terça-feira, 8 de outubro de 2013

Across the whale in a month (18): approaching the finish line

Chuva, chuva, temporais, tempestades, tornados e sabe-se lá o que mais.
Até Memphis, nossa viagem foi isenta de maiores emoções estradeiras, a não ser belas paisagens de montanhas, de desertos, de florestas, e aquela sucessão de McDonalds e BurguerKings pelas vias de acesso, quando se tratava de parar para gasolina, refrescos e alguma alimentação.
Até ali, sábado 5 de outubro, Carmen Lícia e eu já tínhamos feito mais de 6 mil milhas de viagem (ou seja, quase 10 mil kms), sem nenhum problema para o carro ou surpresas.
Domingo, sem que eu fizesse grande questão, lá fomos seguir aquela massa de americanos caipiras na visita a Graceland, a mansão kitsch de Elvis Presley. Eu, na verdade, não fazia nenhuma questão de ver aquelas coisas bregas, de quem passa (até hoje), por ser um ídolo do rock americano, amado por gerações (hoje de idade avançada, em sua maior parte) de fãs do gênero, em todo o mundo, especialmente nesse interior caipira dos EUA.
Enfim, dispenso-me de maiores comentários. Carmen Lícia pode comprar seus cacarecos presleyanos, fazer suas fotos daquelas coisas, e depois lá tocamos para a estrada.
Eu tinha resolvido acelerar o final da viagem, para poder estar em Princeton na terça-feira, dia 8, para ouvir Mario Vargas Llosa e Enrique Krauze. Carmen Lícia estava inteiramente de acordo, já que a travessia do que chamamos de caipirolândia é realmente muito chata.
Enfim, tem quem goste.
Nashville, por exemplo, ainda no Tennessee, é a capital da música country, vocês sabem, aquela coisa de Johnny Cash, e outros ainda mais bregas. Eu gosto do Willy Nelson, tanto que ouvi várias de suas músicas que tenho gravadas, nas centenas de quilômetros que vamos consumindo no carro sob todas as formas: radios locais, radio de internet, música do iPhone, pendrives carregados de músicas e algumas CDs levados e comprados aqui e ali (inclusive um com músicas do Ray Charles, que eu não conhecia, que comprei num correio de Santa Barbara).
Os imprevistos começaram justamente no domingo 6 de outubro, ao sairmos de Memphis, já depois do almoço.
Não foi possível parar em lugar nenhum, salvo o estritamente necessário para abastecer o carro, pois o dilúvio do Noé se abateu sobre nós.
Praticamente durante nove horas seguidas de viagem, durante 550 milhas (900 kms), viajamos sob chuva forte e muitos ventos.
Ufa! Conseguimos chegar ao final do Kentucky, depois de atravessar os dois estados sob chuva torrencial.
Segunda-feira, já sem chuva, foi outra corrida infernal: quatro estados (desde o Kentucky, passando por West Virginia, Maryland e Pennsylvania), até chegarmos a Nova Jersey, o que faz o quinto estado, mais exatamente em Princeton, onde chegamos tarde da noite: foram mais 563 milhas de estradas bastante boas, mas com inúmeros pontos de consertos e conservação, o que diminuiu o ritmo de viagem, onze horas, praticamente, contando as paradas para descanso e alimentação.
Carmen Lícia continuou fazendo muitas fotos das paisagens.
No caminho, paramos em Charleston, capital da West Virginia, que ainda não conhecíamos.
Foi inevitável comprar alguns livros, numa livraria do centro histórico.
Comprei o último do Nial Ferguson: The Great Degeneration, que andava namorando desde algum tempo, mas que esperava para comprar no Abebooks, por um punhado de dólares. Bem, custo pouco mais de 21 dólares, o que achei razoável. Carmen Lícia comprou vários de seu interesse: China, Oriente Médio, budismo, etc.

