Diplomatizzando

Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Comunicado conjunto Rússia-China: documento abrangente (4/02/2022)

 Uma das afirmações mais surpreendentes, por alguma ironia involuntária, é a declaração de que ambas as partes possuem “tradições democráticas de longa data”. Olhando o passado histórico, o que se tem são tradições autocráticas a perder de vista.

Paulo Roberto de Almeida 

Declaração Conjunta da Federação Russa e da República Popular da China sobre as Relações Internacionais Entrando em uma Nova Era e o Desenvolvimento Sustentável Global 

A convite do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, o Presidente da Federação Russa, Vladimir V. Putin, visitou a China em 4 de fevereiro de 2022. Os Chefes de Estado conversaram em Pequim e participaram da cerimônia de abertura da XXIV Olimpíada dos Jogos de Inverno. 

A Federação Russa e a República Popular da China, doravante denominadas “as partes”, declaram o seguinte. 

Hoje, o mundo está passando por mudanças importantes, e a humanidade está entrando em uma nova era de rápido desenvolvimento e profunda transformação. Ela vê o desenvolvimento de processos e fenômenos como a multipolaridade, a globalização econômica, o advento da sociedade da informação, a diversidade cultural, a transformação da arquitetura de governança global e da ordem mundial; há crescente inter-relação e interdependência entre os Estados; surgiu uma tendência à redistribuição do poder no mundo; e a comunidade internacional mostra uma demanda crescente por lideranças visando um desenvolvimento pacífico e gradual. Ao mesmo tempo, à medida que a pandemia da infecção pelo novo coronavírus continua, a situação de segurança internacional e regional está se complicando e o número de desafios e ameaças globais está crescendo dia a dia. Alguns atores, que representam uma minoria na escala internacional, continuam recorrendo à força e defendendo abordagens unilaterais para tratar de questões internacionais; interferem nos assuntos internos de outros Estados, infringindo seus direitos e interesses legítimos, e incitam contradições, diferenças e confrontos, dificultando o desenvolvimento e o progresso da humanidade, contra a oposição da comunidade internacional. 

As partes pedem a todos os Estados que busquem o bem-estar para todos e, com esse objetivo, construam o diálogo e a confiança mútua, fortaleçam a compreensão mútua, defendam valores humanos universais como paz, desenvolvimento, igualdade, justiça, democracia e liberdade, respeitem o direito dos povos de determinar de maneira independente os caminhos de desenvolvimento de seus países e a soberania e os interesses de segurança e desenvolvimento dos seus Estados, para proteger a arquitetura internacional impulsionada pelas Nações Unidas e a ordem mundial baseada no direito internacional, buscar a multipolaridade genuína com as Nações Unidas e seu Conselho de Segurança desempenhando um papel central e coordenador, promovendo relações internacionais mais democráticas e garantindo a paz, a estabilidade e o desenvolvimento sustentável em todo o mundo. 

I

As partes compartilham o entendimento de que a democracia é um valor humano universal, e não um privilégio de um número limitado de Estados, e que sua promoção e proteção é uma responsabilidade comum de toda a comunidade mundial. 

As partes acreditam que a democracia é um meio de participação dos cidadãos no governo de seu país com vistas a melhorar o bem-estar da população e implementar o princípio do governo popular. A democracia é exercida em todas as esferas da vida pública como parte de um processo nacional e reflete os interesses de todos os povos, sua vontade, garante seus direitos, atende às suas necessidades e protege seus interesses. Não existe um modelo único para orientar os países no estabelecimento da democracia. Uma nação pode escolher as formas e métodos de implementação da democracia que melhor se adaptem ao seu estado particular, com base em seu sistema social e político, sua história, tradições e características culturais únicas. Cabe apenas ao povo do país decidir se o seu Estado é democrático. 

As partes observam que a Rússia e a China, como potências mundiais com rica herança cultural e histórica, têm tradições democráticas de longa data, que contam com mil anos de experiência de desenvolvimento, amplo apoio popular e consideração das necessidades e interesses dos cidadãos. A Rússia e a China garantem ao seu povo o direito de participar por vários meios e de várias formas na administração do Estado e da vida pública de acordo com a lei. Os povos de ambos os países estão convictos sobre a forma que escolheram e respeitam os sistemas democráticos e as tradições de outros Estados. 

As partes observam que os princípios democráticos são implementados em nível global, bem como na administração do Estado. Tentativas de alguns Estados de impor seus próprios “padrões democráticos” a outros países, de monopolizar o direito de avaliar o nível de cumprimento de critérios democráticos, de traçar linhas divisórias com base na ideologia, inclusive estabelecendo blocos exclusivos e alianças de conveniência, não passam de desrespeito à democracia e vão contra o espírito e os verdadeiros valores da democracia. Tais tentativas de hegemonia representam sérias ameaças à paz e estabilidade global e regional e minam a estabilidade da ordem mundial. 

As partes acreditam que a defesa da democracia e dos direitos humanos não deve ser usada para pressionar outros países. Elas se opõem ao mau uso dos valores democráticos e à interferência nos assuntos internos de Estados soberanos sob o pretexto de proteger a democracia e os direitos humanos, e qualquer tentativa de incitar divisões e confrontos no mundo. As partes pedem à comunidade internacional que respeite a diversidade cultural e civilizacional e os direitos dos povos de diferentes países à autodeterminação. Elas estão prontas para trabalhar em conjunto com todos os parceiros interessados para promover a democracia genuína. 

As partes observam que a Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelecem nobres objetivos na área dos direitos humanos universais, estabelecem princípios fundamentais, que todos os Estados devem cumprir e observar na prática. Ao mesmo tempo, como cada nação tem suas próprias características nacionais únicas, história, cultura, sistema social e nível de desenvolvimento social e econômico, a natureza universal dos direitos humanos deve ser vista através do prisma da situação real de cada país em particular, e os direitos humanos devem ser protegidos de acordo com a situação específica de cada país e as necessidades de sua população. A promoção e proteção dos direitos humanos é uma responsabilidade compartilhada da comunidade internacional. Os Estados devem priorizar igualmente todas as categorias de direitos humanos e promovê-los de forma sistêmica. A cooperação internacional em direitos humanos deve ser realizada como um diálogo entre iguais envolvendo todos os países. Todos os Estados devem ter igual acesso ao direito ao desenvolvimento. A interação e a cooperação em questões de direitos humanos devem se basear no princípio da igualdade de todos os países e no respeito mútuo para fortalecer a arquitetura internacional de direitos humanos. 

II 

As partes acreditam que a paz, o desenvolvimento e a cooperação estão no centro do sistema internacional moderno. O desenvolvimento é um fator-chave para garantir a prosperidade das nações. A pandemia em curso da infecção pelo novo coronavírus representa um sério desafio para o cumprimento da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável. É vital melhorar as relações de parceria em prol do desenvolvimento global e garantir que a nova etapa do desenvolvimento global seja definida pelo equilíbrio, harmonia e inclusão. 

As partes estão buscando avançar em seu trabalho para vincular os planos de desenvolvimento para a União Econômica da Eurásia e a Iniciativa do Cinturão e Rota com o objetivo de intensificar a cooperação prática entre a UEA e a China em várias áreas e promover uma maior interconexão entre a Ásia-Pacífico e as regiões da Eurásia. As partes reafirmam seu foco na construção da Grande Parceria Eurasiática em paralelo e em coordenação com a construção do Cinturão e Rota para promover o desenvolvimento de associações regionais, bem como processos de integração bilateral e multilateral em benefício dos povos do continente eurasiano. 

As partes concordaram em continuar intensificando consistentemente a cooperação prática para o desenvolvimento sustentável do Ártico. 

