O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A blogueira e os mercenarios, 4: pequena reflexao lateral...

A visita ao Brasil e os eventuais pronunciamentos públicos (quando pode) da blogueira cubana não possuem nenhuma importância intrínseca, nenhuma relevância, pelo que possam representar como argumentos em si, e para si: são banais, anódinos, sem qualquer profundidade analítica ou sem qualquer objetivo programático ou político, no sentido mais preciso dessa palavra. Ou seja, o que ela diz, ou como diz, não importa muito.
Mais interessante são as reações que esse périplo despertou e que suas aparições vêm despertando entre gregos e goianos, ou entre brasileiros e estrangeiros. Na verdade, essas reações são tristes, patéticas, lamentáveis, denunciadoras de um mal maior: o profundo atraso mental em que vive o Brasil.
Já nem me refiro aos representantes da ditadura e seus mercenários tupiniquins, pobres diabos que não sabem o que fazem, apenas receberam ordens de protestar contra a "agente da CIA"  e "inimiga do poder popular" na única ilha "socialista" do hemisfério, ou então o fazem até com entusiasmo, o que lhes permite a idiotice reinante em certos setores do que seria a esquerda, mas que é apenas um ajuntamento de fascistas ignorantes.
Mesmo os supostos "apoiadores" da turista acidental estão dramatizando de tal forma esse episódio, que ele aparece como muito mais importante do que ele realmente é, ou seja, quase nada, seja na história do Brasil, seja no itinerário de Cuba.
Cuba é hoje um anacronismo absoluto, não apenas da Guerra Fria -- que desapareceu no sentido clássico, embora sobreviva em certas reações da Rússia e nos espíritos de russos e americanos saudosistas -- mas especialmente do stalinismo, da mais terrível ditadura já conhecida na história, junto com sua irmã maoista, que não inventou nada, mas que matou infinitamente muito mais gente.
Cuba não tem nenhuma importância, para o Brasil, para os EUA, para a América Latina, e só tem importância para esse bando de idiotas -- dos dois ou três lados -- que ficam se movimentando em torno do nada, justamente, apenas revelador, repito, do estado mental atrasado em que infelizmente nos encontramos.
Paulo Roberto de Almeida

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Sinistro da Mazenda e a deseconomia pouco nacional...

A situação econômica não parece boa, mas não se observam reações à altura por parte das autoridades. Todas elas falam em estimular a atividade, ou seja, despejar mais crédito nos mercados consumidores e dar mais alguma proteção e facilidades setoriais, que acabam atingindo alguns (e outros também, pelas expectativas que despertam), sem que no entanto se ataquem os problemas estruturais da competitividade brasileira: custo do capital, infraestrutura, baixa produtividade do capital humano e baixíssima qualificação técnica da mão-de-obra especializada, alta tributação, excessso de monopólios e de proteção, dirigismo estatal aleatório, o que mantém a volatilidade do cenário econômico, enfim, problemas graves que não estão sendo equacionados pelo governo.
Paulo Roberto de Almeida

Celso Ming
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Exuberância

20 de fevereiro de 2013 | 2h 07
Celso Ming - O Estado de S.Paulo
 
O desempenho do comércio varejista de dezembro foi decepcionante, na medida em que frustrou a expectativa otimista de um avanço superior a 2% em relação ao mês anterior. Os resultados apontaram para queda de 0,5%.
Mas quem olha para o que aconteceu durante 2012 não pode negar que, comparado com o de 2011, o avanço do consumo brasileiro alcançou padrões chineses: 8,4% em termos reais, ou seja, descontada a inflação.
São rio em leito de riacho quando esses volumes do comércio são comparados com os da atividade produtiva. O avanço definitivo do PIB brasileiro em 2012 será conhecido dia 1.º de março, mas já se sabe, de antemão, que será magro, em torno de 1%. O setor produtivo não está acompanhando a exuberância do consumo, acionado, em última análise, pela elevação das despesas públicas.
Esse descompasso tem duas consequências. E a primeira delas é que parte do consumo tem de ser suprida com aumento das importações. É o que fica especialmente nítido no setor de combustíveis, cuja demanda avançou em 2012 nada menos que 6,8%, enquanto as refinarias da Petrobrás acusaram queda de produção de 2,35%.
O segundo desdobramento é mais inflação, porque parte do ajuste está sendo feita com alta de preços. É o que explica a inflação de 5,8% em 2012 e o novo patamar anual, acima dos 6% neste começo de 2013.
O governo federal tenta não mostrar preocupação com essas distorções. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, por exemplo, parece conformado com essa esticada da inflação. Sempre que pode, tenta convencer o público de que os números ruins acabarão se revertendo espontaneamente. Lá pelas tantas, como ocorreu na semana passada, avisa que, caso seja necessário combater a inflação, o instrumento mais adequado para isso é a política monetária (política de juros), e não uma valorização cambial (baixa do dólar) que provocasse a queda dos preços dos importados.
Mesmo com as aparentes divergências, a posição do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, não é tão diferente. Ontem ele voltou a passar o recado de que não pretende aumentar os juros básicos (Selic), hoje em 7,25% ao ano, para combater a inflação. Mas deixou a porta aberta para isso. "Se for necessário, a política monetária será adequadamente ajustada", disse, em Brasília. Apesar das declarações em contrário, o câmbio tem, sim, uma função auxiliar no combate à inflação. É o que sugere a manutenção da baixa das cotações por mais algum tempo.
Mas as causas das distorções acima apontadas não estão sendo atacadas. A ausência de oferta não tem sido corrigida nem com redução dos custos de produção (especialmente na indústria) nem com investimentos. A expansão da infraestrutura persiste tímida demais e vai demorar a produzir efeito.
O aumento das despesas públicas, por sua vez, não está sendo corrigido com mais austeridade. O governo Dilma entende que o raquitismo do PIB tem de ser combatido com injeções de vitamina. No entanto, se nada de novo vier a acontecer, a economia neste ano está fadada a gerar crescimento fraco, com mais inflação.

A mistificacao da historia pela propaganda asquerosa, e mentirosa...

O que pode levar certas pessoas a deformar a história de maneira tão brutal que os torna cúmplices dos militares e dos oligarcas do Brasil?
Deve ser o ódio contra quem de certa forma quer a mesma coisa que eles, mas não se encaixa nos projetos totalitários de quem comete fraudes com a história.
Como elogiar a ditadura e o governo vilipendiado quando  na época sem mentir descaradamente?
Leio o seguinte na imprensa online:

ULTIMO SEGUNDO ig, 20/02/2013
O panfleto com o texto principal do evento desta quarta-feira evidencia a preocupação do PT com a coesão da aliança que elegeu Dilma. Em vários trechos, o partido divide com os aliados os méritos pelos avanços obtidos nestes 10 anos. Segundo o documento, os avanços foram obtidos “pelo conjunto de forças políticas pertencentes à Frente Democrática e Popular, cuja liderança maior coube ao Partido dos Trabalhadores”.
O panfleto, cujo objetivo é fornecer uma “narrativa própria” do PT sobre as últimas décadas da política brasileira, enumera realizações dos governos Lula/Dilma (desenvolvimentista) e supostos fracassos da era Fernando Henrique Cardoso (neoliberal). Com isso o PT espera preparar o discurso para a campanha pela reeleição de Dilma em 2014, municiar a militância com informações e tirar o partido da agenda negativa intensificada com as condenações no julgamento do mensalão.
Em 15 páginas, o PT não cita o escândalo nem os percalços econômicos e administrativos de Lula/Dilma e usa termos pesados como “desastroso” para classificar o governo tucano. No contexto histórico, Fernando Henrique é colocado ao lado de Fernando Collor e Itamar Franco, todos neoliberais. Em momento algum o PT reconhece avanços obtidos na gestão tucana, como o fim da inflação e a a estabilidade econômica.

Até a ditadura militar (1964-1985) é tratada com mais boa vontade pelo PT para quem “durante os 21 anos do regime militar a inegável expansão de bases materiais da produção permitiu inserir o país entre as oito mais importantes economias capitalistas do mundo”.

O governo do peemedebista José Sarney (1985-1990), um dos principais aliados do PT no Congresso, é citado de forma positiva. O documento tem o cuidado de mencionar o período Sarney como o “governo da Nova República” que, segundo o documento, teve o “mérito da consolidação democrática” e não conseguiu realizar um novo “projeto nacional” devido à “herança da crise da dívida externa deixada pela ditadura”. O fato de Sarney ter deixado o governo com inflação de 80% ao mês não é citado.