Aliás, enquanto eu percorrendo as estantes da Taylor Bookshop, na Capitol Street, estava pensando em quantos livros eu já acumulei em minha existência livresca. Já nem sei mais contar. Deixei milhares no Brasil, e só trouxe algumas centenas para os Estados Unidos.
Desde que chegamos, já comprei algumas dezenas, e só nesta viagem, em que procurei ser comedido, devo ter comprado dez ou doze. Carmen Lícia foi mais gulosa do que eu: o porta-malas do carro, o banco de trás, está cheio de livros dela; com razão, ela consegue ler mais do que eu.

Mas estive pensando em uma série que pretendo escrever, sobre livros, obviamente.
Já brinquei comigo mesmo, dizendo que, entre todos os livros que acumulei, e todos aqueles que não tenho mas que me interessam, e e que estão nas bibliotecas, nas livrarias, e os que ainda não foram publicados, mas que pretendo ler um dia, entre todos esses, sua leitura me exigiria mais uns 150 anos de vida, no meu estilo de leitura: cada linha, pensando, anotando, refletindo, eventualmente copiando citações para usar em trabalhos, para completar pesquisas, enfim, apenas pelo prazer de ler e guardar frases ou análises memoráveis.
Acho que não vai dar: 150 anos a mais acho que é um pouco exagerado, então vou ter de encurtar o processo.
Estou pensando em começar uma série, que intitulo, provisoriamente, de
Livros para ler Até o Fim dos Dias...
Nela, pretendo percorrer cada um dos livros ao meu alcance, e fazer uma anotação breve, ao estilo das minhas miniresenhas (mas provavelmente um pouco maiores, de duas páginas, aproximadamente), resumindo o livro, sem precisar ler linha por linha. Minha capacidade de absorção e de apreensão dos meus livros me permitiria fazer isso, o que seria até útil para ler apenas os que ainda valem a pena de serem lidos inteiramente.
Bem, vou começar com os que tenho em Hartford, e recolher mais alguns em Brasília, numa próxima ida.
O problema, como sempre, é guardar todos eles.
Já não tenho mais estantes disponíveis no apartamento. Vou precisar comprar mais.
Loucura infinita...
Paulo Roberto de Almeida
Princeton, 8 de outubro de 2013

Woody Allen em Caracas, mas nao para uma comedia romantica, ao contrario...

"Bananas" é, possivelmente, o PIOR filme do jovem Allen, ainda cheio de estereótipos sobre a América Latina, misturando Cuba, México, o resto da América Central, enfim, uma confusão dos diabos e um filme horroroso, para chorar de raiva, não de riso.
Pois bem, o filme "Bananas" ainda parece bem melhor do que a comédia horrorosa que se passa atualmente na Venezuela, para chorar de desespero, pelo menos os venezuelanos, coitados.
Um dia os venezuelanos ainda vão rir do ridículo que estão passando. Por enquanto é viver no desespero...
Paulo Roberto de Almeida

