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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A politica externa invisivel de Dilma - Clovis Rossi (FSP)

A POLÍTICA EXTERNA INVISÍVEL DE DILMA!
Clóvis Rossi
Folha de S.Paulo, 28/08/2011

1. Depois dos oito trepidantes anos da diplomacia de Lula/Amorim, a discrição de Dilma/Patriota parece um silêncio ensurdecedor. Afinal, Lula dava palpites, às vezes despropositados, sobre todos os assuntos da realidade internacional, do teor da democracia na Venezuela de Hugo Chávez ao caráter supostamente futebolístico dos protestos contra a reeleição do iraniano Ahmadinejad. Dilma, passados oito meses de governo, não disse uma só palavra sobre temas internacionais, por mais que o Oriente Médio tenha começado a ferver exatamente nos primeiros dias de sua gestão.

2. O silêncio e a discrição passam a impressão de que o Brasil se afastou -ou foi afastado- da grande cena internacional, na qual até forçou a entrada no período anterior. O novo estilo diplomático do Brasil é menos impulsivo. No caso, por exemplo, da Líbia, a pauta da semana, o Brasil prefere conversar e conversar, com seus parceiros no Conselho de Segurança, com os demais integrantes do BRICs (Rússia, Índia, China e África do Sul), com a Turquia e outros, antes de reconhecer o Conselho Nacional de Transição como legítimo representante líbio, mesmo depois de a Liga Árabe tê-lo feito. No caso da Síria, o Itamaraty leva em conta até a posição da comunidade síria no Brasil que não demonstra nenhuma ansiedade por ver Bashar Assad defenestrado. Tudo somado, tem-se uma diplomacia de baixa voltagem, mas não por isso fora do jogo global.

O que faz a ABIN?: NADA, absolutamente nada...

Enfim, se a ABIN não fizesse nada, ainda assim seria menos terrível do que vê-la descumprir seus deveres legais, seu mandato institucional, de defesa do Estado contra ataques de vândalos, ladrões, corruptos e outros personagens pouco frequentáveis. Ao não fazer nada, mas ao ter conhecimento desses atos, a ABIN se torna cúmplice dos crimes cometidos contra o Estado.
Dou apenas um exemplo: a ABIN não tem um araponga sequer infiltrado no MST? Ela não sabe quando e onde esses celerados neobolcheviques vão atacar, paralisar o funcionamento de órgãos públicos, destruir patrimônio do Estado, zombar da lei e da ordem impunemente? E se ela sabe por que não se previnem as autoridades de seguraça contra esses ataques e ameaças ao Estado? Seria apenas para proteger os seus arapongas? Ou é incapacidade de agir, pura e simples?
Nessa caso, além de castrada, a ABIN se torna absolutamente irrelevante e merece ser fechada, pois não serve para absolutamente nada...
Paulo Roberto de Almeida

Abin, corrupção e Petrobras
Por João Vinhosa
Artigo no Alerta Total, 29 de agosto de 2011

Em agosto de 2000, recebi, em minha residência, na cidade de Itaperuna (RJ), a “visita” de três agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) – sucessora do famigerado SNI, ninho dos temíveis arapongas.

Aos agentes da Abin, eu confirmei minhas denúncias sobre tráfico de influência para favorecer determinada empresa junto a órgãos do governo. Não só confirmei minhas denúncias, como também apresentei dezenas de documentos que a embasaram.

O fato acima mostra que, naquela época, a Abin se preocupava com o tráfico de influência praticado junto a órgãos do governo.

Acontece que os tempos mudaram: de 2004 para cá, venho fazendo denúncias infinitamente mais graves que aquelas que motivaram a “visita” acima citada, e a Abin não esboçou qualquer manifestação a respeito.

Das duas, uma: ou o órgão máximo de inteligência do país já não atua mais em assuntos relativos a tráfico de influência (atividade cuja irmã siamesa é a corrupção), ou a rede de cumplicidade formada para blindar o caso Gemini conseguiu lançar seus tentáculos também sobre a Abin.

O caso Gemini
A Gemini é uma sociedade formada pela Petrobras com a mesma empresa que foi acusada de se beneficiar do tráfico de influência gerador da “visita” dos agentes da Abin à minha residência na época do governo FHC. Ela foi constituída, no governo Lula, com o objetivo de produzir e comercializar gás natural liquefeito (GNL).

Proporcionando gigantescas vantagens à sua sócia privada em detrimento do interesse público, a Gemini foi arquitetada no período em que Dilma Rousseff acumulava os cargos de Ministra de Minas e Energia e Presidenta do Conselho de Administração da Petrobras (cargo que só veio a deixar quando teve que se desincompatibilizar para participar da campanha presidencial).

A divisão acionária da Gemini – com a Petrobras ficando com 40% das quotas e a empresa privada com “os restantes” 60% das quotas – fez com que o Tribunal de Contas da União (TCU) se julgasse impedido de apurar os desmandos a ele denunciados; isso, porque a União não é a controladora da sociedade.

Em outra decisão desastrosa, a Gemini contratou sua sócia majoritária para prestar todos os serviços necessários à operação da empresa (liquefação do gás natural, armazenamento e transporte do GNL até as instalações dos clientes, etc.).

Passados cerca de cinco anos da entrada em operação da Gemini, concretizou-se a preocupante previsão: a Gemini está totalmente dependente de sua “sócia majoritária prestadora de serviços”. Conforme se esperava, aconteceu o que havia sido projetado com eficiente malícia por parte da empresa privada e com absurda inocência (ou criminosa má-fé) por parte da Petrobras.

Imagine-se, por exemplo, o serviço de transporte do GNL da usina de liquefação situada em Paulínia (SP) até as instalações dos clientes, que se encontram espalhados num raio de cerca de mil quilômetros.

Tal transporte tem que ser feito em carretas fabricadas especialmente para transportar GNL. Por necessidade do serviço, a transportadora (leia-se sócia majoritária) possui hoje uma frota de dezenas dessas carretas, frota esta que vai crescendo à medida que o tempo passa. Isso faz com que tal transportadora seja insubstituível. Falar em fazer concorrência para “selecionar a empresa que ofereça melhores condições à Gemini” só serve para enganar quem está doido para ser enganado.

A corrupção denunciada pelo Sindipetro
Os diversos aspectos lesivos ao interesse público descobertos na Gemini são tão escandalosos que o próprio jornal do sindicato dos trabalhadores na indústria de petróleo (Sindipetro) teve a ousadia de publicar a mais explícita denúncia de corrupção passível de ser divulgada: a charge que emoldura determinada matéria publicada sobre a Gemini mostra uma pessoa com uma mala recheada de dinheiro, na qual se encontra gravado o nome da sócia da Petrobras.

Na realidade, não sei o que levou o Sindipetro ser tão categórico com suas denúncias de corrupção (em outra edição do seu jornal, enquanto o texto da matéria esclarecia que a empresa que se associou à Petrobras pertencia a um grupo norte-americano, a charge mostrava Tio Sam acionando um cilindro de gás do qual jorrava dinheiro).

O que sei é que muitos dos motivos da acusação de corrupção feita pelo Sindipetro podem ter se originado nos estratégicos ralos para superfaturamentos deixados no Acordo de Quotistas que se encontra vinculado ao Contrato Social da Gemini.

Conforme tal Acordo de Quotistas, a sócia majoritária da Gemini pode (somente se quiser, é bom que se esclareça) superfaturar desmesuradamente contra a Petrobras. E, o possível superfaturamento é contratualmente legal, pois se utiliza de brechas deixadas no “genial” Acordo de Quotistas.

Em princípio, ninguém pode afirmar que a sócia majoritária da Gemini está se aproveitando do “genial” Acordo de Quotista para maximizar seus lucros com a prestação de serviços à sociedade. Porém, ninguém pode negar que, se ela quiser, ela superfaturará dentro da lei, conforme se encontra explicado detalhadamente em diversos artigos publicados originariamente no Alerta Total (www.alertatotal.net).

Para que seja avaliado o risco que corre o dinheiro público com a Gemini, basta ver, a seguir, alguns dos casos em que a sócia da Petrobras é acusada de superfaturar.

Os superfaturamentos da sócia da Petrobras
A empresa foi multada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em R$ 2,2 bilhões por integrar um cartel que, entre outros crimes, fraudava licitações e superfaturava contra nossos miseráveis hospitais públicos. Deve ser destacado que R$ 2,2 bi é a maior multa já aplicada pelo órgão responsável por defender a livre concorrência de mercado no país. Deve ser destacado, também, que o valor da multa foi aumentado pelo fato da empresa ser reincidente.

A empresa praticou, durante anos seguidos, gigantescos superfaturamentos contra o Hospital Central do Exército (HCE). Isso levou o TCU a determinar a devolução de 6,8 milhões de reais aos cofres públicos.

A empresa foi condenada pela Justiça Federal na Ação Civil Pública contra ela movida por superfaturar contra o órgão máximo de inteligência do país (atual Abin). Tal processo, que levou o n°. 2001.34.00.033944-5, tramitou na 13ª. Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, e se encontra, desde março de 2009, em grau de recurso no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A ousadia da empresa neste caso merece um capítulo à parte. É o que será mostrado a seguir.

A Abin ridicularizada
O que mais se destaca na aquisição de produtos feita pelo órgão máximo de Inteligência (atualmente chamado Abin) junto à sócia da Petrobras na Gemini é a maneira como ela tripudiou em cima de tal órgão.

A empresa usou de certidão enganosa para tornar inexigível a licitação, e, na condição de fornecedora exclusiva, superfaturou gananciosamente contra a Abin.

Tal fato originou uma Ação Civil Pública.

Em sua defesa, a sócia da Petrobras alegou que não poderia ser condenada, pois, para tanto, seria indispensável a juntada de peças do processo licitatório. E (pasmem todos!) tal processo havia sido “extraviado” nas dependências da Abin.

De fato, depois de ter sido objeto de matéria jornalística, o processo fraudulento “extraviou-se” nas dependências do órgão. Tudo leva a crer que aplicaram a tática do bicheiro flagrado ao fazer o jogo: engole a lista para sumir com a prova da contravenção.

Contudo, a empresa foi condenada, pois as cópias de folhas do processo que eu havia xerocado antes de seu “extravio” foram consideradas suficientes. O processo encontra-se em fase de recurso.

A pergunta que fica
Nesta época de faxina, será que a Abin vai botar o guizo no pescoço do gato (ou da gata)?