As partes fortalecerão a cooperação dentro de mecanismos multilaterais, incluindo as Nações Unidas, e encorajarão a comunidade internacional a priorizar questões de desenvolvimento na coordenação de macropolíticas globais. Elas pedem aos países desenvolvidos que implementem de boa-fé seus compromissos formais de assistência ao desenvolvimento, forneçam mais recursos aos países em desenvolvimento, tratem do desenvolvimento desigual dos Estados, trabalhem para compensar tais desequilíbrios dentro dos Estados e avancem a cooperação global e internacional para o desenvolvimento. O lado russo confirma sua disposição de continuar trabalhando na Iniciativa de Desenvolvimento Global proposta pela China, incluindo a participação nas atividades do Grupo de Amigos da Iniciativa de Desenvolvimento Global sob os auspícios da ONU. A fim de acelerar a implementação da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, as partes pedem à comunidade internacional que tome medidas práticas em áreas-chave de cooperação, como redução da pobreza, segurança alimentar, controle de vacinas e epidemias, financiamento para o desenvolvimento, mudança climática, desenvolvimento sustentável, incluindo desenvolvimento verde, industrialização, economia digital e conectividade de infraestrutura. 

As partes pedem à comunidade internacional que crie condições abertas, igualitárias, justas e não discriminatórias para o desenvolvimento científico e tecnológico, para intensificar a implementação prática dos avanços científicos e tecnológicos, a fim de identificar novos motores de crescimento econômico. 

As partes apelam a todos os países para fortalecer a cooperação em transporte sustentável, construir contatos ativamente e compartilhar conhecimento na construção de instalações de transporte, incluindo transporte inteligente e transporte sustentável, desenvolvimento e uso de rotas do Ártico, bem como desenvolver outras áreas para apoiar a recuperação pós-epidemia. 

As partes estão tomando medidas sérias e dando uma importante contribuição para a luta contra as mudanças climáticas. Celebrando conjuntamente o 30º aniversário da adoção da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, elas reafirmam seu compromisso com esta Convenção, bem como com os objetivos, princípios e disposições do Acordo de Paris, incluindo o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas. As partes trabalham juntas para garantir a implementação plena e efetiva do Acordo de Paris, continuam comprometidas em cumprir as obrigações que assumiram e esperam que os países desenvolvidos realmente garantam o fornecimento anual de US$ 100 bilhões em financiamento climático aos estados em desenvolvimento. As partes se opõem à criação de novas barreiras no comércio internacional sob o pretexto de combater as mudanças climáticas. 

As partes apoiam fortemente o desenvolvimento da cooperação e intercâmbio internacional no campo da diversidade biológica, participando ativamente do processo de governança global relevante e pretendem promover conjuntamente o desenvolvimento harmonioso da humanidade e da natureza, bem como a transformação verde para garantir o desenvolvimento global sustentável. 

Os Chefes de Estado avaliam positivamente a interação efetiva entre Rússia e China nos formatos bilateral e multilateral com foco no combate à pandemia de COVID-19, proteção da vida e da saúde da população dos dois países e dos povos do mundo. Eles aumentarão ainda mais a cooperação no desenvolvimento e fabricação de vacinas contra a nova infecção por coronavírus, bem como medicamentos para seu tratamento, e aumentarão a colaboração em saúde pública e medicina moderna. As partes planejam fortalecer a coordenação sobre medidas epidemiológicas para garantir uma forte proteção da saúde, segurança e ordem nos contatos entre os cidadãos dos dois países. As partes elogiaram o trabalho das autoridades e regiões competentes dos dois países na implementação de medidas de quarentena nas áreas fronteiriças e na garantia do funcionamento estável dos pontos de passagem de fronteira, e pretendem considerar o estabelecimento de um mecanismo conjunto de controle e prevenção de epidemias nas áreas fronteiriças para planejar conjuntamente as medidas anti-epidêmicas a serem tomadas nos postos fronteiriços, compartilhar informações, construir infraestrutura e melhorar a eficiência no desembaraço aduaneiro de mercadorias. 

As partes enfatizam que apurar a origem da infecção pelo novo coronavírus é uma questão de ciência. A pesquisa sobre este tema deve ser baseada no conhecimento global, e isso requer cooperação entre cientistas de todo o mundo. Os lados se opõem à politização dessa questão. A parte russa saúda o trabalho realizado em conjunto pela China e pela OMS para identificar a fonte da infecção pelo novo coronavírus e apoia o relatório conjunto China-OMS sobre o assunto. As partes pedem à comunidade global que promova conjuntamente uma abordagem científica séria para o estudo da origem do coronavírus. 

A parte russa apoia a realização bem-sucedida, pela parte chinesa, dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno – Pequim 2022. 

As partes apreciam muito o nível de cooperação bilateral nos esportes e no movimento olímpico e expressam sua disposição em contribuir para o seu desenvolvimento progressivo. 

III 

As partes estão seriamente preocupadas com os graves desafios de segurança internacional e acreditam que os destinos de todas as nações estão interconectados. Nenhum Estado pode ou deve garantir sua própria segurança separadamente da segurança do resto do mundo e à custa da segurança de outros Estados. A comunidade internacional deve se engajar ativamente na governança global para garantir uma segurança universal, abrangente, indivisível e duradoura. 

As partes reafirmam seu forte apoio mútuo à proteção de seus interesses centrais, soberania estatal e integridade territorial, e se opõem à interferência de forças externas em seus assuntos internos. 

A parte russa reafirma seu apoio ao princípio de Uma Só China, confirma que Taiwan é uma parte inalienável da China e se opõe a qualquer forma de independência de Taiwan. 

A Rússia e a China se opõem às tentativas de forças externas de minar a segurança e a estabilidade em suas regiões adjacentes comuns, pretendem combater a interferência de forças externas nos assuntos internos de países soberanos sob qualquer pretexto, se opõem às revoluções coloridas e aumentarão a cooperação nas áreas mencionadas. 

As partes condenam o terrorismo em todas as suas manifestações, promovem a ideia de criar uma única frente global antiterrorista, com as Nações Unidas desempenhando um papel central, defendem uma coordenação política mais forte e um engajamento construtivo nos esforços multilaterais de contraterrorismo. As partes opõem-se à politização das questões de combate ao terrorismo e à sua utilização como instrumento de política de duplicidade de critérios, condenam a prática de ingerência nos assuntos internos de outros Estados para fins geopolíticos através da utilização de grupos terroristas e extremistas, bem como sob o pretexto de combate ao terrorismo e ao extremismo internacional. 

As partes acreditam que determinados Estados, alianças e coalizões militares e políticas buscam obter, direta ou indiretamente, vantagens militares unilaterais em detrimento da segurança de outros, inclusive empregando práticas de concorrência desleal, intensificando a rivalidade geopolítica, alimentando o antagonismo e o confronto, comprometendo seriamente o ordenamento de segurança internacional e a estabilidade estratégica global. As partes opõem-se a um maior alargamento da OTAN e apelam à Aliança do Atlântico Norte para que abandone as suas abordagens ideologizadas da Guerra Fria, respeite a soberania, a segurança e os interesses de outros países, a diversidade das suas origens civilizacionais, culturais e históricas e tenha uma atitude objetiva em relação ao desenvolvimento pacífico de outros Estados. As partes se opõem à formação de estruturas de blocos fechados e campos opostos na região da Ásia-Pacífico e permanecem altamente vigilantes sobre o impacto negativo para a paz e a estabilidade na região da estratégia Indo-Pacífico dos Estados Unidos. A Rússia e a China fizeram esforços consistentes para construir um sistema de segurança equitativo, aberto e inclusivo na região da Ásia-Pacífico (APR) que não seja direcionado contra terceiros países e que promova a paz, a estabilidade e a prosperidade. 

As partes saúdam a Declaração Conjunta dos Líderes dos Cinco Estados com Armas Nucleares sobre Prevenção de Guerras Nucleares e Corridas Armamentistas e acreditam que todos os Estados com armas nucleares devem abandonar a mentalidade da guerra fria e os jogos de soma zero, reduzir o papel das armas nucleares em suas políticas de segurança nacional, retirar as armas nucleares implantadas no exterior, eliminar o desenvolvimento irrestrito do sistema global de defesa antimísseis balísticos (ABM) e tomar medidas efetivas para reduzir os riscos de guerras nucleares e quaisquer conflitos armados entre países com capacidades nucleares militares. 