Em duas tabelas e quatro gráficos o PT compara seus números aos da gestão tucana ano a ano em temas como inflação, crescimento econômico, dívida pública, reservas externas, emprego, redução da desigualdade e renda do trabalhador. Todos os números são amplamente favoráveis ao PT. Temas nos quais o PT leva desvantagem como o número de assentados em programas de reforma agrária não foram elencados.

A autoria do texto é do Instituto Lula, Fundação Perseu Abramo e do presidente nacional do PT, Rui Falcão.

TEXTO COMPLETO
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2013-02-20/pt-usa-10-anos-no-governo-para-consolidar-base-aliada.html

A blogueira e os mercenarios, 3: seria triste, se não fosse ridiculo

Leio na imprensa online:

Por Gabriel Castro e Marcela Mattos, n VEJA.com:
A blogueira cubana Yoani Sánchez foi recebida aos berros na Câmara dos Deputados por parlamentares pró-ditadura dos irmãos Castro.


O que pode levar homens graúdos, alguns barbados, certamente alfabetizados (portanto capazes de ler até jornal) a empreender esse tipo de reação com alguém que visita o Brasil, vindo de uma ditadura que ninguém que tem dois neurônios teria coragem de defender abertamente?
O que os leva a protestar contra quem tem uma mensagem de liberdade, de tolerância de democracia?
Deveria ser triste, ou patético, mas encontro sumamente ridículo toda essa movimentação em torno de uma simples visita, um clamor geral, seja a favor, seja contra. Constrangedor assistir espetáculos desse tipo, o que demonstra quão ridículas são certas pessoas... e quão ridículo está o país...
Paulo Roberto de Almeida

Liberdade à cubana

20 de fevereiro de 2013 | 2h 09
Editorial O Estado de S.Paulo
 
Os militantes que na segunda-feira hostilizaram a dissidente cubana Yoani Sánchez nos aeroportos do Recife e de Salvador e na mesma noite impediram a exibição, em Feira de Santana, de um documentário produzido no Brasil de que ela é protagonista decerto nunca leram uma linha da líder revolucionária alemã Rosa Luxemburgo (1871-1919). Eles são exímios, de toda forma, em pôr de ponta-cabeça a máxima que a apartou dos maiores líderes revolucionários de seu tempo, como Lenin e Trotsky. Enquanto estes, fiéis a Marx, consideravam a ditadura do proletariado imprescindível à construção do que seria o edênico sistema comunista, já então, com admirável senso premonitório, ela cunhou a máxima graças à qual se poupou de entrar para a história pela via da ignomínia e da apologia da violência em escala até então sem precedentes. "A liberdade", escreveu, "é quase sempre, exclusivamente, a liberdade de quem discorda de nós."
Os grupelhos autoritários que tentaram intimidar a filóloga e jornalista Yoani, de 37 anos - a única voz contra a ditadura castrista que se exprime pela internet, no seu blog Generación Y, criado em 2007 -, desfrutariam em Cuba da "liberdade" de concordar com a senil ordem política local. Só há pouco, numa tentativa de adiar o seu desmanche, o castrismo passou a permitir viagens ao exterior sem que os interessados tenham de obter o infame visto de saída da ilha. Graças a isso, Yoani pôde tirar o passaporte que lhe vinha sendo negado sistematicamente. Ela só esteve fora de Cuba de 2002 a 2004, quando morou na Europa. Sendo o que são os seus fanatizados detratores - filiados a organizações patéticas como a União da Juventude Socialista, ligada ao PC do B e admiradora do regime norte-coreano; do Partido Comunista Revolucionário, que almeja "dirigir a classe operária"; e do Partido Consulta Popular, pró-MST, que ministra um curso de "realidade brasileira" -, seria nulo o seu risco de punição no feudo dos irmãos Castro.
Isso porque não há hipótese de que o contato com a realidade cubana viesse a abalar a sua petrificada mentalidade. Antes, seriam capazes de competir com os serviços de segurança do regime no zelo persecutório aos que ousam exercer "a liberdade de quem discorda". Esse lumpesinato político nem precisa ser mobilizado pela Embaixada de Cuba em Brasília para querer sabotar a passagem de Yoani pelo País. A blogueira e colunista do Estado, que só não foi agredida fisicamente na chegada porque estava sob proteção, não se surpreendeu. "Com insultos, estou acostumada", comentou. "Tenho a pele curtida contra xingamentos. Isso é o cotidiano na minha vida." (Depois de amanhã, ela participará de um evento aberto ao público, "Conversa com Yoani", na sede deste jornal. No mesmo dia será exibido o documentário barrado em Feira de Santana, Conexão Cuba-Honduras, do cineasta baiano Dado Galvão.) Pior são os petistas que não só comungam com o castrismo e a chamada Revolução Bolivariana de Hugo Chávez, mas comparam dissidentes a delinquentes, ou "bandidos".
Foi o inesquecível termo empregado pelo então presidente Lula, numa visita a Havana em março de 2010, quando o jornalista cubano Guillermo Fariñas completava 15 dos seus 135 dias em greve de fome pela libertação dos presos políticos da ilha. No Brasil, os manifestantes que chamam Yoani de "traidora" e de "agente da CIA" fazem barulho. O PT faz mais: o bastante para se assegurar de que o governo brasileiro se abstenha de criticar, que dirá condenar, Cuba nos fóruns internacionais sobre violações de direitos humanos. Dirigentes do partido, como o mensaleiro José Dirceu, pagam de bom grado a sua infindável dívida com Fidel por tê-los acolhido - e treinado para o desvario da guerrilha - no tempo da ditadura militar. Já Yoani, no que dependeu dela, começou bem a sua visita. O seu comedimento e manifesto fair-play chamaram desde logo a atenção. Por exemplo, recusando-se a comparar Cuba ao Brasil, mencionou os estrangeiros que, tendo passado duas semanas em um hotel de Havana, "explicam para mim como é o meu país". Mas não deixou de lembrar a frase de um amigo: "Os brasileiros são como os cubanos, mas são livres".

Apres moi, le deluge: Obama's budget free fall...

EDITORIAL
Real Cost of Shrinking Government
The New York Times: February 16, 2013

In less than two weeks, a cleaver known as the sequester will fall on some of the most important functions of the United States government. About $85 billion will be cut from discretionary spending over the next seven months, reducing defense programs by about 8 percent and domestic programs by about 5 percent. Only a few things will be spared, including some basic safety-net benefits like Social Security, as well as pay for enlisted military personnel.

Domestic Effects
2,100 fewer food safety inspections would be conducted at domestic and foreign plants.

4,000 workers would be furloughed every day at the F.A.A., causing flight backups.

70,000 children would lose Head Start; the cuts also jeopardize 14,000 teachers and other school employees.

125,000 families would be put at sudden risk of homelessness because their rental assistance would end.

373,000 seriously mentally ill adults and severely emotionally disturbed children would most likely lose their treatments.

600,000 women and children would lose nutrition aid from the Women, Infants and Children program.

Military and Security Effects
2,600 fewer criminal and civil cases would be handled by federal prosecutors because of staff reductions.

251,000 civilians employed by the Army could be furloughed for up to 22 days.

$3 billion would be the potential shortfall in the military’s health insurance program; some services could be denied for retirees and dependents of active-duty personnel.

25 and 470 ships and aircraft, respectively, would forgo maintenance.

The sequester will not stop to contemplate whether these are the right programs to cut; it is entirely indiscriminate, slashing programs whether they are bloated or essential. The military budget, for example, should be reduced substantially, but thoughtfully, considering the nation’s needs. Instead, every weapons system, good or bad, will be hurt, as will troop training and maintenance.

These cuts, which will cost the economy more than one million jobs over the next two years, are the direct result of the Republican demand in 2011 to shrink the government at any cost, under threat of a default on the nation’s debt. Many Republicans say they would still prefer the sequester to replacing half the cuts with tax revenue increases. But the government spending they disdain is not an abstract concept. In a few days, the cuts will begin affecting American life and security in significant ways.

While some departments may have exaggerated the dire effects of their reductions, Congressional budget experts say they have little doubt that the size and pervasive nature of the sequester will inflict widespread pain. Here are some examples from the government departments most affected:

NATIONAL SECURITY Two-week furloughs for most law-enforcement personnel will reduce Coast Guard operations, including drug interdictions and aid to navigation, by 25 percent. Cutbacks in Customs agents and airport security checkpoints will “substantially increase passenger wait times,” the Homeland Security Department said, creating delays of as much as an hour at busy airports. The Border Patrol will have to reduce work hours by the equivalent of 5,000 agents a year.

The Energy Department’s nuclear security programs will be cut by $900 million, creating delays in refurbishing the weapons stockpile, and cutting security at manufacturing sites. Environmental cleanup at nuclear weapons sites in Washington State, Tennessee, South Carolina and Idaho will be delayed.