João Vinhosa é engenheiro - joaovinhosa@hotmail.com

Brasil e bônus demográfico: crônica de uma tragédia anunciada - Paulo Roberto de Almeida

Brasil e bônus demográfico: crônica de uma tragédia anunciada
Paulo Roberto de Almeida

Por “tragédia anunciada”, ou apenas antecipada, desejo referir-me ao fato – na verdade ainda uma hipótese – de que o Brasil vai perder a chance única de que dispõe como sociedade para crescer e ficar rico no momento de maior potencialidade produtiva de sua população, fenômeno conhecido como “bônus demográfico”, ou seja, a melhor (e maior) relação possível entre o número de ativos e o de dependentes na sociedade. Dentro de 25 a 30 anos essa relação não apenas vai se inverter, como a situação vai começar a ficar mais preocupante, em termos de maiores despesas com a terceira idade, e uma riqueza acumulada insuficiente para cobrir despesas de saúde e as previdenciárias.
Observando o que tivemos de 2003 até aqui, e que promete prolongar-se de 2014 até 2022, eu ousaria antecipar uma imensa perda para o Brasil: pelo menos metade do bônus demográfico será desperdiçado em distributivismo demagógico, com uma deterioração ainda maior dos padrões educacionais (em todos os níveis, com uma mediocrização absoluta e relativa de todos os ciclos educacionais, tendo em conta as “pedagogas freireanas” que dominam a educação no Brasil, as novas saúvas do nosso pais), e uma perda de oportunidade completa para fazer crescer a produtividade do trabalho humano.
Em outros termos, vamos continuar crescendo pouco, e descendo ainda mais na agregação de valor no capital humano, com custos de transação aumentando (em virtude do desmantelamento atual, e futuro, das instituições públicas) e perda de competitividade relativa e absoluta do Brasil no contexto do Mercosul, da região e do mundo, ou seja, vamos decair como decaíram a China, desde o século XIX, como a Inglaterra nos primeiros 80 anos do século XX, e a Argentina desde os anos 1930 (e continuando até hoje); vamos ficar atrás dos asiáticos e outros países.
Minha analise é, obviamente mais sociológica (e, portanto, mais impressionista), do que seria um exame econômico, portanto mais fiável e colado na realidade, mas esta é a minha visão do processo que assisto hoje no Brasil, vendo comparativamente o que ocorreu com outras sociedades, em outras épocas. Estamos entrando (já entramos há muito tempo) numa Republica Sindical ainda mais medíocre do que o padrão argentino (que tinha alguma ideologia atrás de si, enquanto o nosso se baseia unicamente na ignorância de 70% do eleitorado), e que promete ficar conosco durante toda a duração do bônus demográfico.
Ou seja, sou pessimista, apenas moderadamente na vertente econômica, mas absolutamente na vertente educacional. Creio que estamos perdendo uma imensa oportunidade de “ficar ricos” – relativamente, claro – enquanto podemos contar com esse bônus; depois disso será muito tarde.
E por que perderemos? Porque a produtividade da mão-de-obra no Brasil é baixa e continuará baixa pelo futuro previsível, com a educação de qualidade medíocre que temos hoje e que continuaremos a ter nos anos à frente.
Em outros termos, perdemos e perderemos, de forma agravada, pois imagino que a carga fiscal continuará aumentando em virtude da inevitabilidade dos aumentos já encomendados dos gastos públicos, com previdência, salario mínimo, funcionalismo, transferências a gregos e goianos (ou seja, a capitalistas, banqueiros e recebedores da Bolsa-Família), além de todos os problemas decorrentes do aumento, ainda que menor, da dívida pública e portanto da drenagem da poupança privada (voluntária) pelos mecanismos compulsórios de requisição estatal, ademais da compressão contínua dos investimentos públicos pelos gastos constantemente altos com juros.
Como se vê, eu sou bastante pessimista quando a má qualidade e à falta de visão de nossos dirigentes atuais (de qualquer vertente, pois a oposição também é inconsequente). Acredito, aliás, que o melhor que poderia ocorrer ao Brasil, quanto antes melhor, seria uma crise fiscal, ou uma crise de transações correntes, pois uma delas, ou as duas, pelo menos nos obrigaria a fazer alguns ajustes. De outro modo, só uma “fronda aristocrática” – ou seja, uma revolta dos empresários contra a extorsão tributária – poderia iniciar um processo necessário de reformas, o que acredito, contudo, que não ocorrerá, pois os nossos capitalistas, organizados por sindicatos de aproveitadores, como sabemos, estão muito empenhados em arrancar favores fiscais, proteção tarifária e crédito subsidiado do ogro estatal que os explora do outro lado, e a todos nós.
Acho que vamos decair lentamente, um pouco como a Inglaterra nos primeiros 80 anos do século 20...

Brasília, 29/08/2011

Dilma: problemas de "monton" - Carlos Malamud (InfoLatam)

Brasil: Los problemas se amontonan en la mesa de Dilma Rousseff
Por CARLOS MALAMUD
Infolatam, Madrid, 28 agosto 2011

El domingo 28 de agosto, La Nación de Buenos Aires titulaba “Brasil da señales de fatiga: crecerá menos este año y la industria está estancada”, en una larga nota dedicada a analizar la situación económica de su país vecino. Simultáneamente, y en total asintonía con lo anterior, EUBRASIL, el lobby probrasileño (y oficialista) asentado en Bruselas, publicaba un comunicado que comenzaba señalando: “Brasil tem maior superavit primário em julho desde 1997, a pesar da crise mundial”, en el mejor estilo del optimismo nacional, tan autocomplaciente como de costumbre.

Los datos publicados por La Nación constituyen un notable toque de atención sobre el futuro inmediato del gigante suramericano. Frente a un 7,5% de crecimiento en 2010, las estimaciones para 2011 quedan a una gran distancia y oscilan entre el 3,7 al 4% del gobierno, y las del 3,2 al 3,5% de algunas consultoras privadas. Junto a estos datos, hay otros para todos los gustos. En un platillo de la balanza encontramos las altas cifras de inflación, que en el último año ha acumulado un 6,87%, aunque en los últimos meses está algo más controlada. Pese a todo, se sitúa muy por encima de la meta del 4,5% fijada por el gobierno.

También ha bajado el índice de confianza del consumidor y el peso de la industria en las exportaciones. Esto último habla de un profundo dilema para el futuro económico de Brasil, que se incrementará cuando el país se convierta en un importante exportador de hidrocarburos. Me refiero a la reprimarización de su economía, una economía que en los últimos años ha estado demasiado pegada al auge de las commodities y al abastecimiento del mercado chino. De ahí el esfuerzo que deban hacer sus autoridades para evitar que la “enfermedad holandesa”, que tanto daño hace en países como Venezuela, se cebe sobre Brasil.

Simultáneamente hay otros datos positivos, como la reducción del paro, que en julio bajó un 0,2% para situarse en el 6%, o el ya mencionado crecimiento del superávit primario. Con todo, si algo prima en el escenario del futuro inmediato de Brasil es la incertidumbre sobre lo que pueda pasar, especialmente en un entorno internacional tan complicado. Muchos expertos creen que el peso del mercado interno, aumentado con el potente incremento de las clases medias en los últimos 15 años, será determinante para evitar los efectos de una nueva recesión mundial, mientras otros estiman que el sector exterior es clave para el futuro del país y su consolidación como un actor global relevante. Precisamente, una de las cuestiones que debe decidir el gobierno de Rousseff es a qué sectores productivos primará con su política económica y cómo hacer para que Brasil siga contando con un pujante sector industrial.

Pero los problemas económicos no son los únicos que se agolpan sobre la mesa de la presidente, y que ésta deberá resolver en el corto plazo, especialmente si quiere comenzar a plasmar la imagen de un nuevo Brasil y solventar algunas cuestiones cada vez más preocupantes, como la corrupción, que ya le ha costado la silla a algunos ministros y altos cargos de su gobierno y ha provocado más de una fractura en la extensa coalición oficialista.

Con su particular y directo estilo de gobierno, muy apreciado por la opinión pública e, inclusive, por la oposición, Rousseff está afectando a numerosos intereses creados, en el gobierno federal y también en los gobiernos de los estados y ayuntamientos, en la administración pública, en el parlamento y en los numerosos partidos que integran la coalición oficialista. La cercanía del Mundial de fútbol de 2014 (que serán presididos por la presidente) y de los Juegos Olímpicos de 2016 ha acentuado la atención mundial sobre Brasil y la resolución de algunos conflictos políticos y económicos será objeto de especial escrutinio internacional.

Por eso, la lucha contra la corrupción también se ha convertido en un símbolo de su presidencia, aunque aquí ni las visiones ni la forma de hacer política de unos y otros son coincidentes. En primer lugar tenemos las diferencias de estilo entre Lula y Rousseff, que no sólo afectan la forma en que se acepta o se rechaza la corrupción, sino también la forma de relacionarse con su propio partido (el PT) y con la oposición, comenzando por el estratégico PMDB, pero también por otros más pequeños, pero no por ello menos vitales. Es cierto que el sistema político brasileño no favorece las cosas, dado el delicado equilibrio existente entre el gobierno federal y los gobiernos estaduales, pero las ansias desmedidas de algunos políticos tampoco las facilitan demasiado.

No se olvide que en 2014 hay elecciones presidenciales y que la incógnita en torno a la identidad del candidato oficialista (Rousseff o Lula) todavía no se ha despejado, aunque ambos tienen un gran interés en conducir los destinos de su país entre 2014 y 2018. En 2014 Lula tendrá casi 70 años y dada su enorme vocación por la política, y últimamente también por el poder, intentará ser nuevamente candidato, salvo que Rousseff tenga un más que considerable apoyo popular. Aquí encontramos una de las claves del diferente empeño puesto por los distintos sectores del PT en la lucha contra la corrupción, a lo que se suma la nunca resuelta relación entre el mentor y la pupila, siempre difícil si el mentor es un personaje como Lula, con su gran carisma y aceptación popular.

Respecto a la coalición de gobierno, clave de la gobernabilidad, se ven importantes diferencias entre el estilo de Lula y el de Rousseff. No se trata únicamente de que Lula pueda tener más cintura política que se sucesora, o que dedicara más tiempo a negociar con los partidos aliados y sus dirigentes, sino que la actual presidente entiende que es a ella a quien le corresponde formar el gobierno y nombrar a sus ministros, secretarios de estado e inclusive a los niveles intermedios, mientras que en el pasado las componendas entre unos y otros dejaban un mayor margen para las dirigencias de los partidos próximos al PT.

Junto a estas cuestiones hay otras que también merecen la atención presidencial, como la política de Defensa. La salida de Nelson Jobim, perteneciente al PMDB, del ministerio de Defensa y la vuelta de Celso Amorim al gobierno no sólo ha roto un delicado equilibrio, sino también ha introducido una serie de interrogantes en torno a las relaciones entre gobierno y militares. A esto se agrega otra cuestión que de forma algo inexplicable, aunque haya respuestas para todos los gustos, se ha convertido en una especie de fetiche para los últimos gobiernos brasileños: contar con un puesto permanente en el Consejo de Seguridad de Naciones Unidas. No se trata de que los países no tengan objetivos a largo plazo, sino de que en torno a éste, de no fácil consecución, Brasil está poniendo en juego demasiado y subiendo la apuesta de forma permanente. Y aquí, como en la lucha contra la corrupción y el mantenimiento de la coalición gubernamental, el problema, como en la “Siete y media”, no es no llegar sino pasarse.

