O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 26 de maio de 2012

China e Japao: guerra por algumas ilhotas?

Situação deveras preocupante no (?) Mar da China, ou Mar do Japão? Seria ridículo que os dois países se enfrentassem militarmente a esse propósito.
Duas soluções, que nenhum dos dois Estados tomará: levar o caso a arbitragem internacional, como sempre se fez em casos semelhantes; levar o caso à CIJ, da Haia, que poderia dar seu aviso sobre o caso.
Infelizmente, essas soluções não aparecem factíveis, por uma série de motivos...
Paulo Roberto de Almeida

MALOUINES BIS – Pour une île, Chine et Japon pourraient se déclarer la guerre

Photo aérienne des îles Kitakojima et Minamikojima, de l'archipel Senkaku.
Les deux géants économiques du continent asiatique se sont lancés dans un bras de fer diplomatique. Motif de cette querelle de voisinage : la question de l'appartenance des îles Senkaku, appelées îles Diàoyútái par la Chine, qui les revendiquent depuis les années 60. Ces huit îles et rochers japonais, situés dans la mer de Chine orientale, sont l'objet de toutes les convoitises, du fait des gisements potentiels d'hydrocarbures situés à proximité. En outre, l'emplacement est stratégique pour la marine chinoise, qui considère la mer de Chine du Sud comme une "zone d'intérêt vital".
La situation s'est envenimée ces dernières semaines entre Pékin et Tokyo, comme le relate Slate. La Chine a en effet annulé la semaine dernière une visite officielle au Japon, pour raisons d'"agenda". Mais d’après l’agence d’information japonaise Kyodo, reprise par le Tokyo Times,  "l’annulation constitue un signe de protestation contre l’occupation par le Japon" de ces îles.
"Ça devient vraiment un casus belli"
Cité par Slate, Kazuhiko Togo, le directeur de l’Institut des affaires mondiales à l’université de Kyoto, estime la situation inquiétante : "Nous avons besoin de nous préparer militairement et, en même temps, nous devons faire tous les efforts diplomatiques possibles pour combler la distance entre Tokyo et Pékin. Ça devient vraiment un casus belli."
La lutte pour ce petit territoire avait déjà menacé la relation bilatérale entre les deux pays en 2010, quand la marine japonaise avait arrêté le capitaine d'un bateau chinois près de ces îles. Des marches antijaponaises avaient notamment été organisées dans des villes chinoises de province, et Pékin avait réagi avec brutalité en prenant d'importantes mesures de rétorsion économique.
En 2011, les autorités chinoises avaient de nouveau revendiqué le territoire, affirmant que "depuis les temps anciens, les îles Diaoyu et les eaux adjacentes ont fait partie du territoire chinois et [que] la Chine maintient une souveraineté indiscutable sur elles". La situation semble inextricable, et pourrait bien mener à un conflit semblable à la guerre des Malouines, qui avait opposé l'Argentine et la Grande-Bretagne.

A Venezuela e o Mercosul: precisoes

Um jornalista, obviamente mal informado, e provavelmente simpático à Venezuela, quando não trabalhando para o governo chavista, me escreve estas palavras num comentário a este post em meu blog (do qual fiz apenas a transcrição, não sendo responsável pelo teor da matéria):

SÁBADO, 12 DE MAIO DE 2012

[Transcrevo:]
É uma vergonha como meia dúzia de políticos da extrema direita radical do Paraguai tenta impedir a integração do nosso continente sul americano. Interesses menores desses políticos do Congresso Paraguai está afetando toda a população venezuelana. A Unasul criou organismos para combater todo o narcotráfico na América do Sul. Os narcotraficantes estão espalhados em toda a América Latina, principalmente no México e Colômbia. Os venezuelanos elegeram Chaves e não podem pagar pelo regime implantado na Venezuela, o da reeleição. Se Chaves fosse um ditador seria expulso da OEA, da ONU e de organizações democráticas internacionais. Argentina, Brasil e Uruguai já aprovaram em seus Congressos, e o Paraguai faz chantagem para aprovar a Venezuela. O povo venezuelano é quem está sendo penalizado. Como sempre o Paraguai é a ovelha negra, o que tem a oferecer ao Mercosul, nada, nem saída para o mar eles tem.Na última cúpula das Américas, em Cartagena, Obama e Hillary Clinton, não fizeram nenhuma objeção quanto a participação da Venezuela nesta reunião, apenas barrarão Cuba. Portanto a Venezuela é reconhecida pelos Estados Unidos como um país de eleições democráticas. É o que fez Lula indicando sua sua sucesso e o povo elegeu Dilma. Já o Paraguai que tem telhado de vidro quer dar uma de politicamente correto. Se não querem a Venezuela, pois que deixem o Mercosul, teremos muito mais a ganhar com a Venezuela com seus barris de petróleo e um dos mais ricos países da América Latina. O Mercosul sairá fortalecido com a Venezuela.

[Fim de transcrição]

Comento agora (PRA): 
A linguagem, obviamente, não é de um jornalista, e se ele fosse, de fato, talvez merecesse demissão de qualquer veículo em que trabalhasse, pela má qualidade da escrita, pela falta total de conhecimento da matéria, pela ausência completa de lógica na argumentação (esta não existe na verdade, senão uma peroração em prol do regime chavista e acusações vergonhosas a outro país soberano). Esse "jornalista" sequer mereceria resposta, já que seu propósito é inteiramente político e militante, não de debate.
Como, no entanto, este blog debate ideias, creio que esta representa uma oportunidade para o esclarecimento dos que não acompanham em detalhe este assunto do ingresso da Venezuela no Mercosul.
Existiram processos democráticos em curso, em todos os parlamentos dos países membros quanto a este ingresso; ele foi concluído e aprovado em três deles -- Argentina, Brasil e Uruguai -- e ainda depende da aprovação do parlamento paraguaio. Independentemente da decisão que se tome -- e os outros membros já tentaram pressionar indevidamente o parlamento paraguaio para que este tome uma decisão rapidamente -- é preciso ficar claro que esse ingresso se dá em condições completamente anômalas no que respeita à institucionalidade interna do Mercosul.
É um FATO que a Venezuela não cumpriu -- e não se sabe quando cumprirá -- os tramites habilitantes para que esse ingresso seja feito na forma devida, ou seja, incorporação da TEC do Mercosul e das demais normas de política comercial que regem o funcionamento do bloco.
Apenas este motivo -- independentemente, portanto, do caráter mais ou menos democrático do regime chavista -- já seria suficiente para questionar a legalidade, a oportunidade e a legitimidade jurídica desse ingresso, que se faz ao arrepio de todo o ordenamento comercial do Mercosul e até do regime multilateral de comércio.
É um fato, por exemplo, que o Mercosul possui um acordo de livre comércio com Israel, país com o qual Chávez decidiu romper relações por razões políticas; como fará a Venezuela, se por acaso for admitida no Mercosul: deixará de honrar esse acordo de livre comércio?
É um fato que os processos decisórios em vigor atualmente na Venezuela não permite visualizar uma normalização de suas relações econômicas externas, o que a levariam, por exemplo, a estabelecer o livre comércio com todos os membros do Mercosul. Seria a Venezuela capaz de fazê-lo?Parece duvidoso. Enfim, existem numerosas razões, de ordem não política, mas puramente jurídica, ou institucional, para que se reconsidere o ingresso, salvo, obviamente, que a intenção seja a de fragilizar ainda mais o Mercosul, converter um bloco comercial em órgão meramente político.
Estas são as questões reais que deveriam estar sendo discutidas no processo de adesão, não as alusões bizarras, surrealistas, mencionadas por esse "jornalista" em seu comentário.