AIR TRAFFIC About 10 percent of the Federal Aviation Administration’s work force of 47,000 employees will be on furlough each day, including air traffic controllers, to meet a $600 million cut. The agency says it will be forced to reduce air traffic across the country, resulting in delays and disruptions, particularly at peak travel times.

CRIMINAL JUSTICE Every F.B.I. employee will be furloughed for nearly three weeks over the course of the year, the equivalent of 7,000 employees not working each day. The cut to the F.B.I. of $550 million will reduce the number of background checks on gun buyers that the bureau can perform, and reduce response times on cyberintrusion and counterterrorism investigations.

A cut of $338 million will mean more than a two-week furlough for 37,000 prison employees. This will result in lockdowns at federal prisons across the country, increasing the chances for violence and risks to guards, and preventing the opening of three new prison buildings.

Federal prosecutors will handle 2,600 fewer cases, because of furloughs resulting from a $100 million cut. That means thousands of criminals and civil violators will not face justice, and less money will be collected in fines.

EARLY CHILDHOOD EDUCATION About 70,000 children will lose access to Head Start, and 14,000 teachers and workers will be laid off, because of a $424 million cut. Parents of about 30,000 low-income children will lose child-care assistance.

HEALTH AND SAFETY A cut of $350 million to the Centers for Disease Control and Prevention will mean 25,000 fewer breast and cervical cancer screenings for low-income women; 424,000 fewer H.I.V. tests; and the purchase of 540,000 fewer doses of vaccine for flu, hepatitis and measles. Community health centers will be cut by $120 million, meaning that about 900,000 fewer patients lacking insurance will receive primary care.

A three-week furlough of all food safety employees will produce a shortage of meat, poultry and eggs, pushing prices higher and harming restaurants and grocers. The Agriculture Department warns that public health could be affected by the inevitable black-market sales of uninspected food.

Several air-monitoring sites will be shut down, as will more than 100 water-quality projects around the country. About $100 million will be cut from Superfund enforcement, allowing companies to evade their responsibilities to clean up environmental disasters.

RESEARCH Nearly 1,000 grants from the National Science Foundation will be canceled or reduced, affecting research in clean energy, cybersecurity, and reform of science and math education.

RECREATION National parks will have shorter hours, and some will have to close camping and hiking areas. Firefighting and law enforcement will be cut back.

DEFENSE PERSONNEL Enlisted personnel are exempt from sequester reductions this year, but furloughs lasting up to 22 days will be imposed for civilian employees, who do jobs like guarding military bases, handle budgets and teach the children of service members. More than 40 percent of those employees are veterans.

The military’s health insurance program, Tricare, could have a shortfall of up to $3 billion, which could lead to denial of elective medical care for retirees and dependents of active-duty service members.

MILITARY OPERATIONS The Navy plans to shut down four air wings on March 1. After 90 days, the pilots in those air wings lose their certifications, and it will take six to nine months, and much money, to retrain them. The Navy has also said the Nimitz and George H. W. Bush carrier strike groups will not be ready for deployment later this year because the service will run out of operations and maintenance money. This means the Truman and Eisenhower strike groups will remain deployed indefinitely, a decision affecting thousands of service members and their families.

Continuous bomber flights outside of Afghanistan will be reduced, and there will be cutbacks to satellite systems and missile warning systems.

TRAINING AND MAINTENANCE The Army, which has done most of the fighting in Afghanistan and Iraq, says it will be forced to curtail training for 80 percent of its ground forces and that by the end of the year, two-thirds of its brigade combat teams will fall below acceptable levels of combat readiness. Air Force pilots expect to lose more than 200,000 flying hours. Beginning in March, roughly two-thirds of the Air Force’s active-duty combat units will curtail training at their home bases, and by July will no longer be capable of carrying out their missions. Some ship and aircraft maintenance will be canceled for the third and fourth quarters of the fiscal year, resulting in fewer available weapons.


Last week, Senate Democrats produced a much better plan to replace these cuts with a mix of new tax revenues and targeted reductions. About $55 billion would be raised by imposing a minimum tax on incomes of $1 million or more and ending some business deductions, while an equal amount of spending would be reduced from targeted cuts to defense and farm subsidies.

Republicans immediately rejected the idea; the Senate minority leader, Mitch McConnell, called it “a political stunt.” Their proposal is to eliminate the defense cuts and double the ones on the domestic side, heedless of the suffering that even the existing reductions will inflict. Their refusal to consider new revenues means that on March 1, Americans will begin learning how austerity really feels.

Maquiavel: teje preso (ok, nao foi assim, mas quase...) - The Telegraph

Seria assim, se tivesse sido no Brasil. Por sorte de Maquiavel não foi; acho que ele não sobreviviria a uma cadeia brasileira, que segundo o ministro da Justiça (justiça?) são medievais.
O Maquiavel teve sorte de já viver no Renascimento (embora isso não tivesse a mínima importância) e de estar na Toscana, onde parece que ainda não existia o Primeiro Comando da Capital, só ratos, pulgas e percevejos.
Embora ele tenha sido torturado, parece que não arrancaram suas unhas, tanto é que terminou de escrever O Príncipe.
Tive a oportunidade de ajudá-lo a reescrever essa obra (vejam no meu site), adaptando aos nossos tempos, muito mais bárbaros (pelo menos politicamente) do que os dele.
Em todo caso, divirtam-se...
Paulo Roberto de Almeida

Briton finds 500-year-old arrest warrant for Machiavelli

A British academic has stumbled upon a 500-year-old "most wanted" notice for the arrest of Niccolo Machiavelli, the infamous Renaissance political operator who wrote The Prince.

Briton finds 500-year-old arrest warrant for Machiavelli
Drawing of the trumpet used by the town crier, left, was found together with the proclamation calling for the arrest of Machiavelli Photo: University of Manchester
Prof Stephen Milner from Manchester University discovered the historic document by accident while researching town criers and the proclamations they read out in archives in Florence.
The 1513 proclamation, which called for the arrest of Machiavelli, eventually led to his downfall and death.
"When I saw it I knew exactly what it was and it was pretty exciting," said Prof Milner.
"When you realise this document marked the fall from grace of one the world's most influential political writers, it's quite a feeling.
"The Prince is a seminal work, with a lasting influence on political thought and culture. The term 'Machiavellian' and the naming of the Devil as 'Old Nick' all derive from this single work, but the circumstances of its composition have often been overlooked."
When the Medici family returned to power in Florence in 1512, Machiavelli was removed from his post in the city's chancery because of his association with the head of a rival faction.
His name was then linked with a conspiracy to overthrow the Medici. They issued the proclamation found by Prof Milner for his arrest.
"On the same day, he was imprisoned, tortured and later released and placed under house arrest outside the city," said the historian, an authority on Renaissance Italy.
Machiavelli, known as the Prince of Darkness, then wrote The Prince in the hope of regaining the approval of the Medicis.
"But there's no evidence to suggest they even read it," said Prof Milner, who is Visiting Professor at the Harvard Centre for Italian Renaissance Studies at Villa I Tatti in Florence.
Machiavelli's fortunes spiralled downwards and he died in abject poverty 14 years later.
The academic found the document while studying hundreds of town crier proclamations issued between 1470 and 1530.
He also found documents relating to the payment of four horsemen who scoured the streets of the Tuscan city for Machiavelli.
Florence is this year celebrating the 500th anniversary of Machiavelli's writing of The Prince, a political treatise which argues that the pursuit of power can justify the use of immoral means.
The celebrations include, on February 19, a reconstruction of the events surrounding his arrest and imprisonment.

Burocratas da Franca e do Brasil: uni-vos! (e como!) - Ricardo Velez-Rodriguez

Um artigo de 2002, ou seja, ainda antes da inauguração da década dos companheiros, tão colbertistas (mesmo sem saber o que é isso, como Monsieur Jourdain) quanto os franceses, e que revela que os burocratas dos dois países ainda vão conseguir afundar as respectivas economias...
Vale a pena ler por inteiro...
Paulo Roberto de Almeida

O SOCIALISMO NA FRANÇA E NO BRASIL: UMA ANÁLISE FEITA EM 2002 

Ricrdo Vélez-Rodríguez

Blog Rocinante,  15/02/2013

Em Agosto de 2002 escrevi esta análise acerca das semelhanças entre os socialismos francês e brasileiro. Depois de ver o desempenho do governo Hollande, que não consegue fazer despegar o avião da economia francesa, e depois de ver, por outro lado, o tamanho do "pibinho" com que o terceiro governo petista nos brinda, acho que a minha análise tem plena atualidade.
O que é que a França tem de comum com o Brasil? Poderiamos dizer que, em primeiro lugar, a estrutura centralizada do Estado. Em segundo lugar, poder-se-ia afirmar, validamente, que os nossos marxistas são tão estatizantes e dogmáticos quanto os comunistas franceses. Estalinistas mesmo. Com uma diferença: na França, e talvez em Portugal e na Espanha, esses dinossauros ficaram confinados no PC. No Brasil, mimetizam-se em tudo quanto é partido de esquerda, do PT ao PC do B, ocupando sofregamente o segundo escalão dos Ministérios, quando não a direção das Universidades Federais e as Secretarias Estaduais ou Municipais, nos lugares onde há governantes favoráveis.
 (...)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Pesquisa em biblioteca universitaria americana (Uau!)