Carlos Malamud:
Catedrático de Historia de América de la Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED), de España e Investigador Principal para América Latina y la Comunidad Iberoamericana del Real Instituto Elcano de Estudios Internacionales y Estratégicos. Ha sido investigador visitante en el Saint Antony´s College de la Universidad de Oxford y en la Universidad Torcuato Di Tella de Buenos Aires y ha estado en posesión de la Cátedra Corona de la Universidad de los Andes, de Bogotá. Entre 1986 y 2002 ha dirigido el programa de América Latina del Instituto Universitario Ortega y Gasset, del que ha sido su subdirector. Actualmente compatibiliza su trabajo de historiador con el de analista político y de relaciones internacionales de América Latina. Ha escrito numerosos libros y artículos de historia latinoamericana. Colabora frecuentemente en prensa escrita, radio y TV y es responsable de la sección de América Latina de la Revista de Libros.

domingo, 28 de agosto de 2011

Miopia diplomatica brasileira - Denis Rosenfield

Miopia ideológica na diplomacia
Denis Lerrer Rosenfield
Diário do Comércio, 25 Agosto 2011

A diplomacia brasileira causa constrangimento. Após a posse da presidente Dilma, alguns sinais foram dados de que haveria, nessa área, uma mudança de rumo. Sinalizações de vários tipos se fizeram presentes, dentre as quais a defesa dos direitos humanos no Irã, em particular no que diz respeito às mulheres. O contraste parecia se afirmar em relação ao governo anterior. Lula chegou a afirmar que os críticos do regime dos aiotolás, que morriam nas ruas e eram torturados nas prisões, eram nada mais do que torcedores de um time que tinha perdido o jogo, no caso, o das eleições presidenciais naquele país. Maior troça em relação à democracia e aos direitos humanos era impossível.

Embora a esfera das relações exteriores não seja algo que comova ou interesse particularmente aos cidadãos brasileiros, para os quais ela surge como algo longínquo que não interfere em suas vidas, ela tem um sentido interior. A diplomacia do governo Lula foi uma diplomacia petista, naquilo que esse partido tem de mais atrasado.
Nela, imperam os velhos cacoetes da esquerda, como a luta antiimperialista, a solidariedade com o "terceiro mundo", as relações Sul/Sul, o alinhamento com o socialismo bolivariano, a simpatia participativa com os regimes de esquerda e assim por diante. Isso significa, na prática, o apoio aos ditadores mais sanguinários e o desprezo ativo pelos direitos humanos. Sinal manifesto disto, para trazermos a questão à sua atualidade, é o tratamento "amigo" dado a ditadores como Assad na Síria e Kadafi na Líbia.

Aliás, digno de nota é o fato de a família Kadafi estar cogitando como lugar de exílio a Venezuela de Chávez, o símbolo do "socialismo do século 21". Aqui no Brasil, tivemos as condições vergonhosas de asilo ao terrorista Cesare Battisti, também em nome de uma solidariedade de esquerda. Os países ditos de esquerda estão recebendo como lugar de refúgio – e de impunidade – a escória internacional.

No entanto, apesar das sinalizações de mudança do novo governo, nada parece estar mudando, como se um passo adiante tivesse se traduzido por dois atrás.

A repressão na Síria de Assad se torna cada vez mais sanguinária com o assassinato sistemático dos contestadores e, de forma mais geral, da população civil. Cidades que se mostram contestatórias são submetidas ao ataque dos tanques, dos foguetes e, em alguns casos, de bombardeios navais.

Em um estilo melífluo, o ditador Assad diz reconhecer as oposições, promete tornar o sistema partidário plural, assevera que suas tropas foram atacadas, enquanto emprega sistematicamente a violência contra os seus opositores. A imprensa livre é sufocada e os correspondentes estrangeiros estão proibidos de entrar no país, de modo que uma cobertura jornalística isenta se torna impossível.

As moções de repúdio de vários países se sucedem enquanto o Brasil envia uma missão diplomática ao país que termina dando credibilidade às palavras do ditador. O País, literalmente, fez um papelão, algo que foi, inclusive, utilizado internamente, como se o Brasil fosse avalista do regime. Nosso país só mereceu descrédito.

Agora, não consegue se desvencilhar da sombra de Kadafi e de Lula. A Líbia está praticamente toda controlada pelas forças rebeldes. O QG do ditador já está sob controle da oposição. O Conselho Nacional de Transição tornou-se, nesses últimos meses, o interlocutor de vários países, sendo reconhecido como o novo governo.

Observe-se que estamos diante de um processo que já dura seis meses, tendo, portanto, havido tempo para que o governo brasileiro refletisse com maior vagar sobre o que lá estava acontecendo. Aliás, no início do conflito, o embaixador brasileiro chegou a declarar que a situação era muito favorável a Kadafi, com o povo contente. Os opositores seriam meros descontentes de algumas poucas tribos rivais, que só controlavam e só poderiam controlar algumas poucas cidades rebeles. Maior erro de avaliação é impossível.

A diplomacia brasileira, que procura ganhar credibilidade internacional, postulando mesmo uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, está francamente a reboque da situação, perdendo importância e prestígio. Ainda agora, hesita em reconhecer o CNT como o verdadeiro representante do povo líbio. Ao mesmo tempo, procura assegurar os interesses das empresas brasileiras que lá atuam. A ingenuidade é total. A quem o CNT assegurará os melhores contratos? Aos que os apoiaram ou aos que se recusaram a tal?

Até a China, que procurava se manter neutra no conflito, já dá sinais de mudança de posição, ciente de que a correlação de forças mudou completamente. Sai em busca da recuperação do tempo perdido. A diplomacia brasileira nem isto consegue fazer.

Há erros de avaliação militar e política. No erro de avaliação militar, destaque-se o fato de o Itamaraty não ter conseguido prever o desfecho dos combates, como se estivesse apostando seja na resistência de Kadafi, seja em sua capacidade de recuperação. O território sob controle do ditador encolhia a olhos vistos, até para os desconhecedores de assuntos militares.

No erro de avaliação política, note-se a inabilidade diplomática, onde o Brasil não se fez interlocutor de ninguém, nem sendo levado a sério. O Itamaraty, historicamente, sempre foi reconhecido por sua competência. Sob Lula, tornou-se cada vez mais ideológico, como se devesse tomar partido na ótica de seu partido. A diplomacia ficou literalmente partida.

O fato de o Brasil estar sendo convidado para participar pela França de uma conferência internacional só mostra a influência francesa e o seu interesse em adular o Brasil, cuja diplomacia ficou suspensa no ar. Certamente deve ter pesado na decisão francesa o seu interesse em vender os aviões Rafalle ao Brasil. Ajuda "amiga"!

O que estamos presenciando é uma continuidade diplomática do novo governo em relação ao anterior, mostrando-se incapaz de rever suas posições. Há uma notável dificuldade de afastamento dos antigos "amigos" e "companheiros", como Assad e Kadafi. A miopia ideológica continua operando.

Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na UFRS

Seria o Brasil um pais normal? (2) Acho que nao, pelo menos nao nos seus ministros do Supremo...

Leio na entrevista da ministra aposentada do STF, Ellen Gracie Northfleet, nas Páginas Amarelas da Veja desta semana, esta frase:

"O Supremo faz, sim, política. Mas política ampla, de desenvolvimento nacional, de contribuição ao crescimento do país, de atenção às realidades do país."

Bem, eu já tinha uma péssima impressão de alguns juízes supremos (minúsculas, por favor), mas nenhuma impressão dessa juíza pouco suprema. Agora vou ter de incluí-la no rol dos juízes malucos, vocês sabem, aqueles que pretendem fazer justiça com as mãos -- enfim, alguns fazem até com os pés, quando não com armas -- em lugar de fazê-lo apenas com a cabeça (racionalidade, quero dizer) e a Constituição, adequadamente interpretada.

Quando um juiz decide que quer contribuir com o desenvolvimento nacional já está extravasando e sendo um péssimo juiz, pois esta não é a sua função. Sua função é apenas e tão somente julgar da constitucionalidade das leis e de casos levados ao supremo (minúscula, preciso repetir?), sem jamais considerar condição social, renda pessoal, estatus profissional, ou necessidades materiais, digamos assim. Juiz é apenas para julgar, não para salvar ninguém, sobretudo nos salvar das nossas misérias materiais (isso o governo já se encarrega de agravar, e não é preciso nenhum juiz para piorar a situação).

Decididamente, o Brasil não é um país normal. Com essa mentalidade, vai demorar para ficar, ou virar, um país normal. Talvez mais duas ou três gerações, apenas. Vocês estão achando muito? Então não escolham juízes malucos para o supremo (que talvez um dia vire Supremo).
Paulo Roberto de Almeida

Seria o Brasil um pais normal? (1) Acho que nao, pelo menos nao nos vinhos...

Almocei em casa, hoje, com um excelente cuscus caseiro, incrementado pelo engenho e arte de Carmen Lícia, acompanhado de um belo salmão de forno, e salada com nozes, amêndoas, caju e um magnífico óleo de oliva primeira pressão e temperos ao gosto.
Tudo isso acompanhado de um excelente chardonnay sul-africano (2009), "Oracle of the Rain", originário da província do Cabo ocidental (barato e excelente; pena que só tinha uma garrafa, pois eu teria tomado mais, com Carmen Lícia e Pedro Paulo; depois teve dois cafés para manter o espírito de trabalho).
Mas leio agora no rótulo de "comercialização" que esse vinho foi importado nos EUA (não sei se fisicamente) pela "Monsieur Touton Selections", antes de ser trazido ao Brasil por uma distribuidora de Osasco, SP. Isso tudo por um preço mais do que razoável, um pouco acima de 35 reais, mas comprado abaixo disso por uma oferta especial do supermercado. Ou seja, por menos de 40 reais se pode ter acesso a excelentes vinhos circulando no mercado internacional, como se o Brasil tivesse entrado, definitivamente, no circuito do comércio internacional quase livre.