De resto, julgo lamentável transcrever uma mensagem tão mal escrita, tão cheia de erros formais e substantivos, com opiniões tão ridículas quanto ofensivas a um país da região, e não o teria feito se não fosse com o objetivo didático acima exposto.
Lamento constatar, uma vez mais, o nível lamentável de educação linguística e política de quem se pretende jornalista. 
São os ares do tempo, aqui e na região, infelizmente...
Paulo Roberto de Almeida 

Cronicas do protecionismo ordinario (bota ordinario nisso...)


Sheila D’Amorim e Valdo Cruz, de Brasília
Folha de São Paulo, 25/05/2012

Objetivo é proteger indústrias da Zona Franca, isentas do tributo

O governo vai anunciar nos próximos dias aumento da alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para uma série de produtos, entre eles ar-condicionado e micro-ondas.

Apesar de aparentemente ir na contramão dos cortes de impostos feitos para ajudar na retomada da economia, o objetivo é proteger as indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus da concorrência com importados.

As empresas da Zona Franca são isentas do imposto e, desde o ano passado, vários segmentos reclamam que o aumento das importações reduziu a competitividade do produto nacional.

O argumento é que, mesmo contando com benefícios fiscais da região, a produção ainda sofre grande desvantagem em relação a itens do exterior, sobretudo da China.

O aumento do IPI foi usado recentemente pelo governo para proteger a indústria automobilística local e tentar fazer com que fábricas estrangeiras se instalem no país.

O imposto, nesse caso, foi elevado em 30 pontos percentuais, e o governo isentou da taxação as montadoras instaladas no país.

Nesta semana a carga foi reduzida, mas a vantagem para a produção local de veículos foi mantida.

Em alguns setores, a elevação do II (Imposto de Importação) para o teto permitido pelas regras de comércio mundial não é suficiente para garantir maior competitividade ao produto nacional e, nesses casos, o governo tem usado o aumento do IPI para encarecer ainda mais o produto vindo de fora.

Aparelhos de ar-condicionado são um exemplo. No fim de 2011, o governo elevou o II e, agora, irá aumentar a alíquota do IPI.

A avaliação é que a medida deverá estimular a instalação de fábricas na Zona Franca, com aumento do índice de nacionalização, em vez de importação.

Brasil: menor dinamismo dentre os Brics - Estadao

Os Brics, obviamente, são uma ficção: eles não têm nenhum significado do ponto de vista de políticas coordenadas ou ambiente de negócios, e sempre me surpreende que os jornalistas agrupam as estatísticas para comparar um com outro, como se isso fizesse alguma diferença. Ainda que o Brasil tenha se tornado bem mais dependente da China, hoje, do que jamais o foi, no passado, dos EUA, sua dinâmica econômica não tem absolutamente nada a ver com a da China ou com qualquer um dos demais Brics. Pode-se comparar o Brasil com os EUA, com a Alemanha, com o Chile, e isso não muda em nada a situação.
Em todo caso, se esses observadores levianos insistem em comparar e agrupar esses países, que não necessariamente vão caminhar na mesma direção, cabe então constatar que o Brasil é dos Brics o de menor crescimento, o que não faz nenhuma diferença para os demais, mas nos coloca, como está na matéria, na lanterninha do grupo. Se formos buscar os motivos, já sabemos quais são: poupança diminuta, investimento medíocre, carga fiscal desmesurada, burocracia pesada, fechamento da economia, infraestrutura péssima, enfim, todos aqueles males que já conhecemos, e que dependem inteiramente do governo, um incapaz contumaz, se me permitem a rima.
Paulo Roberto de Almeida 

Brasil passa de estrela a lanterninha dos BRICs



Por Luciana Antonello Xavier, correspondente, estadao.com.br, Atualizado: 25/5/2012 16:16
NOVA YORK - O mesmo Brasil que até pouco tempo era incensado por investidores do mundo todo parece ter sido mandado para a coxia. Entre os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), ele é o que está crescendo menos, a aversão a risco em relação ao País só aumenta e o Brasil passou de estrela a lanterninha do grupo.
'Há uma desaceleração considerável no Brasil e alguns investidores estão pensando: 'hei, deve haver algum problema aí'', comentou o estrategista Albert Ades, do Bank of America Merrill Lynch (BofAML), em entrevista à Agência Estado.
Enquanto a China cresceu 8,1% no quarto trimestre de 2011, a Índia teve expansão de 6,1% e o PIB da Rússia aumentou 4,9%, a economia do Brasil avançou apenas 1,4%. Isso mesmo com um ciclo de relaxamento monetário - iniciado em agosto do ano passado, e que derrubou a taxa Selic de 12% para o patamar de 9% - e com todas as medidas de estímulo que vêm sendo adotadas pelo Ministério da Fazenda, controlado por Guido Mantega.
'Qualquer um com um pouco de senso de história sabe que quando o Brasil começa a reduzir demais os juros, é preciso ficar atento ao risco de inflação. E neste momento, nenhum investidor quer ser pego por estar no lado errado', explicou o diretor da EPFR Cameron Brandt.
Parte desse movimento negativo tem a ver com a aversão a risco por causa do cenário de incerteza na Europa, que afeta todos os emergentes. A outra parte está relacionada com as novas medidas que vêm sendo adotadas pelo governo e que têm gerado insegurança.
'O governo está usando medidas temporárias, no lugar de olhar o cenário mais amplo para avançar em reformas que possam fazer a diferença num prazo mais longo, num nível mais duradouro', disse a diretora de ratings soberanos da Standard and Poor's, Lisa Schineller.
Esse movimento de aversão a risco entre os emergentes fica claro no MSCI Emerging Markets Index, que é um índice criado pelo Morgan Stanley para medir ao desempenho do mercado de ações em 26 economias emergentes. Esta semana, esse índice chegou a cair 2,4%, a 896,96 pontos, a maior queda desde 23 de novembro do ano passado. Do final de janeiro até o início de maio, o MSCI havia se mantido acima do nível de 1.000 pontos.
O iShares MSCI Emerging Markets Index Fund, que é o fundo de ETFs da Blackrock que acompanha o desempenho do MSCI, estava hoje em queda de 0,27%, tendo perdido 0,13% em um mês e com retração de 1,87% no acumulado do ano até esta tarde. Já o iShares MSCI Brazil Index Fund hoje está em movimento de reduzir perdas recentes e subia 1,90%, com queda acumulada de 14,88% em um mês e de 9,24% no ano.
Uma fonte em Nova York disse à Agência Estado que outro ponto que está sendo observado e desperta cautela entre os investidores é a participação do governo, em especial, do BNDES nos investimentos do País. Segundo essa fonte, o papel do governo segue muito forte e gera incertezas, uma vez que se espera uma participação maior do setor privado.
Outros analistas, no entanto, dizem que, no longo prazo, os fundamentos do País são bons. Mauro Roca, estrategista para emergentes do Deutsche Bank, por exemplo, não concorda com os que dizem que os dias de glória do Brasil ficaram para trás. 'Não podemos julgar o Brasil apenas pelo que está acontecendo neste momento. O potencial do País ainda é enorme. Mas ainda faltam as reformas', disse.
Roca admite, no entanto, que na comparação com seus concorrentes latinos o País não está no topo do ranking. Segundo ele, além do Chile, que está em melhor situação, mas que também está em nível mais alto de grau de investimento do que seus vizinhos, a Colômbia tem se mostrado hábil na condução de reformas e mudanças no país, incluindo a melhora da segurança, assim como o Peru, que pode não estar tão bem preparado como Chile e Colômbia, mas se mostra na direção de consolidação fiscal e reformas. O México, assim como o Brasil, ainda tem de fazer reformas, mas está sendo beneficiado no momento pela melhora na economia dos EUA.
Para o analista sênior para emergentes da América Latina do HSBC, Bertrand Delgado, de fato, as mudanças frequentes de políticas têm tido peso negativo, mas ele acredita que o Brasil ainda tem potencial para ter um bom desempenho econômico no longo prazo. Para este ano, ele espera que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 3,2%, a inflação fique em 5,2% e o dólar ao redor de R$ 2.
Albert Ades, do BofAML, acredita que o dólar ficará na faixa de R$ 1,84 a R$ 2,20 nos próximos seis meses e recomenda a seus clientes que façam suas apostas em derivativos levando esse cenário em conta. 'Com o dólar nessa faixa, será possível eles fazerem dinheiro', diz.
Ades disse que o Brasil ainda tem vários fatores favoráveis para que consiga superar esse momento de crescimento menor, entre eles as perspectivas promissoras no setor de energia, especialmente com o petróleo do pré-sal. 'Vejo bom potencial no Brasil no médio e longo prazo. Mas o País tem desafios no lado fiscal, tem de fazer as reformas necessárias', ponderou.

