Curiosa visita que faço a textos meus de seis ou sete anos atrás, alguns até prevendo um conjunto de tarefas para tornar o Brasil um país desenvolvido no médio prazo, ou seja, em cinco ou seis anos.
Abaixo um texto que elaborei no começo de 2004, propondo um programa completo de enfrentamento dos principais desafios do Brasil, para torná-lo desenvolvido em 2010, ou seja, quase dois anos atrás.
O que fizemos, o que o governo fez?
Vale recordar o que eu propunha, genericamente, podendo ser desdobrado em políticas setoriais.
Desafios para um Brasil desenvolvido em 2010
Paulo Roberto de
Almeida
Miami, 6 março 2004
O Brasil tem imensas carências sociais e algumas
deficiências materiais em seu processo de desenvolvimento. As carências sociais
são provavelmente mais importantes do que os obstáculos materiais, e elas
talvez expliquem a maior parte destes.
O Brasil também tem um Estado hipertrofiado, que parece consumir uma
parte substancial dos recursos que seriam necessários para superar aquelas
dificuldades materiais e sobretudo para paliar as terríveis carências sociais
de que ainda padece e que o impedem de se qualificar plenamente para
apresentar-se ao mundo como sociedade desenvolvida. Esse Estado não possui
recursos suficientes e por vezes sequer organização condizente para cumprir com
os objetivos e requerimentos essenciais para a superação de suas carências
sociais e das lacunas materiais.
Por isso, um esforço de estabelecimento de prioridades parece necessário
para que a sociedade e suas lideranças políticas possam oferecer algumas
diretrizes de políticas setoriais e macrosocietais para o atingimento daquele
objetivo de fazer do Brasil um país menos desigual e menos carente, social e
materialmente, em prazo médio, digamos até 2010. O presente texto apresenta
algumas dessas prioridades:
1) Melhoria da governança nos três níveis e combate à
corrução;
2) Capacitação educacional e científica da população,
formação de recursos humanos;
3) Eliminação das doenças infecto-contagiosas e
universalização da saúde;
4) Correção dos problemas fiscais e racionalização redutora
da tributação;
5) Inserção plena nos circuitos da globalização mediante
interdependência responsável;
6) Integração social (com ativo planejamento familiar) e
regional (em bases sustentáveis);
7) Aumento da produtividade geral da economia, com melhoria
na microeconomia.
Estas podem ser as bases de um Brasil do futuro, cuja construção tem de
ser iniciada desde já para que alguns resultados possam frutificar no horizonte
2010. Em documento ulterior serão definidas as bases das escolhas de políticas
públicas aqui efetuadas e detalhadas as condições de sua realização.
Paulo Roberto de
Almeida
Miami, 6 de março de
2004
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