sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Los hermanos, again and again, deja vu, all over again...

Desculpem ser reincidente. É que los hermanos são reincidentes numa coisa: eles são capazes de praticar as mesmas c . . . . . s várias vezes seguidas, sem mesmo se dar conta disso.
Acho até que a Economist foi muito boazinha, complacente, compreensiva, com esse caso terminal. Ela está sendo muito otimista em relação à capacidade da Argentina (ou de seus líderes políticos) de adotar os remédios certos, e superar as dificuldades pela via do ajuste, não da embromação, do subterfúgio, do escapismo, das acusações externas, enfim, essas coisas que eles sempre fazem.
O Brasil ainda não cansou de aguentar desaforos?
Paulo Roberto de Almeida

The palindrome of Kirchnerismo
Default gives Argentina’s president a political advantage, but not for long
Aug 9th 2014 | From the print edition /The Economist

IT IS a rainy Saturday morning, three days after Argentina defaulted on part of its foreign debt. In a damp and flimsy shack in Salas, a settlement of muddy lanes and foul streams on the outskirts of Buenos Aires, Ramon Gallardo and his neighbours listen attentively to staff from TECHO, a housing charity. They are briefing residents about the 15 one-room huts they will build in return for a nominal contribution of money and labour. TECHO has erected many of its sturdy, weather-proof huts in struggling Haiti. But there are takers in rich Argentina, too.

Many of them are among the 20-30% of Argentines who, according to unofficial estimates, live in poverty despite a decade of economic growth. Now Mr Gallardo is worried that his work as a casual building labourer will dry up. “They told me the job I’m on will stop because of the default,” he says.

Urban myth or not, this perception highlights the risk that President Cristina Fernández de Kirchner has run by choosing to scotch last-minute talks and defy an order by Thomas Griesa, a New York judge, to settle with hedge funds that are demanding full repayment of their Argentine bonds. As a result, Judge Griesa blocked a payment to some of Argentina’s foreign bondholders who took part in debt restructurings in 2005 and 2010 and hold 93% of the debt. That, in turn, precipitated the default on July 30th.

Ms Fernández and Axel Kiciloff, her inexperienced economy minister, rail that Argentina is once again being mistreated by speculative “vulture funds”, and by a judge who appears out of his depth. Some of these points have merit. But unlike the last time Argentina defaulted in 2001, it is not insolvent. Ms Fernández and her late husband and predecessor, Néstor Kirchner, could have dealt with the “hold-out” creditors years ago by quietly buying up their bonds. Even now, her officials have offered the judge no alternative solution and seem to have no clear negotiating strategy.

Instead, the president has opted to try to turn this battle into a nationalist epic. That offers an immediate, albeit slight, political dividend: her approval rating has crept up to over 40%. In this she is being true to type. In 11 years in power the Kirchners have preferred nationalism and confrontation to pragmatism and professional competence, while focusing relentlessly on the short term. When the economy was rebounding from the collapse of 2001-02, and was helped by a big rise in world prices for Argentina’s farm exports, “they discovered that they could govern for ten years solving each day’s problems,” says Luis Alberto Romero, a historian. “But now those problems are mounting up.”

Even before the default, the economy was set to contract by about 1.5% this year. Businesses are laying off workers, or cancelling overtime. The current account and the public finances are both in deficit. Inflation is at 39%, according to Elypsis, a consultancy. On the black market a dollar costs nearly 50% more than it does at the official exchange rate.

With foreign-exchange reserves dwindling, Ms Fernández had begun to settle the disputes with investors that prevent Argentina drawing on international credit. Her priority had seemed to be to reach the end of her term in December 2015 in reasonably good order. That now looks harder. How much worse the economy gets as a result of the default depends on how long it lasts. Many financial analysts assume that the government will settle in January (when a clause in the restructured bonds that makes this harder will expire). That may be too sanguine.