Livro: inferno dantesco, na Coreia do Norte

A Coreia do Norte é, possivelmente, o regime mais repressivo que tenha existido na face da terra, superando largamente os horrores do gulag soviético e dos campos de reeducação maoístas. Só perde, talvez, para os "campos de extermínio" do Kmer Vermelho no Camboja, mas apenas porque este matou mais gente num curto espaço de tempo, ou seja, em doses concentradas, mas a Coreia do Norte ainda assim ganha nas estatísticas de sofrimento humano e de mortes por fome e por violência política.
Que o Brasil se tenha empenhado em manter relações com tal regime, e que o governo tenha fornecido alimentos para o governo norte-coreano -- que serve para alimentar os vinculados ao próprio governo -- apenas testemunha, mais uma vez, sobre as opções dos companheiros no poder, e suas simpatias por todo regime repressivo (desde que anti-americano) e supostamente socialista.
Abaixo um relato sobre um caso extraordinário: um "subhumano", nascido em campo de concentração, consegue escapar do inferno terrível que é aquele país, para testemunhar livremente, e sobretudo comer fartamente...
Paulo Roberto de Almeida 
Addendum: o livro existe em edição brasileira, como me comunicou um leitor, a quem agradeço:

FUGA DO CAMPO 14

Autor: HARDEN, BLAINEEditora: INTRINSECAISBN: 8580571650; ISBN-13: 9788580571653; Edição: 1ª; Ano de Lançamento: 2012; Número de páginas: 232; SinopseShin Dong-hyuk nasceu e cresceu no Campo 14, um dos imensos complexos destinados a presos políticos da Coreia do Norte. Seus residentes estão condenados a trabalhar até 15 horas por dia, sofrendo fome e frio, sujeitos a uma rotina de violências sumárias - aos 13 anos, Shin assistiu à execução da mãe e do irmão mais velho por tentarem escapar. De lá, ninguém foge. Existe apenas uma exceção. Determinado a descobrir como é a vida do outro lado da cerca eletrificada, Shin supera todo tipo de dificuldade e consegue deixar a Coreia do Norte. Mas as marcas do passado ainda estão em seu corpo e assombram sua mente, pois durante muitos anos ele guardou um terrível segredo. Em 'Fuga do Campo 14', o jornalista Blaine Harden procura lançar luz sobre uma realidade considerada sinistra, e busca acompanhar a jornada de Shin rumo à liberdade


Escape from Hunger
A North Korean survivor story
The City Journal, 25 May 2012

Explaining why socialism failed to gain traction in the United States, German academic Werner Sombart famously noted: “All socialist utopias came to nothing on roast beef and apple pie.” Fat and happy aren’t the ingredients for a socialist revolution. A century after Sombart’s observation, Shin Dong-Hyuk shows why starving and miserable aren’t the ingredients for keeping the people in a people’s republic: all socialist dystopias come to nothing on tree bark and barbecued rat. Shin’s amazing tale, inspired by the most basic human drive—hunger—is told by veteran journalist Blaine Harden in Escape from Camp 14: One Man’s Remarkable Odyssey from North Korea to Freedom in the West.
Shin is the only person born into a North Korean political prison to escape to the West. Only he can explain what it’s like to be a lifer in the Hermit Kingdom’s gulag. A victim of Kim Il Sung’s practice of inflicting the sins of the father upon the sons (and grandsons), Shin knew only the harsh existence of the work camps. Incarcerated from birth, he remained wholly ignorant of God, money, and the outside world until contact with a cosmopolitan North Korean unleashed his imagination. This man told him about China and Europe, but what really got Shin’s attention was his description of foreign dishes. As Harden writes: “Freedom, in Shin’s mind, was just another word for grilled meat.”
That’s a meal that camp-dwellers went without, except on the occasions when they captured a rat. When prisoners stole a pig, they devoured it raw, lest the aroma alert their overseers. “Every meal was the same: corn porridge, pickled cabbage, and cabbage soup,” Harden writes. “Shin ate this meal nearly every day for twenty-three years, unless he was denied food as punishment.”
An outsider’s perspective can’t help but see the food itself as punishment. Inmates picked undigested corn kernels from cow dung to eat. They warded off hunger by regurgitating their meals to eat again. They dined on sand, dirt, trees, and whatever else they could find. They risked their lives to fill their stomachs. Shin tells of a six-year-old classmate discovered with corn in her pockets. The teacher beat her to death in front of the class with a pointer. An official rule at Camp 14 instructed: “Anyone who steals or conceals any foodstuffs will be shot immediately.”
Hunger pangs are the catalyst for a pivotal moment in the book. Discovering his mother and brother eating a secret meal without him prompts a spiteful teenage Shin to reveal their conversation about escape to camp authorities. “I want a guarantee of more food,” he tells his guard-confessor. Instead, interrogators chain-hoist him by the wrists and ankles and ignite a fire beneath his sagging back. Today, a charred back testifies to the truth of Shin’s story, as do a finger sliced off as punishment for dropping a sewing machine and limbs bowed from overwork.
Regaled by descriptions of Chinese, German, and Russian delectables, Shin lets his appetite make up his mind. He would someday taste that food. “He did not thirst for freedom or political rights,” Harden writes. “He was merely hungry for meat.” On January 2, 2005, while performing forestry work on the camp’s perimeter at dusk, Shin and an accomplice made their long-planned break. His coconspirator’s electrocution on a security fence provided insulation and conducted some of the voltage away from Shin, who escaped with mere burns. He ran for two hours until he reached a barn, where he found corn, clothes, and cover. He bummed his way through North Korea and bribed his way into China.
Accustomed to the regimented life of the camps, Shin marveled at the freedom of North Koreans on the outside. Even more astonishing was China, where he listened to a radio, ate three meals of meat a day, traded a concrete floor for a mattress, and worked for pay without supervision. Shin gained asylum in South Korea by rushing into its embassy in China with the encouragement of a journalist. In the South—occupying the same peninsula as the North, yet free and prosperous where the North was repressive and impoverished—the culture shock continued. Eventually, Shin moved to the United States. Adjusting to American life continues to be difficult, though the dining is good. Harden tells of a surprise birthday party thrown for the refugee at a TGI Friday’s. “I was very moved,” Shin tells the author. “Shin was passionate about food and did his best talking in Korean and Mexican restaurants” in Southern California, Harden writes.
Shin’s adventure might have better fit the West’s conception of heroism had he struggled to free his people rather than feed himself. But it’s typically ordinary desires that lead to extraordinary heroism. An inmate jonesing for a hamburger may strike outsiders as insignificant—just as a seamstress refusing to yield a seat on the bus or a fruit vendor balking at bureaucratic harassment once did. These seemingly trivial indignities, however, sparked momentous uprisings. Perhaps it’s too early to say what the results will be of Shin’s escape.