As partes reafirmam que o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares é a pedra angular do sistema internacional de desarmamento e não proliferação nuclear, uma parte importante do sistema de segurança internacional do pós-guerra e desempenha um papel indispensável na paz e no desenvolvimento mundial. A comunidade internacional deve promover a implementação equilibrada dos três pilares do Tratado e trabalhar em conjunto para proteger a credibilidade, eficácia e a natureza universal do instrumento. 

As partes estão seriamente preocupadas com a parceria de segurança trilateral entre a Austrália, os Estados Unidos e o Reino Unido (AUKUS), que prevê uma cooperação mais profunda entre seus membros em áreas que envolvem estabilidade estratégica, em particular sua decisão de iniciar a cooperação na área de submarinos de propulsão nuclear. Rússia e China acreditam que tais ações são contrárias aos objetivos de segurança e desenvolvimento sustentável da região Ásia-Pacífico, aumentam o perigo de uma corrida armamentista na região e representam sérios riscos de proliferação nuclear. Os lados condenam veementemente tais movimentos e pedem aos participantes do AUKUS que cumpram seus compromissos de não proliferação nuclear e de mísseis e trabalhem de boa-fé juntos para salvaguardar a paz, a estabilidade e o desenvolvimento na região. 

Os planos do Japão de liberar água contaminada com energia nuclear da usina nuclear destruída de Fukushima no oceano e o potencial impacto ambiental de tais ações são de grande preocupação para as partes. Os lados enfatizam que o descarte de água contaminada com energia nuclear deve ser tratado com responsabilidade e realizado de maneira adequada, com base em acordos entre o lado japonês e os Estados vizinhos, outras partes interessadas e agências internacionais relevantes, garantindo transparência, raciocínio científico e em acordo com o direito internacional. 

As partes acreditam que a retirada dos EUA do Tratado sobre a Eliminação de Mísseis de Alcance Intermediário e de Curto Alcance, a aceleração da pesquisa e o desenvolvimento de mísseis terrestres de alcance intermediário e curto e o desejo de implantá-los em regiões da Ásia-Pacífico e da Europa, bem como a sua transferência para os aliados, acarretam um aumento da tensão e desconfiança, aumentam os riscos para a segurança internacional e regional, levam ao enfraquecimento do sistema internacional de não proliferação e controle de armas, minando a estabilidade estratégica global. As partes pedem que os Estados Unidos respondam positivamente à iniciativa russa e abandonem seus planos de implantar mísseis terrestres de alcance intermediário e curto na região da Ásia-Pacífico e na Europa. As partes continuarão a manter contatos e fortalecer a coordenação nesta questão. 

A parte chinesa é solidária e apoia as propostas apresentadas pela Federação Russa para criar garantias de segurança juridicamente vinculativas de longo prazo na Europa. 

As partes observam que o abandono pelos Estados Unidos de uma série de importantes acordos internacionais de controle de armas tem um impacto extremamente negativo na segurança e estabilidade internacional e regional. As partes expressam preocupação com o avanço dos planos dos EUA para desenvolver uma defesa antimísseis global e implantar seus elementos em várias regiões do mundo, combinado com a capacitação de armas não nucleares de alta precisão para ataques preventivos e outros objetivos estratégicos. Os lados enfatizam a importância do uso pacífico do espaço sideral, apoiam fortemente o papel central do Comitê das Nações Unidas sobre os Usos Pacíficos do Espaço Exterior na promoção da cooperação internacional, mantendo e desenvolvendo leis e regulamentos espaciais internacionais no campo das atividades espaciais. A Rússia e a China continuarão a aumentar a cooperação em assuntos de interesse mútuo, como a sustentabilidade de longo prazo das atividades espaciais e o desenvolvimento e uso de recursos espaciais. As partes se opõem às tentativas de alguns Estados de transformar o espaço sideral em uma arena de confronto armado e reiteram sua intenção de fazer todos os esforços necessários para evitar o armamento do espaço e uma corrida armamentista no espaço sideral. Elas vão neutralizar as atividades destinadas a alcançar a superioridade militar no espaço e usá-la para operações de combate. As partes afirmam a necessidade do início precoce das negociações para concluir um instrumento multilateral juridicamente vinculativo baseado no projeto de tratado russo-chinês sobre a prevenção da colocação de armas no espaço sideral e o uso ou ameaça do uso da força contra objetivos espaciais que forneçam garantias confiáveis ​​contra uma corrida armamentista e o armamento do espaço sideral. 

A Rússia e a China enfatizam que medidas apropriadas de transparência e construção de confiança, incluindo uma iniciativa internacional/compromisso político de não ser o primeiro a colocar armas no espaço, também podem contribuir para o objetivo de evitar uma corrida armamentista no espaço sideral, mas tais medidas devem complementar e não substituir o regime juridicamente vinculativo efetivo que rege as atividades espaciais. 

As partes reafirmam sua crença de que a Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção e Armazenagem de Armas Bacteriológicas (Biológicas) e Toxinas e sobre sua Destruição (BWC) é um pilar essencial da paz e segurança internacionais. A Rússia e a China ressaltam sua determinação em preservar a credibilidade e eficácia da Convenção. 

As partes afirmam a necessidade de respeitar plenamente e fortalecer ainda mais o BWC, inclusive institucionalizando-o, fortalecendo seus mecanismos e adotando um Protocolo juridicamente vinculativo à Convenção com um mecanismo de verificação eficaz, bem como por meio de consultas e cooperação regulares para abordar quaisquer questões relacionadas com a implementação da Convenção. 

As partes enfatizam que as atividades de armas biológicas domésticas e estrangeiras pelos Estados Unidos e seus aliados levantam sérias preocupações e questões para a comunidade internacional em relação ao cumprimento da BWC. As partes compartilham a opinião de que tais atividades representam uma séria ameaça à segurança nacional da Federação Russa e da China e são prejudiciais à segurança das respectivas regiões. As partes pedem aos EUA e seus aliados que ajam de maneira aberta, transparente e responsável, relatando adequadamente suas atividades biológicas militares realizadas no exterior e em seu território nacional, e apoiando a retomada das negociações sobre um Protocolo BWC juridicamente vinculativo com um mecanismo de verificação eficaz. 

As partes, reafirmando seu compromisso com a meta de um mundo livre de armas químicas, conclamam todas as partes da Convenção sobre Armas Químicas a trabalharem juntas para manter sua credibilidade e eficácia. A Rússia e a China estão profundamente preocupadas com a politização da Organização para a Proibição de Armas Químicas e pedem a todos os seus membros que fortaleçam a solidariedade e a cooperação e protejam a tradição de tomada de decisão consensual. A Rússia e a China insistem que os Estados Unidos, como único Estado Parte da Convenção que ainda não concluiu o processo de eliminação das armas químicas, acelerem a eliminação de seus estoques de armas químicas. As partes enfatizam a importância de equilibrar as obrigações de não proliferação dos Estados com os interesses da cooperação internacional legítima no uso de tecnologia avançada e materiais e equipamentos relacionados para fins pacíficos. As partes observam a resolução intitulada “Promovendo a Cooperação Internacional para Usos Pacíficos no Contexto da Segurança Internacional” adotada na 76ª sessão da Assembleia Geral da ONU por iniciativa da China e co-patrocinada pela Rússia, e aguardam sua implementação consistente em acordo com as metas nele estabelecidas. 

As partes atribuem grande importância às questões de governança no campo da inteligência artificial. As partes estão prontas para fortalecer o diálogo e os contatos sobre inteligência artificial. 

As partes reiteram sua disposição de aprofundar a cooperação no campo da segurança da informação internacional e contribuir para a construção de um ambiente de ICT (Information and Communications Technology – Tecnologia da informação e Comunicação, Nota da Redação) aberto, seguro, sustentável e acessível. As partes enfatizam que os princípios de não uso da força, respeito à soberania nacional e aos direitos e liberdades humanos fundamentais, e não ingerência nos assuntos internos de outros Estados, consagrados na Carta da ONU, são aplicáveis ao espaço da informação. A Rússia e a China reafirmam o papel fundamental da ONU na resposta às ameaças à segurança da informação internacional e expressam seu apoio à Organização no desenvolvimento de novas normas de conduta dos Estados nessa área. 