The uncertainty Ms Fernández has unleashed will curb investment. The government’s only Plan B is an $11 billion currency-swap facility with China which may slightly ease the pressure on the currency reserves (and thus on the exchange rate). But if more Argentines find, like Mr Gallardo, that default threatens their job, they may start to blame the president.

The Kirchners’ decade in power resembles “a palindrome”, according to Eduardo Levy Yeyati of Elypsis. It began with default, recovery, opening up and rising expectations, and then reversed the order. But not wholly so.

Three things mitigate Argentina’s mess. One is that the government’s child allowances, which many in the Salas settlement receive, mean the social desperation of 2002 ought not to be repeated. The second is that a better-advised and more pragmatic president would find it fairly easy to put the economy back on track and win foreign investment. And third, next year’s election is likely to produce this outcome. It is the knowledge that Ms Fernández is on the way out and that her populism is no longer affordable that is putting a floor under economic decline.

Da série "Los hermanos muy amigos..." (no lloren...)

De onde menos se espera, aí é que não sai nada mesmo..., costumava dizer o Barão de Itararé.
Pois é, com os hermanos é sempre assim: não contentes em fazer mal a si próprios, eles ainda encontram uma maneira de acusar o Brasil de alguma perversidade contra eles.
Foi assim em 1999, foi assim a partir de Nestor Kirchner, tem sido assim com "la vieja", como diria José Mujica, alguém que conhece "los hermanos enemigos" muito melhor que os companheiros, que ou são ingênuos, ou são estúpidos (ou ambas as coisas, em dobro...).
Paulo Roberto de Almeida

Falando em relações comerciais...

Depois do governo brasileiro dizer que a crise vem de fora, foi a vez da presidente argentina Cristina Kirchner culpar o Brasil pela queda na economia argentina:

“O Brasil tem crescimento previsto de 1,3% e é nosso principal sócio comercial”, justificou.

Na nossa relação com os hermanos, pelo menos não podemos nos queixar de desalinhamento de discurso: também para eles, a crise vem de fora.

Da coluna diária da Consultoria Empiricus
(pois é, aquela que irrita o Planalto, e por isso me dá vontade de colocar aqui....)

Da serie: "Voce sabia?" (mas esta e' seria, mesmo sendo da serie...)


Caro leitor: você sabia que "86% dos alimentos consumidos na Rússia são importados"?
Estou achando um exagero, mas considerando que é a Bloomberg que diz, e que Vladimir Putin, como seu mentor, Vladimir Ilich Ulianov, é um brilhante estrategista político, mas um economista sofrível (para não dizer medíocre), pode ser que seja verdade. Afinal de contas, ele passou anos ordenhando a vaca petrolífera da Rússia, numa maldição do petróleo para ninguém botar defeito, construindo uma petroditadura para também ninguém botar defeito, é muito provável, sim, que ele tenha conseguido, como aqui os companheiros, destruir a indústria nacional, deixando uma terra arrasada atrás de si.
Os companheiros aqui acham que vão lucrar com as sanções ocidentais -- já que eles pouco se importam com a Ucrânia, com a coerência diplomática, com os princípios do direito internacionais e todas essas coisas sem importância nas relações internacionais -- mas os russos, que já prejudicaram o Brasil diversas vezes nas relações comerciais (inclusive com corrupção na importação de carnes, justamente, quando se cobrava propina para autorizar abatedouros, aliás muito poucos autorizados), vão novamente nos prejudicar quando acharem que isso lhes é conveniente. Sabem como é, essa solidariedade dos Brics só vale numa direção...
Paulo Roberto de Almeida

Tiros no pé

Matéria da Bloomberg destaca a maneira curiosa que o presidente russo Vladimir Putin encontrou para penalizar seus adversário europeus e americanos, via sanções comerciais.

Quem ganha e quem perde mais com a relação abaixo?