Uma farsa atrás da outra

06 de outubro de 2013 | 2h 08
Editorial O Estado de S.Paulo
Parecia uma cena copiada de Bananas, a clássica comédia de Woody Allen, filmada em 1971, sobre golpes e revoluções na América Latina, em que o autor interpreta um impagável Fidel Castro. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, surge em rede nacional de TV para anunciar, em meio a um patriótico discurso comemorativo de uma batalha travada há 200 anos no norte do país, a expulsão de três diplomatas americanos. Ele os acusa de "fazerem ações (sic) para sabotar o sistema de eletricidade" nacional. E apela para o velho mote: "Yankees, go home!".
Na Venezuela chavista, diferentemente da máxima de Marx de que a história se repete primeiro como tragédia, depois como farsa, a história oficial é uma sequência interminável de farsas. Em março, pouco antes de comunicar a morte do caudilho a quem havia sucedido ainda em vida, Maduro mandou expulsar dois adidos militares dos Estados Unidos, sob a acusação de urdir "planos desestabilizadores". Na semana passada, deixou de participar da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, alegando riscos à sua "integridade física".
O trio inclui a principal enviada de Washington a Caracas, a encarregada de negócios Kelly Keiderling. Desde 2010, as respectivas representações estão sem embaixadores, embora os EUA sejam o maior comprador do petróleo venezuelano. Antes de se ir, a diplomata tomou a incomum iniciativa de convocar uma entrevista para responder à delirante versão de que ela e seus dois colegas haviam instigado atos de sabotagem contra o sistema elétrico venezuelano, além de repassar fundos à oposição, tendo em vista as eleições municipais de 7 de dezembro próximo no país.
O governo americano reagiu conforme o protocolo. Repeliu a invencionice contra os seus representantes e expulsou igual número de diplomatas venezuelanos. Com isso, esfumam-se as irrealistas expectativas de que a morte de Chávez pudesse levar a uma distensão das relações bilaterais, depois de 14 anos de ataques do bolivariano ao "maldito império del dólar", com o qual nunca deixou de fazer negócios.
Mas, como sempre, tudo vale na tentativa de jogar areia nos olhos do povo e impedir que o partido do regime se saia mal no pleito que se aproxima - e que Maduro considera um referendo sobre a sua gestão. Ela tem sido um completo desastre. Nada, rigorosamente nada, melhorou para os venezuelanos desde a eleição encharcada de fraudes do antigo vice de Chávez, em abril último. A rigor, quase tudo piorou. Segundo o Banco Central da Venezuela, o desabastecimento subiu para 20%, puxado pelos bens de consumo cotidiano - do leite ao papel higiênico. A inflação é da ordem de 40%, a mais alta da América Latina.
No paralelo, o dólar vale 42 bolívares, ante 6,3 no oficial. O volume das reservas em moeda forte desceu ao menor nível em nove anos, amputando a capacidade do país de importar gêneros de primeira necessidade, pagando em dólar. A criminalidade, a corrupção e os apagões seguem o seu curso habitual. Assim também as farsas. Maduro fala em adotar "medidas especiais" contra os meios de comunicação que estimulariam a corrida aos supermercados ao abordar a crise de escassez no país.
Seria um caso típico da proverbial profecia que se cumpre por si mesma, não fosse por um detalhe que desmancha a teoria conspiratória da "guerra psicológica contra a segurança alimentar do povo", no dizer de Maduro. Vários periódicos, sobretudo no interior, tiveram a circulação suspensa ou simplesmente fecharam por falta de tinta e papel de impressão. "O governo acusa os empresários privados de provocar desabastecimento", protestou o presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da SIP, o uruguaio Claudio Paolillo. "Mas omite a falta de insumos para a publicação de jornais, sendo o único responsável por permitir sua importação." Maduro quer evitar a todo custo que o desabastecimento se torne tema da campanha eleitoral, constata o sociólogo venezuelano Luis Vicente León. "Por isso, ameaça a imprensa com a censura ou a autocensura."

A frase da semana: afinidades eletivas dos companheiros

“A esquerda brasileira sempre teve profunda identificação ideológica com Chávez, como o chavismo na Venezuela”.


José Guimarães, líder do PT na Câmara.

Está tudo explicado, então: eles são tão fascistas quanto o foi o finado coronel, que tinha o DNA do Mussolini.
Será que vão levar o Brasil para o mesmo desastre econômico da Venezuela?
Questão em aberto...

Brasil: crescimento padrao companheiros: mediocre, declinante, desquilibrado...

E deficitário também.
Eles conseguiram, finalmente, chegar ao seu próprio padrão, sem ajuda chinesa, sem estímulos da economia mundial, apenas com a própria incompetência da política econômica governamental...
Paulo Roberto de Almeida

FMI reduz a projeção de crescimento do Brasil em 2014 para 2,5%

Segundo as projeções, Brasil terá o menor crescimento entre países emergentes; para 2013, a previsão foi mantida em 2,5%