Mensalao: a denuncia do PGR, o relatorio para o STF

Os fatos são conhecidos de todos, e se ouso resumir seria mais ou menos isto: a maior operação criminosa jamais conduzida no sistema político brasileiro, concebida por cérebros doentios, certamente treinados por serviços de inteligência, destinada a comprar consciências, vontades e votos, de parlamentares, de bancadas completas, quando não de partidos inteiros, consistindo de roubo do dinheiro público (por diversas vias e canais manipulados pelos quadrilheiros em conluio com seus serviçais partidários e quadros do Estado a serviço do partido corrupto), de lavagem de dinheiro, de contas clandestinas e operações criminosas, todas elas orientadas a garantir o monopólio do poder por líderes de comportamento e ideologia totalitários.
Sem dúvida foi a maior fraude política que o Brasil conheceu e se distingue totalmente da corrupção normal, de estilo quase artesanal, feita pelos políticos individualmente ou por partidos ocupando nichos de poder, no sentido em que se trata de uma "operação industrial", sistêmica, construída em escala gigantesca, para roubar, fraudar, corromper, desviar recursos públicos e privados, enfim, comportamento mafioso no mais integral sentido desse conceito.
Paulo Roberto de Almeida 
Quem quiser ler o relatório do ministro encarregado do processo, pode descarregá-lo neste link: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/relatorioMensalao.pdf


Alguns trechos do relatório, apenas para confirmar a gravidade do atentado à democracia no Brasil: 



O Procurador-Geral da República narrou, na denúncia, uma “sofisticada organização criminosa, dividida em setores de atuação, que se estruturou profissionalmente para a prática de crimes como peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta, além das mais diversas formas de fraude” (fls. 5621).
Segundo a acusação, “todos os graves delitos que serão imputados aos denunciados ao longo da presente peça têm início com a vitória eleitoral de 2002 do Partido dos Trabalhadores no plano nacional e tiveram por objetivo principal, no que concerne ao núcleo integrado por JOSÉ DIRCEU, DELÚBIO SOARES, SÍLVIO PEREIRA e JOSÉ GENOÍNO, garantir a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros Partidos Políticos e do financiamento futuro e pretérito (pagamento de dívidas) das suas próprias campanhas eleitorais. (...) Nesse ponto, e com objetivo unicamente patrimonial, o até então obscuro empresário MARCOS VALÉRIO aproxima-se do núcleo central da organização criminosa (JOSÉ DIRCEU,
DELÚBIO SOARES, SÍLVIO PEREIRA e JOSÉ GENOÍNO) para oferecer os préstimos da sua própria quadrilha (RAMON HOLLERBACH, CRISTIANO DE MELLO PAZ, ROGÉRIO TOLENTINO, SIMONE VASCONCELOS e GEIZA DIAS DOS SANTOS) em troca de vantagens patrimoniais no Governo Federal” (5621/5622).
Além disso, teria sido necessário contar com os réus KÁTIA RABELLO, JOSÉ ROBERTO SALGADO, VINÍCIUS SAMARANE e AYANNA TENÓRIO, os quais, no comando das atividades do Banco Rural, juntamente com o Sr. José Augusto Dumont, falecido em abril de 2004, teriam criado as condições necessárias para a circulação clandestina de recursos financeiros entre o núcleo político e o núcleo publicitário, através de mecanismos de lavagem de dinheiro, que permitiriam a tais réus o pagamento de propina, sem que o dinheiro transitasse por suas contas.

De acordo com a denúncia recebida por esta Corte, o esquema teria sido arquitetado durante as eleições de 2002 e passou a ser executado em 2003. Já em dezembro de 2002, os réus do denominado “núcleo publicitário” da quadrilha – especialmente os réus MARCOS VALÉRIO, CRISTIANO PAZ e RAMON HOLLERBACH – já haviam sido apresentados para os réus do denominado “núcleo central” – formado pelos réus JOSÉ DIRCEU, JOSÉ GENOÍNO, DELÚBIO SOARES e SÍLVIO PEREIRA -, com o fim de pôr em prática o plano de corrupção de parlamentares da então frágil base aliada, com intuito de “negociar apoio político, pagar dívidas pretéritas do Partido e também custear gastos de campanha e outras despesas do PT e dos seus aliados” (fls. 5621).
O Parquet esclarece que, durante as eleições de 2002, o réu JOSÉ DIRCEU era o Presidente do Partido dos Trabalhadores e, também, Coordenador da Campanha de seu partido à Presidência da República. O Secretário de Finanças do Partido, ou Tesoureiro, era o réu DELÚBIO SOARES, subordinado ao réu JOSÉ DIRCEU. Eles, juntamente com o Secretário Nacional do Partido, o réu SÍLVIO PEREIRA – cuja conduta não será analisada neste julgamento -, e com o réu JOSÉ GENOÍNO, que assumiu a Presidência do Partido dos Trabalhadores a partir de 2003, teriam formado o que o Procurador-Geral da República denominou de núcleo central da quadrilha (denúncia, vol. 27). Em março de 2003 o réu JOSÉ DIRCEU viria a renunciar ao cargo de Presidente do Partido dos Trabalhadores, segundo o réu informou em seu interrogatório (fls. 16.638/9, v. 77).

Segundo a acusação, os réus do núcleo político ou central, com intuito de permanecerem por longos anos no Poder, teriam optado por utilizar mecanismos criminosos oferecidos pelos réus dos núcleos publicitário e financeiro, os quais, segundo o Procurador-Geral da República, já vinham sendo praticados no Estado de Minas Gerais, especialmente a partir do Governo do atual Senador EDUARDO BRANDÃO DE AZEREDO, do PSDB, cuja conduta está em análise na AP 536.

