antes de tudo, um emblema do capitalismo de Estado brasileiro. Durante o regime militar, Eliezer Batista circulou pelos portões giratórios que interligavam as empresas mineradoras internacionais à estatal Vale do Rio Doce. Duas décadas depois seu filho se converteu no ícone de uma estratégia de modernização do capitalismo de Estado que almeja produzir uma elite de megaempresários associados à nova elite política lulista.

"O BNDES é o melhor banco do mundo", proclamou Eike em 2010, no lançamento das obras do Superporto Sudeste, da MMX. O projeto, orçado em R$ 1,8 bilhão, acabava de receber financiamento de R$ 1,2 bilhão do banco público de desenvolvimento, que também é sócio das empresas LLX, de logística, e MPX, de energia. No ano seguinte o banco negociou com o empresário duas operações de injeção de capital no valor de R$ 3,2 bilhões, aumentando em R$ 600 milhões sua participação na MPX e abrindo uma linha de crédito de R$ 2,7 bilhões para as obras do estaleiro da OSX, orçadas em pouco mais de R$ 3 bilhões, no Porto do Açu, da LLX. Hoje o endividamento do Grupo X com o banco mais generoso do mundo gira em torno de R$ 4,5 bilhões - algo como 23% do seu valor total de mercado.

"A natureza sempre foi generosa comigo", explicou Eike. "As pessoas ricas foram as que mais ganharam dinheiro no meu governo", explicou Lula. A política, não a economia, a "natureza" ou a sorte, inflou o balão do Grupo X. Dez anos atrás o BNDES não era "o melhor banco do mundo". Alcançou essa condição por meio de uma expansão assombrosa de seu capital deflagrada no final do primeiro mandato de Lula da Silva. A mágica sustentou-se sobre o truque prosaico da transferência de recursos do Tesouro Nacional para o BNDES. O dinheiro ilimitado que irrigou o Grupo X e impulsionou uma bolha de expectativas desmesuradas no mercado acionário é, num sentido brutalmente literal, seu, meu, nosso, dos filhos de todos nós e das crianças que ainda não nasceram, mas pagarão a conta da dívida pública gerada pela aventura do empresário emblemático.

Eike é emblema, mas também indício. A saga da célere ascensão e do ainda mais rápido declínio do Grupo X contém uma profusão de pistas, ainda não exploradas, das relações perigosas entre o círculo interno do lulismo e o mundo dos altos negócios.

Na condição de "consultor privado", em julho de 2006 o ex-ministro José Dirceu viajou à Bolívia, num jatinho da MMX, exatamente quando o governo de Evo Morales recusava licença de operação à siderúrgica de Eike. Nos anos seguintes, impulsionado por um fluxo torrencial de dinheiro do BNDES, o Grupo X atravessou as corredeiras da fortuna. Durante a travessia, em 2009 o empresário contou com o beneplácito de Lula para uma tentativa frustrada de adquirir o controle da Vale, pela compra a preço de oportunidade da participação acionária dos fundos de pensão, do BNDES e do Bradesco na antiga estatal. Naquele mesmo ano o fracasso de bilheteria Lula, o Filho do Brasil, produzido com orçamento recordista, contou com o aporte de R$ 1 milhão do empreendedor X.

A parceria entre os dois "filhos do Brasil" não foi abalada pela reversão do movimento da roda da fortuna. Em janeiro passado, a bordo do jato do virtuoso empresário, Eike e o ex-presidente visitaram o Porto do Açu. O tema do encontro teria sido um plano de transferência para o Açu de um investimento de R$ 500 milhões de um estaleiro que uma empresa de Cingapura ergue no Espírito Santo. Em março, depois que Lula lhe recomendou prestar maior atenção às demandas dos empresários, Dilma Rousseff reuniu-se com 28 megaempresários, entre eles o inefável X. Dias depois, numa reunião menor, a presidente e um representante do BNDES se teriam sentado à mesa com Eike e seus credores privados do Itaú, Bradesco e BTG-Pactual.

Equilibrando-se à beira do abismo, o Grupo X explora diferentes hipóteses de resgate. O BNDES, opção preferencial, concedeu um novo financiamento, de R$ 935 milhões, à MMX e analisa uma solicitação da OSX, de créditos para a construção de uma plataforma de petróleo. Entrementes, diante da deterioração financeira do "melhor banco do mundo", emergem opções alternativas. No cenário mais provável, o Porto do Açu seria resgatado por uma série de iniciativas da Petrobrás e da Empresa de Planejamento e Logística. A primeira converteria a imensa estrutura portuária sem demanda em base para a produção de petróleo na Bacia de Campos. A segunda esculpiria um pacote de licitações de modo a ligar o porto fincado no meio do nada à malha ferroviária nacional, assumindo os riscos financeiros da operação.

No registro do emblema, a vasta mobilização de empresas estatais e recursos públicos para salvar o Grupo X pode ser justificada em nome da "imagem do País no exterior", como sugere candidamente o governo, ou da proteção da imagem do próprio governo e de seu modelo de capitalismo de Estado, como interpretam as raras vozes críticas. No registro do indício, porém, o resgate em curso solicitaria investigações de outra ordem e de amplas implicações - que, por isso mesmo, não serão feitas.
* Demétrio Magnoli é sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP. E-mail:demetrio.magnoli@uol.com.br.

Educacao pela imagem: a verdadeira historia do socialismo...

Dois videos, que podem ajudar a compreender boa parte da terrível trajetória da humanidade no século 20: 



Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...