08 de outubro de 2013 | 10h 01
Altamiro Silva Júnior, enviado especial da Agência Estado
WASHINGTON - O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve a projeção de crescimento do Brasil em 2013, mas reduziu a de 2014. Os economistas do Fundo seguem apostando que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 2,5% este ano, de acordo com o relatório Perspectiva Econômica Global, divulgado nesta terça-feira (8) pelo Fundo no início de sua reunião anual. A estimativa é a mesma que havia sido divulgada em julho. Mas, para o ano que vem, a projeção anterior de alta de 3,2% do PIB foi reduzida para 2,5%.
Se o crescimento de 2,5% se confirmar em 2014, este será a menor alta entre os emergentes. Apesar de a projeção ter sido cortada, a Índia deve crescer 5,1% em 2014 e 3,8% em 2013. As projeções para o PIB da China também foram reduzidas e o documento diz que o país asiático terá nos próximos anos um ritmo menos intenso de crescimento do que vinha registrando. Em 2013, a previsão de crescimento da economia baixou de 7,8% para 7,6%. No ano que vem, foi reduzida de 7,7% para 7,3%.
No caso da Rússia, o PIB deve crescer 3% em 2014 e 1,5% em 2013. O documento ainda calcula uma alta de 2,9% da economia da África do Sul em 2014 e de 2% em 2013.
Os países emergentes, ressalta o FMI, estão registrando crescimento menor e devem contribuir menos com o avanço do PIB mundial este ano e nos próximos. As taxas de expansão destes mercados estão em torno de três pontos porcentuais abaixo do que eram em 2010, com Brasil, Índia e China respondendo por dois terços do declínio. No caso do Brasil e Índia, o relatório destaca que parte da desaceleração deve-se a uma infraestrutura insuficiente, que limita uma maior expansão da atividade, além de questões regulatórias.
A América Latina deve crescer 2,7% este ano e 3,1% no próximo, nos dois casos uma redução de 0,3 ponto porcentual ante a estimativa divulgada em julho. O México deve se expandir apenas 1,2% este ano. O país teve o maior corte na estimativa do PIB em 2013 no relatório de hoje, com redução de 1,7 ponto.
Manutenção da projeção
Foi a primeira vez em mais de um ano que o FMI manteve a projeção de crescimento brasileiro para 2013, já que o número vinha sendo reduzido a cada novo relatório com estimativas econômicas do Fundo desde meados do ano passado. Para 2014, a redução de 0,7 ponto porcentual na projeção do PIB brasileiro foi a maior entre os principais países com números divulgados hoje pelo FMI.
No relatório, o FMI destaca que a recuperação da economia brasileira deve continuar em ritmo moderado, ajudada pela alta do dólar e pelo consumo, além das políticas de estímulo do governo para incentivar o investimento. Mas o documento chama atenção para o fato de que a inflação alta pode pesar no desempenho do varejo ao reduzir o poder de compra da população. Incerteza política e problemas pelo lado da oferta também podem continuar a prejudicar a atividade econômica.
Em meio à inflação ainda alta, o FMI diz que o Brasil pode precisar elevar novamente os juros. "Em um grupo de países, incluindo Brasil, Índia e Indonésia, um maior aperto (na política monetária) pode ser necessário para fazer face à continua pressão inflacionária vinda da limitação da capacidade produtiva e que deve ainda ser reforçada pela recente depreciação da moeda", afirma o documento, que reserva boa parte de sua análise para descrever a desaceleração econômica dos mercados emergentes - movimento que acabou acontecendo em intensidade maior do que se esperava.
O FMI estima que o índice de preços ao consumidor vá subir 6,3% este ano no Brasil e 5,8% no próximo. O déficit da conta corrente deve ficar em 3,4% e 3,2%, respectivamente neste ano e no próximo. Já para a taxa de desemprego a previsão é de 5,8% e 6%. Ainda sobre o Brasil, o FMI alerta que a política fiscal do País precisa ser reforçada com urgência, dado o alto nível de endividamento.