+ As exportações para os EUA e Europa representam 13% do PIB da Rússia
+ As exportações para a Rússia impactam cerca de 0,1% no PIB americano
+ As exportações para a Rússia respondem por cerca de 0,8% do PIB da União Européia
+ 86% dos alimentos consumidos na Rússia são importados
+ Disso, os produtos americanos e europeus barrados de entrar na Rússia provém o equivalente a 38% dos alimentos importados que são consumidos no país.


Da coluna diária da Consultoria Empiricus
(aquela mesma que foi acusada pelo Planalto de fazer terrorismo eleitoral...)

Nunca Antes na diplomacia? Assim e', se lhe parece... - Rodrigo Constantino

Apenas transcrevo, e creio que basta isso...
Paulo Roberto de Almeida

 Blogs e Colunistas
08/08/2014 às 10:47 \ Instituições, Protecionismo

A política externa em frangalhos. Ou: Nunca antes na diplomacia…

Marco Aurélio Garcia: ícone de nossa diplomacia horrorosa
Marco Aurélio Garcia: ícone de nossa diplomacia horrorosa
As constantes trapalhadas diplomáticas do lulo-petismo têm cobrado um preço cada vez mais alto para o país. O editorial do GLOBO de hoje argumenta que a desgraça em nossa indústria tem ligação direta com as políticas externas equivocadas do governo:
A dependência crônica ao Mercosul, por opção ideológica, começa a cobrar seu preço. Bem como o erro de ressuscitar o protecionismo das décadas de 70 e 80.
O resultado tem sido manter o Brasil fora de cadeias globais de produção. Com isso, mesmo que se queira agredir outros mercados, não se tem produtos de última tecnologia, capazes de atender às exigências desses mercados. Acertos feitos para trazer montadoras, sem dar-lhes maior liberdade no uso de componentes importados, estreitam a margem de manobra da política de exportações, neste momento de retração interna e crise no maior parceiro do Mercosul.
Também começa a cobrar seu preço a falta de acordos comerciais bilaterais, em grande parte devido à subordinação, contrária aos efetivos interesses nacionais, da política externa ao viés protecionista de um Mercosul cada vez mais bolivariano.
[...]
Começam a ficar mais nítidos os prejuízos decorrentes da diplomacia de aliança cega com latino-americanos populistas e terceiro-mundistas, algo que há tempos faz parte do lixo da História.
Tenho dedicado vários textos às críticas ao nosso Itamaraty sob o petismo, justamente por compreender o enorme custo que isso representa para os “interesses nacionais”. Cheguei a sugerir que alguém escrevesse um livro inteiro sobre o assunto. Não sabia que meu desejo já havia sido realizado, e por um diplomata de primeira, que conheço há anos e respeito muito.
Estou lendo o livro Nunca antes na diplomacia…, de Paulo Roberto de Almeida, que cai como uma luva para atender a minha demanda. O livro é uma coletânea de artigos e ensaios do diplomata, tudo muito bem organizado.
PRA
Começa explicando o que seria uma postura diplomática ideal, quais suas funções, e define conceitos importantes. Em seguida, traça uma historiografia de nossa diplomacia, dividida em fases marcantes. Por fim, mergulha mais a fundo nas decisões dos últimos anos, mostrando que houve uma quebra de paradigma.
Diplomatas costumam assumir uma forma bastante cautelosa de crítica. Não Paulo Roberto. Ele adota postura totalmente independente, e pode se dar ao luxo de realmente dizer o que pensa. Eis o grande mérito do livro, além de sua capacidade ímpar de observação dos acontecimentos externos relevantes e sua bagagem cultural e intelectual.
Ainda pretendo voltar ao tema usando o conteúdo do livro, que tem agregado bastante. Por enquanto, deixo apenas uma constatação feita pelo embaixador Rubens Barbosa, que assina o prefácio, tem postura mais moderada, mas mesmo assim tem feito importantes críticas à política externa desse governo em suas colunas:
Nunca antes na história do País – e de sua diplomacia -, preconceitos ideológicos e plataforma partidária influíram tanto nas questões de competência do Itamaraty de analisar e recomendar cursos de ação para que a chefia do Executivo possa tomar decisões. [...] A marginalização do Itamaraty, sobretudo no tratamento dos assuntos relacionados aos países vizinhos da América do Sul, certamente não estaria agradando ao Barão do Rio Branco, que ensinou que “a pasta das Relações Exteriores não é e não deve ser uma pasta de política interna”.
Barbosa, meu colega de colunas no GLOBO, é presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp, e sabe bem como a nossa política externa atual, especialmente a insistência no modelo fracassado e ideologizado do Mercosul, tem feito sangrar nossas indústrias. Ele é assessor próximo do candidato Aécio Neves. Na diplomacia, como em tudo mais, o Brasil necessita de grandes mudanças!
Rodrigo Constantino

