Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Bolsas para se preparar para a diplomacia (mas apenas para negros)
Sorry, brancos "pobres", vocês vão ter de esperar um outro governo, uma outra época...
Quem sabe um outro Brasil é possível?
Paulo Roberto de Almeida
Evento – Programa de Ação Afirmativa do Instituto Rio Branco – MRE
Posted: 01 Nov 2010 11:53 AM PDT
O Instituto Rio Branco (IRBr) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) abriram processo seletivo para o Programa de Ação Afirmativa do Instituto Rio Branco – Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia. O benefício é voltado para candidatos negros, que tenham concluído ou irão concluir curso superior em 2011. Os selecionados receberão uma bolsa de estudos no valor de R$ 25 mil, pago em parcelas de março a dezembro de 2011, que deverão ser investidos na compra de material didático e pagamento de cursos preparatórios para o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata, realizado anualmente.
As inscrições poderão ser feitas entre os dias 8 e 26 de novembro, por meio do endereço eletrônico www.cespe.unb.br/concursos/irbrbolsa2010. A participação é gratuita. O candidato também deverá remeter, via Sedex, cópias dos documentos exigidos pelo edital para o “Programa de Ação Afirmativa do Instituto Rio Branco – Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia”, Central de Atendimento do CESPE/UnB, Caixa Postal 4488, CEP 70904-970, Brasília/DF.
O processo seletivo contará com prova objetiva, prevista para o dia 11 de dezembro, e prova de redação em Língua Portuguesa e Língua Inglesa, prevista para o dia 12 de dezembro. As provas serão aplicadas nas cidades de Belém/PA, Belo Horizonte/MG, Boa Vista/RR, Brasília/DF, Campo Grande/MS, Cuiabá/MT, Curitiba/PR, Florianópolis/SC, Fortaleza/CE, Goiânia/GO, Macapá/AP, Manaus/AM, Natal/RN, Palmas/TO, Porto Alegre/RS, Porto Velho/RO, Recife/PE, Rio de Janeiro/RJ, Salvador/BA, São Luís/MA, São Paulo/SP, Teresina/PI e Vitória/ES.
Os candidatos também passarão por Análise de Documentação enviada pelo candidato no momento da inscrição e de Entrevista Técnica, a cargo de Comissão Interministerial reunida para esse fim. Essa etapa ocorrerá em Brasília/DF.
SERVIÇO
Concurso: Programa de Ação Afirmativa do Instituto Rio Branco – Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia
Inscrições: de 8 a 26 de novembro
Inscrição: gratuita
Remuneração: Bolsa de estudos no valor de R$ 25 mil
Prova objetiva e de redação: previstas para 11 e 12 de dezembro
CONTATO
Outras informações no site www.cespe.unb.br/concursos/irbrbolsa2010 ou na Central de Atendimento do Cespe/UnB, de segunda a sexta, das 8h às 19h – Campus Universitário Darcy Ribeiro, Sede do Cespe/UnB – telefone (61) 3448 0100.
5 comentários:
É um absurdo! A Diplomacia em torno deste Governo está tornando-se cada vez mais depreciativo. Logo mais, haverão de criar auxilios para analfabetos ingressarem na carreira diplomática. Apartheid social já está no molde governamental, mas o racial....intolerável!
Abraços,
Jonathan Yuri
O programa começou em 2002, logo, no governo FHC...
Sim, meu caro Anônimo (que não precisa ser um, suponho), as políticas racialistas já vinham sendo praticadas antes. O que não deveria nos impedir de dizer: um outro governo é possível, um que coloque a igualdade fundamental do ser humano como critério intransponível de qualquer política social. Começar dividinda a nação em "raças" é a pior coisa que pode acontecer no Brasil.
O ovo da serpente, como diriam alguns. Eu apenas diria que é o começo do Apartheid...
Paulo Roberto de Almeida
Pessoalmente, eu acredito que é um auxílio importante. Não acho que deve ser perpétuo, mas num país de maioria afrodescendente - com características visíveis - é lamentável que essas pessoas não tenham uma grande representação nas áreas de prestígio. Por isso, enquanto essa representação for desproporcinal, a única forma de alterar essa situação a curto prazo é com esse tipo de medida.
Além disso, não vejo uma relação causal entre a divisão de raças e superioridade de uma delas. A não ser que a divisão seja feita simplesmente para esse objetivo.
Prezado Túlio,
seus comentários são reveladores de sensibilidade com a suposta "causa negra", mas nós negros não precisamos de cotas e nem muito menos de bolsas. O que, de fato, precisamos é que o Brasil tenha um comprometimento com uma Educação de qualidade. Conheço pessoas de família pobre e de pele branca e brilhantes e que se esforçam de forma descomunal para conseguir ingressar na diplomacia. Então, eu pergunto: elas não seriam merecedoras desta bolsa-auxílio ?
Nós negros prezamos pela igualdade, pois temos em nosso DNA a mistura de europeus, africanos e índios, portanto, não há que se falar em raças neste país.
Que o racismo existe, isto é público e notório ! Mas não se deve criar políticas públicas de incentivo ao Apartheid no Brasil e nem mesmo judicializar a questão. Sou vítima de racismo quase que diariamente, mas nem por isso, levanto bandeiras contra brancos e sou contra a questão de cotas. Minha resposta à sociedade civil que é preconceituosa intrinsecamente é ESTUDAR INCANSAVELMENTE E COMPULSIVAMENTE para que eles possam me ver em patamares inimagináveis em outros tempos na nossa história. O tempo que se perde levantando bandeiras, deveria-se estar dentro das bibliotecas estudando para ser respeitado. Negro estudioso é respeitado por sua intelectualidade e meritocracia.Devemos prezar pelo princípio da isonomia e dignidade da pessoa humana trazendo aos brasileiros que se interessam pela diplomacia, uma Educação que nos permita ingressar em pé de igualdade com os filhos de diplomatas que nascem, praticamente, com todos os instrumentos de estudo à sua disposição.
Isto sim é Justiça social, bolsas para brasileiros pobres e não somente para negros.
Era isso.
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