Mas, que ilusão! Ao pensar nisso, ou seja, que o Brasil está quase se convertendo, finalmente, em país "normal", lembro-me que o mesmo governo que nos governa (enfim, estou supondo), pretende instituir um selo individual para cada garrafa de vinho importado, alegadamente para garantir sua qualidade, mas realmente para proteger a produção nacional, num dos gestos repetidos de protecionismo vergonhoso de que são habituais praticantes os burocratas públicos e produtores nacionais.
Quando pensamos que o Brasil pode, finalmente se converter em país normal, vem um protecionista e acaba com a nossa alegria.
Acho que vai demorar mais alguns anos...
Paulo Roberto de Almeida

Seria o governo completamente maluco?: o caso dos neobolcheviques

De vez em quando, ao ler manchetes deste tipo, eu me pergunto, preventivamente, se o governo não é composto de pessoas completamente malucas:

Governo recebe MST e anuncia R$ 400 mi para reforma agrária
Ministro também vai renegociar a dívida dos assentados e da agricultura familiar
Trabalhadores voltam a bloquear ministério

(Estadão, 28/08/2011)

Justamente: depois de ter várias sedes estaduais do Incra invadidas pelo MST, e depois que o Ministério da Fazenda foi bloqueado pelo menos duas vezes na semana que passou pelos neobolcheviques do MST, o governo ainda faz um mimo a esses vândalos, prometendo entregar dinheiro a suas entidades fantasmas?
Como é isso?
O governo é feito de gente maluca?
Onde está essa ineficiente, inexistente, incompetente, inepta, covarde e castrada ABIN que, sendo um órgão dedicado à defesa do Estado - e supostamente tendo gente infiltrada no MST (e se não tiver, é ainda mais incompetente e castrada que eu pensava) para justamente prevenir ataques a propriedades públicas e agências centrais do Estado, como MiniFaz e Incra --, não consegue, não pode, ou é impedida de defender o patrimônio do Estado, se torna conivente, subserviente e promotora de fato de todas as ilegalidades que se cometem contra o Estado brasileiro (mesmo se dirigidas contra um governo maluco), e tem de suportar, assim, ser ofendida como o faço neste post pela sua castração autoconsentida e autoaplicada?
Estamos num processo gradual e constante de deterioração da institucionalidade, com a conivência subserviente de altos funcionários do Estado que, sendo funcionários do Estado, se comportam como meros serviçais de um governo esquizofrênico, conivente com as ilegalidades e os crimes cometidos contra o Estado.
Só posso imaginar isso com base nas manchetes.
Se vou ler a matéria, então, tenho plena confirmação de minhas desconfianças.
O governo é mesmo maluco (ou então é outra coisa, e deixo vocês imaginarem o que seja).
Paulo Roberto de Almeida

Governo vai liberar R$ 400 mi para reforma agrária
Denise Madueño
O Estado de S.Paulo, 26.08.2011

Anúncio foi feito nesta sexta-feira, 26, aos sem-terra, acampados em Brasília, pelo ministro Gilberto Carvalho

A presidente Dilma Rousseff decidiu liberar ainda neste ano uma suplementação de R$ 400 milhões para a obtenção de terras para a reforma agrária. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 26, aos sem-terra, acampados em Brasília, pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

Ministro Gilberto Carvalho recebe lideranças do movimento no Planalto
Ele anunciou também a renegociação da dívida dos assentados e da agricultura familiar, para permitir a reinserção dos inadimplentes no processo de financiamento. O ministro informou que essa reinserção de dará por meio de um novo financiamento, que poderá ser parcelado em até sete anos.

Carvalho informou ainda que haverá recursos para custeio. "Com isso a gente espera ter atendido a essa demanda. Interessa ao governo que a gente termine com a inadimplência dos assentados e dos agricultores", afirmou o ministro, que garantiu ainda a liberação de mais R$ 15 milhões para o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

Veja também:
Trabalhadores rurais voltam a bloquear entrada de ministério
MST desocupa fazenda no interior de SP
Novo ministro da Agricultura recebe integrantes do MST

Imprensa 11, 12, 13, 14 vs Governo 0: what a difference a week makes

No dia 22 de agosto eu colocava este post neste humilde blog:

Diplomatizzando: Imprensa: 8, 9, 10 x Governo: 0 (apenas antecipando)
22 Ago 2011
Calma, não estou apostando nada ainda, e não me cabe derrubar ministros: isso o governo faz, depois que a imprensa já os demitiu... Decididamente, isso tudo está virando uma mania... Revistas alvejam tres ministros do ...

Bem, agora posso acrescentar mais três ou quatro números à minha contagem, mesmo se o governo ainda não demitiu os personagens 8, 9 e 10 que eu relacionei (sem nomear) acima.
Para mim eles já estavam moralmente demitidos, degradados no porão da ética e dos (maus) costumes.
Pois bem, agora estou antecipando mais quatro, quem sabe cinco?, desses personagens que eu NUNCA convidaria para a minha casa e sequer apertaria a mão.
Bem, acho que ainda vai demorar para eles serem demitidos, ou serem "exonerados a pedido".
Para mim eles já estão demitidos... moralmente, quero dizer.
Paulo Roberto de Almeida

Quilombo de resistencia intelectual contra a degradacao moral do Brasil

Acreditava que não me surpreenderia mais com qualquer notícia desagradável vinda dos meios políticos do nosso país. Mas a gente sempre acaba se surpreendendo com a desfaçatez de certos personagens, que se excedem, se ouso dizer, no rebaixamento dos padrões éticos mínimos -- estou só pedindo o mínimo -- que deveriam guiar a condução política e administrativa do país.
O Brasil desceu a tal estágio de degradação moral, não apenas na política, mas principalmente na política, que qualquer empreendimento, desimportante que seja, de resistência moral ao quadro de indignidade que vemos estampado todos os dias na imprensa afigura-se importante, se mais não fosse, apenas para nos dar aquele conforto interior, que somos obrigados a resguardar em nome de nossa própria dignidade pessoal.
Confesso que sinto vergonha pelo Brasil, como se estrangeiros, ou observadores externos, nos vissem e perguntassem assim:
- Mas como é que vocês conseguem viver, suportar tais níveis de corrupção, de roubalheira, de mentiras, de fraudes, de degradação moral na vida pública? Vocês não fazem nada a respeito, não se indignam, não protestam, são absolutamente indiferentes a tudo isso? Vocês consentem que pessoas que deveriam estar nas penitenciárias continuem a roubar o dinheiro de vocês todos os dias?

Estas são as perguntas que qualquer visitante estrangeiro, bem informado sobre as coisas do Brasil, poderia nos fazer. E o que eu teria a responder?
Nada, ou quase nada, apenas que estou sempre disposto a colaborar com empreendimentos de defesa da verdade, ou seja, ajudar na divulgação da mera verdade, da simples verdade elementar das coisas, verdades que vêm sendo surripiadas aos brasileiros desde muito tempo, e com maior intensidade a partir de 2003.
Não sou jornalista, nem personalidade de destaque, por isso minha área de influência é muito restrita, praticamente nenhuma, ou apenas reduzida e limitada a este blog (que eu sinceramente preferia dedicar aos temas que são tradicionalmente os seus, de relações internacionais, de política externa do Brasil, de livros e ideias; mas o quadro é tão degradante que, sinceramente, confesso que não tenho estômago para assistir indiferente ao cenário de iniquidades que nos é oferecido todos os dias nas páginas da imprensa).
Por isto mesmo, considero-me fazendo parte de uma espécie de quilombo de resistência intelectual às fraudes e à degradação em que estamos vivendo. Minha colaboração está apenas na disseminação de notícias -- que suponho verdadeiras -- e na divulgação de opiniões com as quais posso concordar apenas parcialmente, mas que refletem em grande medida meu estado de espírito.
Aos defensores da ordem atual, recomendo abstenção: este é um quilombo de resistência e nele me reservo o direito de selecionar ideias e opiniões inteligentes, apenas estas...
Paulo Roberto de Almeida

Se Dilma quer manter autoridade, tem de demitir Pimentel, Gabrielli e destituir Vaccarezza da liderança
Reinaldo Azevedo, 28/08/2011 06:21:12

A presidente Dilma Rousseff não tem o que fazer com alguns dos políticos que foram ao Cafofo do Dirceu. São donos de seus respectivos mandatos. Só os eleitores podem cuidar deles. Mas há três nomes que têm de ser defenestrados já se ela quer preservar a sua autoridade — que Lula já vem tentando minar; só falta agora ela permitir que José Dirceu faça o mesmo.

Refiro-me ao ministro da Indústria e Comércio, Fernando Pimentel — que era o chefe dos aloprados dos dossiês de 2010, lembram-se? —, ao presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e ao líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP). O deputado segue com seu mandato, claro! Mas líder do governo? De qual governo? Daquele que emana do Planalto ou do outro, que se movimenta clandestino em quartos de hotel?

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O Cafofo do Dirceu
Reinaldo Azevedo, 28/08/2011 06:23:52

Mantenho, abrindo a edição deste domingo, aquele post de ontem em que desmonto a farsa preventiva que José Dirceu criou para mobilizar a Al Qaeda Eletrônica, a rede petralha na Internet, que tenta esconder o óbvio: o deputado cassado, acusado de ser chefe de quadrilha, montou um governo clandestino num hotel em Brasília — onde ele nem mesmo aparece como hóspede. É uma empresa que paga a conta. Sem função no governo, com conhecida atividade de lobby em vários setores, o homem recebe ministro de estado, dirigente de estatal, senadores, deputados… Em meio à crise que acabou resultando na queda de Palocci, o lobista se movimentava freneticamente para apressar a demissão de seu adversário interno e para fazer o seu substituto. Seu candidato era Cândido Vaccarezza. Não deu certo.

Como o próprio Dirceu dá a entender em seu site, num post ridículo em que tenta posar de vítima, as reuniões flagradas por VEJA não são exceção, mas regra. Segundo ele mesmo confessa, os dois quartos, pagos por um escritório de advocacia, são a sua casa em Brasília. Dirceu não é um lobista qualquer. Seus pares menos famosos e menos poderosos são obrigados a ir até os políticos, a tentar marcar audiência com ministros, a arranjar prepostos que lhes abram os caminhos até os gabinetes. Com o cassado e “chefe de quadrilha” (segundo a Procuradoria), a coisa é diferente.

É o ministro de Estado que vai ao seu encontro. É Fernando Pimentel (Indústria e Comércio) quem se desloca até o aparelho clandestino para encontrar o “chefe”. Qualquer um que tente marcar uma audiência com José Sérgio Gabrielli, o presidente da Petrobras, vai penar. Ele é muito poderoso e muito ocupado. Menos em matéria de Dirceu: nesse caso, se ele fosse um pet, correria animado como um maltês felpudo ao encontro do chefe da matilha. Até um ex-senador e um deputado da oposição freqüentam o “Cafofo do Dirceu”. E Dirceu, vejam vocês, trabalha para empresas da área de petróleo e gás…

É importante deixar claro que nunca antes na história destepaiz houve alguém como ele. Lula, hoje, na prática, faz o mesmo que Dirceu: vocaliza interesses privados, tem grande influência no PT, ganha uma grana preta com suas “palestras”, busca mecanismos oblíquos para ferrar a democracia… Mas, vá lá, o Apedeuta goza, ao menos, de um outro status jurídico e político. Não que não merecesse e ainda mereça as mesmas penas de Dirceu — afinal, era seu chefe —, mas conseguiu se safar. Essa romaria do alto escalão da República a alguém acusado de ser “chefe de quadrilha”? Não, meus caros, isso é inédito!

A canalha petralha pergunta na rede: “Mas o que tem de errado nos encontros? Dirceu é um petista se reunindo com petistas. Não pode?” Não! Homens de estado, alguns deles exercendo cargo de confiança, não podem manter convescotes secretos com um lobista — ainda mais quando se constata que o objetivo é interferir em decisões do governo.

Até alguns setores da imprensa digna desse nome hesitam um tantinho e se perguntam se há algo de incomum na esbórnia. Isso dá conta de um momento de rebaixamento ético da política, a que os petistas não conduziram — é claro que não inventaram a corrupção; eles apenas a conduziram ao estado de arte. Os petistas têm essa particular capacidade de levar as pessoas a duvidar de seus próprios critérios morais.

Então eu lhes proponho um exercício. Imaginem uma empresa privada qualquer. Pensem agora num indivíduo, lobista, dedicado a seu próprio enriquecimento, que recebesse clandestinamente dirigentes dessa empresa para cuidar de seu futuro. Seria aceitável? Os acionistas da dita-cuja permitiriam? Os partícipes da reunião continuariam empregados? Se a prática é impensável na iniciativa privada, por que deveria ser aceita no serviço público?