A "Latin American Library" de Tulane University, o segundo maior acervo latino-americano do sistema universitário dos EUA, está oferecendo bolsas (passagem, hospedagem, estipêndio) para pesquisas em seu acervo, num período que vai de um a três meses. 
São duas bolsas, a serem concedidas com base nas qualificações do candidato, no mérito do projeto e na adequação da pesquisa ao nosso acervo. 
O prazo é 30 de abril. 
Detalhes do anúncio, com o formulário de inscrição,
em inglês: http://bit.ly/WRaJbX 
em espanhol: http://bit.ly/WRaKMY 
em português: http://bit.ly/WRaNbI

Meu proximo livro: Integracao Regional - Paulo Roberto de Almeida

Meu próximo livro:

Eis o Índice...

1. O regionalismo: um fenômeno complexo da economia mundial
2. O conceito de regionalismo e os processos de integração
3. Por que acordos regionais? Para quê integração econômica? 
4. Como são os acordos regionais? Que tipos de integração econômica existem?
5. Por que não integrar: razões antigas e modernas, boas e más 
6. Como se processa a integração no plano internacional?
7. O futuro do regionalismo comercial: mais do mesmo?
8. Conclusões
--> Cronologia da integração no contexto internacional
Glossário
Fontes e referências 

e o Prefácio...

Este livro, ainda que modesto em suas dimensões, e deliberadamente sintético em seus argumentos substantivos – como, aliás, requerido pela coleção –, consolida um itinerário bastante longo de estudos, pesquisas dirigidas, atividades práticas e de escritos publicados sobre os processos de integração regional, em suas diferentes variantes institucionais e em suas múltiplas manifestações geográficas e políticas. Trata-se, como o subtítulo indica, de uma introdução, daí ter o autor resumido muitos outros trabalhos – seus ou de pesquisadores mais reputados, inclusive estrangeiros – em um texto que se atém ao essencial do que constitui um dos mais importantes processos dinâmicos da globalização contemporânea e do sistema multilateral de comércio, administrado, desde 1995, pela Organização Mundial do Comércio.
O fenômeno da regionalização, em si, é obviamente bem mais antigo do que isso, sendo propriamente secular, ainda que sob outros formatos e roupagens; assim como são mais antigas – mesmo se de apenas duas ou três décadas – as preocupações deste autor com suas manifestações concretas, aliás despertadas desde o nascimento do Mercosul, que constituiu, justamente, o tema de seu primeiro livro: O Mercosul no contexto regional e internacional (São Paulo: Aduaneiras, 1993), obra hoje esgotada. Seguiu-se outro livro, mais sistemático, sobre esse importante bloco de comércio do hemisfério meridional – Mercosul: fundamentos e perspectivas (São Paulo: LTr, 1998) – e, dois anos depois, uma sua versão atualizada, em perspectiva comparada com a União Europeia, publicada na França: Le Mercosud: un marché commun pour l’Amérique du Sud (Paris: L’Harmattan, 2000). Entre os dois, uma obra didática, fazia uma análise, de amplo escopo histórico, das experiências existentes nessa modalidade de liberalização comercial no âmbito do sistema multilateral de comércio: O Brasil e o multilateralismo econômico (Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1999).
Seguiram-se artigos, conferências e palestras sobre a integração regional, em especial sobre o Mercosul e a Alca, inclusive vários capítulos preparados para integrar livros coletivos. Todos esses escritos tinham a preocupação primordial de situar historicamente esse fenômeno e de contextualizá-lo no quadro dos experimentos em curso na América Latina; exibiam, também, o cuidado com o lado didático, traço sempre presente neste autor, constantemente dividido entre a atividade profissional na diplomacia brasileira e o empenho voluntário na docência universitária.
Muitas dessas reflexões, inclusive sobre o chamado “minilateralismo”, foram mais recentemente objeto de uma grande síntese multidisciplinar, em livro que reuniu diferentes estudos meus sobre a integração, no contexto mais vasto da ordem mundial contemporânea: Relações Internacionais e Política Externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização (Rio de Janeiro: LTC, 2012). Essas análises abrangentes, elaboradas no momento mesmo da implementação desses processos – ou no próprio ato de sua criação, como, por exemplo, no caso do Mercosul – estavam marcadas, em todos os escritos referidos, por uma tripla combinação metodológica: a de uma abordagem propriamente histórica, inserida numa explanação basicamente econômica desses fenômenos, mas com a visão política indispensável que costuma guiar um analista acadêmico doublé de negociador prático, como este que escreve.
Com efeito, os trabalhos publicados sobre a integração e o Mercosul – cuja lista completa pode ser conferida no site pessoal deste autor: www.pralmeida.org – se beneficiaram, certamente, da pesquisa bibliográfica e da reflexão de tipo acadêmico, mas foram, sobretudo, o fruto do envolvimento do autor com processos concretos de negociações comerciais regionais e multilaterais ao longo de uma carreira diplomática basicamente articulada em torno das relações econômicas internacionais do Brasil: primeiro, no contexto da Rodada Uruguai do Gatt, em Genebra; depois, no foro negociador da Aladi, em Montevidéu; em seguida, na própria unidade encarregada dessas áreas na Secretaria de Estado das Relações Exteriores, no Itamaraty, em Brasília; na sequência, em muitas reuniões de trabalho do processo negociador da Alca, em Miami; ocorreu, também, uma abordagem paralela, não necessariamente única ou exclusiva, desses fenômenos durante minhas estadas em Paris – inclusive acompanhando os trabalhos da OCDE nessa área – e em Washington, sede dos mais importantes organismos multilaterais econômicos – entre eles o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a OEA, que promovem e estimulam importantes estudos sobre a integração regional nas Américas – e de alguns think tanks e fundações que também estudam intensamente essas modalidades de liberalização comercial, com destaque, nessa capital, para o Nafta e, então, para o frustrado processo negociador da Alca.
Estas referências pessoais – aparentemente exageradas – visam unicamente demonstrar que este pequeno livro não é apenas o reflexo, ou o resultado, de mera pesquisa conduzida em livros ou mediante uma rápida síntese de leituras variadas; ele é, essencialmente, o resultado de um longo envolvimento prático com negociações concretas de experimentos de integração regional, bem como de um conhecimento direto do funcionamento interno do Mercosul, da Aladi e, ainda que de modo indireto, da União Europeia e do Nafta (para não mencionar a natimorta Alca). Foi a constante convivência com todos esses mecanismos, instituições e negociações, bem como com seus eventuais percalços ou retrocessos, que permitiu ao autor discorrer, linearmente, em sucessivos capítulos desta obra, sobre os mais diferentes exemplos de integração regional, praticamente sem recorrer a extensas pesquisas preliminares, dispensando até os livros de história, uma vez que ele assistiu, foi protagonista, ou contemporâneo, de muitos dos processos que vão aqui descritos em seus traços essenciais.
Sem qualquer falsa modéstia, o livro consolida, por assim dizer, a trajetória pessoal, tanto intelectual quanto diplomática deste autor, motivo pelo qual possui, legitimamente, uma credibilidade que poucas obras puramente acadêmicas podem exibir. Ele certamente não está isento de limitações e de insuficiências – várias motivadas pelo formato voluntariamente sintético e didático que assumiu por opção – em função das quais deve, como ocorre em todos os casos, submeter-se às críticas dos especialistas, sejam eles economistas acadêmicos ou negociadores profissionais.
Em qualquer hipótese, uma característica provavelmente distingue o autor dos escritores de gabinete e, certamente, de muitos dos diplomatas da área: ele elaborou esta obra com pleno conhecimento de causa e com toda a honestidade intelectual de que é capaz um autor que, ainda que pertencendo a uma carreira de Estado, estabelece como sendo as principais tarefas do analista, sua missão primordial, a fidelidade aos fatos e o indispensável rigor analítico. Aos leitores, agora, a missão de avaliar se este esforço atende às suas expectativas.