As partes saúdam a implementação do processo de negociação global sobre segurança da informação internacional dentro de um único mecanismo e apoiam, neste contexto, o trabalho do Grupo de Trabalho Aberto da ONU sobre segurança e uso de tecnologias de informação e comunicação (ICTs) 2021– 2025 (OEWG) e expressam sua vontade de falar a uma só voz dentro dele. As partes consideram necessário consolidar os esforços da comunidade internacional para desenvolver novas normas de comportamento responsável dos Estados, inclusive as legais, bem como um instrumento jurídico internacional universal que regule as atividades dos Estados no campo das ICTs. As partes acreditam que a Iniciativa Global sobre Segurança de Dados, proposta pelo lado chinês e apoiada, em princípio, pelo lado russo, fornece uma base para o Grupo de Trabalho discutir e elaborar respostas a ameaças à segurança de dados e outras ameaças à segurança internacional da informação. 

As partes reiteram seu apoio às resoluções 74/247 e 75/282 da Assembleia Geral das Nações Unidas, apoiam o trabalho do Comitê Ad Hoc relevante de Peritos Governamentais, facilitam as negociações dentro das Nações Unidas para a elaboração de uma convenção internacional sobre o combate ao uso das ICTs para fins criminais. As partes encorajam a participação construtiva de todas as partes nas negociações, a fim de chegar a um acordo o mais rápido possível sobre uma convenção crível, universal e abrangente e fornecê-la à Assembleia Geral das Nações Unidas em sua 78ª sessão em estrita conformidade com a resolução 75/282. Para esses fins, a Rússia e a China apresentaram um projeto de convenção conjunto como base para as negociações. 

As partes apoiam a internacionalização da governança da Internet, defendem direitos iguais em relação a sua governança, acreditam que quaisquer tentativas de limitar seu direito soberano de regular segmentos nacionais da Internet e garantir sua segurança são inaceitáveis, estão interessados em uma maior participação da União Internacional de Telecomunicações na abordagem dessas questões. 

As partes pretendem aprofundar a cooperação bilateral em segurança da informação internacional com base no acordo intergovernamental relevante de 2015. Para este fim, as partes concordaram em adotar em um futuro próximo um plano de cooperação entre a Rússia e a China nesta área. 

IV 

As partes sublinham que a Rússia e a China, como potências mundiais e membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, pretendem aderir firmemente aos princípios morais e aceitar sua responsabilidade, defendem fortemente o sistema internacional com o papel central de coordenação das Nações Unidas nos assuntos internacionais , defendem a ordem mundial baseada no direito internacional, incluindo os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, para avançar a multipolaridade e promover a democratização das relações internacionais e, juntos, criar um mundo ainda mais próspero, estável e justo, construindo em conjunto as relações internacionais de um novo tipo. 

A parte russa destaca a importância do conceito de construção de uma “comunidade de destino comum para a humanidade” proposta pela parte chinesa para garantir maior solidariedade da comunidade internacional e a consolidação de esforços para responder aos desafios comuns. O lado chinês observa a importância dos esforços do lado russo para estabelecer um sistema multipolar justo de relações internacionais. 

As partes pretendem defender fortemente os resultados da Segunda Guerra Mundial e a ordem mundial existente no pós-guerra, defender a autoridade das Nações Unidas e a justiça nas relações internacionais, resistir às tentativas de negar, distorcer e falsificar a história da Segunda Guerra Mundial. 

As partes pedem o estabelecimento de um novo tipo de relacionamento entre as potências mundiais com base no respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação mutuamente benéfica. Reafirmam que as novas relações interestatais entre Rússia e China são superiores às alianças políticas e militares da época da Guerra Fria. A amizade entre os dois Estados não tem limites, não há áreas “proibidas” de cooperação, o fortalecimento da cooperação estratégica bilateral não visa países terceiros nem é afetado pela mudança do ambiente internacional e mudanças circunstanciais em países terceiros. 

As partes reiteram a necessidade de consolidação, não de divisão da comunidade internacional, a necessidade de cooperação, não de confronto. As partes se opõem ao retorno das relações internacionais ao estado de confronto entre grandes potências, quando os fracos são vítimas dos fortes. As partes pretendem resistir às tentativas de substituir formatos e mecanismos universalmente reconhecidos e consistentes com o direito internacional por regras elaboradas em privado por certas nações ou blocos de nações, e são contra a abordagem indireta e sem consenso de problemas internacionais, opõem-se à política de poder, bullying, sanções e aplicação extraterritorial de jurisdição, bem como o abuso de políticas de controle de exportação, e apoiam a facilitação do comércio de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). 

As partes reafirmaram a intenção de fortalecer a coordenação da política externa, buscar o verdadeiro multilateralismo, fortalecer a cooperação em plataformas multilaterais, defender interesses comuns, apoiar o equilíbrio de poder internacional e regional e melhorar a governança global. 

As partes apoiam e defendem o sistema multilateral de comércio baseado no papel central da Organização Mundial do Comércio (OMC), participam ativamente da reforma da OMC, opondo-se a abordagens unilaterais e protecionistas. As partes estão prontas para fortalecer o diálogo entre os parceiros e coordenar posições sobre questões comerciais e econômicas de interesse comum, contribuir para garantir a operação sustentável e estável das cadeias de valor globais e regionais, promover um sistema de relacionamento mais aberto, inclusivo, transparente e não discriminatório de regras econômicas e comércio internacional. 

As partes apoiam o formato do G20 como um importante fórum para discutir questões de cooperação econômica internacional e medidas de resposta à crise, promovem conjuntamente o revigorado espírito de solidariedade e cooperação dentro do G20, apoiam o papel de liderança da associação em áreas como a luta internacional contra epidemias, recuperação econômica mundial, desenvolvimento sustentável inclusivo, melhoria do sistema de governança econômica global de maneira justa e racional para enfrentar coletivamente os desafios globais. 

As partes apoiam a parceria estratégica aprofundada dentro do BRICS, promovem a cooperação ampliada em três áreas principais: política e segurança, economia e finanças e intercâmbios humanitários. Em particular, Rússia e China pretendem incentivar a interação nos campos da saúde pública, economia digital, ciência, inovação e tecnologia, incluindo tecnologias de inteligência artificial, bem como o aumento da coordenação entre os países do BRICS em plataformas internacionais. Os lados se esforçam para fortalecer ainda mais o formato BRICS Plus/Outreach como um mecanismo eficaz de diálogo com associações e organizações de integração regional de países em desenvolvimento e Estados com mercados emergentes. 

A parte russa apoiará totalmente o lado chinês que preside a associação em 2022 e ajudará na realização frutífera da XIV cúpula do BRICS. 

A Rússia e a China pretendem fortalecer de forma abrangente a Organização de Cooperação de Xangai (SCO) e aprimorar ainda mais seu papel na formação de uma ordem mundial policêntrica baseada nos princípios universalmente reconhecidos do direito internacional, multilateralismo, segurança igualitária, conjunta, indivisível, abrangente e sustentável. 

Os dois países consideram importante implementar consistentemente os acordos sobre mecanismos aprimorados para combater os desafios e ameaças à segurança dos estados membros da SCO e, no contexto de abordar essa tarefa, defendem a ampliação da funcionalidade da Estrutura Antiterrorista Regional da SCO. 

As partes contribuirão para conferir uma nova qualidade e dinâmica à interação econômica entre os Estados membros da SCO nas áreas de comércio, manufatura, transporte, energia, finanças, investimento, agricultura, alfândega, telecomunicações, inovação e outras áreas de interesse mútuo, inclusive através do uso de tecnologias “verdes” avançadas, economizadoras de recursos e energeticamente eficientes. 

As partes observam a interação frutífera dentro da SCO sob o Acordo de 2009 entre os Governos dos Estados membros da Organização de Cooperação de Xangai sobre cooperação no campo da segurança da informação internacional, bem como dentro do Grupo especializado de Peritos. Nesse contexto, saúdam a adoção, em 17 de setembro de 2021 em Dushanbe, do Plano de Ação Conjunta da SCO para Garantir a Segurança da Informação Internacional para 2022–2023 pelo Conselho de Chefes de Estado dos Estados Membros da SCO. 