VEJA ESTOUROU O APARELHO DE JOSÉ DIRCEU! O APARELHO QUE ELE MONTOU EM PLENO REGIME DEMOCRÁTICO PARA CONSPIRAR CONTRA DEMOCRACIA. É uma evidência de que o lobo troca o pêlo, mas não muda o vício.

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Assim não dá, VEJA!
Reinaldo Azevedo, 28/08/2011 06:19:41

A gente não pode deixar de reconhecer que certos setores têm mesmo de ficar chateados. Não fosse a VEJA, a Dilma presidente teria carregado Erenice Guerra para um cargo de primeiro escalão; Alfredo Nascimento e os 25 demitidos estariam no Ministério dos Transportes; Wagner Rossi e aquele lobista que bate em jornalista continuaram no Ministério da Agricultura; Dirceu tocaria em paz o seu governo paralelo e clandestino… Isso para citar casos recentes.

Assim não dá, VEJA!

Se a revista continuar a fazer jornalismo, o país corre o sério risco de vir a ser decente um dia. É compreensível que os canalhas, inclusive os vagabundos a soldo da Internet, reclamem.

Resenha: Clássicos das relações internacionais - João Henrique Catraio Monteiro Aguiar

RESENHA
Lima, Marcos Costa; Medeiros, Marcelo de Almeida; Reis, Rossana Rocha; Villa, Rafael Duarte (ed.)
Clássicos das relações internacionais
São Paulo: Hucitec, 2010 379 p.

Por João Henrique Catraio Monteiro Aguiar, Mestrando de Relações Internacionais (PPGRI/UERJ). Professor de Sociologia (Colégio Pedro II)

Mural Internacional, Ano II, n. 1, junho de 2011, p. 68-70.

O livro resenhado dedica-se a introduzir o conhecimento sobre os autores clássicos das Relações Internacionais. Há prefácio e introdução dos autores, nos quais definem as linhas gerais e a homenagem do livro (a Gildo Marçal Brandão). O livro é composto por 15 capítulos, nos quais se aborda, em cada um, pensadores clássicos e/ou alguma teoria específica, com vias de mostrar
aos leitores reflexões explicativas tradicionais das relações internacionais. Pode-se, cum grano salis, perceber três grandes eixos estruturantes do livro:
1. Estudos estratégicos ou realistas;
2. Estudos de integração regional e cooperação;
3. Reflexivismo.

O livro é uma coletânea, escrita por acadêmicos de diversas origens. Fornece um instrumento didático para graduandos em relações internacionais; associando análise teórica e extratos originais. O primeiro capítulo é sobre Maquiavel. Nele, Ingrid Sarti analisa a vida e obra do mesmo. Ela examinará as ideias de fortuna e virtú. Em seguida, irá demonstrar quais, para o pensador florentino, deveriam ser as características do príncipe. Demonstra também, em Maquiavel, a fusão do realismo metodológico com a defesa de valores republicanos. Sua obra visaria a “arte possível de governar”.
Marcos Guedes de Oliveira e Erivaldo Cavalcanti apresentam as ideias de Norman Angell, que, sem
defender o socialismo ou o desarmamento, será contra a guerra. Segundo os autores, para ele as guerras fariam o colapso do capital financeiro e industrial e impediriam o crescimento econômico. As guerras gerariam ilusões, como a de que o expansionismo gera riquezas. Os autores mostram que Angell defendeu o comércio e os tratados, bem como a autodeterminação dos países.
Maria Regina Soares de Lima debruça-se sobre Hans Morgenthau. De acordo com sua exposição, o autor escreve ao mesmo tempo um guia para estadistas e uma descrição objetiva da ação política, entronizando o Realismo (através dos 6 princípios). A autora destaca que o pensador internacionalista tanto analisa o contexto político quanto faz teoria. A luta por poder seria, neste caso, a tônica ontológica da política externa. A promoção do interesse nacional seria a ação padrão dos Estados. Para Morgenthau, dentro do sistema anárquico, o poder pode ser limitado por: balança de poder e acomodação.
Rossana Reis demonstra a influência da Guerra Fria e da guerra de independência da Argélia sobre o pensamento de Raymond Aron. Segundo a autora, ele será influenciado por Kant e Hobbes; assim como fará análises usando quatro componentes: teoria, sociologia, história e praxiologia.
Para o pensador francês, o diálogo e o intercâmbio entre as nações assumem modalidades complementares: diplomacia (com o diplomata) e guerra (com o soldado). Dentro do sistema oligárquico os meios e os fins da política são indeterminados e o Estado é o ator principal.
Marco Cepik e Luiza Schneider defendem a abordagem que sugere o Neo-Realismo. Esta abordagem
teria como características: ética consequencialista, agenda realista e o método científico (lakatosiano).
Kenneth Waltz, seu criador, pode ter suas ideias divididas em dois momentos: 1. Análise das “imagens”; 2. Análise do sistema e da estrutura. Os autores apresentam as críticas principais ao pensador e o defendem. Rafael Villa e Norma Breda dos Santos analisam a Escola de Copenhague (EC), cujos maiores pensadores são Barry Buzan e Olef Waever. A EC renova estudos de segurança e usa insights sociológicos, construtivistas e realistas. Com vistas a entendê-la, os autores irão fazer uma análise do período histórico e das idas e vindas teóricas do grupo que compõe a Escola. Suas maiores contribuições destacadas são os conceitos de Securitização, Dessecuritização, Macrossecuritização, Constelações, Complexos Regionais de Segurança, objetos referentes e ator securitizador. A EC usa diferentes níveis de análise e se dedica mais aos estudos sobre a Europa.
Se Maquiavel é um antigo clássico, Carl Clausewitz também o é. Eugenio Diniz descortina as ideias do autor sobre a guerra. Dentro das três tendências da guerra por ele assinaladas (violência, ódio e força) podem ser encontradas duas ações básicas: ataque e defesa. Ambos passam pelo fenômeno de fricção e pelo “ponto culminante” do uso de suas forças. Mesmo com especificidades variadas, como as forças móveis e imóveis e as suspensões, a guerra teria sempre um caráter político. Afinal, é a política que determinaria o uso estratégico da guerra.
José Briceño-Ruiz investiga Andrew Moravcsik, formulador do Liberalismo Intergovernamental (LI). Os Estados são, para ele, representação de um subconjunto da sociedade doméstica, e as preferências deste subconjunto viram os objetivos que o Estado persegue. O LI congrega teorias sobre economia política, barganha e regimes. A partir desses pressupostos, os meandros da integração regional são expostos.
O capítulo sobre Stephen Krasner é escrito por Ernani Carvalho. Cooperação, integração e regimes são apontados como eixos de análise do pensador. Carvalho demonstra o diálogo desse internacionalista com outros. As variáveis causais e o poder, bem como a influência destes sobre os regimes no pensamento de Krasner são analisados pelo autor.
Robert Keohane é um analista internacional de múltiplas fases, e a tarefa de analisá-las cabe a autora Miriam Saraiva. Nos anos 1970, o autor inaugura a concepção de Interdependência Complexa e, em seguida, a de interdependência assimétrica. Nos anos 1980, sugere a base do Institucionalismo Neoliberal. Em 1990 Keohane analisa a política externa e o papel das ideias nas relações internacionais. Ele trabalha também com questões como processo de tomada de decisão, barganha, integração, instituições e governança. A autora realiza boa síntese desse autor polivalente.
Os méritos de James Rosenau são analisados por Janina Onuki. Segundo ela, o autor ressalta a
importância de atores não-estatais e pessoas no sistema internacional. Suas maiores contribuições apontadas por Onuki são: análise de política externa, governança global e regimes. A autora mostra como ele irá, mesmo em um quadro de incertezas e mudanças, construir conceitos operacionais e importantes para o campo contemporâneo.
Ao longo do 12º capítulo, Marcelo Medeiros demonstra com detalhes o trabalho de Ernst B. Haas, dotado de transversalidade disciplinar. Haas aborda questões como: balança de poder, funcionalismo, nacionalismo, spillover e integração regional. Segundo Medeiros, Haas inaugura
o Construtivismo Pragmático, unindo uma perspectiva das Relações Internacionais a uma tradição filosófica.
João Pontes Nogueira apresenta a obra de Hedley Bull, que partiria de uma perspectiva internacionalista-grociana e é parte fundamental da “Escola Inglesa”. Seu principal foco de análise recai sobre a ordem internacional, que contrasta, às vezes, com a justiça; e que constitui a base da sociedade internacional (que varia historicamente). O autor fornece as especificidades deste pensamento.
Andrea Hoffmann analisa a obra de Alexander Wendt, que foca a relação agente-estrutura e sua coconstituição. Para Wendt, haveria três tipos de sistema internacional e internalização de suas respectivas culturas. Ele ousa ao propor uma análise de um Estado Mundial; assim como ao analisar a relação dos alienígenas (UFOs) com a política; e ao propor uma “teoria social quântica”.
O último capítulo é sobre Robert Cox que defende uma das abordagens mais apegadas à possibilidade de transformação e de ação em prol dos excluídos pela ação do capital. Marcos Costa Lima descortina as bases de sustentação dessa abordagem. Cox faz parte da corrente crítica, considerando as teorias ligadas ao tempo, espaço, pessoa e propósito. Ele atacará as teorias conservadoras, chamando-as de “teoria de solução de problema”. Segundo Costa Lima, ele examina as estruturas históricas e as possibilidades de novas hegemonias, bem como as forças sociais, as forças globais e as forças do Estado e sociedade civil.
A coletânea não se resume a um livro didático sobre os autores clássicos; possui um didatismo dentro dos textos ao abordar meandros específicos do campo. Em seus capítulos encontram-se explicações sobre a vida dos autores, metodologia, ontologia, teoria e evolução das relações internacionais. O livro vai além também ao prescrever leituras de forma direta e indireta, o que facilita o aprofundamento dos recém-chegados ao campo. Gildo Marçal Brandão estaria feliz pela homenagem que contempla a pluralidade científica das ciências da política internacional, incitando à exploração dos clássicos e, por vezes, a extrapolação dos limites classicamente
delineados.

Conferencia Brasileiros no Exterior adiada para 2012


Conferencia Brasileiros no Mundo adiada para 2012
Será o fim do CRBE ?
Rui Martins
Jornal.US, August 22, 2011, 11:29 AM

Berna (Suiça) - A notícia chegou lacônica – pelo Facebook, colocada pelo conselheiro titular Ronney Oliveria – “informo que a IV CBM será adiada para o primeiro semestre de 2012 em data a ser acordada com o CRBE”.

Para quem não entende de siglas, a IV CBM quer dizer IV Conferência Brasileiros no Mundo, que não se realizará mais do dia 3 ao dia 8 de outubro deste ano, como estava previsto. Azar de quem marcou férias ou mesmo comprou passagens para ir a Brasília acompanhar esse encontro.