Os réus do chamado núcleo central – JOSÉ DIRCEU, JOSÉ GENOÍNO e DELÚBIO SOARES -, segundo a denúncia recebida por este Plenário, teriam sido os responsáveis por organizar a quadrilha voltada para a compra de apoio político, através dos votos dos parlamentares. Eles respondem, nestes autos, à acusação de crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa.
Para viabilizar seu intento, teriam se aproximado dos réus dos núcleos publicitário e financeiro, supostamente dando-lhes “carta branca” para agir da forma que fosse necessário para atingir o objetivo de abastecer a quadrilha com recursos que permitiriam a prática dos crimes de corrupção.
Assim, a denúncia afirmou que “a análise das movimentações financeiras dos investigados e das operações realizadas pelas instituições financeiras envolvidas no esquema demonstra que estes, fazendo tabula rasa da legislação vigente, mantinham um intenso mecanismo de lavagem de dinheiro com a omissão dos órgãos de controle, uma vez que possuíam o apoio político, administrativo e operacional de JOSÉ DIRCEU, que integrava o Governo e a cúpula do Partido dos Trabalhadores”.
(...)
[O PGR] Afirmou que “A instrução comprovou que foi engendrado um plano criminoso voltado para a compra de votos dentro do Congresso Nacional” (fls. 45.088). [p. 51]

Para o Procurador-Geral da República, relativamente ao réu JOSÉ DIRCEU, “Provou-se que o acusado, para articular o apoio parlamentar às ações do governo, associou-se aos dirigentes do seu partido e a empresários do setor de publicidade e financeiro para corromper parlamentares. As provas coligidas no curso do inquérito e da instrução criminal comprovaram, sem sombra de dúvida, que JOSÉ DIRCEU agiu sempre no comando das ações dos demais integrantes dos núcleos político e operacional do grupo criminoso. Era, enfim, o chefe da quadrilha. (...) Nesse sentido, há vários depoimentos nos autos. MARCOS VALÉRIO (...) confirmou que JOSÉ DIRCEU comandava as operações que estavam sendo feitas para financiar os acordos políticos com os líderes partidários (...)” (fls. 45.123/45.124). 
Sustenta, ainda, que “Outros fatos podem ser referidos para comprovar
que JOSÉ DIRCEU integrava e comandava o grupo criminoso. [p/ 52]

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Creio que basta isso para enfatizar a gravidade dos atos criminosos imputados aos denunciados.
A responsabilidade agora está com a corte dita suprema...
Paulo Roberto de Almeida 

Partidos fortes, partidos ricos, partidos extratores...

Uma democracia representativa funcional se fundamenta, entre outros elementos, em partidos fortes, capazes de juntar setores significativos da opinião pública para representá-los, justamente, no Parlamento, a instituição por excelência de um sistema democrático moderno e, por isso mesmo, colocada no centro do poder político das experiências europeias de parlamentarismo e até do sistema presidencial americano, que é, como se sabe, eminentemente congressual.
Partidos fortes devem ser também transparentes, democráticos em seu funcionamento, e abertos ao escrutínio da sociedade e ao controle de eventuais órgãos que supervisionem a canalização de fundos públicos para eles. Bem, com base nesses critérios, pode-se ler a matéria abaixo, partidária, claro, mas expondo números que são públicos. Os contrastes saltam aos olhos.
O principal partido no poder é hoje um partido rico, ou pelo menos deveria ser, com base no fervor dos militantes, nas contribuições generosas e desinteressadas dos capitalistas amigos de sua causa socialista e, sobretudo, na extração de recursos de setores abnegados, desprendidos, beneméritos, cristãos, digam0s assim.
Paulo Roberto de Almeida 
Para deputados, PT tenta abafar o mensalão quitando dívida com bancos
Site do PSDB, 26/05/2012
O PT nacional arrecadou R$ 50,7 milhões com doações em 2011, fora do período eleitoral, número muito distante aos de outras siglas. O aumento das doações coincide com a quitação, pelo PT, de R$ 55 milhões em dívidas contraídas com os bancos BMG e Rural entre 2003 e 2004. Os dados foram divulgados pela “Folha de S.Paulo” nesta sexta-feira (25).
Para os deputados Antonio Carlos Mendes Thame (SP),Vanderlei Macris (SP) e Walter Feldman (SP), o Partido do Trabalhadores tenta, às vésperas do julgamento do mensalão, abafar o maior caso de corrupção da história do país. Como destacou nesta semana o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), o número das doações é absolutamente desproporcional.
O líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou em plenário que a arrecadação do PT cresceu 353% em comparação a 2009, um ano não eleitoral. Para o senador, o montante revela promiscuidade entre empresas e o poder público, e questionou qual seria a motivação para as doações. “Eu considero essa denúncia um escândalo. São empresas com interesses nos cofres públicos fazendo doações generosas num período sem eleições”, comentou.
A lista de doadores inclui diversas empresas com interesses no governo federal. Uma delas é o frigorífico Friboi, que obteve R$ 16 bilhões com taxas de juros privilegiadas junto ao BNDES. A empresa destinou, em 2011, R$ 2,9 milhões ao PT.
O partido teria feito um acordo para pagar oito empréstimos feitos entre 2003 e 2004. De acordo com a Procuradoria Geral da República, o dinheiro ajudou a irrigar o esquema do mensalão. Segundo a denúncia, as dívidas foram feitas para legalizar o desvio de recursos. Mendes Thame disse que a iniciativa do PT não surpreende. Segundo ele, o pagamento não inocenta os envolvidos no caso. “É uma tentativa de matar um dos argumentos de que esses financiamentos eram fajutos, simplesmente para financiar as atividades de caixa dois do partido”, afirmou.

Na opinião de Macris, causa estranheza a coincidência do pagamento aos bancos. “Meparece que a tentativa é amenizar a possibilidade de condenação do mensalão. Ou então é muita coincidência. Mas esse julgamento haverá de ser feito com a condenação daqueles que praticaram o maior escândalo de corrupção do Brasil”, ressaltou.
Feldman argumenta que o PT age como se tudo já tivesse sido superado, mas o povo espera punição aos responsáveis pelos desvios. “É uma tentativa de se aproveitar de brechas da lei para tentar esconder o sol com a peneira. Esperamos que o Supremo decida favoravelmente a respeito”, disse.
Nesta semana, Bruno Araújo citou dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as vultosas contribuições ao fundo partidário do PT. Enquanto o PSDB recebeu doações de R$ 2,3 milhões e o PMDB de R$ 2,8 milhões, a legenda da presidente Dilma recolheu R$ 50,7 milhões. “Esse número faz todos repensarem. Primeiro, quem está na base do governo, por que esse tratamento de captação diferenciado”, questionou o tucano da tribuna.
(Reportagem: Artur Filho com Liderança do PSDB no Senado)

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Economia brasileira: um editorial realista da Economist


The Brazil backlash
Its strengths are real, but the government should worry more about its weaknesses
The Economist, May 19th 2012