A Rússia e a China valorizam a importância cada vez maior da cooperação cultural e humanitária para o desenvolvimento progressivo da SCO. A fim de fortalecer o entendimento mútuo entre os povos dos Estados membros da SCO, os dois países continuarão a promover efetivamente a interação em áreas como laços culturais, educação, ciência e tecnologia, saúde, proteção ambiental, turismo, contatos interpessoais, esportes. 

A Rússia e a China continuarão a trabalhar para fortalecer o papel da APEC (Ásia-Pacific Economic Cooperation – Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, Nota da Redação) como plataforma líder para o diálogo multilateral sobre questões econômicas na região da Ásia-Pacífico. As partes pretendem intensificar a ação coordenada para implementar com sucesso as “diretrizes Putrajaya para o desenvolvimento da APEC até 2040”, com foco na criação de um ambiente de comércio e investimento livre, aberto, justo, não discriminatório, transparente e estável na região. Será dada especial ênfase à luta contra a pandemia de infecção pelo novo coronavírus e à recuperação econômica, a digitalização de uma ampla gama de diferentes esferas da vida, o crescimento econômico em territórios remotos e o estabelecimento de interação entre a APEC e outras associações multilaterais regionais com uma agenda semelhante. 

As partes pretendem desenvolver a cooperação no formato “Rússia-Índia-China”, bem como fortalecer a interação em locais como a Cúpula do Leste Asiático, Fórum Regional de Segurança da ASEAN, Reunião de Ministros da Defesa dos Estados Membros da ASEAN e Parceiros de Diálogo. A Rússia e a China apoiam o papel central da ASEAN no desenvolvimento da cooperação no Leste Asiático, continuam a aumentar a coordenação no aprofundamento da cooperação com a ASEAN e promovem conjuntamente a cooperação nas áreas de saúde pública, desenvolvimento sustentável, combate ao terrorismo e combate ao crime transnacional. As partes pretendem continuar a trabalhar no interesse de um papel reforçado da ASEAN como elemento-chave da arquitetura regional.


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Marcadores: declaração conjunta, política bilateral, política multilateral, Rússia-China

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Olhando a paisagem ao redor - Paulo Roberto de Almeida

 Olhando a paisagem ao redor

Paulo Roberto de Almeida

Contemplando pelo noticiário da antiga capital federal o rol de crimes (inclusive e provavelmente sobretudo) pela polícia, pela disseminação de armas, o racismo e a má educação persistentes, os inúmeros casos de corrupção em todas as esferas da administração pública, o desleixo geral e a imoralidade públicas e manifestas por parte dos “representantes do povo” (vários das milícias, na verdade), constato que o Rio de Janeiro está se autodestruindo, mas também vejo que o Brasil, para nossa maior tristeza, parece seguir atrás.

Temos duas cleptocracias em ação no país: o estamento político oligárquico tradicional e certas seitas evangélicas que também se voltaram para a política. Estas são as duas saúvas que ameaçam destruir o país, não apenas pelo roubo e pela corrupção, mas também no plano cultural, educacional e principalmente moral.

Parece que não existe DDT social ou nacional capaz de eliminar essas duas pragas; dessa forma, continuaremos nossa trajetória para a anomia política e social, o que indica que a deterioração do país tem um grande futuro pela frente.

Antigamente eram os mais pobres que saiam do país para trabalhar em outros lugares. Agora é a classe média que rejeita a imoralidade, a insegurança, a má qualidade dos serviços públicos (a despeito dos altos impostos), a má educação, a falta de perspectivas, para tomar o caminho da expatriação. 

O Brasil tem futuro?

Stefan Zweig, antes de se suicidar, 80 anos atrás, acreditava que sim, numa perspectiva otimista, sobretudo pela plasticidade de nossa formação e nossa integração cultural. 

Começo a duvidar dessa visão, mas é importante não insistir nos elementos corruptores de nossa boa índole e procurar, ao contrário, enfatizar nossas boas realizações. Sempre há esperança, quando adquirimos consciência do desmazelo e das ameaças e tomamos a via da correção e da (re)construção.

Será um caminho longo, mas não temos outra opção: este é o nosso país, esta é a nação que estamos soberanamente construindo há dois séculos; e a mesma que vamos legar a nossos filhos, netos e bisnetos. Nossa missão é sempre construir,  jamais destruir.

Persistiremos…

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 5 de fevereiro de 2022

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Marcadores: Brasil, cleptocracia, política brasileira, textos de Paulo Roberto de Almeida

Um cenário inédito nos descaminhos da nação - Paulo Roberto de Almeida

 Um cenário inédito nos descaminhos da nação

Paulo Roberto de Almeida
O atual dirigente máximo promete aprofundar o grau de insanidades políticas e econômicas por puro desvario eleitoral.
A situação é deveras preocupante, mas o fato é que Bozo não vai ser reeleito.
O problema é que continuaremos a ser governados pelo mesmo estamento político oligárquico, plutocrático e cleptocrata que conduz a nação para a ruína, qualquer que seja o presidente eleito, pois terá de governar com base no parlamentarismo “branco” que, na prática, desgoverna o país.
O Brasil se arrasta lentamente para uma situação de crise terminal, que pode nos obrigar, numa hipótese mais otimista, a restaurar a sanidade geral da nação ou, no cenário pessimista, nos levar irremediavelmente a uma espiral de declínio irreversível por várias décadas.
Outras nações já passaram por isso, ou ainda passam. O caminho da reconstrução é lento e doloroso.
Nações não desaparecem, a não ser que sejam conquistadas por outras: a Polônia existiu e “desapareceu” ao longo da história: salvaram-na a língua e a cultura, inclusive a religiosa.
O Brasil não sofre tal ameaça: apenas pode repetir certos declínios espetaculares, como o da China do final do Império Qing e da República, da primeira metade do século XX, e o da Argentina, nos últimos 90 anos. Aparentemente estamos ainda livres desse risco, mas talvez estejamos perigosamente perto.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 5 fevereiro 2022
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Marcadores: Brasil, cenário político, declínio, Paulo Roberto de Almeida

Brasil: uma nação à deriva? - Paulo Roberto de Almeida

 Brasil: uma nação à deriva? 

Paulo Roberto de Almeida

Se a PEC de eliminação dos impostos sobre combustíveis (proposta da Casa Civil) sem compensação fiscal passar no Congresso (o que me parece difícil até por contrariar a Lei de Responsabilidade Fiscal), o Brasil poderá ser arrastado para um Hospício Orçamentário que vai terminar por destruir o equilíbrio das contas públicas. As consequências econômicas do populismo eleitoreiro serão terríveis para o país.

Não é possível que estejamos assistindo a tamanha insanidade legislativa, fruto da conivência entre a incompetência administrativa do presidente (e suas necessidades eleitorais) e a total irresponsabilidade política daqueles que de fato comandam o país. 

Eu me preocupo com a sanidade mental do estamento político plutocrático e cleptocrático, atualmente no controle da Casa Civil e da Câmara dos Deputados — ou seja, o núcleo do poder real no Brasil atual —, pois ele pode estar jogando no lixo qualquer resquício de ordem econômica normal no Brasil. 

Pagaremos caro por isso, os mais pobres em primeiro lugar. 

Que tristeza que isso esteja ocorrendo no ano do bicentenário da nação!

Paulo Roberto de Almeida


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Marcadores: Brasil, descaminhos da nação, textos de Paulo Roberto de Almeida

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Eleições 2022: Lula, uma aula de realpolitik - Demétrio Magnoli (FSP)

 Demétrio Magnoli

Lula, uma aula de realpolitik

O petista sempre foi, para o bem ou o mal, o mais convicto dos políticos realistas

 Demétrio Magnoli

Sociólogo, autor de “Uma Gota de Sangue: História do Pensamento Racial”. É doutor em geografia humana pela USP. 