Neomalthusianos ecologicos podem acabar com o reinado dos companheiros- Jorge Hori

O título é meu, mas o resto é desse excelente analista político, que me foi apresentado por meu amigo Mauricio David.
Paulo Roberto de Almeida

Ruptura definitiva
Blog do Jorge Hori, 7/10/2013
O que mais está assustando os petistas não foi apenas a coligação de Marina Silva com Eduardo Campos, mas o seu discurso. Ressentida, revoltada e indignada apesar da fala leve e mansa do seu discurso.
O grande golpe perpetrado por Lula e pelo PT, percebendo as falhas de Marina Silva e seus adeptos ou simpatizantes na coleta das assinaturas foi valer-se da lei para tirá-la do jogo.
Deixando de ser candidata, a maioria dos seus quase 20 milhões de eleitores votaria preferencialmente em Dilma e uma grande parte não votaria em Aécio Neves ou em qualquer outro candidato do PSDB. 
Petista de carteirinha não vota em tucano de jeito algum. E uma grande parte dos eleitores marinistas eram oriundos do PT. 
Sem Marina Silva na disputa voltariam a votar no PT, propiciando a Dilma uma vitória no primeiro turno. Se, porventura, a eleição fosse para o segundo turno, Eduardo Campos também voltaria à aliança com o PT, deixando Aécio Neves isolado.
De qualquer forma sem Marina Silva na disputa, a reeleição de Dilma estaria assegurada.

Mas o golpe petista, acabou resultando num "tiro no pé".

Marina Silva levou ao "pé da letra" a famosa frase que teria sido proferida por Getúlio Vargas que já aqui usamos: "para os amigos tudo, para os inimigos o rigor da lei".

Percebeu a sua ingenuidade no processo de coleta das assinaturas, porque não aceitou os alertas de que os cartórios estavam tendo atividades suspeitas. Preferiu acreditar na lisura e na seriedade dos Cartórios Eleitorais, da mesma forma que foram defendidos por Carmem Lúcia.

Mas ao perceber a efetividade do golpe, aceitou-o como uma guerra não declarada e manifestou-a publicamente.

O seu discurso é de ruptura definitiva com o PT. Entendeu que foi tratada como inimiga e como inimiga agora que destruir o contendor. Sentiu-se traida na confiança.

Engajou-se no movimento "chega de PT", aliando-se a Eduardo Campos e, indiretamente, com Aécio Neves.

Quer acabar com a hegemonia do PT e o chavismo.

O seu discurso sublminar aos marineiros é "não votem mais no PT": ele é nosso inimigo.

Ou para não ser tão radical: "ele nos trata como inimigos". 

É só ver as manifestações colocadas na rede social. Que não tem a diplomacia ou educação de Marina.

Apesar disso muitos continuarão votando no PT, por tradição e sedução. 

E  Marina aliando-se a Eduardo Campos oferece uma alternativa a quem não quer votar em Aécio Neves, um tucano.

Sem os votos de grande parte dos marineiros, principalmente os jovens Dilma terá grande dificuldade de vencer no primeiro turno, embora possa ter mais votos que cada um dos demais individualmente.

Indo para o segundo turno terá que enfrentar a aliança dos "chega de PT", que terá maior possibilidade de vitória.

O golpe do PT tornou uma vitória de Dilma que parecia certa, com o afastamento de Marina Silva do jogo, em mais problemática.

Terá que cuidar muito da sua reação e dos lances seguintes, para arrumar os estragos e não piorar a situação.
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A strategic response

The Brazilian electoral-political framework is not easy to be understood by foreigners.

The Workers' Party (PT) has been in power since 2003, with the election of a trade unionist, Lula, that even outside the formal power since January 2011, is still the main leader of the PT and governs its actions.

The PT was formed out of opposition to the military dictatorship, along with the then MDB (Brazilian Democratic Movement). From it, by splitting, arose PSDB (Brazilian Social Democracy Party).