Perguntas sobre politica externa aos candidatos e aos candidatos a diplomatas ou a estadistas (tambem pode ser...)

Atenção, estudantes, candidatos a alguma coisa e outros interessados no tema.
Retomo aqui a postagem que já fiz neste blog Diplomatizzando neste link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/08/eleicoes-2014-aecio-neves-e-eduardo.html


A Revista Política Externa enviou aos três principais candidatos à Presidência da República, como tem feito desde 2002, um questionário sobre temas de política externa para que a comunidade interessada neste assunto possa avaliar o que cada um pretende fazer nessa área se conseguir se eleger.

Minha proposta a todos os interessados em elaborações políticas, conceituais, de policy planning, declarações de intenções, ou simples inspirações bem intencionadas, que respondam as perguntas efetuadas pela revista aos candidatos.
Retirei as respostas respectivas dos dois candidatos respondedores, para não influenciar ninguém indevidamente, e deixo apenas as perguntas, em número de 12.
Eu até acrescentaria uma 13a. pergunta: 
13) Qual a sua opinião não apenas sobre os empréstimos secretos feitos pelo Brasil a Cuba e Angola -- em contradição com disposições constitucionais e obrigações congressuais, no caso a necessidade de aprovação pelo Senado Federal de qualquer operação financeira externa -- mas também sobre o apoio que os governos companheiros tem emprestado a algumas das piores ditaduras do planeta, entre elas, justamente, Cuba, ademais de outros apoios suspeitos a candidatos a ditadores na própria região?
Enfim, as perguntas estão aí, podem enviar suas respostas a este mesmo blog que poderei publicar, se elas atenderem a requisitos mínimos de linguagem adequada, pertinência, seriedade e boa-fé.
Paulo Roberto de Almeida