Paulo Roberto de Almeida 

Livros: incomodos necessarios, pesos indispensaveis - Francisco Seixas da Costa

Dixit...

Problemas de espaço
Francisco Seixas da Costa
Blog Duas ou Três Coisas..., 19/02/2013

Conversa no sábado, com um colega já reformado, numa loja do Chiado.

- Como é que você resolveu o problema dos livros a mais, no seu regresso definitivo a Lisboa?

- Nem me fale! Foi um inferno! Não houve espaço para todos eles. Tive de fazer uma seleção.

- É que eu estou num sufoco. Tenho milhares de livros em caixotes, num armazém. Ainda não sei bem como vou proceder.

Comentário irónico da mulher desse meu colega:

- Vocês nem se dão conta do lugar onde estamos a ter esta conversa. Depois queixem-se...

Estávamos a comprar livros na Bertrand.

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E muitos dos meus ficaram em caixotes, ao sair do Brasil, pois já não havia lugar nas estantes nas quais os acomodei às, pressas, nas vésperas da partida...
Estou tratando de adquirir mais alguns, nesta minha estada nos EUA, onde as ofertas são irresistíveis, em qualidade e preço...
Onde vou parar?
Numa biblioteca...
Paulo Roberto de Almeida

A blogueira e os mercenarios, 2: o ovo da serpente...

Esses rapazes aliciados, talvez pagos (mas não creio, certamente crentes na sua verdade), estão mostrando um face cubana, venezuelana, talvez argentina, que ainda não conhecíamos no Brasil: o ódio político, a intolerância com quem não pensa como eles, a sabujice a uma causa totalitária, o que é, como escrito, acima, o ovo da serpente totalitária.
Ampliando um pouco, se trata do totalitarismo soviético, que os companheiros cubanos conhecem bem, infelizmente. Eu vi isso, quando visitava os socialismos reais (e surreais), nos anos 1970 e início dos 1980, antes de Gorbachev. Depois acabou, pelos menos na maior parte deles. Sobraram algumas ex-satrapias soviéticas onde o mesmo esquema de intimidação permanece, e certamente dois lugares miséraveis nas antípodas, Cuba e Coreia do Norte, onde o totalitarismo bolchevista viceja plenamente.
O que leva rapazes de classe média no Brasil a se tornarem serviçais de uma causa totalitária?
O que os leva a servir de bucha de canhão de ditaduras miseráveis?
Apenas eles podem responder.
Reproduzo apenas duas frases do post dessa blogueira hostilizada pelos novos bárbaros:
Ellos querían lincharme, yo conversar. Ellos respondían a órdenes, yo soy un alma libre.
É isso, os novos bárbaros ofendem a sua própria inteligência, se é que possuem alguma. Se converteram em autômatos de uma causa deplorável.
Mas, pelo menos, no Brasil, são livres para fazê-lo, assim como adotar uma atitude absolutamente contrária: homenagear o conservadorismo, a religião, o liberalismo, enfim, coisas de direita, tudo o que eles quiserem fazer, podem fazer, por enquanto.
Se e quando os companheiros totalitários assumissem o poder, só poderíamos atuar numa única direção.
Esses rapazes, apesar de idiotas, são livres. Pelo menos isso. Em Cuba não seriam...
Paulo Roberto de Almeida

El viejo acto de repudio

 
Quizás ustedes no lo saben –porque no todo se cuenta en un blog- pero el primer acto de repudio que vi en mi vida fue cuando sólo tenía cinco años. El revuelo en el solar llamó la atención de las dos niñas que éramos mi hermana y yo. Nos asomamos a la reja del estrecho pasillo para mirar hacia el piso de abajo. La gente gritaba y levantaba el puño alrededor de la puerta de una vecina. Con tan poca edad no tenía la menor idea de qué pasaba. Es más, ahora cuando rememoro lo ocurrido apenas tengo el recuerdo del frío de la baranda entre mis dedos y un destello muy breve de los que vociferaban. Años después pude armar aquel calidoscopio de evocaciones infantiles y supe que había sido testigo de la violencia desatada contra quienes querían emigrar por el puerto del Mariel.
Pues bien, desde aquel entonces he vivido de cerca varios actos de repudio. Ya sea como víctima, observadora o periodista… nunca –vale la pena aclararlo- como victimaria. Recuerdo uno especialmente violento que experimenté junto a las Damas de Blanco, donde las hordas de la intolerancia nos escupieron, empujaron y hasta halaron los pelos. Pero lo de anoche, fue inédito para mi. El piquete de extremistas que impidió la proyección del filme de Dado Galvao en Feria de Santana, era algo más que una suma de adeptos incondicionales al gobierno cubano. Todos tenían, por ejemplo, el mismo documento -impreso en colores- con una sarta de mentiras sobre mi persona, tan maniqueas como fáciles de rebatir en una simple conversación. Repetían un guión idéntico y manido, sin tener la menor intención de escuchar la réplica que yo pudiera darles. Gritaban, interrumpían, en un momento se pusieron violentos y de vez en cuando lanzaban un coro de consignas de esas que ya no se dicen ni en Cuba.
Sin embargo, con la ayuda del Senador Eduardo Suplicy y la calma ante las adversidades que me caracteriza, logramos comenzar a hablar. Resumen: sólo sabían chillar y repetir las mismas frases, como autómatas programados. ¡Así que la reunión fue de lo más interesante! Ellos tenían las venas del cuello hinchadas, yo esbozaba una sonrisa. Ellos me hacían ataques personales, yo llevaba la discusión al plano de Cuba que siempre será más importante que esta humilde servidora. Ellos querían lincharme, yo conversar. Ellos respondían a órdenes, yo soy un alma libre. Al final de la noche me sentía como después de una batalla contra los demonios del mismo extremismo que atizó los actos de repudio de aquel año ochenta en Cuba. La diferencia es que esta vez yo conocía el mecanismo que fomenta estas actitudes, yo podía ver el largo brazo que los mueve desde la Plaza de la Revolución en La Habana.

Miseria da educacao no Brasil: a industria da aprovacao

Comentários recebidos de um leitor deste blog, a partir de material de imprensa:


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Ensino - Atualizando post
Gilrikardo disse: em maio de 2012 comentei os números do ensino, o comparativo entre os desempenho do RS frente à SC, transcrito abaixo. Hoje, fevereiro 2013, volto para acrescentar que descobri mais uma forma de manipular os índices de desempenho dos alunos. "É para chorar!". Numa sala, quando a professora "PRECISA" mostrar desempenho da turma cujos estudantes mesclam-se entre péssimos, ruins, sofríveis, suficientes, bons, ótimos, apela para a "fórmula mágica" de aplicar as PROVAS para duplas de alunos determinados por ela. Assim pega o pior ao lado do melhor, devem resolver a prova juntos e obterão a mesma nota... e o índice de desempenho e aprovação será "desonestamente" alterado para mais. Esse é o ensino do nosso Brasil. Argh! (Cá com meus botões, isso é invenção de algum político, quem mais teria estômago para tal)

Os números do ensino médio
18 de maio de 2012 | 3h 06
O Estado de S.Paulo
Os últimos números do Ministério da Educação (MEC) revelam que, em 2011, o índice de reprovação na rede pública e privada de ensino médio foi de 13,1% - o maior dos últimos 13 anos. Em 2010, foi de 12,5%. Os alunos reprovados não conseguem ler, escrever e calcular com o mínimo de aptidão, tendo ingressado no ensino médio com nível de conhecimento equivalente ao da 5.ª série do ensino fundamental.
O Estado com o maior índice de reprovados foi o Rio Grande do Sul - 20,7% dos alunos. Em segundo lugar aparecem, empatados, Rio de Janeiro e Distrito Federal, com índice de 18,%, seguidos pelo Espírito Santo (18,4%) e Mato Grosso (18,2%). A rede municipal de ensino médio na região urbana de Belém, no Estado do Pará, foi a que apresentou o maior índice de reprovação do País (62,5%), seguida pela rede federal na zona rural de Mato Grosso do Sul (40,3%). No Estado de São Paulo, o índice pulou de 11% para 15,4%, entre 2010 e 2011.
Os Estados com os menores índices de reprovação foram Amazonas (6%), Ceará (6,7%), Santa Catarina (7,5%), Paraíba (7,7%) e Rio Grande do Norte (8%). Os indicadores também mostram que 9,6% dos estudantes da rede pública e privada de ensino médio abandonaram a escola - em 2010, a taxa foi de 10,3%; em 2009, ela foi de 11,5%; e em 2008, de 12,8%.