Lula, after two terms, successfully led the election of Dilma Rousseff, and also repeated the feat managing to elect an almost electorally unknown as Mayor of the City of São Paulo, and intends to repeat the miracle in the next election for Governor of the State of São Paulo.
There’s a gossip that he may have said “If I wish I can make even a pole elect”…

His main goal now is to have Rousseff reelected, to maintain political hegemony for another 4 years, after which he, personally survive and if there is no other strong candidate of the PT, will run for election. In Brazil there is possibility of reelection for another term and there is no impediment for a former president to run again.

But over and above this, his goal under personal idiosyncrasy is to avoid that the PSDB, former ally against the military dictatorship, return to power.

There are no major programmatic differences between the two parties, but in the way to participate in the elections and how to conduct government.
There is a deep hatred of the historical “petistas”, against the former President Fernando Henrique Cardoso to have delayed the conquest of power by the PT. They still think that FHC betrayed them and took the place that should be of Lula in 1996, when he was first elected, defeating Lula.
Even having defeated the PSDB candidate in 2002, the deadly hatred continues, despite this party being always divided and not having a strong candidate to face the current President.

DilmaRousseffwas living in a tranquil perspective of re-election, based on the votes of the poor that PT benefits from social programs, but two facts undermined her position: the resurgence of inflation, which the people call the “carestia” (sort of "famine" - rising of prices of what one has to buy) and then large demonstrations in the streets of major cities, initiated by angry young people, but that mobilized the urban middle class.

The poorest were only as the spectators, but all have an obligation to vote. This is the trump card of the PT, which has greater ability to affect the hearts and minds of the poorestvoters.

But in the midst of these demonstrations the people found a third figure, characterized by honesty and distune with the set of Brazilian politicians, almost all "tail stuck" and defenders of the status quo and their privileges:
Marina Silva, a former rubber tapper, advocate of environmental causes and Evangelical, a PT member from its beginning, believing in the innovative and ethical propositions of the party. When it abandonedits ethical proposals, she left the party and in the last elections in 2010, reached 20 million votes.

By becoming an alternative to the presidential election she was seen as a PT enemy, and Lula acted to derail her candidacy.
Taking advantage of amateurism in mounting her party, the “Rede” (Network), Lula maneuvered so that the Regional Electoral Registrars retain the confirmation of registration forms in the party, and got the Electoral Court reject, on grounds of legal bureaucracy, the record of her new party.

She was left with two basic options: join another party to keep her candidacy for president, in this case preferably the PPS (Popular Socialist Party), former Brazilian Communist Party, still leftist, but allied to the opposition to the Government. Or quitting the application while maintaining a programmatic coherence and continue the struggle to legalize her party, became clandestine.

That was the main hope of the PT, taking her out of the electoral race, so as not to disturb the re-election of Rousseff.

But surprisingly, she adopted a third way, more threatening to Dilma: she  teamed up with one of the alternative candidates against re-election of Rousseff, Eduardo Campos, Governor of the State of Pernambuco and president of his party, the PSB (Brazilian Socialist Party).

Until recently a member of the governing coalition, the PSB dissented with PT and aims to be an alternative to the dichotomy PT x PSDB.

Marina Silva entirely shuffled the framework of electoral competition, and was a strategic move to counterattack the PT moves to derail her candidacy.
No longer will be presidential candidate, but strengthens an alternative candidate.
She did exactly what the PT did not want and did not desire.
Treated as "enemy" by PT she hit back.

But the game continues and there is still exactly one year to the elections.


Anyway, the positions on the chess board changed and Rousseff now has two strong opponents, Campos, PSD, and AécioNeves, PSDB, that will play combined, but in different fronts, with a common goal: wear out Roussef’s popularity.

