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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Stalin: um criminoso leninista, metodico

HISTÓRIA SOVIÉTICA
A ideologia de Stálin e sua causa maldita
Livro sobre Stálin estabelece o ditador firmemente dentro do contexto histórico
Opinião e Notícia, 5 de abril, 2013

Em primeiro lugar, Stálin era um comunista que acreditava que a causa sagrada justificava as medidas mais extremas: o que seria chamado pelos incréus de barbaridade sem precedentes. A mensagem central do magistral novo livro de Robert Gellately, Stalin’s Curse: Battling for Communism in War and Cold War, desconfortará aqueles que acreditam que o stalinismo foi uma aberração ou uma reação a erros do Ocidente. É fácil dizer que Stalin era simplesmente um psicopata, que ele acreditava no terror pelo terror, ou que o culto à personalidade do Czar Vermelho eclipsou a ideologia. Um profundo leninista, Stalin era conspiratório, letal, cínico e absolutamente convencido de suas razões.

Stalin’s Curse tem como fontes principais os arquivos alemães e russos, além de numerosos relatos de primeira mão e a formidável capacidade interpretativa do autor. Diferentemente de outras biografias que se concentraram nos episódios mais sensacionais da vida do ditador, esta estabelece Stalin firmemente dentro do contexto histórico: a ascensão (e finalmente a queda) do que o autor chamada de “Império Vermelho”. O trabalho mais recente de Gellately pode reivindicar com tranquilidade o título de melhor volume único da fase mais obscura da história russa.

O suposto gênio estratégico de Stálin não recebe muito crédito, bem como suas capacidades como general. Stálin logrou sucesso, repetidas vezes, devido a uma atenção obsessiva aos detalhes e à crueldade. Ele tratou com muito cuidado a questão de estender o domínio soviético em lugares conquistados ao fim da guerra.

Durante a furiosa conquista da Alemanha, os soldados do Exército Vermelho vingaram o sofrimento de sua pátria em uma orgia de destruição. O escopo do sofrimento é inconcebível. E a praticamente esquecida fome pós-guerra da União Soviética matou entre 1 milhão e 2 milhões de pessoas. O comunismo provavelmente matou cerca de 25 milhões de pessoas: aproximadamente o mesmo número de mortes causadas pelos nazistas.

Texto traduzido e adaptado da Economist por Eduardo Sá
Fonte: The Economist-Stalin and his cursed cause

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