Folha de S. Paulo, 4/02/2022

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/demetriomagnoli/2022/02/lula-uma-aula-de-realpolitik.shtml?pwgt=kr29fjig9jh9wjofasry3l0wyifone8xsxjiexuine17iww2&utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign=compwagift

Realpolitik, termo de origem alemã, designa a política realista, fundada nos interesses objetivos e nas circunstâncias concretas, não em ideais ou princípios abstratos. Lula sempre foi, para o bem ou o mal, o mais convicto dos políticos realistas. Sua pré-campanha forma uma aula de realpolitik. Não vai aí uma crítica: de fato, pelo contrário, no atual cenário, seus gestos iniciais são monumentos à política democrática.

"Golpista neoliberal" –assim, o manifesto furibundo firmado por antigos figurões petistas como Rui Falcão e José Genoino descreveu Alckmin, numa tentativa de implodir a chapa dos sonhos de Lula. O ex-presidente rebateu, ignorando olimpicamente as acusações ideológicas ("tenho confiança no Alckmin") e prometendo que o vice estará "em todo lugar junto do presidente" pois "faz parte da governança do país". Na política realista, inexiste lugar para a figura proverbial do "inimigo do povo". Por isso, Lula não abomina amplas alianças, inclusive com adversários de ontem.

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O ex-presidente Lula - Carla Carniel - 29.jan.22/Reuters

Passo seguinte, colocar a casa em ordem. Lula descartou a presença de Dilma Rousseff no palco iluminado de sua campanha, explicando que a sucessora escolhida a dedaço carece de "jogo de cintura" e da "paciência que a política exige". Em 2016, Dilma e tantos outros fingiram enxergar no impeachment um ato de machismo. Agora, porém, diante do oráculo intocável, o falso feminismo oportunista não ousou lançar mão da mesma chantagem.

Ainda bem: nem o impeachment, nem a sentença de morte política pronunciada por Lula tem conexão com a identidade de gênero de Dilma. A ex-presidente foi excluída para proteger mensagens centrais da campanha. O candidato está dizendo que representa a unidade, contra Bolsonaro, e que não reproduzirá os catastróficos erros do passado. Mais: sagazmente, atribui à sucessora o papel de bode expiatório pelo populismo fiscal inaugurado no segundo mandato dele mesmo. É realpolitik na veia, com pitadas de maldade.

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Pragmatismo é o outro nome de Lula. No seu primeiro mandato, ele selecionou uma equipe econômica moldada para prosseguir a ortodoxia herdada de FHC. No Planalto, converteu os programas de transferência de renda preconizados pelo Banco Mundial em sinônimo de políticas sociais, desidratando (até demais!) as propostas reformistas de esquerda. Hoje, o PT fala sem parar de Bolsa Família mas quase emudece quando se trata de bens públicos universais como educação e saúde.

Lula desviou-se do realismo apenas na hora dos pecados capitais de seu governo: o mensalão e o petrolão. Configurar maiorias parlamentares pelo financiamento corrupto de máfias partidárias foi um atalho desastroso para circundar o imperativo de fazer política – e, sobretudo, de enfrentar o tema da reforma política. O pacto de aliança com Alckmin, junto com a federação de partidos em construção, destina-se não só a obter o triunfo completo no primeiro turno como, ainda, a construir uma maioria minimamente estável no Congresso.

As opções realistas adotadas por Lula sempre podem ser criticadas, como tudo mais (com a devida vênia, claro, dos comitês de jornalistas censores). Contudo, na sua natureza, contrastam positivamente com as duas versões de antipolítica personificadas por Bolsonaro e Moro.

Bolsonaro nunca emergiu de seu caldeirão de delírios golpistas. Moro, uma sublegenda da direita antidemocrática, distingue-se do presidente pela ferramenta com a qual pretende subordinar as instituições: um Judiciário capturado pelo Partido dos Procuradores. Ambos recusam a política —ou seja, o jogo difícil da persuasão, das alianças e da costura de consensos majoritários.

A cruzada de Bolsonaro é contra "comunistas" (isto é, todos que não o seguem); a de Moro, contra "corruptos" (ou seja, todos os adversários). Lula não faz cruzada, um conceito ausente no universo da realpolitik.


às fevereiro 04, 2022 Um comentário:
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Marcadores: Brasil, Demétrio Magnoli, eleições 2022, esquerda, FSP, Geraldo Alckmin, governo, Lula, pragmatismo, realismo, Realpolitik

Eu não sou religioso, mas VACINEM AS CRIANÇAS, pelo amor de Deus... - Entrevista preocupante: Jana Schroeder (Der Spiegel)