A nota tem dois erros – o uso do verbo no futuro é indevido, leia-se “a conferência foi adiada”; e a informação de que será marcada uma data combinada com o CRBE, pois, assim como o adiamento foi inesperado e comunicado de cima para baixo sem possibilidade de recusa dos titulares do CRBE, assim será a nova data... se houver.

O que revela essa lacônica informação do titular da região dos EUA, guardada em segredo pelos demais, e que só assim se tornou público, nesse opaco, fechado e falido conselho de emigrantes ? Não se precisa ser leitor de borras de café, basta a experiência da leitura entrelinhas da ditadura, quando as notícias no Estadão ou na Veja deviam ser lidas nas entrelinhas.

O pomposo Conselho de Representantes dos Brasileiros no Exterior, CRBE, perdeu a credibilidade junto ao governo federal que, num primeiro gesto, cortou as verbas destinadas à atual frustrante política brasileira de emigração. Por culpa de quem ? De um lado do próprio governo, porque essa política como vem sendo aplicada não convence e apresentou numerosas falhas – nas eleições mal feitas houve fraude, em lugar da verba ser utilizada pelos emigrantes criou-se no Itamaraty um novo departamento, no qual foram lotados cerca de uma dezena de diplomatas, entre embaixador, futuro ministro-conselheiro, secretários, contando para promoções com a vantagem de não se precisar sair do Brasil.

Do outro, pelos próprios conselheiros que, tirando-se um e outro, não representam os emigrantes mas grupos comerciais e grupos religiosos, titulares envaidecidos, inebriados pela possibilidade de terem um cartão de visita com o brasão da República. Um grupo de pessoas sem formação política, apenas movidas por interesse pessoal e, por isso, incapaz de agir com discernimento diante dos problemas enfrentados pelos emigrantes, preferindo se submeter aos diplomatas do Itamaraty que, embora possam ser bem intencionados, não conseguiram criar um conselho transparente e vivo, mas um conselho burocratizado, emperrado, elitista e secreto.

"sobrou para mim a acusação de ser o “verme da Suíça”, coincidentemente o mesmo termo utilizado pela extrema-direita européia para designar imigrantes"
Essa inexperiência acabou sendo utilizada por espertos candidatos a futuros políticos, formados porém no ranço conservador, na falta de respeito democrático e no próprio autoritarismo. Por ter feito, aqui críticas, muito mais amenas que as de hoje, fui afastado para não dizer expulso, excluído da lista de informação (as poucas existentes), sujeito a me retratar e fazer contrição caso quisesse ser reintegrado. E, como se não bastasse, mostrando o nível dos titulares, sobrou para mim a acusação de ser o “verme da Suíça”, coincidentemente o mesmo termo utilizado pela extrema-direita européia para designar imigrantes.

É claro que tudo isso circulou, entre políticos e dentro do governo e essa péssima imagem dos conselheiros, entre Brutus e inquisidores, descredibilizou e está provocando o abandono do CRBE. Do jeito como está, é evidente, julga o governo um desperdício de dinheiro pagar passagens e hotéis para não se chegar a nenhum resultado, fora o risco de contendas.

Mas os emigrantes não devem se desesperar com isso. Sempre dissemos que as conferências Brasileiros no Mundo são um show, não tão bem preparado como o Focus Brazil, destinado a mostrar cenas para inglês ver. Está mesmo na hora de se baixar as cortinas.

O que os emigrantes precisam é de um órgão institucional emigrante independente do Itamaraty, mas interativo com todos os Ministérios – uma Secretaria de Estado dos Emigrantes. Mas irá funcionar com que dinheiro ? Com a mesma verba que o governo federal destinou à Subsecretaria das Comunidades Brasileiras no Exterior, utilizada atualmente para cargos de diplomatas.

Quanto custa essa Subsecretaria ao governo, contando-se diplomatas e funcionários, viagens, diárias e tudo nela aplicado ?

Se a presidenta Dilma nos ler, ela que tem reajustado algumas coisas nos ministérios com problemas, nossa proposta é justa, simples mas eficaz.

Com a dotação destinada atualmente à essa Subsecretaria, pode-se criar a Secretaria de Estado dos Emigrantes, com um emigrante na chefia e um pequeno quadro decisório, em Brasília. Esse será o ponto de partida para uma verdadeira política de emigração. Já que não vai haver IV Conferência, deve-se criar já uma Comissão de Transição para as mudanças e transferências necessárias.

Não é de hoje que falamos no nosso projeto mas não custa repetir – a política de emigração brasileira deve ser dirigida pelos próprios emigrantes, não tem sentido ficar sob a direção e tutela de diplomatas. Essa política deve incluir parlamentares emigrantes e um conselho de emigrantes, diferente do atual e bem mais amplo.

É hora de mudar e de repensar tudo. A experiência com o CRBE é conclusiva, não funciona!

Anexos
No final do mes de abril, fui contatado pela revista Época para dar uma entrevista sobre o CRBE. O texto publicado não correspondia às minhas críticas, mas fui considerado como o principal responsável. Apesar de ter perdido meus arquivos numa pane provocada no meu endereço hotmail, considerei localizar uma cópia do texto de minha entrevista enviada ao repórter da revista Época, que desmente totalmente as acusações que me foram feitas.

Esse texto segue abaixo. Abraços Rui Martins, suplente pela Europa, em processo administrativo pedido por seus colegas do CRBE, em curso no Itamaraty.

TEXTO ENVIADO EM FINS DE ABRIL PARA O JORNALISTA ELISEU DA ÉPOCA

Caro Eliseu, segundo seu pedido, aí vão minhas observações-

O CRBE só tem valor se considerado como o primeiro passo do governo na elaboração de uma política brasileira de emigração. Nesse caso, vale como aprendizado pelos emigrantes do funcionamento do processo politico do acompanhamento de reivindicações até serem institucionalizadas como leis, regulamentos ou normais federais; aprendizado do procedimento parlamentar nas discussões, ordem do dia, naã organização de conferências e reuniões, bem como na elaboração de protocolos ou atas.

Mas esse aprendizado deve conduzir, num prazo máximo de cinco anos, à criação de uma Secretaria de Estado dos Emigrantes (no modelo das Secretarias da Mulher, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos), aprovação pelo Congresso de parlamentares (deputados e/ou senadores) emigrantes eleitos pelos emigrantes e criação de um verdadeiro Conselho de Emigrantes, representativo de todos os segmentos e regiões, ligado diretamente à Secretaria de Estado dos Emigrantes.

A tutela dos emigrantes pelo MRE, Itamaraty e seus diplomatas deve ser, portanto, uma simples e curta etapa.

A criação da Secretaria de Estado dos Emigrantes suspenderá imediatamente a Subsecretaria Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior e suas dotações orçamentárias serão transferidas à Secretaria de Estado dos Emigrantes.

O atual quadro de diplomatas lotado na SGCB retorna ao MRE, pois a Secretaria de Estado dos Emigrantes (ou o super Ministério das Migrações, envolvendo migração, imigração e emigração) terá um quadro próprio, entre nomeados e concursados, todos emigrantes.

Sobre a Ata Consolidada
O MRE acaba de divulgar um encontro com outros ministérios e entidades, no qual foram discutidas questões relacionadas com a população emigrante. Ora,os emigrantes não deram delegação e nem procuração para os diplomatas cuidarem disso.

As questões dos emigrantes devem ser debatidas com os ministérios e entidades governamentais pelos próprios emigrantes, pela Secretaria de Estado dos Emigrantes, junto com os parlamentares emigrantes.

Para quem for ao site Brasileiros no Mundo, do MRE, e encontrar a Ata Consolidada,elaborada durante e após a III Conferência dos emigrantes, vai constatar que se trata de uma coletânea de boas intenções endereçadas aos bons favores do Itamaraty para que possa realizá-las. Isso porque o CRBE, responsável por essa Ata, não tem poder para tomar as iniciativas e nem pode fazer os contatos necessários à sua implementação.

O CRBE funcionando em separado, sem estar vinculado a uma Secretaria de Estado dos Emigrantes e sem contar com o apoio de parlamentares emigrantes, com mera função de assessoria e consultoria, submetido à tutela do Itamaraty, é um órgão anacrônico, baseado na política do paternalismo, coisa totalmente ultrapassada.

O MRE ganhou uma dotação orçamentária, lotou com jovens diplomatas todo um departamento, na SGCB, a pretexto de desenvolver uma política junto aos emigrantes, mas precisa ceder esse território ocupado indevidamente. Diplomata não é emigrante, mesmo se vive por vezes no Exterior.

Nosso projeto não é contra o Itamaraty, é por uma separação de atribuições porque diplomata e emigrante englobam questões e problemas diferentes. A Secretaria de Estado dos Emigrantes vai agir muitas vezes junto com o MRE, assim como com outros ministérios, mas de maneira independentee não tutelada. Os emigrantes têm quadros formados em Harvard, Sorbonne, Oxford e universidades de prestígio, são maiores, sabem o que querem não precisam das muletas do Itamaraty.

Reunião do CRBE em maio
O Itamaraty, através da SGBE, decidiu reunir os titulares do CRBE do dia 2 ao 6 de maio, em Brasília, para discutir a Ata Consolidada (a coletânea de boas intenções) e manter alguns contatos com órgãos do governo.

Apesar dos protestos de alguns e das sugestões de outros, os suplentes não participarão desse encontro.

Classificados como funcionários DAS-4, sem o serem e sem receberem qualquer pagamento, os conselheiros titulares viajarão, da Europa e da Ásia, em classe executiva, que custa três vezes mais que a classe econômica.

Um conselheiro emigrante no Japão tinha proposto que todos viajassem em classe ecônomica para que, com essa economia, pudessem também participar do encontro os suplentes. Mas o Itamaraty diz que não há base legal para isso.

Problema de funcionamento
Um grave problema de funcionamento decorre do fato dos membros do CRBE viverem em regiões distantes. Os contatos, foi provado nestes meses, são difíceis, e isso parece provar ser necessário uma base para funcionar. Ou seja, a Secretaria de Estado dos Emigrantes, em Brasília, num lugar fixo poderá funcionar sem problemas e seus membros, no caso de necessidade farão itinerância junto ao verdadeiro Conselho de Emigrantes, proposto mais em cima.

Falta de pagamento favorece os emigrantes Vips
Nem todos os emigrantes podem participar desse benevolado do CRBE, econômico para o Itamaraty. Eu mesmo, como jornalista free lance, sou obrigado a não propor reportagens e não assumir compromissos para poder dar conta de minhas responsabilidades mesmo de suplente (já fui conselheiro titular no ano passado).

Essa situação favorece os emigrantes que dirigem associações religiosas, filantrópicas ou comerciais (são a maioria dos CRBE), pois as viagens e o envolvimento no CRBE fazem parte de suas atividades normais e lhes dão mesmo notoriedade.

Portanto, criar um órgão emigrante na base do benevolato, quando os diplomatas que participam dos encontros estão sendo pagos e mesmo compensando dias de trabalho no Rio com dias de férias, é inegalitário e favorece só uma certaclasse de emigrantes.