NOT long ago, the BRICs were lionised as fast-growing superpowers-in-waiting. These days Russia is portrayed as a corrupt petrostate. India is ensnared in red tape, unable to muster the political will to break free. The mighty Chinese economy has slowed in recent weeks (see article). Even South Africa, which considers itself to be the “S” in BRICs, seems sluggish and hidebound next to the gazelles to its north.
Now it is Brazil’s turn. Much is being made of Brazilian threats of huge fines and prison sentences against executives of Chevron, an American oil company, after a small leak of oil off the coast. Critics have taken to complaining about Brazil’s expensive welfare state and dependence on commodity exports. Its torpid economy ground to a halt in the middle of last year. Admittedly officials say that they deliberately cooled the economy, to drive down an overvalued currency and astronomic interest rates. Yet their expectation of growth of 4.5% this year and a bit more next looks implausible.
Does Brazil deserve the backlash? Some of the criticism is misplaced or inaccurate. Unemployment is low, wages rising and foreign direct investment pouring in ($67 billion in 2011, a record). Most economists reckon that Brazil can continue to grow at around 3.5% without triggering higher inflation. Many countries would love to have Brazil’s highly productive farms and its big new oilfields, two of the sources of its commodity dependence. Compared with Russia, China and even India, Brazil more clearly enjoys the rule of law. Its welfare state represents a defensible political choice for a country of yawning inequalities. Above all, Brazil’s strength is a democracy that has yielded broad political continuity and economic stability.
Even so, its government must start to confront the country’s weaknesses. That 3.5% growth rate may seem lavish by Western standards, but it is below both what Brazil needs to be to continue recent social gains—and what it could be. Some of the sources of the faster growth of recent years may now be exhausting themselves. These included a bonus from the stabilisation, opening and reform of the economy in the 1990s, and a huge lift in the country’s terms of trade, thanks to China’s appetite for commodities. Henceforth Brazil’s labour force will not grow as fast, even as the pension bill rises. Domestic credit cannot go on increasing at today’s rate, as households are starting to struggle with debt (see article).
At the same time, Brazil has turned itself into a very expensive place to do business. The government blames the currency for this; it has gone to great lengths to drive its value down. But the government itself is responsible for much of the “Brazil cost”. Not only has the tax burden risen from 22% of GDP in 1988 to 36% today, but the tax system is absurdly complex. Most of the money goes on over-generous pensions and wastefully big government, rather than transfers to the poor.
The minimum wage is now three times that of Indonesia or Vietnam (no wonder manufacturers are struggling). Businesses face pointless regulation. Lack of investment means freight costs are high. And the state has started messing around with business: a rule that 65% of equipment for the deepwater oil industry must be produced at home guarantees that developing the new fields will be slower and costlier than it need be.
Time for another burst of reform
Dilma Rousseff, the president since January 2011, says she is starting to tackle some of these problems. She wants to eliminate the fiscal deficit, has started to cut taxes for favoured industries, has invited private investors to modernise four airports and is assailing a banking oligopoly that has helped to keep interest rates up. But the picture is uneven: her effort to drive down costs is too timid; she was responsible for the silly new protectionist oil regime; and the impression is that she is prepared to settle for growth of under 4%.
That would hurt Brazil. Investors will start looking for higher-growth markets in Latin America—Peru, say, or Colombia and soon perhaps Mexico. The poor, who supported Ms Rousseff in large numbers, will suffer most. She should treat the backlash as a warning. Brazil cannot run on autopilot.
from the print edition | Leaders

Desindustrializacao: um debate importante

Recebi, a propósito deste meu post:

SEXTA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2012


o seguinte comentário:

Eu sou bastante cético com esse negócio de desindustrialização. Não tenho dúvidas de que é um processo normal de maturidade: depois que vc encheu a pança e comprou seu mobiliário e bagulhos eletrônicos, nada mais natural que suas demandas passem a ser viagens, jantar fora, cuidar dos dentes, da pele, fazer academia e ter um bom corretor para administrar seus investimentos. Como não dá para importar a maioria dos serviços, eles serão produzidos internamente. Então a Finlândia terá uma participação da indústria no PIB menor que a China, que terá uma participação da agricultura no PIB menor que a de Serra Leoa.
Agora, fica essa dúvida com relação ao timing. O Brasil tem uma relação indústria/PIB de 13%. De fato é pouco comparado com a maioria dos países no nosso estágio. Mas existem exceções, certamente. O Chile mesmo é um país de indústria fraca relativamente e commodities puxando a economia já a bastante tempo. E não parece estar fracassando. A Austrália e a Noruega também são grandes exportadores de commodities. Da última vez que chequei a Noruega tinha o maior PIB per Capita e a Austrália um dos maiores. Ambos superiores à Alemanha, que tem uma porção maior de indústria na composição do PIB.
Sei não... acho que o pessoal menospreza demais o potencial econômico do agrobusiness, do petróleo, do ferro, sei lá mais o que... Tenho sérias dúvidas a respeito da ideia de que é ruim ser um fazendão. Obviamente é contra-intuitivo. À primeira vista parece que vender TV é melhor, ou de alguma forma superior, que vender soja, mas vá falar isso para algum produtor de soja do centro-oeste. Vantagens comparativas.
Quanto à questão da qualificação da mão-de-obra, concordo plenamente. Mas isso independe de sermos um fazendão ou uma Manchester. Se formos ser um fazendão, vamos precisar de bons engenheiros agrícolas, "pesquisadores agrícolas", etc, e de bons dentistas, esteticistas, guias de turismo e chefes de cozinha para satisfazer as demandas do dono da fazenda por serviços.
abraços, Zamba



Permito-me comentar, de meu lado.


O debate vem sendo obscurecido por fatores conjunturais, que podem se tornar estruturais. O problema é que os primeiros também são causados por falhas estruturais e requerem remédios sistêmicos, mais amplos.
Existem vários fatores, entre eles a concorrência estrangeira e o câmbio, mas independentemente disso, é um FATO que o Brasil se tornou caro demais, sob qualquer critério.
Se formos na origem dos problemas que afligem a indústria brasileira, encontraremos fatores inteiramente MADE IN BRAZIL, ou seja, de responsabilidade do governo, uma vez que temos recursos, mercado, energia suscetíveis de competir internacionalmente, menos, é claro, a qualidade dos recursos humanos (mas isso também é responsabilidade da sociedade e do governo). Ou seja, todos os fatores que nos afetam negativamente poderiam ser "consertados" com politicas macro e micro, e setoriais, corretas, duradouras, persistentes, que poderiam ser resumidas não num grande "projeto nacional"-- pois isso é bobagem acadêmica -- mas na criação de condições favoráveis ao empreendedorismo, um bom ambiente de negócios, para o investimento privado (se o Estado, claro, não fosse o despoupador líquido que é).