A Low Risk Still Isn’t Zero Risk

A Chief Physician on the Perils of Germany’s Omicron Strategy
Infectious Disease Specialist Jana Schroeder believes this summer will mark a temporary return to near normality for many, but she warns there could be more COVID waves to come this autumn and winter. She also explains why German politicians have failed our children and what an “endemic” virus really means.
Interview Conducted By Rafaela von Bredow und Veronika Hackenbroch
Der Spiegel, Hamburgo – 2/02/2022
Dr. Jana Schroeder, 40, is the chief physician of the Institute for Hospital Hygiene and Microbiology at the Mathias Spital Foundation hospital group in the western German state of North Rhine-Westphalia. Her main focus is on the treatment of children during the pandemic, and she recently published a position paper on the protection of children with a group of scientists.
DER SPIEGEL: Dr. Schroeder, the Omicron wave is growing, local public health authorities seem to have capitulated in the face of it, testing laboratories are overwhelmed and the actual current case numbers can only be estimated. Have we lost control of the pandemic in Germany?
Schroeder: We are potentially far past a tipping point. We now have a positivity rate of over 30 percent on PCR tests, which means that almost one-third of all suspected cases are actual infections. A pandemic is under control when that figure is under 5 percent. Because of the lack of PCR tests, the actual data is getting hazy. Contact tracing has also collapsed. And the World Health Organization is expecting that half of the European population will get infected in the next eight weeks – presumably here in Germany, as well.
DER SPIEGEL: How have you experienced the chaotic pandemic management?
Schroeder: As a great loss of confidence in politicians. It’s an extremely unpleasant feeling. I always thought that they would always find an at least roughly correct solution, despite the differing positions between the political parties. But I hadn’t expected a decoupling of science and political action as drastic as the one that has influenced the course of the pandemic.
DER SPIEGEL: Schools were closed for months, and children struggled. You have now called for the protection against infection and the protection of the psychological health of children to be considered as one. How would that work? Leave schools open at any price?
Schroeder: No, not at any price! This absolute commitment to in-person teaching in its current form has many downsides. School is only stabilizing when it actually provides education, if it supports and strengthens children and youth, if there is a daily structure, a stable rhythm. At the moment, school doesn’t provide that, if only because of the constant infections and cases of quarantine. It creates stress for families, substitute teachers are needed and the pressure to perform never stops. A strong pandemic dynamic creates psychosocial stress, and the longer the psychosocial stress lasts, the more it makes people psychologically and physically sick. We have just summarized this in our interdisciplinary position paper.
DER SPIEGEL: How can children be better protected?
Schroeder: There has been a guideline on this issue for a long time that can be followed. You can move to online hybrid teaching, cut class sizes in half and create small groups. Well-planned online teaching is better than a school building that is open but where in-person teaching is constantly being cancelled. Especially given that there are plans for doing – ones that I am not the only person who has been puttering around with for more than a year now. Of course, nobody needs to listen to me, but I also don’t understand how the education ministers have been able to ignore the issue for so long. Instead of insisting on mandatory in-person teaching, there should be mandatory education.
DER SPIEGEL: In the United Kingdom, experts talk of "two epidemics,” a swelling one among children and a waning one among adults. How will things continue here?
Schroeder: Here in North Rhine-Westphalia, the number of cases among school pupils has doubled in the past week. We now have 42,000 infected children; 65,000 are in quarantine. According to the Robert Koch Institute (Germany’s center for disease control), only 17 percent of those under the age of 12 have received at least their first dose of vaccine across Germany. To this day, there is no general recommendation that children in this age group be vaccinated. Everyone in school will get infected. It appears that it’s no longer possible to stop that. What is taking place right now is mass transmission among children – a development that current German Health Minister Karl Lauterbach had categorically ruled out not so long ago. I think that could be clearly communicated. If we are rejecting a lockdown because of the social costs, then we should also honestly say that we will pay the price for it through the infection of society in its entirety.
DER SPIEGEL: And what does that price look like?
Schroeder: Children can get pediatric inflammatory multisystem syndrome (PIMS), which is a serious disease. Between one in 5,000 and one in 1,000 infected children get it. More than 50 percent of children who get it wind up in intensive care. Although this has been largely preventable in previous variants through vaccination, a low risk still doesn’t equal no risk. In Germany, we have approximately 9 million children under the age of 12 …
DER SPIEGEL: … which would mean, calculated roughly, at least 2,000 children with PIMS.
Schroeder: Just for comparison: When it turned out that one out of every 100,000 people vaccinated with AstraZeneca get cerebral venous sinus thrombosis, the use of the vaccine was stopped. And then there is, of course, long COVID, which is actually a hodgepodge of different illnesses resulting from an infection with SARS-CoV-2 that also affects a low one-digit percentage of children. And in the general population, we are talking about around 15 percent, of which approximately two-thirds are women, typically younger ones.
DER SPIEGEL: Does this also apply with Omicron?
Schroeder: We don’t know yet. The gaps in knowledge are part of the problem. And PIMS doesn’t show up until after approximately eight weeks, the same amount of time we have now known about Omicron.
DER SPIEGEL: How seriously do we need to take long COVID?
Schroeder: Now, there is very worrisome evidence in studies with a small number of long COVID cases among children, of striking changes in areas of the brain. There have also been findings of impaired thinking after an infection in some adults. It is better to prevent infections from the start, or at least mitigate them through vaccination.
DER SPIEGEL: There is also good news on this point: The danger of developing long COVID symptoms appears to dramatically decrease through vaccination.
Schroeder: But it’s still not at zero. And there is also data that doesn’t show this, but it’s pointing in the right direction, which pleases me.
DER SPIEGEL: Many people view Omicron as harmless. Is that a misunderstanding?
Schroeder: There is less severe illness with Omicron, fewer people die from it – and that is really great. At the same time, the number of deaths in Germany at the moment is still in the triple digits. And there is a misunderstanding, I think, about the term "mild symptoms” that always comes up in this context. According to the World Health Organization, cases are considered mild as long as patients don’t have respiratory difficulties. But a patient can be sick as a dog and feel like he or she is going to die, without having a life-threatening illness.
DER SPIEGEL: What do you say to people who are now attending "Omicron parties” to infect themselves?
Schroeder: Somewhere within the notion of an Omicron infection as a kind of natural vaccination, is the hope that the pandemic will soon be over. But hope is not a strategy. You have to know that it can backfire.
DER SPIEGEL: What do you expect to happen in the hospitals in the next six to eight weeks?
Schroeder: The sheer number of infections can outweigh the less severe disease caused by the variant. And even if the number of hospitalizations were to stagnate, we would still experience a shortage of personnel, because of the many employees getting sick. It would then be difficult to provide adequate care to patients in the hospital.
DER SPIEGEL: How many Omicron patients are you expecting in the hospitals?
Schroeder: We’re not making any forecasts. Things are still going quite well here. We currently have less than 50 COVID-positive patients in our hospital, almost all of them in the normal wards. We still haven’t seen a single case of serious disease with Omicron. But the Omicron wave hasn’t really reached the older unvaccinated people yet.
DER SPIEGEL: Are we experiencing the transition to the endemic phase that people have been hoping for?
Schroeder: It is true that Omicron is likely ushering in the beginning of the endemic phase. But it must be clear that "endemic” isn’t derived from the word "end.” Charles Rosenberg, professor emeritus for the history of science at the University of Pennsylvania, has said: "Epidemics ordinarily end with a whimper, not a bang.” I think that’s very accurate. It will be a good summer, I am certain of that – through the seasonal effect and because many people will have at least temporary immunity against SARS-CoV-2. For people who aren’t at any particular risk, life will return to something like our old normality. And now we also have several effective medications at our disposal that can often prevent serious disease. But the situation could once again become more tense in the coming autumn and winter. Immunity through an Omicron infection alone, without previous vaccination, is less broad than if you first got vaccinated against Delta and then get infected with Omicron. So, it’s plausible that Delta will once again circulate next winter. Besides, Omicron probably won’t be the last variant.
DER SPIEGEL: What are you expecting?
Schroeder: That’s a very difficult question. BA.2, for example, a cousin of the Omicron variant, is now dominant in several countries, including Denmark. But this doesn’t mean that the situation will change as a result. The virus currently has very many opportunities to multiply – in infected people and in the gigantic animal reservoir. Not just minks, but cats, dogs, mice and rats can get infected with SARS-CoV-2, even hippos! And the more a virus multiplies, the greater the opportunity it has to mutate. It’s like the lottery: A person who fills out just one ticket has a much smaller chance of winning the main prize than someone who fills out millions of them.
DER SPIEGEL: If the pandemic is now slowly coming to an end, is there still a need for the compulsory vaccination that many are calling for in Germany?
Schroeder: A high vaccination rate remains important no matter what. A low vaccination rate extends the pandemic – a high one would help us to finally be one step ahead of the virus. The question is how we can reach this high rate. I would have found it much better if we had done everything possible to make compulsory vaccination unnecessary, instead of always ruling out a vaccine requirement. Other countries like Portugal have succeeded in that. Instead, we have allowed two camps to emerge – vaccine supporters on the one and the vaccine opponents on the other – and now the situation is extremely difficult.
DER SPIEGEL: A common argument against compulsory vaccination is that with Omicron, the vaccination is purely self-protection because you can still get infected.
Schroeder: I believe that is totally wrong. If even just a part of the 3 million unvaccinated people over 60 that we still have in Germany gets infected, that, of course, affects us all: Then the hospitals will once again be less able to take care of heart attack and cancer patients. If you always emphasize toleration instead of consequences, then at some point you lose the sensible people. The people who have been cautious for two years slowly begin feeling that the person who acts responsibly is the dumb one. A minority contributes to prolonging the pandemic much more than necessary – with negative consequences for us all.
DER SPIEGEL: When the worst is over, are you worried that you will be accused of having been too alarmist?
Schroeder: I think that alarmism is more of a problem of the recipient than of the messenger. I myself am pretty rationally oriented, and I like to make well-informed decisions. I see the task of science in the pandemic as that of providing solid information. But I can’t influence in individual cases what people do with the information they get from me.
DER SPIEGEL: In talk shows, where you have often been a guest, it’s not just about scientific information, but also about emphasis and intonation. Did you carefully think in advance about what balance you wanted to strike?
Schroeder: Yes, very carefully. It is very difficult to find exactly the right tone there.
DER SPIEGEL: What are you most looking forward to when summer arrives?
Schroeder: To large, spontaneous parties! We actually always have our place totally full in the summer with family, friends, our children, their friends. I totally miss that. And it’s annoying to have to worry whether the people you meet with anyone are adhering to the coronavirus rules. At the point I stop caring about that, perhaps the pandemic will finally be over for me, too.
DER SPIEGEL: Dr. Schroeder, we thank you for this interview.
às fevereiro 04, 2022 Nenhum comentário:
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Marcadores: COVID-19, Der Spiegel, infecção infantil, Jana Schroeder

O Brasil começa progressivamente a reconstruir a sua política externa multilateral: acordo mundial sobre a pandemia

 Brasil é escolhido para negociar tratado sobre pandemia na OMS


Jamil Chade
Colunista do UOL
02/02/2022 16h54

Brasil foi escolhido para formar parte do órgão restrito de países com a missão de negociar um tratado internacional sobre pandemias. A iniciativa, que irá mobilizar as chancelarias por anos, é considerada como o projeto diplomático mais importante na construção de um sistema mundial pós-covid-19.

Se sob a gestão de Ernesto Araújo no Itamaraty o Brasil sequer fez parte do evento que lançou o projeto de um tratado, em 2021, o governo brasileiro agora busca um lugar de protagonismo no processo de negociação.