Nossa representante em Nagoya, que foi conselheira do Conselho Provisório, operária metalúrgica, teve despesas para encontrar os diretores da SGBE que nunca foram pagas. Mas os diplomatas da SGBE que foram a Tóquio tinham hotel e diárias pagas !

Sem dotação para funcionar
Como destaquei em Genebra (está no youtube), o CRBE não tem uma dotação orçamentária para funcionar (talvez tenha para pagar os diplomatas lotados nesse setor), ou seja, as viagens e conferências têm sempre de esperar uma aprovação orçamentária, o que demonstra a improvisação e aprecariedade desse Conselho.

Comissão de Transição
Sem a transição para uma Secretaria de Estado dos Emigrantes o CRBE é vitrina, coisa para inglês ver ou cena de teatro para dar a impressão de que se está fazendo alguma coisa pelos emigrantes.

Esperamos que a presidenta Dilma possa ser informada dessa situação e criar rapidamente a Secretaria de Estado dos Emigrantes, o que assinalará o começo de uma real Política Brasileira de Emigraçao, por enquanto, há muito blablabla e muitas boas intenções e um grande equívoco, pois os diplomatas não são emigrantes e não há nenhuma afinidade entre emigrantes e diplomatas.

A questão principal e primordial é isso, sair da tutela do Itamaraty. Questões como cartões de visita, passaporte diplomático, viagens em classe econômica ou executiva são secundárias e não devem desviar os emigrantes da questão principal – sua autodeterminação e sua independência.

sábado, 27 de agosto de 2011

Seminário: Estudos sobre a Guerra Fria - USP, 7-9/11/2011

Seminário – Estudos sobre a Guerra Fria
USP, 7-9 de novembro de 2011


Chamada para trabalhos:

O Grupo de Estudos sobre a Guerra Fria, sediado no Departamento de História da USP, convida professores universitários e estudantes de pós-graduação a submeter trabalhos para o primeiro encontro de sua série de seminários semestrais que terá início na segunda semana de novembro (segunda a quarta-feira dias 7-9).

Estamos especialmente interessados em pesquisas cuja abordagem tenha como foco a análise de aspectos relacionados às idéias, à política, à ideologia e à Guerra Cultural, bem como em trabalhos dirigidos ao impacto dos movimentos que tratem das liberdades e direitos civis, liberdade política, relações de gênero e de trabalho, políticas de segurança e movimentos de descolonização.

O Grupo de Estudos sobre a Guerra Fria tem como finalidade agregar pesquisadores interessados em discutir pesquisas em andamento e centrar sua agenda na renovação historiográfica. Trata-se de espaço cujo principal compromisso é privilegiar intenso debate de idéias e troca de experiências de pesquisa.

Não oferecemos qualquer tipo de financiamento para a participação no encontro, mas existe a possibilidade de encaminhar trabalhos para publicação.

Coordenação:
Profa. Elizabeth Cancelli ( Área de Brasil Independente e Pós-graduação em História Social)
Prof. Sean Purdy (Área de América Independente e Pós-graduação em História Social)

Comissão Científica:
Elizabeth Cancelli
Marcos Napolitano
Mary Ann Junqueira
Sean Purdy

Inscrições: Feitas por email, guerra_friaUSP@yahoo.com.br. Prazo: sexta-feira 2 de setembro. Por favor, incluir nome, afiliação e email, juntamente com a versão completa do trabalho (limite de 30 páginas, espaço duplo, Times New Roman, fonte 12) e um pequeno resumo de, no máximo, 10 linhas.

BRASA XI: Illinois, setembro de 2012

BRASA XI – Chamada de Propostas / Call for Proposals

Call for Proposals
The 11th International Congress of the Brazilian Studies Association (BRASA) will take place in September 2012 in Illinois.

The Congress program will include academic panels, invited speakers, workshops, plenary sessions, and cultural activities. Our partner at UIUC will be the Lemann Institute for Brazilian Studies.

BRASA’s Executive Committee has adopted the following guidelines for proposing papers and organizing panels:

1. All proposals for panels or papers must be submitted directly to the Program Committee through the BRASA official Proposal portal starting August 15, 2011. The Program Committee will not consider proposals not submitted and received through the official Proposal portal: https://my.atlas.illinois.edu/submit/go.asp?id=293

2. All participants must be members of BRASA. Each participant may present only one paper in the Congress, but may also preside over a panel or serve as discussant.

3. BRASA suggests that all panels include at least four papers, but no more than five, and that the moderator not be presenting a paper. Each session should leave at least 30 minutes for discussion or for comments by a discussant immediately following the presentations.

4. The Congress will have 10 sessions with 12 panels per session during a period of three days, for a total of 144 panels.

5. Questions about the organization of panels should be directed to the BRASA secretariat or to the Chair of the Program Committee. Suggestions for other possible events at the Congress should be sent to the BRASA Executive Office at brasa-illinois@illinois.edu

6. The Program Committee will give preference to proposals to organize complete panels with professors and researchers from different universities and that have an interdisciplinary focus.

7. Dates for submission and acceptance of proposals are the following: the deadline for submission of proposals for panels or individual papers through the BRASA website is October 15. 2011. The Program Committee will announce final decisions by February 15. 2012. For more information, please visit the BRASA website http://www.brasa.org

Chamada de Propostas
O Décimo-primeiro Congresso Internacional da Brazilian Studies Association (BRASA) será realizado em setembro de 2012 em Illinois.

O programa do Congresso incluirá mesas de trabalho, conferencistas convidados, workshops, plenárias e atividades culturais. Nosso parceiro na Universidade será o Lemann Institute for Brazilian Studies.

O Comitê Executivo da BRASA adotou as seguintes normas para a apresentação de trabalhos e organização de mesas:

1. Todas as propostas de mesas e de trabalhos deverão ser submetidas diretamente ao Comitê Acadêmico pelo portal oficial de inscrições da BRASA (começando 15 de agosto de 2011). O Comitê Acadêmico não considerará, de modo algum, propostas que não sejam submetidas e recebidas através do portal oficial de inscrições do Congresso: https://my.atlas.illinois.edu/submit/go.asp?id=293

2. Todos os expositores de mesas deverão ser sócios da BRASA. Cada participante poderá apresentar somente um trabalho no Congresso e também poderá dirigir uma sessão ou servir como debatedor.

3. A BRASA sugere que as mesas tenham quatro trabalhos, mas não mais do que cinco, e que sejam lideradas por um professor ou pesquisador que não esteja apresentando um trabalho. Cada sessão deverá deixar pelo menos 30 minutos para discussão geral ou para a análise de um debatedor logo após as apresentações.

4. O Congresso terá dez sessões com 12 mesas cada sessão, durante o período de tres dias, com um total de 144 mesas.

5. Em caso de dúvidas,os interessados na organização de mesas devem entrar em contato com o secretariado da BRASA ou o Diretor do Comitê Acadêmico. Sugestões para outros possíveis eventos deverão ser encaminhadas a Secretaria Executiva da BRASA: brasa-illinois@illinois.edu

6. O Comitê Acadêmico dará preferência às propostas daqueles que submeterem mesas completas compostas de professores e pesquisadores de diferentes universidades e que tiverem um enfoque interdisciplinar.

7. Os prazos para a submissão e aceitação de propostas de mesas são os seguintes: O prazo para a submissão da mesa completa ou de propostas individuais para o programa através do site da BRASA será 15 de outubro de 2011. A BRASA enviará as notificações finais em O Comitê Acadêmico fará as decisões finais até o dia 15 de fevereiro de 2011.

Para maiores informações, favor entrar em contato com o escritório da BRASA pelo email brasa-illinois@illinois.edu ou através do próprio site da BRASA: http://www.brasa.org

Ministerio da Defesa: comemoracoes nao comemoradas...

Primeiro a notícia:

Oficiais da ativa foram proibidos de participar da missa encomendada pelos Clubes Militares
DISCRIÇÃO

Os Clubes Militares (dos oficiais da reserva) realizaram ontem, na Igreja Santa Cruz dos Militares, no Rio, missa "em memória dos 119 militares e civis que perderam a vida, entre 1964 e 1974, por atos de terroristas". Na terça-feira, 23, quando soube da missa, o ministro Celso Amorim (Defesa) mandou chamar os três comandantes militares e acertou com eles que nenhum oficial da ativa participaria da cerimônia.

(Coluna PANORAMA POLÍTICO, do jornal O GLOBO, 25/08/11).

Agora o comentário de um observador político:

Sai um ilusionista e entra um marqueteiro

Eu até que tinha dado um voto de confiança ao novo ministro da Defesa, o diplomata Celso Amorim. Mas o Ministério da Defesa não passa de um cabresto colocado nas ventas dos ‘gados fardados’, um bando de oficiais de quatro estrelas sem expressão militar, colocados nos comandos das Forças Armadas. O único mérito apresentado por estes senhores é a antiguidade no posto. Na realidade, traduzindo para o português popular, esses senhores depois que assumem seus cargos, medram, e passam a agir como umas putas velhas, bem ao estilo das cafetinas que se vêem gerenciando bordéis de beira de estrada.

Pobres Forças Armadas brasileiras que de repente se transformaram em guardas pretorianas a serviço de um governo corrupto, formado por uma gang de ladrões, ex terroristas e ex guerrilheiros.

Só no fato do ministro Celso Amorim afiançar que o ‘assessor especial’ (espia implantado no órgão), José Genoino, permaneceria na pasta, dava para perceber que este cidadão não é diferente do estelionatário que saiu pela porta dos fundos, o energúmeno que se fantasiava de militar, Nelson Jobim.

O Exército, a Aeronáutica e a Marinha estão carentes de lideranças militares, pois o mostruário posto na vitrine tem deixado a desejar. São uns homens fracos, subservientes, bajuladores, desprovidos do mínimo aceitável para o desempenho de tão relevantes funções. Agem como paus mandados. Omissos, incapazes de externar uma opinião própria, só cumprindo ordens, como uns autônomos. O caráter, a honra e o decoro militar costumam passar ao largo. Razão: Não se envolverem com problemas. Deixam que um ministro sem formação militar, resolva situações que por direito e dever caberiam a eles orientar.

Uns incompetentes deste tipo, antes não tê-los comandando as Forças.

Uma característica bem visível é o medo, - covardia, - a que chamam de ‘disciplina’.

Passam a nítida ideia que sofrem da Síndrome de Estocolmo. Aquele comportamento inerente à mulher de malandro, que só tem orgasmo apanhando! E como apanham estes comandantes militares! O ex presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva vivia os esculhambando, daí porque passavam a falsa impressão de que eram viris, - gozavam aos turbilhões,- mas não iam além de três tentativas e uma desistência, engolindo o sapo barbudo sem esboçar nenhuma reação!

José Geraldo Pimentel
http://www.jgpimentel.com.br

Contra o FMI: pelo seu fechamento imediato - Sheldon Richman

End the IMF
Sheldon Richman
The Free Man, September 2011 • Volume: 61 • Issue: 7

The sex scandal involving the recently departed International Monetary Fund chief, Dominique Strauss-Kahn—criminal or not—was never a reason to abolish the agency. But then we didn’t need another reason. The agency, centerpiece of J. M. Keynes’s inflationary Bretton Woods brainchild, should never have been created in the first place, since it was another calculated step toward global government-controlled money. Its re-creation after its original mandate—maintaining the system of dollar-based fixed exchanges rates—became obsolete 40 years ago is a textbook case of bureaucratic mission creep. Its existence is no more justified by the new mission—a 911 for profligate, debt-ridden governments—than it was by the old one.