Computado, pois, esse fator de falhas NÃO de MERCADO, mas FALHAS DE GOVERNO, resta a concepção que a sociedade brasileira e suas elites se fazem de uma economia moderna e funcional. Ouso dizer que a maior parte das pessoas defende uma visão industrial que eu chamaria de stalinismo industrial, possuir todas as áreas funcionando, integradas verticalmente, servindo ao mercado interno, o que me parece singularmente atrasado nas condições atuais da globalização.
Mas, mesmo em termos históricos, sem globalização preeminente, países se desenvolveram com base em atividades primárias e agrícolas, como Dinamarca, Canadá, Nova Zelândia, Austrália e os próprios EUA. Não há nada de errado em ter uma agricultura moderna, competitiva, exportar minérios, recursos naturais, etc, bastando agregar valor em várias etapas da oferta, que não precisa ser totalmente manufatureira (mas acaba sendo, quando existe uma valorização e aproveitamento das vantagens comparativas). A capacitação humana e o adensamento de cadeias se dão, quando o governo faz aquilo que só ele pode fazer -- infraestrutura, recursos humanos, bom ambiente de negócios, etc, -- e deixa o setor privado (nacional ou estrangeiro, não importa muito) fazer o que sabe fazer melhor, produzir e vender com o objetivo de maximizar lucro.


Governos intervencionistas costumam fixar objetivos distributivistas que prejudicam os negócios e diminuem o investimento.


Não creio que as elites brasileiras, políticas e econômicas, estejam preparadas para empreender essa pequena revolução mental, que na verdade é grande, dado o volume de true believers no stalinismo industrial.
Acho que vai demorar bastante tempo para o Brasil se educar economicamente, tantas são as deformações de nossas elites...
Paulo Roberto de Almeida 

China denuncia EUA na OMC: dois lutadores de sumo...

No sistema multilateral de comércio tudo pode ser questionado, já que as empresas e os países empreendem práticas comerciais efetivamente questionáveis. O problema é que muitas vezes a iniciativa é tomada por razões puramente protecionistas, ou seja, em face de uma competição impiedosa, que ameaça tirar empresas de um país fora do mercado, e daí se pretende disfarçar a medida "denunciando" dumping, comércio desleal, subsídios e coisas do gênero. De fato, muitos governos concedem subsídios indiretos a suas empresas, para produzir empregos e renda, e nem sempre é fácil provar isso, dados os mecanismos e canais obscuros geralmente empregados nesse tipo de apoio governamental.
Cabe aos árbitros, em última instância, examinar todos os documentos e provas colocadas à sua disposição, por acusadores e demandados, para então decidir quem tem razão. Muitas vezes nenhum dos lados tem razão, mas dependendo das "provas"recolhidas, sempre haverá alguma medida ou política inconsistente com as regras do Gatt.
Vamos aguardar novos desenvolvimentos, do que parece ser um caso relevante na história do sistema de disputas da OMC.
Paulo Roberto de Almeida 

China goes to WTO to challenge US tariffs


Shanghai Daily, May 26, 2012


CHINA filed World Trade Organization cases yesterday challenging US anti-subsidy tariffs on 22 Chinese goods, including steel.

The cases come as a weakening global economy fuels trade frictions as nations try to boost exports and create jobs.

China began its challenge by requesting consultations with the United States through the WTO to resolve the dispute. If that fails, China can request a ruling by a WTO panel, which can order the United States to scrap measures found to violate free-trade commitments or to pay compensation.

Beijing appeared to be challenging Washington's overall approach to subsidies and dumping, as well as its handling of individual cases. 

China's mission to the WTO accused Washington of improperly using anti-dumping measures to shield American companies from competition.

"The relevant practices constitute the abuse of trade remedy measures, which undermines the legitimate interests of China's enterprises," said a statement by China's mission to the WTO.

It complained the United States repeated its "wrongful practice" in the dispute over Chinese-made solar power equipment.

The Chinese statement said the US measures affect Chinese exports to the United States worth US$7.3 billion. 

It gave no details but Xinhua news agency said products included steel, paper and solar cells.

The two governments also have argued over access to each others' markets for poultry, tires and other goods.

On Thursday, China's Ministry of Commerce issued a ruling that the US government paid improper subsidies for six renewable energy projects, violating free-trade rules. 

That ruling came in an investigation launched in November after Washington began a probe into whether Chinese manufacturers were selling solar cells and other equipment in the United States at improperly low prices.

The US Commerce Department issued a preliminary ruling in that case last week that concluded Chinese manufacturers engaged in "unfair practices." It proposed raising tariffs by at least 31 percent to compensate for "improper" Chinese government subsidies.

China earlier accused US investigators of acting unfairly in the solar case by looking at other economies to estimate what Chinese producers' costs should be and how much government support they received.

Uma historia economica dicotomica dos EUA

Acadêmicos, como sempre, estão sempre procurando uma explicação "racional" para determinados eventos ou processos históricos que, na maior parte das vezes, não tem nenhuma, ou seja, são o resultado de forças contraditórias, não necessariamente coordenadas, tampouco claras aos olhos dos contemporâneos, e que exercem influências não detectadas aos que tomam ou suportam tais decisões. Em última instância, a trama da história, e as forças sociais que a movem, são muito complexas e interconectadas para serem colocadas num modelo dicotômico como o que pretende este historiador (que, na verdade, nem sei se é de verdade um historiador), que divide a história do crescimento econômico (e do desenvolvimento, mais importante) em hamiltonianos e jeffersonianos. Ele pretende que foram os primeiros, ou seja, os estatizantes, que permitiram o progresso fantástico dos EUA, o que me parece muito simplista, pois a força das ideias, à margem e muitas vezes CONTRA o Estado, teve enorme papel no impulso americano para o progresso. Por isso eu entendo a inovação e o investimento privado, não o controle e o investimento público.
Mas, a história nunca será convergente entre desenvolvimentistas e liberais.
Em todo caso, vale ler a resenha...



Market Values

David Leonard

The New York Times Books Review, May 25, 2012



Book

‘Land of Promise,’ by Michael Lind

Whatever their political party, American leaders have generally subscribed to one of two competing economic philosophies. One is a small-government Jeffersonian perspective that abhors bigness and holds that prosperity flows from competition among independent businessmen, farmers and other producers. The other is a Hamiltonian agenda that believes a large, powerful country needs large, powerful organizations. The most important of those organizations is the federal government, which serves as a crucial partner to private enterprise, building roads and schools, guaranteeing loans and financing scientific research in ways that individual businesses would not.