Brasil: universidades padrao companheiros? A queda da USP era esperada- Editorial Estadao

A USP sai da elite mundial

Editorial/OESP/08out13
Dois anos depois de ter ficado entre as 200 melhores universidades do mundo, no levantamento comparativo que a Times Higher Education vem realizando desde 2004, a USP despencou no ranking. Em 2012, a instituição foi classificada no 158.º lugar. Na pesquisa de 2013, ela figura entre as 226 e 250 melhores (o estudo não revela a posição de cada universidade depois do 200.º lugar).
A segunda melhor instituição brasileira no ranking - a Unicamp - nem sequer aparece entre as 300 primeiras. A classificação leva em conta o orçamento de cada universidade, o nível de ensino, a reputação do corpo docente, o número de títulos de doutor concedidos, a quantidade de pesquisas e o volume de receitas delas decorrente, citações de artigos em periódicos de prestígio mundial, a influência das pesquisas na inovação industrial e o grau de internacionalização. Para o ranking de 2013, a Times Higher Education entrevistou mais de 10 mil acadêmicos e analisou cerca de 50 milhões de menções em revistas científicas.
Dos países que tinham ao menos uma universidade entre as 200 melhores nas edições anteriores da Times Higher Education, o Brasil é o único que não está mais na lista. No levantamento de 2013, há 26 nações com universidades bem avaliadas - e nenhuma delas é da América Latina. Os Estados Unidos, com 77 instituições, lideram o ranking, seguidos do Reino Unido, com 31. Apesar das dificuldades financeiras e políticas por que passam, Espanha e Turquia entraram para o grupo de elite.
Para os especialistas em educação, a saída do Brasil da elite universitária mundial afetará negativamente a imagem externa do País. "Com seu tamanho e poder econômico, o Brasil precisa de universidades competitivas internacionalmente. É um golpe perder a única entre as 200 no topo do ranking", diz o editor da Times Higher Education, Phil Baty. "Um país do porte do Brasil precisa ter mais universidades de nível global para o crescimento com base em inovação científica", afirma a especialista que analisou o sistema educacional brasileiro, Elizabeth Gibney.
A queda da USP no ranking da Times Higher Education se deve a vários fatores. A instituição apresenta problemas na proporção entre doutores e alunos da graduação. Tem um número baixo de doutorados premiados por mérito acadêmico. E o desempenho nos indicadores de reputação internacional caiu, apesar dos programas de internacionalização adotados pela instituição. A reputação é medida por questionários enviados a milhares de acadêmicos em todo o mundo.
Segundo os especialistas, se os professores e pesquisadores da USP e das demais universidades brasileiras publicassem mais artigos em revistas internacionais com conselho de arbitragem, a imagem melhoraria. Nos últimos anos, nossas universidades aumentaram a produção de artigos, em termos absolutos, mas a qualidade - medida pelo total de citações nos periódicos mais respeitados - deixa a desejar. Além disso, as atividades de intercâmbio internacional de nossas instituições de ensino superior são muito baixas - só nos últimos dois anos é que o País ampliou seus investimentos na área, com a criação do Ciência sem Fronteiras. E, mesmo assim, muitos bolsistas desse programa não têm o domínio de outros idiomas, o que compromete seu aprendizado numa instituição estrangeira. O inglês é apontado como um dos principais obstáculos para pesquisadores brasileiros em trabalhos e publicações científicas no exterior.
Uma parte dos problemas que afligem nossas universidades resulta de dificuldades burocráticas e falta de foco na definição de prioridades. Outra parte resulta do viés ideológico das autoridades educacionais - desde a ascensão do PT ao poder, elas desqualificam os órgãos responsáveis pelos levantamentos comparativos e insistem em aumentar a quantidade de universidades federais, abrindo campi onde não há demanda, admitindo alunos antes de existirem instalações adequadas, criando cursos noturnos sem preocupação com a qualidade e aumentando os custos do ensino superior sem modificar seus objetivos e formas de atuação.

Nao espiona e nao deixa ninguem espionar: aventuras sherloquianas doscompanheiros - Guilherme Fiuza

Guilherme Fiuza


Dilma foi à ONU e acabou com Barack Obama. Lendo com fúria o discurso terceiro-mundista que algum Marco Aurélio Garcia ajuntou para ela, deixou os yankees apavorados. Falando sobre espionagem digital, a presidente brasileira deu uma lição de direito e democracia aos americanos, com sua autoridade de aliada de Cuba, Irã, Síria e Venezuela. E Dilma fez mais: cancelou a visita que faria neste mês aos Estados Unidos. A maior potência mundial talvez não resista a esse golpe.