Material da Revista Política Externa (vol. 23, n. 1)
ENTREVISTA
As perguntas foram feitas a partir de sugestões colhidas junto ao Conselho Editorial. Não foi dado aos candidatos nenhum limite de espaço para as suas respostas, e elas estão reproduzidas abaixo sem nenhuma edição ou corte.
Os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) enviaram as suas respostas no prazo de tempo que foi dado a todos. A candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) não enviou suas respostas.
1) Tradicionalmente, a política externa brasileira tem sido concebida como um instrumento relevante na estratégia de desenvolvimento do país. Num mundo cada vez mais integrado e interdependente do ponto de vista econômico, qual a sua concepção desse papel nos próximos anos?
2) A América do Sul tem apresentado recentemente uma divisão ideológica e de estratégias nacionais para o comércio internacional como fazia muito tempo não se observava. Como o Brasil deve agir nos próximos anos para lidar com os seus vizinhos, em especial no que se refere às alternativas diversas para o comércio escolhidas pelo Mercosul e pela Aliança do Pacífico?
3) Ainda em relação à América do Sul, como o Brasil deve proceder diante das situações de crise atualmente vividas por Argentina e Venezuela?
4) Finalmente em relação ao subcontinente, como é possível (se considera desejável) promover a sua integração?
5) Qual a sua visão sobre as relações do Brasil com os EUA? Como é possível superar o incidente provocado pelas ações da NSA? É desejável expandir o comércio bilateral? Caso sim, de que maneira?
6) Que expectativas têm em relação ao futuro do comércio global sob a égide da OMC, agora sob o comando de um brasileiro?
7) Apesar da alta prioridade que se deu à obtenção para o Brasil de um assento como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, ela parece atualmente mais distante do que nunca. Que prioridade terá em seu governo esse objetivo?
8) O Brasil tem sido acusado por entidades de defesa de direitos humanos de proceder com frequência de maneira dúbia ou fraca em situações como as crises da Síria e da Venezuela. Quais as diretrizes de seu governo nesse campo?
9) Qual a sua opinião sobre a tese da “responsabilidade ao proteger” lançada pelo Brasil na ONU com boa reação internacional de início, mas que depois não prosperou?
10) A China deverá se tornar proximamente a maior economia nacional do mundo. Quais são as suas prioridades para a relação bilateral com esse país, do qual a vitalidade das exportações brasileiras tem se tornado quase dependente?
11) Qual a sua opinião sobre a importância do grupo BRICS para o Brasil e que relevância ele terá em seu governo?
12) Qual a sua opinião sobre o projetado Conselho Nacional de Política Externa que alguns pretendem criar? 

Julho de 2014

Eleicoes 2014: mentiras e terrorismo eleitoral no menu dos companheiros - Reinaldo Azevedo

Parece que vai ser daí para pior...
Paulo Roberto de Almeida 
A presidente-candidata Dilma Rousseff esteve num evento em São Paulo em que cinco centrais sindicais lhe empenharam apoio: CUT, UGT, CTB, NCST e CSB. Você não tem culpa nenhuma se jamais ouviu falar de algumas siglas. A maioria dos trabalhadores também não. São meros aparelhos, alimentados pela mamata do imposto sindical obrigatório. Não são centrais, mas cartórios de burocratas, que tomam, de maneira vergonhosa, um dia do trabalho de cada brasileiro que tem emprego formal. Antes de falar aos presentes, Dilma se reuniu privadamente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele anda descontente com os rumos da campanha. Segundo consta, quer, vamos dizer, um embate um pouco mais sangrento.