LAND OF PROMISE

An Economic History of the United States
By Michael Lind
586 pp. Harper/HarperCollins Publishers. $29.99.
Illustration by Thomas Porostocky
Today, of course, Republicans are the Jeffersonians and Democrats are the Hamiltonians. But it hasn’t always been so. The Jeffersonian line includes Andrew Jackson, the leaders of the Confederacy, William Jennings Bryan, Louis Brandeis, Barry Goldwater and Ronald Reagan. The Hamiltonian line includes George Washington, Henry Clay, Abraham Lincoln, William McKinley, both Roosevelts and Dwight Eisenhower.
Michael Lind’s “Land of Promise” uses this divide to offer an ambitious economic history of the United States. The book is rich with details, more than a few of them surprising, and its subject is central to what is arguably the single most important question facing the country today: How can our economy grow more quickly, more sustainably and more equitably than it has been growing, both to maintain the United States’ position as the world’s pre-eminent power and to improve the lives of its citizens?
Lind, a founder of the New America Foundation in Washington and the author of several political histories, acknowl­edges from the beginning that his thesis will make some readers uncomfortable. “In the spirit of philosophical bipartisanship, it would be pleasant to conclude that each of these traditions of political economy has made its own valuable contribution to the success of the American economy and that the vector created by these opposing forces has been more beneficial than the complete victory of either would have been,” he writes.
“But that would not be true,” he continues. “What is good about the American economy is largely the result of the Hamiltonian developmental tradition, and what is bad about it is largely the result of the Jeffersonian producerist school.”
Hamiltonian development built the Erie Canal, the transcontinental railroad, the land-grant universities and the Interstate highway system. In the process, the United States became a giant, interconnected market, a place where companies like Standard Oil, General Motors, John Deere and Sears Roebuck could thrive. The government — and the American military in particular — also played the most important role in financing innovation at its early stages. The industries that produced the jet engine, the radio (and, by extension, the television), radar, penicillin, synthetic rubber and semiconductors all stemmed from ­government-financed research or procurement. The Defense Department literally built the Internet.
The United States is like “a gigantic boiler,” Sir Edward Grey, a British foreign secretary during World War I, said, according to Winston Churchill. “Once the fire is lighted under it, there is no limit to the power it can generate.” Lind’s aim is to make Sir Edward’s point in the active voice: the government has often lighted the flame, and big business has often generated the power.
And Lind has a strong case to make. He cleverly notes that Jeffersonians themselves often have a change of heart when they find themselves running the country and responsible for its well-being. As president, Jefferson altered his position on federal support for canals, roads and manufacturers. His successor, James Madison, signed a bill creating a national bank, having previously denounced the idea. The leaders of the Confederacy, after decrying centralized power, realized they needed an economic machine to finance a war and started “a crash program of state-guided industrialization from above that was more Hamiltonian than Hamilton,” Lind writes. Modern Jeffersonians, like Reagan and George W. Bush, have campaigned on spending cuts, only to expand government while in office.
For all its logical rigor, however, the book’s thesis does suffer from one basic flaw. Lind never quite explains how the United States has ended up as the richest large country in the world, with per capita income about 20 percent higher than Sweden’s or Canada’s, almost 30 percent higher than Germany’s and almost 500 percent higher than China’s. If anything, other countries have pursued more Hamiltonian policies in many ways than the United States, without quite the same success.
What, then, can explain American economic exceptionalism? Education plays an important role (and receives only sporadic mention in the book). This country long had the most educated, skilled work force in the world, which, as other economic histories have persuasively shown, helped American workers to be among the best paid.
Beyond education, the United States also has a culture that is arguably different from that of any other power — more individualistic, more risk-taking, more comfortable with the workings of the market. If you were looking for a name for this culture, you might choose Jeffersonian.
Lind, I expect, would dispute that a Jeffersonian culture has played a major role in creating prosperity. Yet readers will emerge from the 586 pages of “Land of Promise,” despite its many charms, without hearing an argument that fully engages with its opponents.
American economic history, in Lind’s telling, has been a series of three revolutions and counterrevolutions, with each revolution tied to an actual war. The economic decision that awaited the victorious founders in the 1780s was whether to create a system that complemented the British economy by providing resources for Britain’s emerging industries and customers for its products, or to create a full-blown national competitor.
Southerners, understandably, preferred a partnership, since they had the resources, particularly cotton. The Southern view was also informed by centuries of history in which global living standards had been largely unchanged. In this zero-sum, Malthusian world, a simple agrarian economy made sense. It seemed to maximize individual freedom and avoid the pollution and concentration of power that industry brought. “While we have land to labor,” Jefferson wrote in 1782, “let us never wish to see our citizens occupied at a workbench.”
Hamiltonians put more faith in economic change and progress. They subscribed to the ideas of John Locke, the pre-­eminent political philosopher of the American Revolution, in which military power stemmed from economic growth and population growth. Hamiltonians encouraged the immigration of inventors and skilled workers (Hamilton himself was an immigrant) and pushed public support for infant industries as well as tariffs to protect them. They also advocated a modern, centralized financial system to pay for the needed investments.
The grander ambitions of the Hamiltonians largely won out, but the victory was temporary. Even as the country benefited enormously, some people did not. The changes also threatened entrenched interests and stoked classically American fears of centralization. Soon Andrew Jackson, more Jeffersonian than the namesake, was on the counterattack, opposing federal road building and closing the national bank.
These cycles have continued, more or less, for 200 years. Lincoln — a state legislator during Jackson’s time who fought for federal investment — was the great Hamiltonian of the 19th century. After the South left the Union, Lincoln, with the backing of Congress, was able to undertake an investment bonanza that Southern representatives had blocked, building rail lines, roads and colleges. Many of these programs would ultimately help industrialize the South.
Hamiltonians, obviously, did not always make the right investments. The first aviator the federal government backed was Samuel Pierpont Langley, the director of the Smithsonian Institution, whose test flights crashed into the Potomac. But the cost of such failures paled next to the returns of the successes. The military soon became the Wright brothers’ first client and allowed them, and American aviation more generally, to flourish before a private market for it existed.
Among the joys of Lind’s book are small, little-known stories like the one about the Wright brothers that have clear relevance today. I expect I will be returning to the index of “Land of Promise” with some frequency. Another joy is Lind’s attempt to rehabilitate figures to whom history has not been kind. McKinley may have had some cronyism problems, yet he also fought to modernize the American economy and was ahead of his time on civil rights. Wall Street tycoons of the 19th century like J. P. Morgan may have been rapacious, yet they also provided crucial financing for inventors like Thomas Edison. Even Herbert Hoover, whom Lind criticizes for the usual reasons, receives praise for creating the (albeit too modest) forerunners of the New Deal and World War II mobilization.
That mobilization provided the most important Hamiltonian victories since Lincoln’s time. A generation of bipartisan presidents afterward, from Harry Truman to Gerald Ford, largely accepted the world Roosevelt left them. Then came the Great Dismantling, to use Lind’s term, when first Jimmy Carter and, much more aggressively, Reagan moved toward a less centralized, more laissez-faire economy. These decades have seen far slower income growth for most Americans than the previous century.
The chapters on the most recent years are a fairly standard liberal version of events, with deregulation and modern finance as the main antagonists. If you think airline deregulation was an abomination because service can be wretched and airline bankruptcies are common, you will like Lind’s telling. If you instead prefer to concentrate on the fact that ­middle-class Americans can now afford to fly regularly or that air travel has never been safer, you will not be persuaded.
But Lind ends on a stronger note. The major problems facing the United States today, he argues, are ones that demand Hamiltonian solutions. True innovation, of the kind that lifts living standards for the masses, cannot come from lone inventors. It requires resources that only large organizations have. It also requires skilled people, be they well-educated natives or immigrants admitted because of the skills they can bring.
The notion that the United States has stopped making many large-scale investments that bring great returns is not, in Lind’s view, surprising. American economic history tends to run in cycles. Yes, our roads and bridges are dilapidated. Our broadband infrastructure is not quite world-class. Our schools, including many colleges, can no longer claim to be the finest. But the economic need for change will eventually create the political will for it. “Land of Promise” ends on as optimistic a note as the title suggests, though it also acknowledges that failure is an option.
David Leonhardt, the Washington bureau chief of The Times, won a Pulitzer Prize last year for his columns on the economy.