The IMF has 187 member governments, which together this year have provided $340 billion to the agency. Each country is assigned a contribution quota and a vote count weighted roughly according to its quota. The U.S. government’s financial quota is over 17 percent of the total, almost three times that of the second-largest contributor, Japan. It controls 16.74 percent of the votes. Treasury Secretary Timothy Geithner is the U.S. member of the board of governors, with Federal Reserve Chairman Ben Bernanke as alternate governor. This should be enough to establish that the IMF’s agenda is not free markets.

All IMF money comes from the taxpayers and central bank printing presses. So there’s the first charge against it: It’s financed through compulsion. That should shape our expectations about the agency.

What does the IMF do? Here’s how it describes its mission:

• Surveillance: “oversees the international monetary system and monitors the financial and economic policies of its members”;

• Technical assistance: “assist[s] mainly low- and middle-income countries in effectively managing their economies”; and

• Lending: “provides loans to countries that have trouble meeting their international payments and cannot otherwise find sufficient financing on affordable terms.”

Regarding the first, the IMF has been notoriously bad at foreseeing crises. But that should not be surprising. Why would bureaucrats living rather well off the taxpayers, with no personal capital at risk, be expected to be competent at spotting economic trouble?

The promise of “technical assistance” is dubious and even risible because the dominant governments of the world can hardly be said to have “effectively” managed their own economies. The IMF often advises distressed countries to raise taxes and to cut government spending to reduce budget deficits, upsetting both Keynesians and supply-siders. This is regarded as market-oriented, or “neoliberal,” advice, but to the extent that externally imposed measures engender public resentment, they give real market reform a bad name and set back the cause of genuine liberalism.

For example, the IMF may advise a government to remove price controls on food, which in itself would be a pro-market measure if accompanied by other reforms. However, if corresponding government-created scarcities—through licensing, franchises, patents, and so on—remain in place, average people will suffer and blame “the free market.” Food riots occurred some years ago in Egypt under just such circumstances, and as a result market reforms are widely distrusted there.

IMF loans constitute a double bailout. First, they save kleptocratic politicians from the consequences of their exploitative schemes, sparing them the necessity of radical reform—including land reform and free banking.

Second, IMF loans rescue the failing country’s creditors—Wall Street banks, typically—from a government default. In addition U.S. agricultural interests have come out in favor of increased support for the IMF to stimulate American farm exports. In 2009 the debate over increased U.S. funding was framed in the context of pushing an export-led American economic recovery.

This is surely doing well by doing good—with the taxpayers’ money.

Who pays? Aside from the taxpayers who supply the IMF with money, the tab is eventually paid by the working people of the subject countries through the higher taxes prescribed by the IMF.

The likelihood of the IMF’s compounding problems is immense. In The White Man’s Burden, former World Bank economist William Easterly writes: The IMF’s “core function of enforcing financial discipline is flawed by an intrusive Planner’s mentality that sets arbitrary numerical targets for key indicators of government behavior. Like all Planners, the IMF fits the complex reality of economic systems into a Procrustean bed of numerical targets that have little to do with that complexity.”

The IMF emphasizes that loans always come with “conditionality,” but for reasons already alluded to, that should offer little reassurance to advocates of free markets. The agency notes that it uses the principle of “parsimony” when writing conditions: “program-related conditions should be limited to the minimum necessary to achieve the goals of the Fund-supported program . . . .” Thus the deepest violations of individual liberty and market principles—feudal land distribution, for example—will be left untouched. Real markets don’t exist when large tracts of land are controlled by a privileged elite, leaving most people little choice but to take whatever is given. Their acceptance may represent the “best available option,” but if their choice set has been artificially constricted, that’s not saying much. (Fortunately the informal economy offers some hope.)

IMF loans of course channel resources to central governments, reinforcing their power and further politicizing the “aided” countries. As P. T. Bauer wrote,

Foreign aid has thus done much to politicize life in the Third World. And when social and economic life is extensively politicized, who has the power becomes supremely important, sometimes a matter of life and death. . . . People divert their resources and attention from productive activity into other areas, such as trying to forecast political developments, placating or bribing politicians and civil servants, operating or evading controls.

In the end the IMF has fostered long-term dependency, perpetual indebtedness, moral hazard, and politicization, while discrediting market reform and forestalling revolutionary liberal change. The solution is not for the IMF to impose free markets, even if it could. That would smack of imperialism and, writes Easterly, would have “patronizing echoes of the White Man’s Burden.”

The IMF should be scrapped and the people suffering under kleptocracy left to discover the requirements for improving their own conditions. How much more “help” can they stand?

Ideias inteligentes, debates importantes: it's all about this blog

Este blog, como dito em seu frontspício (que não é parente de hospício), se ocupa de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. (OK, de vez em quando aparecem aqui também algumas ideias pouco inteligentes, mas isso é para equilibrar e para contrabalançar.)
Pois bem, agora quero apresentar um site, um blog melhor dito, que também está nesse espírito. Não tenho a pretensão de fazer concorrência com ele, apenas de ser um "irmão menor".

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A ilusao da infraestrutura - Richard W. Fulmer

The Infrastructure Delusion
Richard W. Fulmer
The FreeMan: ideas on liberty, August 15, 2011

Red tape to nowhere

Infrastructure does not an economy make. Highways and railroads, airports and seaports, communications towers and fiber optics cables are essential for the flow of commerce, but it is the people, goods, and information moving over and through this infrastructure that are the heart of an economy. Overinvestment in roads, bridges, and airports means underinvestment in the productive base that is an economy's life blood.Government spending means more than just an outlay of dollars; it means consuming scarce resources that cannot then be used for other things. Such spending does not increase production, it simply shifts resources into areas where they would not otherwise have gone.

As described in William J. Bernstein's book The Birth of Plenty: How the Prosperity of the Modern World Was Created , France's minister of finances under Louis XIV from 1665 to 1683, Jean-Baptiste Colbert , worked tirelessly to expand commerce by improving his country's roads and canals. Unfortunately, trade was hindered by more than potholes — a complex system of internal tariffs was throttling commerce. Colbert tried to dismantle the tariffs but was only partially successful. After his death, “all fiscal restraint was lost. By the end of Louis XIV's reign three decades later, the State had doubled the tolls on the roads and rivers it controlled, and the nation that had once been Europe's breadbasket … was bled white….” Bad regulations trumped good roads.

Prometheus Bound (in Red Tape)

During the Great Depression, Franklin Roosevelt initiated massive public-works programs to improve the nation's infrastructure in hopes of putting people back to work and jumpstarting the economy. The construction efforts were staggering. According to Conrad Black :

The government hired about 60 percent of the unemployed in public-works and conservation projects that planted a billion trees, saved the whooping crane, modernized rural America, and built such diverse projects as the Cathedral of Learning in Pittsburgh, the Montana state capitol, much of the Chicago lakefront, New York City's Lincoln Tunnel and Triborough Bridge, the Tennessee Valley Authority, and the heroic aircraft carriers Enterprise and Yorktown. They also built or renovated 2,500 hospitals, 45,000 schools, 13,000 parks and playgrounds, 7,800 bridges, 700,000 miles of roads, and a thousand airfields.

Yet these extraordinary accomplishments were not enough to pull the nation out of the Depression. Neither were the millions of jobs generated by this monumental work.

Not only did the work direct resources away from the private sector but, worse, Roosevelt unleashed a regulatory blizzard on the nation's private sector, significantly increasing the risk of doing business in the country. Higher personal, corporate, excise, and estate taxes; wage and price controls; production restrictions; antitrust lawsuits; and constant experimentation provided few incentives for companies to expand. As in Louis XIV's France, an improved infrastructure could not revive commerce in the face of stifling government regulations.

High-Speed Rail to Nowhere

Today, Barack Obama is touting high-speed rail and other infrastructure improvements as keys to economic renewal. But if massive infrastructure investments were not enough to turn the economy around in the 1930s, they are far less likely to do so today. Because Roosevelt was starting from a lower base, his improvements would have had a far greater impact on the economy of his day than would similar work done now. Furthermore, the lighter regulatory burden in the 1930s meant that there were projects then that truly were “shovel ready.” Today, environmental impact studies, possible archeological finds, and nuisance lawsuits may stall construction for years or halt it completely.

The real roadblock to economic growth is the burgeoning regulatory burden that President Obama, like Roosevelt before him, has placed on business. According to a study by James Gattuso and Diane Katz, “[T]he Obama Administration imposed 75 new major regulations from January 2009 to mid-FY 2011, with annual costs of $38 billion.” Hundreds of additional regulations will pour forth from Obamacare, Dodd-Frank, and proposed EPA greenhouse gas restrictions. All this is on top of an already monumental regulatory burden imposed by government. According to a Small Business Administration report (pdf), the cost of regulatory compliance was over $1.75 trillion in 2008 alone.

Goods, people, and information will not flow freely across a nation, regardless of the quality and extent of its infrastructure, if taxes and regulations block their flow. Trade perished in France as Colbert's improved roads and canals were made all but useless by high internal tariffs. Some 700,000 miles of new and rebuilt roads were not enough to move commerce past the regulatory roadblocks that Roosevelt erected. President Obama's proposed high-speed trains will not pull the country over the mountain of regulations that has been created in the decades since the Great Depression and that Obama has raised to new heights. A bridge wrapped in red tape is truly a bridge to nowhere.

Published by the Foundation for Economic Education.

A frase do ano: um pais que nao liga para a corrupcao

A frase é de julho, num artigo que provocou reações no Brasil, mas muitos dos argumentos do autor eram equivocados, pois faziam a comparação entre os indignados da Espanha (e muitos rebeldes na Grécia e em outros países), e a atitude passiva dos brasileiros em face da corrupção.
Uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas reconheço que é uma vergonha constatar que os brasileiros não se mobilizam contra a corrupção dos políticos:

Que país é este que junta milhões numa marcha gay, outros milhões numa marcha evangélica, muitas centenas numa marcha a favor da maconha, mas que não se mobiliza contra a corrupção?

Juan Arias, correspondente no Brasil do jornal espanhol El País, 07/07/2011

Comentário de um colega de lista:
Triste ler isto escrito por um estrangeiro, que com toda propriedade e elegância pôs o dedo em uma ferida que nós brasileiros nos negamos a ver. Uma pena, pois um dia nosso país terá seu belo nome escrito em minúsculas devido a estes pulhas.

Eu acrescentaria:
O Brasil vai ficar pior, muito pior do que vocês podem imaginar, e vai continuar decaindo durante certo tempo mais. A recuperação virá, mas vai demorar muito. Isso porque a educação, em geral, e a educação política em particular são medíocres, e continuam seu processo de deterioração. Vai demorar, vai demorar para melhorar...
Paulo Roberto de Almeida