Parece que o encontro de ontem surtiu efeito. Dilma subiu no palanque e resolveu retomar aquela velha patacoada petista da luta do Bem contra o Mal, do “nós” contra “eles”. E, quando é assim, vocês sabem, a verdade é sempre a primeira vítima.
A presidente mandou ver, referindo-se aos tucanos: “Eles quebraram o Brasil três vezes; por três vezes, eles levaram o Brasil ao Fundo Monetário Internacional. No nosso período de governo Lula, fomos lá e pagamos. Eles levaram a inflação à estratosfera antes de entregar para nós o governo”. Dizer o quê? Há um único fato verdadeiro a ancorar uma porção de inverdades.
Na gestão tucana, é apenas um fato, o Brasil não quebrou nem três, nem duas, nem uma única vez. Trata-se de uma mentira escandalosa. O país recorreu ao FMI justamente para “não quebrar”, se é o caso de usar tal termo. “Quebrar” é deixar de honrar compromissos. Em oito anos, o país enfrentou ao menos cinco crises internacionais enquanto, atenção!, cuidava de debelar a inflação entranhada na economia. Como esquecer, e isto também é um fato, que o PT, o partido de Lula e Dilma, tentaram inviabilizar o Plano Real, recorrendo, inclusive, ao STF?
E Dilma seguiu adiante: “Sabe qual é a medida impopular que ele vai tomar? É acabar com a valorização do salário. É essa medida impopular que nós durante todo esse tempo mantivemos e que reparou a injustiça do passado e deu justiça no presente aos trabalhadores”.
Um candidato tem o direito de contestar a proposta de um adversário, mas não é moral e eticamente lícito lhe atribuir uma intenção que não tem. Mais uma vez, quero falar de fatos, de dados, de números. Dilma, que é candidata, mas é também presidente da República, tem de ter um compromisso com a verdade. Nos oito anos de governo FHC, o salário mínimo teve valorização real (descontada a inflação, pelo IPCA), de 85,04%; nos oito anos de Lula, foi um pouco maior: 98,32%; nos quatro anos da atual presidente, deverá ser de apenas 15,44%. Assim, sem que falte clamorosamente com a verdade, a petista não pode afirmar que os tucanos não promoveram a valorização real do salário mínimo. Promoveram, sim, e em condições bem mais adversas do que as enfrentadas por Lula.
Mas quê… O presidente da CUT, Vagner Freitas, mandou bala: “Se eleger Aécio ou Eduardo, eles vão jogar fora a política de valorização do salário mínimo. É por isso que eu sou Dilma. Não é por conta dela, é por conta de um projeto. Eles são os candidatos do patrão”.
Na manhã desta quinta, Aécio também se encontrou com trabalhadores. Participou de um minicomício na porta da Voith, fábrica de máquinas e equipamentos para indústria, no bairro do Jaraguá, zona norte de São Paulo. O evento foi organizado pela Força Sindical. O tucano fez um convite a Dilma: “Eu estimulo muito que ela vá às ruas, e não apenas nos eventos organizados e programados, que ela vá olhar nos olhos das pessoas e possa perceber que o sentimento do brasileiro hoje é de desânimo”.
Fim da chantagem
A política brasileira não pode mais ser feita na base do terrorismo e da chantagem. Até outro dia, o PT se colocava como único garantidor do bolsa Família — e espalhava aos quatro ventos que seus adversários pretendiam extingui-lo. A oposição pôs fim a essa cascata propondo que o programa não dependa mais da boa-vontade de governos.