Obama inventou uma briguinha com o Congresso e fez seu governo parar de funcionar - tudo para ganhar tempo e pensar o que fará sem Dilma. A Casa Branca estaria tentando negociar pelo menos a substituição dela por outra grande líder do Brasil transparente - como Erenice Guerra ou Rosemary Noronha -, mas o Planalto estaria irredutível.

A ética petista não transige com espiões, não tolera governos que abusam de seu poder para fins de dominação política. Tanto que a espionagem do sigilo bancário do caseiro Francenildo foi feita sem qualquer invasão de privacidade - a conta era num banco estatal, e as estatais, como se sabe, são deles, e ninguém tem nada com isso. Inclusive, Marcos Valério levava tranquilamente sacos de dinheiro do Banco do Brasil para o PT, tudo em casa. Agora os Estados Unidos aprenderão com Dilma a respeitar o que é dos outros.

Alguns críticos neoliberais, elitistas e burgueses andaram dizendo que o discurso de Dilma na ONU foi uma bravata pueril, uma lambança diplomática. Disseram que Oswaldo Aranha e o Barão do Rio Branco se reviraram nas catacumbas com a transformação da assembleia da ONU em assembleia do PT, onde o que vale é rosnar contra o "inimigo" para excitar a militância e descolar uns votos. Esses críticos acham que a gritaria de Dilma em Nova York e o cancelamento de sua visita aos EUA fazem bem ao PT e mal ao Brasil. São uns invejosos.

Quando o assunto é espionagem e manipulação de dados protegidos, o governo popular sabe do que está falando. Uma de suas obras-primas na matéria foi o vultoso Dossiê Ruth Cardoso - uma varredura em registros contábeis sobre a ex-primeira-dama. Na ocasião, o primeiro escalão do governo Lula era denunciado por uso abusivo dos cartões corporativos. O material sobre as despesas de Dona Ruth não trazia nenhuma irregularidade, mas virou um "banco de dados" nas mãos da "inteligência" aloprada, acostumada a envenenar informação e jogar no ventilador.

O Dossiê Ruth Cardoso foi montado na Casa Civil pela ainda desconhecida Erenice Guerra. Sua chefe se chamava Dilma Rousseff- essa mesma que agora ensina Obama a não futricar a vida alheia.

Ela pode ensinar, porque entende de invasão. Segundo a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, a então ministra chefe da Casa Civil Dilma Rousseff- a quem Lina não era subordinada - ordenou-lhe que desse cabo de um processo o companheiro Sarney. Após a denúncia, Lina aceitou ser acareada com Dilma, que dessa vez preferiu não se meter com ela.

Na campanha presidencial de Dilma em 2010, funcionários de seu comitê invadiram o sigilo fiscal da filha de seu adversário eleitoral. Era mais uma tentativa de dossiê, traficando dados protegidos por lei. Que Obama compreenda de uma vez: ou para de espionar os outros ou se filia ao PT, que aí não tem problema.

Enquanto Dilma lia seu panfleto na ONU, o Brasil registrava o primeiro déficit nas contas públicas desde 2001. O mês de agosto de 2013 passa à história como um marco do governo popular: após dez anos zombando das metas de inflação e de superávit, os pilares da estabilidade econômica, torrando dinheiro público com sua Arca de Noé ministerial e o dilúvio de convênios piratas, o PT conseguiu levar o Brasil de volta ao vermelho.

Mas está tudo bem. Basta olhar para os manifestantes nas ruas, ninjas, black blocs, sindicalistas e arruaceiros light para entender que o negócio hoje é brincar de revolução. Nessa linha, nada mais excitante que a "presidenta-mulher falando grosso" com os imperialistas. O Brasil entrega as calças, mas não admite acordar desse conto de fadas. Feliz 2019.

Postagem em destaque

Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...