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domingo, 20 de novembro de 2011

Desafios para um Brasil desenvolvido em 2010 - um texto PRA de 2004

Curiosa visita que faço a textos meus de seis ou sete anos atrás, alguns até prevendo um conjunto de tarefas para tornar o Brasil um país desenvolvido no médio prazo, ou seja, em cinco ou seis anos.
Abaixo um texto que elaborei no começo de 2004, propondo um programa completo de enfrentamento dos principais desafios do Brasil, para torná-lo desenvolvido em 2010, ou seja, quase dois anos atrás.
O que fizemos, o que o governo fez?
Vale recordar o que eu propunha, genericamente, podendo ser desdobrado em políticas setoriais.



Desafios para um Brasil desenvolvido em 2010
Paulo Roberto de Almeida
Miami, 6 março 2004

O Brasil tem imensas carências sociais e algumas deficiências materiais em seu processo de desenvolvimento. As carências sociais são provavelmente mais importantes do que os obstáculos materiais, e elas talvez expliquem a maior parte destes.
O Brasil também tem um Estado hipertrofiado, que parece consumir uma parte substancial dos recursos que seriam necessários para superar aquelas dificuldades materiais e sobretudo para paliar as terríveis carências sociais de que ainda padece e que o impedem de se qualificar plenamente para apresentar-se ao mundo como sociedade desenvolvida. Esse Estado não possui recursos suficientes e por vezes sequer organização condizente para cumprir com os objetivos e requerimentos essenciais para a superação de suas carências sociais e das lacunas materiais.
Por isso, um esforço de estabelecimento de prioridades parece necessário para que a sociedade e suas lideranças políticas possam oferecer algumas diretrizes de políticas setoriais e macrosocietais para o atingimento daquele objetivo de fazer do Brasil um país menos desigual e menos carente, social e materialmente, em prazo médio, digamos até 2010. O presente texto apresenta algumas dessas prioridades:

1) Melhoria da governança nos três níveis e combate à corrução;
2) Capacitação educacional e científica da população, formação de recursos humanos;
3) Eliminação das doenças infecto-contagiosas e universalização da saúde;
4) Correção dos problemas fiscais e racionalização redutora da tributação;
5) Inserção plena nos circuitos da globalização mediante interdependência responsável;
6) Integração social (com ativo planejamento familiar) e regional (em bases sustentáveis);
7) Aumento da produtividade geral da economia, com melhoria na microeconomia.

Estas podem ser as bases de um Brasil do futuro, cuja construção tem de ser iniciada desde já para que alguns resultados possam frutificar no horizonte 2010. Em documento ulterior serão definidas as bases das escolhas de políticas públicas aqui efetuadas e detalhadas as condições de sua realização.

Paulo Roberto de Almeida
Miami, 6 de março de 2004

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