Agora, creio que é preciso desmontar a outra falácia: a da suposta desvalorização do salário mínimo caso se eleja um candidato de oposição. Pelas regras atuais, o ano de 2015 será o último no qual será adotada a atual fórmula de correção: variação da inflação do ano anterior e do PIB de dois anos antes. Isso foi definido pelo Congresso Nacional no início de 2011.
Que os oposicionistas se organizem já e enviem ao Congresso uma proposta prorrogando a atual fórmula até 2019. E fim de papo! Vamos debater os reais problemas do Brasil e tirar os bodes e os fantasmas da sala. O PT vai ter de aprender a fazer campanha sem usar o Bolsa Família e o salário mínimo para fazer terrorismo e chantagem.
A propósito: o partido não tem nenhuma proposta a fazer sobre o futuro? Passará toda a campanha mentindo sobre o passado alheio e o próprio passado?

Venezuela: socialismo do seculo XXI começa a fazer água

Uma frase chavão, essa de fazer água. Na verdade, nem isso ele consegue fazer; só dá prejuizo e só sobreviveu tanto tempo por causa dos preços altos do petróleo. Já vai tarde...
Paulo Roberto de Almeida 
Puesto a nombrar anatemas para el chavismo, como el aumento de los precios de los combustibles en el mercado interno o la unificación de las tasas de cambio, el vicepresidente venezolano para el Área Económica, Rafael Ramírez, dio otra muestra de atrevimiento el martes al confirmar el interés del Gobierno de Caracas en vender uno de sus principales activos internacionales: Citgo Petroleum Corporation, una de las mayores refinadoras y comercializadoras de combustible en Estados Unidos.
“Cuando tengamos una propuesta que sea conveniente a nuestros intereses, saldremos de Citgo”, dijo en la capital venezolana el también presidente de la petrolera estatal Pdvsa y ministro de Energía y Petróleo.
Ramírez reaccionó así a las informaciones que circulan desde finales de julio sobre una inminente venta de Citgo. Según el grupo de información especializada en petróleo, Argus Media, con sede en Londres, Venezuela ya estaría considerando tres ofertas de compra presentadas a nombre de sus clientes por los bancos de inversión Goldman Sachs, J.P. Morgan y Deutsche Bank.
El Estado venezolano, a través de Pdvsa, compró en dos tramos la totalidad de Citgo entre 1986 y 1990. Entonces la compañía, con sede en Houston, Texas, era la joya del plan de internacionalización de la industria petrolera venezolana. El plan procuraba avanzar en la integración vertical del negocio a escala global, y garantizar la colocación de los crudos pesados venezolanos. Pdvsa también adquirió entonces las refinerías en Alemania de la empresa Ruhr Oel.
Sin embargo, cuando la revolución de Hugo Chávez se hizo con el poder en 1999, y aún más cuando depuró la nómina de Pdvsa tras el paro petrolero de diciembre de 2002, se propuso desbaratar lo que calificaba como una iniciativa “neoliberal”. En cambio, la nueva premisa del bolivarianismo otorgaba a la empresa petrolera estatal el rol de financista y gestora directa de los programas de asistencia social que dieron éxito electoral al llamado “socialismo del siglo XXI”.
En 2010, Pdvsa vendió su participación en Ruhr Oel a la rusa Rosneft por 1.600 millones de dólares (unos 1.200 millones de euros). Pero ya quedaba claro que con Citgo serían palabras mayores. La empresa posee una capacidad de refino de más de 750.000 barriles diarios, con plantas en Luisiana, Texas e Illinois. Además controla una red de más de 6.000 gasolineras en 27 Estados norteamericanos, sobre todo, en la Costa Este. “Citgo no debe costar menos de 10.000 millones de dólares”, calculaba con fruición el fallecido Chávez en octubre de 2010. “Sólo si la vendiéramos y colocásemos ese dinero en unos bancos, con los intereses habría dividendos al año de no sé cuánto”.
Mientras llegaba el momento para liquidar a Citgo por dinero en efectivo, Chávez se las ingenió para obtener réditos políticos de la empresa. En alianza con la ONG Citizens Energy de Joe Kennedy III, nieto del asesinado Robert Kennedy, diseñó un programa de entrega de gasóleo para la calefacción a hogares de bajos ingresos en la Costa Este de EE UU. Según los reportes oficiales, de 2005 a 2013 donó combustible por un valor equivalente a 500 millones de dólares. Pero, a 17 meses de la muerte del comandante, sus herederos enfrentan la bancarrota. Venezuela pasa por una situación calamitosa en su flujo de caja en divisas. El presidente Nicolás Maduro ha otorgado a Ramírez plenos poderes para adoptar las medidas que sean necesarias para solventar la crisis, así esas medidas se asemejen a los ajustes de la ortodoxia económica.
Si el anticipado aumento de los precios internos de la gasolina -que no se modifican desde 1996- llega a equipararlos con sus costos de producción, Pdvsa ahorraría unos 13.000 millones de dólares al año en subsidios. La eventual venta de Citgo aportaría un monto similar.
Más allá de la coyuntura, la venta tiene otro propósito estratégico. En medio de las tensiones crecientes entre EE UUy Venezuela, los activos de la empresa onstituyen un blanco tentador para eventuales sanciones. Washington, hasta ahora renuente a castigar a Caracas, acaba de imponer restricciones en la concesión de visas a 24 funcionarios venezolanos a los que acusa de violar derechos humanos.
Además, tras una oleada de nacionalizaciones, Venezuela es el país que hoy se enfrenta a más demandas de arbitraje, 23, ante el Centro Internacional de Arreglos de Diferencias en Inversiones (Ciadi) del Banco Mundial. Entre los demandantes, hay petroleras como ExxonMobil y ConocoPhillips. Si el tribunal fallara en contra de Venezuela, los bienes de Citgo podrían convertirse en objetos de embargo, un escenario al que Caracas no quiere exponerse.

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Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...