Gilrikardo disse: Vou me ater somente a dois índices em virtude de estar "familiarmente" ligado a eles e assim, com um certo conhecimento de causa, ser capaz de construir uma opinião. O Rio Grande do Sul obteve o maior índice de reprovação (20,7%), estado onde tive minha formação até o segundo grau, considero tal índice uma vitória da ética e da honestidade, pois deve ser verdade, para mim uma prova de que os professores não se renderam às "pressões" políticas para alterarem o quadro. Fato oposto ao que ocorre com o índice de Santa Catarina (7,5%) entre os menores do Brasil. OUSO apostar que tal número é uma MENTIRA deslavada, pois aqui, pessoas que acompanham de perto o ensino já pecerceberam que aluno algum reprova,,, existe uma verdadeira "INDÚSTRIA" de aprovação escolar com intuitos politiqueiros e eleitoreiros. Esses índices só servem para comprovar a facilidade que existe em se manipular estatísticas. Minha vida pertence a estes dois estados irmãos, RS e SC, e a realidade por aqui não justifica um disparate tão significativo entre 7,5 e 20,7 pontos percentuais apresentado em tal estudo. É... realmente, educação não é o nosso forte.

Uma politica externa covarde, antinacional, submissa, acanhada, enfim, perversa...

Calma, calma, não estou falando da política externa altiva, soberana, autônoma, não submissa, focada inteiramente nos altos interesses nacionais, que existe, felizmente, graças aos que estão aí, desde 2003. Ufa!, fomos salvos.
Pois saibam todos os diplomatas ainda ativos, mas que tiveram a infelicidade de trabalhar antes da era gloriosa, redentora, soberana, etc., etc., etc., que eles antes não tinham condições de ser altivos, soberanos, nacionalistas, etc., etc., etc., pois serviam a interesses poderosos, interessados em mante-los submissos aos interesses estrangeiros, ao FMI, ao imperialismo, servindo apenas aos objetivos de lucro de grandes grupos não comprometidos com a nossa felicidade.
Não sei se eles se sentem ofendidos pelas palavras do ex-SG, que implica justamente isto, por definição contrária. Se tudo isso que é sintetizado pelo ex-SG como tendo acontecido a partir de 2003, então é porque antes se fazia tudo ao contrário, entenderam?
Eu não me sinto ofendido, pois sei que tudo isso é conversa mole, para comemorar os dez anos do poder glorioso, e não me sinto atingido por esse tipo de discurso maniqueista, deformado, distorcido, enviesado, ou simplesmente mentiroso.
Apenas exerço o meu direito de velar pela honestidade do discurso político em face dos fatos, o que não parece ser uma característica do entrevistado. Quando uma versão histórica ofende os fatos, é preciso que todos aqueles que tem um pouco de dignidade intelectual, venham apontar os erros e as distorções, e defender um patrimônio de trabalho que não pertence apenas a uma tribo de sectários e mentirosos profissionais.
Independentemente de matizes na política externa conduzida no Brasil nas últimas décadas, já tivemos épocas em que esse tipo de deformação não era recebida com o silêncio que hoje parece se abater sobre o debate público. A passividade com esse tipo de distorção pode significar ou inação e conformismo, mas no limite pode representar cumplicidade, talvez até por oportunismo e submissão.
Paulo Roberto de Almeida 


Site do PT, 18/02/13 - 16h18
“A reação da oposição conservadora, de direita, existe porque interesses poderosos estão sendo contrariados", afirma o embaixador.

A política externa brasileira sofreu uma guinada a partir do governo do PT. Desde 2003 o Brasil passou a implementar uma política altiva e soberana, com foco nos interesses nacionais, abandonando a postura subalterna aos interesses externos, em especial dos Estados Unidos, como ocorria no governo do PSDB (1995-2002). Essas mudanças foram abordadas pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-geral do Itamaraty durante o governo Lula, em entrevista ao PT na Câmara. “A reação da oposição conservadora, de direita, existe porque interesses poderosos estão sendo contrariados.”, disse. Ele falou também sobre temas como China, reação da oposição conservadora, “crise” capitalista etc. Veja um resumo da entrevista.
Oposição conservadora
Ao tomar posse, o presidente Lula afirmou que daria prioridade às relações do Brasil com os países da América do Sul, bem como daria ênfase também às relações com os países africanos.
A política externa anterior privilegiava as relações com os Estados Unidos de forma muito intensa e subalterna. O presidente FHC praticamente não visitou os países africanos.
No início do governo Lula os EUA prepararam a invasão do Iraque – uma invasão que procuravam justificar com documentos falsos, apresentados na tribuna da ONU pelo Secretário de Defesa norte-americano– e o Brasil se opôs a essa invasão, inclusive buscando se articular com França e Alemanha para que isso não ocorresse.
No caso da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), o governo anterior dizia, retoricamente, “vamos negociar e, no final, se não for bom, nós não aceitamos”. Isso não existe. Nas negociações internacionais, se você negocia é porque está chegando ao entendimento.
Outro exemplo foi a reunião dos países árabes com os países da América do Sul, que gerou uma irritação enorme na direita brasileira porque isso irritava o governo norte-americano.
E esses são apenas alguns poucos exemplos de ações contrárias à orientação da política externa anterior. A reação da oposição conservadora, de direita, existe porque interesses poderosos estão sendo contrariados.
Relação com “fortes” e “fracos”
O centro da política externa brasileira é a América do Sul. Há uma enorme assimetria entre esses países – de território, de recursos naturais, de população e de capacidade produtiva – e isso torna muito delicadas as relações com os vizinhos. O presidente Lula sempre fez questão de dizer que o Brasil tinha relações de parceria com os países vizinhos, não de liderança. São relações caracterizadas pela generosidade, pelo reconhecimento de que o Brasil tem uma responsabilidade maior no processo de desenvolvimento da América do Sul, que nos interessa econômica e politicamente.
Durante todo o governo do presidente Lula houve grande reação dos partidos de direita, conservadores, reacionários, tradicionais, como se o Brasil devesse ter atitudes agressivas com os países vizinhos. No entanto, o que ocorreu foi justamente o contrário. Acertamos todas as questões relativas à Bolívia e a mesma coisa ocorreu com o Paraguai.
No governo Lula o Brasil decidiu realizar uma contribuição voluntária de 500 milhões de dólares ao Focem [Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul], que tem a ver com a redução das assimetrias, para a construção da linha de transmissão entre Itaipu e Assunção. Isso permitirá o desenvolvimento industrial do Paraguai e terá um impacto positivo para nós, mas foi criticado pela direita brasileira.
Outro indicador da mudança da política exterior é o fato de que os presidentes da América do Sul, quando eleitos, em vez de visitar os EUA , vêm visitar o Brasil. Isso não é à toa, significa o interesse nas relações políticas e econômicas com o Brasil, coisa que antes não ocorria.
Economia
A política externa do Brasil no governo do presidente Lula sofreu uma inflexão muito grande. Isso ocorreu nos mais diferentes campos de atuação do Brasil no exterior e se refletiu, por exemplo, na extraordinária ampliação do comércio com os países da América do Sul e, sobretudo, do Mercosul. E isso tem a ver com a produção industrial brasileira. As nossas exportações para esses países são, principalmente, de produtos industriais.
A ampliação e diversificação dessas relações comerciais, junto com o esforço para construir a infraestrutura dos países vizinhos, como a estrada bioceânica no Peru, a construção da linha de transmissão entre Itaipu e Assunção, o financiamento de gasodutos na Argentina, de estradas na Bolívia, tudo isso é importante e resulta em contratos com empresas brasileiras, o que significa empregos para as pessoas no Brasil.
Mercosul social
Pouco se fala disso, mas um trabalhador que trabalha em qualquer país do Mercosul pode acumular o tempo de serviço dele para fins de previdência social. E qualquer cidadão do Mercosul que venha morar fora do seu país de origem, após dois anos pode pedir a residência permanente. Com isso ele passa a ter todos os benefícios civis. Esses e outros são acordos importantes que beneficiam toda a população do Mercosul.
Defesa
O Conselho de Defesa Sul-Americano é um órgão muito importante no qual militares e civis dos países da América do Sul podem cooperar e aumentar o intercâmbio para treinamento de oficiais, e cria a possibilidade, no longo e médio prazo, de criarmos uma indústria de defesa dos países sul-americanos, para que as forças armadas desses países se abasteçam dentro da própria região. Isso, obviamente, contraria interesses muito fortes.
China X Brasil
Na China está se processando desde 1979 para cá um fenômeno extraordinário, com uma enorme migração de capital e de tecnologia proveniente dos países ocidentais. Isso transformou a estrutura da economia chinesa, que já havia, aliás, passado por transformações com governos anteriores, que criaram uma infraestrutura física, elevaram os níveis de educação da população e assim por diante.
Então esse processo – com taxas de crescimento em média de 10% ao ano – torna a China a segunda maior potência econômica, o principal país exportador e segundo maior importador do mundo. Isso tem um impacto grande nas economias americana, brasileira, na asiática e européia.
Esse novo pólo de crescimento capitalista tem uma característica: a China não tem os recursos naturais suficientes para este ritmo de crescimento. Mesmo com esse ritmo de crescimento médio de 10% ao ano, cerca de 900 milhões de chineses ainda estão fora da economia moderna. Então é um país que tem escassez de minérios e se torna um grande importador de todos os produtos necessários à indústria. Ao mesmo tempo, boa parte do seu território é desértico e montanhoso, o que gera uma concentração populacional muito grande na costa e na região leste. Além disso, eles têm problemas de água e de poluição, inclusive nos lençóis freáticos.
Em relação ao Brasil, são grandes importadores de minério de ferro e de soja, que vai, principalmente, para a alimentação do gado chinês, especialmente suíno. Então a China se tornou o principal parceiro comercial do Brasil em poucos anos, com superávit para nós. As exportações da China, vale destacar, não prejudicam apenas a indústria brasileira, mas também a dos Estados Unidos e a da Europa. Mas, ao mesmo tempo em que prejudicam a indústria, atraem capital para o setor primário, porque os investidores brasileiros e estrangeiros sabem que, se forem investir na indústria no Brasil, enfrentarão uma concorrência externa muito forte, principalmente da China, então a perspectiva de lucro é menor. Enquanto que, se forem investir na mineração ou na agricultura, sabem que têm, inclusive, o mercado chinês.
Também há o efeito no setor cambial, que também afeta o setor industrial, há o efeito de concentração de renda, por uma razão óbvia, pois tanto a mineração quanto a agricultura de exportação empregam pouca mão de obra, então esses enormes lucros que decorrem da exportação de produtos primários são altamente concentrados.
“Crise” capitalista
O sistema capitalista em geral não está em crise. O que está em crise são os centros tradicionais do capitalismo. A China é um sistema capitalista, assim como a Índia e o Brasil.
Os centros tradicionais sofrem com a competição e também porque os seus capitalistas foram investir na China, em vez de gerarem emprego nos Estados Unidos e na Europa, porque na China a margem de lucro é maior.
Do ponto de vista de uma empresa multinacional, é mais barato produzir na China – e depois exportar para os seus países de origem e para outros países.
E como também no Brasil a perspectiva de lucro é muito grande, isso tem atraído massas de investimento enormes e tem causado uma enorme penetração do capital estrangeiro, especialmente no setor de serviços, como na saúde, no comércio varejista, na educação e noutros, o que tem causado uma transformação na estrutura da propriedade da economia no Brasil.