A escolha do Brasil ocorreu por consenso nas Américas, enquanto candidaturas de Chile e Canadá foram preteridas. Se a atual gestão de Jair Bolsonaro pesa contra o Brasil no fórum internacional, a perspectiva internacional de que seu governo está chegando ao fim e a experiência do Itamaraty em construir pontes entre diferentes grupos de países acabaram convencendo a região a dar seu apoio ao Brasil.

A ideia da OMS é que o mundo não pode simplesmente virar a página da pandemia, sem antes estabelecer um tratado que permita criar regras entre países. A meta é que, em uma eventual nova crise sanitária, os mesmos erros identificados em 2020 e 2021 sejam evitados, inclusive sobre a transparência de governos diante de surtos, a transferência de tecnologia e amostras de vírus.

"Se o mundo conta com tantos tratados internacionais sobre outros riscos, ele precisa ter um acordo sobre a pandemia", defendeu Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. O objetivo do novo acordo é estabelecer regras no mundo sobre como lidar com futuras crises sanitárias, com obrigações e direitos de países.

O tratado pandêmico terá de ser aprovado por todos os governos. Mas um grupo foi designado para que, nos próximos anos, comece a desenhar o que seria o novo instrumento internacional.

Além do Brasil, o órgão negociador contará com Egito, Japão, Holanda, África do Sul e Tailândia.

Do mesmo lado da China e EUA, Brasil resiste à ideia de dar maiores poderes para inspeções da OMS
Em alguns pontos do processo negociador, a postura brasileira coincide com potências que não querem a criação de um pacto internacional que permita que a OMS simplesmente entre em um país para vistoriar surtos.

De fato, no processo de debate sobre o tratado, o governo brasileiro resistiu e pediu esclarecimentos sobre propostas que poderiam significar um questionamento da soberania.

O governo brasileiro não é contra um acordo. Mas vê com preocupação algumas das bases sobre as quais a proposta está sendo construída.

A proposta sobre a mesa, hoje, é considerada como sendo delicada, tanto em termos geopolíticos como econômicos. Para alguns governos, como o do Brasil, o conceito de uma suposta responsabilidade por proteger a saúde da população esbarra num flerte ao questionamento da própria soberania.

Um dos elementos de maior discórdia vem da ideia apresentada pela OMS e pela União Europeia sobre a necessidade de criar uma espécie de direito à inspeção, sempre que um surto aparecer.
Os emergentes, porém, alertam que não existe clareza sobre quem estaria sob comando dessa inspeção e sob qual mandato.

O temor é que, sendo países tropicais, esses locais sejam mais frequentemente alvos de pressões por missões de inspeção, justamente pela existência de diferentes surtos.

Missões internacionais, portanto, poderiam significar também o questionamento da segurança de algumas dessas áreas e a declaração de zonas de interesse internacional. No Brasil, esse cenário é considerado como uma ameaça contra a soberania.

Além da inspeção, uma das propostas fala na criação de pontos focais da OMS dentro de cada um dos países, com total independência para agir. A proposta também enfrenta resistência dentro do governo brasileiro.

Mas esse não é o único ponto de discórdia. Um dos principais elementos de impasse se refere ao compartilhamento de amostras biológicas.

Pela proposta da UE, essa transparência e trocas de dados deveriam ocorrer de forma automática e sem contrapartida. Países que descubram um vírus devem, imediatamente, tornar uma amostra do elemento acessível a qualquer outro governo.

Mas, para os emergentes, existe um desequilíbrio se tal compartilhamento não for acompanhado por uma garantia de que essas economias terão acesso a tecnologias, vacinas, tratamento e equipamentos de diagnóstico desenvolvidos a partir do acesso ao material biológico.

A queixa é a de que, depois de dar acesso às amostras, os emergentes teriam de pagar para aqueles que receberam de forma gratuita a base de uma inovação.

Para os países em desenvolvimento, a ausência de um debate ainda sobre patentes e acesso a remédios e vacinas também dificulta a criação de um novo tratado que seja considerado como equilibrado.

O impasse, porém, tem gerado a insatisfação de certos grupos, inclusive dentro da OMS. A pressão por um pacto, porém, é grande. Há poucas semanas, num comunicado, mais de 30 países insistiram sobre a necessidade de fechar um acordo.

"Um tratado, convenção ou acordo legalmente vinculante, sob os auspícios da OMS, tem o potencial de fornecer ao mundo uma estrutura ambiciosa para melhor prevenir, preparar e responder a futuras pandemias e epidemias", alegou o grupo, liderado pela Europa.

"Um novo instrumento internacional deve quebrar o ciclo de "pânico e negligência" e elevar a atenção política de alto nível para preparação e resposta a pandemias", disse o bloco que ainda inclui países como Chile, Costa Rica, Quênia, Coreia, Ruanda, Reino Unido, Tailândia, Tunísia e Turquia.

"Um novo tratado deve reunir sistematicamente os signatários, impulsionando e apoiando um cumprimento mais forte através de um processo de revisão regular, e assegurando que a preparação e resposta para pandemias continue sendo uma característica regular nas agendas dos líderes mundiais", eles insistem.

As copresidentes do painel criado para avaliar a resposta internacional à pandemia emitiram uma declaração com um tom semelhante. Elas advertiram que "a necessidade de reformas é urgente", e pediram aos países "que trabalhem com o propósito de obter resultados reais que protejam as pessoas".

"O que é necessário agora é que os países deem um empurrão final para que a oportunidade de criar um mundo mais seguro não nos escape por entre os dedos", disse uma das líderes do processo, a ex primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark.

"Perguntamos: se esta pandemia representando uma ameaça para a saúde e o bem-estar da humanidade no mundo inteiro não pode catalisar uma mudança real, o que irá?", completou.

https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2022/02/02/brasil-e-escolhido-para-negociar-tratado-sobre-pandemia-na-oms.htm
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Marcadores: diplomacia multilateral, política externa brasileira
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Uma reflexão...

Recomendações aos cientistas, Karl Popper:
Extratos (adaptados) de Ciência: problemas, objetivos e responsabilidades (Popper falando a biólogos, em 1963, em plena Guerra Fria):
"A tarefa mais importante de um cientista é certamente contribuir para o avanço de sua área de conhecimento. A segunda tarefa mais importante é escapar da visão estreita de uma especialização excessiva, interessando-se ativamente por outros campos em busca do aperfeiçoamento pelo saber que é a missão cultural da ciência. A terceira tarefa é estender aos demais a compreensão de seus conhecimentos, reduzindo ao mínimo o jargão científico, do qual muitos de nós temos orgulho. Um orgulho desse tipo é compreensível. Mas ele é um erro. Deveria ser nosso orgulho ensinar a nós mesmos, da melhor forma possível, a sempre falar tão simplesmente, claramente e despretensiosamente quanto possível, evitando como uma praga a sugestão de que estamos de posse de um conhecimento que é muito profundo para ser expresso de maneira clara e simples.
Esta, é, eu acredito, uma das maiores e mais urgentes responsabilidades sociais dos cientistas. Talvez a maior. Porque esta tarefa está intimamente ligada à sobrevivência da sociedade aberta e da democracia.
Uma sociedade aberta (isto é, uma sociedade baseada na idéia de não apenas tolerar opiniões dissidentes mas de respeitá-las) e uma democracia (isto é, uma forma de governo devotado à proteção de uma sociedade aberta) não podem florescer se a ciência torna-se a propriedade exclusiva de um conjunto fechado de cientistas.
Eu acredito que o hábito de sempre declarar tão claramente quanto possível nosso problema, assim como o estado atual de discussão desse problema, faria muito em favor da tarefa importante de fazer a ciência -- isto é, as idéias científicas -- ser melhor e mais amplamente compreendida."

Karl R. Popper: The Myth of the Framework (in defence of science and rationality). Edited by M. A. Notturno. (London: Routledge, 1994), p. 109.

Uma recomendação...

Hayek recomenda aos mais jovens:
“Por favor, não se tornem hayekianos, pois cheguei à conclusão que os keynesianos são muito piores que Keynes e os marxistas bem piores que Marx”.
(Recomendação feita a jovens estudantes de economia, admiradores de sua obra, num jantar em Londres, em 1985)

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