A blogueira e os mercenarios

Leio a seguinte materia num dos jornais brasileiros: 


A blogueira e ativista política cubana Yoani Sánchez foi recebida com protesto por um grupo de cerca de 20 pessoas no aeroporto internacional de Recife, na madrugada desta segunda-feira.


Não, não vou falar sobre a blogueira, pois não tenho competência para tanto, não tenho vontade, e meu blog não se destina a este tipo de comentário.
Apenas observo o seguinte: 
Cuba já não desperta as paixões de antigamente.
Vinte mercenários? Isso foi tudo o que os simpatizantes de Cuba conseguiram arregimentar para protestar contra essa blogueira?
A ditadura cubana já teve maiores apoios no Brasil...

Agora imaginemos o seguinte:
Suponhamos que um jornalista de direita, como um desses que escreve para o Partido da Imprensa Golpista, tenha desembarcado em Cuba, a convite de grupos de direitos humanos, que o foram acolher no aeroporto, com saudações efusivas, e gritos de apoio, enfim, um pouco como fizeram os mercenários do Recife, apenas que num sentido contrário, entenderam?
Os mercenários puderam agir livremente, neste país que ainda dispõe de liberdade para tanto, o que não é o caso de Cuba,
Imaginemos, pois, que o governo cubano, para preservar a paz social e a boa ordem em Cuba, resolvesse reprimir a manifestação, e deter o jornalista em questão, acusando-o de fomentar protestos ilegais, o que não é muito distante da realidade que acontece em Cuba.
As autoridades cubanas, sob pretexto de preservar a paz social, detém o jornalista em questão e depois o reenvia de volta ao Brasil no primeiro voo disponível.
O que faria o governo brasileiro?
Elevaria um protesto diplomático contra o governo cubano?
Convocaria o seu embaixador em Brasília para dar explicações quanto ao gesto prepotente, inamistoso e arbitrário?
Ou não faria nada, diferente do que fez no caso da blogueira, quando participou de reunião na embaixada de Cuba para preparar uma "boa" recepção para a referida blogueira?
Perguntas, perguntas, perguntas...
Paulo Roberto de Almeida 

Hackers de kepi verde e coturno preto: esperado...

Nada mais natural: exércitos atrasados procuram piratear quem está na frente:


SPECIAL REPORT 
New York Times, Monday, February 18, 2013 10:02 PM EST

A growing body of digital forensic evidence — confirmed by American intelligence officials who say they have tapped into the activity of a unit of cyberwarriors in China’s army — leaves little doubt that an overwhelming percentage of the attacks on American corporations, organizations and government agencies originate in and around a 12-story building on the outskirts of Shanghai.
An unusually detailed 60-page study, to be released Tuesday by Mandiant, an American computer security firm, tracks for the first time individual members of the most sophisticated of the Chinese hacking groups — known to many of its victims in the United States as “Comment Crew” or “Shanghai Group” — to the doorstep of the headquarters of a People’s Liberation Army unit.
While Comment Crew has drained terabytes of data from companies like Coca-Cola, increasingly its focus is on companies involved in the critical infrastructure of the United States — its electrical power grid, gas lines and waterworks.
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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Europa: depois da "vaca louca", o cavalo contaminado...

Enfim, tudo isso não merece nenhum comentário de minha parte, pois não sou especialista em nada do que se refere à cadeia alimentar de quadrúpedes e bípedes, em qualquer continente. Minhas preocupações são outras, de políticas econômicas e de recursos públicos.
Então pergunto: o BNDES precisaria ser sócio dessa megaempresa brasileira de carnes, que tem filiais e que efetuou compras de outras empresas em várias partes do mundo?
Claro que não, mas ela só´o fez, justamente, para ajudar a coitadinha da empresa a se tornar uma gigante do setor?
Isso é boa utilização dos recursos públicos?
Um Congresso atuante poderia indagar e responder, mas creio que não o fará...
Paulo Roberto de Almeida


Ana Clara Costa
VEJA.com, 18/02/2013

A empresa suíça Nestlé anunciou nesta segunda-feira que decidiu recolher das prateleiras dois produtos refrigerados cujos testes deram positivo para a presença de carne de cavalo. As duas massas em questão, o Buitoni Beef Ravioli e o Beef Tortellini, são vendidas na Espanha e na Itália, informou a companhia por meio de comunicado. “Quando informações sobre a fraude na embalagem de alimentos emergiu no Reino Unido, reforçamos os testes em produtos e matérias primas que usamos na Europa. E estamos, agora, suspendendo as entregas de produtos fornecidos pela empresa alemã H.J. Schypke, que é subcontratada de um de nossos fornecedores, a JBS Toledo N.V”, informou a Nestlé.
Segundo a Nestlé, testes apontaram a presença de mais de 1% de DNA de cavalo nos dois produtos que são fornecidos pela JBS Toledo, subsidiária belga do grupo brasileiro JBS. A empresa suíça confirmou que a carne vendida pela JBS é proveniente do fornecedor alemão H.J. Schypke. O nível de 1% foi estabelecido pela Food Safety Agency (FSA), a agência estatal britânica que lidera as investigações sobre a adulteração dos produtos, como porcentual de referência que indica se um produto sofreu fraude ou não. 
A empresa suíça também avisou que vetou a comercializadação de uma de suas lasanhas congeladas (Lasagnes à la Bolognaise Gourmandes), que é vendida especificamente ao mercado corporativo na França. “Estamos melhorando nosso programa de controle de qualidade por meio da execução de novos testes de DNA em carnes antes do processo de produção na Europa”, disse a Nestlé.
Na última semana, o presidente da Nestlé, Paul Bulcke, afirmou ao jornal britânico Financial Times que o escândalo da carne de cavalo não havia afetado a empresa diretamente. “Nós controlamos nossos fornecedores cuidadosamente, e é lógico que quando algo como isso (o escândalo da carne de cavalo) acontece, intensificamos nossos processos. Mas o que tem a nossa marca não foi afetado”, afirmou o executivo.
A JBS Toledo é a subsidiária belga do grupo brasileiro JBS, presidido por Wesley Batista, com atuação focada no oeste europeu. A aquisição ocorreu em agosto de 2010, por 11 milhões de euros. A JBS Toledo tem forte presença no fornecimento de carne processada e cozida para mais de 100 clientes na Europa, sobretudo restaurantes, cozinhas industriais e grandes marcas de alimentos, como a Nestlé. Procurada pela reportagem do site de VEJA, a empresa brasileira não havia retornado o pedido de entrevista até a publicação desta reportagem.
O grupo JBS é o maior fabricante de carne processada do mundo, com receita líquida da ordem de 75 bilhões de reais em 2012, segundo estimou o próprio Batista ao jornal Valor Econômico, em dezembro do ano passado. O BNDESPar, braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é dono de 23% do grupo JBS.

Constituicao "cidada" de 1988: a conta esta' chegando...

Em 1987 e 1988, a sociedade brasileira, embalada nos discursos demagógicos da maioria dos constituintes, achava que tinha descoberto a chave do Tesouro: se colocaria na Constituição todas as benesses, bondades, direitos e privilégios que os cidadãos se achavam no direito de gozar, sempre as custas daquilo que Bastiat chamava de a grande mentira: o Estado, um ente coletivo, através do qual todos esperam viver às custas dos demais.
Assim, foram inseridos dezenas e dezenas de direitos sequer sonhados nos países mais ricos, como se o Brasil fosse um oasis maravilhoso de riqueza e produtividade (aliás, um conceito que não aparece na CF, ao lado de setenta e tantos direitos).
Os mais evidentes, saúde e educação, estão sempre garantidos gratuitamente pelo Estado: "A saúde (ou a educação) é um direito do cidadão e um dever do Estado...", e por aí vai.
Na ilusão de que tudo possa ser fornecido pelo Estado, a CF não assegurou que o mercado também pudesse fazê-lo. O que ocorreu, como sabem os economistas, foi um "overuse"  desses serviços, e assim a sociedade tem de pagar cada vez mais para que o Estado possa fornece-los. Como o Estado não prima pela eficiência, boa parte dos recursos acabam na própria burocracia, são desviados pelo sobre-faturamento ou simplesmente pela corrupção, ou simplemente não alcança a demanda potencial. Ocorrem então o não provimento de serviços essenciais à população, os atrasos, calotes, ou o pagamento insuficiente desses serviços, e a consequência, para os pobres, é racionamento, filas, delongas, não atendimento, etc. 
Na ilusão de que tudo isso pode e deve ser fornecido pelo Estado, o que vai ocorrer é uma extração fiscal cada vez mais rigorosa e crescente da sociedade, e uma perda paralela desses recursos em todos esses desvios apontados. 
Provavelmente, a sociedade brasileira estaria melhor servida com um provimento via mercado, deixando-se apenas para os mais pobres os serviços via Estado. 
Não parece que estejamos perto de chegar nesse tipo de solução.
Preparem-se, pois, para pagar mais e não usar serviços públicos nesses setores...
Paulo Roberto de Almeida 

Santas Casas asfixiadas

18 de fevereiro de 2013
EditoriO Estado de S.Paulo

A despeito do imenso problema social que causará e do caos que provocará no Sistema Único de Saúde (SUS), um eventual colapso das Santas Casas e dos hospitais filantrópicos decorrente de dificuldades financeiras crescentes não surpreenderá quem acompanha a situação da saúde pública no País. Trata-se de um problema antigo, de causas perfeitamente diagnosticadas, e que se agrava a cada dia, mas para o qual as autoridades responsáveis - em boa parte por comodismo - não deram e continuam a não dar a atenção que merece. O preço que o País terá de pagar, caso os problemas se agravem a ponto de a situação se tornar insustentável num futuro próximo, certamente será maior do que o custo de uma solução racional, que ainda é possível adotar.

A Constituição estabeleceu que a saúde é um direito fundamental do cidadão e, para garanti-lo, sem dispor de estrutura própria suficiente para isso, o Estado brasileiro estabeleceu o que deveria ser uma parceria com as instituições filantrópicas. Estas responderam bem à proposta de parceria e, por isso, sua presença nas operações do SUS é cada vez maior.
Em 2004, por exemplo, os hospitais públicos respondiam por 41,4% das internações pelo SUS, os hospitais privados sem fins lucrativos (Santas Casas e instituições filantrópicas), por 39,9% e os privados lucrativos, por 18,7%. Por causa da remuneração inadequada dos serviços, os hospitais particulares reduziram sua participação para 10,2% do total das internações em 2011, de acordo com dados do Ministério da Saúde utilizados no relatório da subcomissão especial da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, que discutiu o problema. Em contrapartida, aumentou a participação dos hospitais públicos e dos privados não lucrativos, para, respectivamente, 45,0% e 44,8%.
Hoje, as Santas Casas e os hospitais filantrópicos têm a mesma importância dos hospitais públicos no atendimento aos pacientes do SUS. Os dados recentes mostram também o que poderia acontecer no sistema público de saúde caso as Santas Casas deixassem de operar por absoluta incapacidade financeira.
A crise nas finanças das Santas Casas é conhecida há vários anos, e, sem medidas adequadas por parte dos responsáveis pelos programas de saúde pública, só piora. Em 2005, a dívida dessas instituições era estimada em R$ 1,8 bilhão, em 2009 saltou para R$ 5,9 bilhões e, em 2011, alcançou R$ 11,2 bilhões, de acordo com o relatório da subcomissão formada na Câmara dos Deputados. Mantido o ritmo de crescimento anual desse período, de cerca de 35% ao ano em valores nominais, deve ter alcançado R$ 15 bilhões no fim do ano passado (os dados consolidados ainda não foram divulgados).
O simples exame dos custos dos serviços prestados pelas entidades filantrópicas ao SUS em 2011 e da receita com os serviços prestados não deixa dúvidas quanto à causa do crescimento da dívida. Em 2011, essas entidades gastaram R$ 14,7 bilhões com os serviços, mas sua remuneração, pelo SUS, ficou em R$ 9,6 bilhões. Isso quer dizer que o pagamento do SUS cobre apenas 65% dos gastos desses hospitais. Só em 2011 (não há dados para 2012), o déficit foi de R$ 5,1 bilhões. A defasagem é maior para procedimentos considerados de média complexidade.
Reportagem do jornal O Globo (10/2) mostra que, sem recursos financeiros, hospitais têm adiado cirurgias, enfrentam ameaças de greve, carecem de materiais e chegam a suspender suas operações.
Essenciais para o SUS, as Santas Casas são insubstituíveis em muitas comunidades. Do total de 2,1 mil estabelecimentos hospitalares sem fins lucrativos, 56% estão em cidades com até 30 mil habitantes e são o único hospital em quase mil cidades.
Evitar o agravamento de sua crise exige o reajuste imediato da tabela de pagamento do SUS para cerca de 100 procedimentos, mas, até agora, não há previsão do governo para a correção desses valores, reconheceu o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães. O governo abriu uma linha de crédito no BNDES para esses hospitais, mas, já muito endividados, eles temem contrair novas dívidas. Sua saúde financeira aproxima-se do ponto crítico.

Institut des Hautes Etudes de l'Amérique latine, Paris

Anúncio da jornada "portas abertas" do IHEAL, a instituição onde dei aulas em 2012.


L'Institut des Hautes Etudes de l'Amérique latine (Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3) organise des portes ouvertes

le jeudi 28 février 2013 de 14h à 17h

[28 rue Saint Guillaume 75007 Paris]

Ces portes ouvertes seront l'occasion de :
- connaître les diplômes délivrés à l'IHEAL (DELA, Master Recherche, Master Professionnel, Doctorat) et leurs débouchés professionnels
- découvrir les possibilités de mobilité internationale (échanges universitaires, stages, terrains de recherche)
- rencontrer les équipes pédagogiques et les étudiants
- visiter la bibliothèque la plus importante de France sur l'Amérique latine

Fondé en 1954, l’IHEAL est un centre pluridisciplinaire spécialisé dans les études sur l’Amérique latine en sciences humaines et sociales. En partenariat avec le CREDA, Centre de Recherche Et de Documentation des Amériques (UMR7227), il est l’une des institutions les plus importantes en Europe pour la formation, la recherche, la documentation (Bibliothèque Pierre Monbeig - 100 000 ouvrages), l’édition (Cahiers des Amériques latines, Confins), la diffusion scientifique (la Gazette du 28) et la coopération internationale avec l’Amérique latine.

Nous vous remercions de confirmer votre présence à cette journée "portes ouvertes", à l’adresse : iheal.scolarite@univ-paris3.fr